Com esse nada sugestivo título, “quem
é malandro já nasce pronto”, minha esposa Yara Queiroz recebeu de
sua colega de profissão, a também procuradora da ALE/AM, Ida Márcia Benaiyon um vídeo muito interessante!
O vi várias vezes e observei uma mãe filmando e querendo ensinar ao filho a uma
determinada tarefa de três folhas. Ele chorando e argumentando para não a
fazer. Pedi que me passasse para escrever essa crônica. O filho se negando a
fazê-la, dizendo que se a fizesse morreria do coração, lhe secaria o
sangue. Sua mãe o incentivando, dizendo-lhe que não queria ser
isso ou aquilo. A todos os argumentos da mãe, o filho os rebatia sem muita
lógica e dizendo sempre que secaria e morreria sem sangue porque todo ele viria
do seu coração, o que é verdade!
E por que mais uma vez decidi
escrever de novo sobre educação, essa profissão formadora de todas as
outras profissões, mas que nunca foi levada à sério no Brasil? Recebe os
mais baixos salários frente à outras profissões de nível superior e algumas que
nem precisa tê-las, como as dos políticos, por exemplo, que muitas vezes não
tem qualquer formação para sê-los. Mas deixa isso para lá!
Adolescente com sete anos, também
respondia a minha primeira alfabetizadora Terezinha da Costa Amaral,
a quase todas as perguntas que me fazia em sala, que sabia, mas havia esquecido
a resposta da pergunta ao cruzar igarapé pelo qual passava que todos os dias
para chegar à Escola após deixar o cacaual do meu avô paterno. O
chamava de "furo" que recebia sem prazer ou com tristeza tarefas que
não fazia e que deixava cair dentro de suas águas ao cruzá-lo equilibrando-me
em cima de uma “tora” de pau que o ligava ao outro de um lado. Depois caminhava
mais um pouco e chegava à Escola improvisada de minha tia, depois de deixar o
“cacaual” nativo do meu avô paterno.
Ao cruzá-lo, olhava para baixo para
ver se começava a entrar água do Rio, que se encontrava com às águas
negras do lago, que ficava atrás da casa na comunidade do Varre-Vento, do
município de Itacoatiara, no Amazonas. Fazia isso quase sempre! Mas não sei se
minha tia e alfabetizadora acreditava nas desculpas que dava para não responder
as perguntas em sala ou para as tarefas que me mandava fazer em casa. As vezes
fazia e as vezes não! “Pai, começou a entrar água no furo”, dizia
ao meu pai Paulo Costa, se visse algum sinal de água, por menor que fosse. Ele
sabia que depois, começariam a entrar peixes do rio rumo ao lago.
Contudo, através da educação que
mudei de vida, vendendo picolé, jornal, vela na porta do cemitério Santa Helena,
no bairro do Morro da Liberdade, vendendo cascalho e fazendo tarefa à luz
de lamparina em casa de minha família e depois à luz elétrica, na casa de minha
madrinha Natércia Januário Calado, em Manaus. Também fiz ditado e cobri letras,
desenhei, apanhei de palmatória em sabatina de leitura e de matemática.
Não morri e nem me faltou sangue no
meu coração. Entendi que apenas a educação é capaz de proporcionar a mudança de
uma pessoa e migrar rumo ao que deseja alcançar. Não existe outro meio. Por
isso, minha criança não perca a oportunidade que sua mãe está lhe dando.
Além da Educação, só existem outras
duas maneiras de se aprender: ou pelo amor ou pela DOR QUE O MUNDO VAI LHE ENSINAR!
Sr Carlos Costa bom dia!!!
ResponderExcluirEstá simplesmente espetacular o texto ( crônica) que o sr escreveu. Parabéns!!!!
Merece ser publicado e divulgado.
Fantástica abordagem sobre um viés da Educação.
ResponderExcluirBelíssimo texto!
ResponderExcluirCarlos,
ResponderExcluirEsta é uma grande questão que muitos pais precisam entender e enfrentar, nossos filhos devem ser preprados para a vida e não apenas para a nossa convivencia. Portanto qualqur lição ou ensinamento e às vezes cobranças duras que fizerem a eles, vai lhes servir em seus caminhos pela sua vida afora...