segunda-feira, 30 de novembro de 2015

AS TRÊS DIMENSÕES DO AMOR (para o casal Vanessa e Emerson (30.11.2015))


O padre que os casou, definiu as três dimensões do amor como tendo origem nos deuses gregos Eros, Filia e Ágape. Contudo, por puro atrevimento de escritor, defini o amor como  “um contrato social de interesses convergentes” (O HOMEM DA ROSA, de Carlos Costa, Litteris Editora, 1998). Viver a dois, não é fácil, mas é plenamente possível, mesmo no mundo atual cheio de tecnologias e possibilidades de gerar ciúmes e desavenças entre um casal. Todo casamento passa por fases e, cada uma delas, ele se desgasta um pouco. Mas perseverar no amor, que na definição do filósofo grego Platão, seria “...a busca da beleza, da elevação em todos os níveis, o que não exclui a dimensão do corpo”,. Persistir na crença do amor e co casamento é preciso porque como o defini e continuo acreditando que quando duas pessoas se unem é porque existe entre elas o que chamei de  “contrato social de interesses”, com o propósito de perpetuar as gerações, através dos filhos. Com emoção, retornei, 35 anos à Igreja de São Sebastião para prestigiar o casamento dos noivos Vanessa de Carvalho e Émerson Simão. Ela, filha dos aplicadores do Direito, Jéfferson Neves de Carvalho, do Ministério Público e de Ida Márcia Benayon de Carvalho, procuradora da Assembleia Legislativa do Estado. Ele filho de Ernani Nascimento Simão (in memorian)  e de Líbia Corrêa Simão. 

De paletó e gravata, com dor nos dedos do pé esquerdo, inchados devido a trombose que sofri no Hospital Santa Júlia, durante a terceira das 11 cirurgias no cérebro, desde 2006, cruzei a porta agora de vidro da que me recebeu em 1982, para casar com Maria Tereza Santos de Oliveira. Um ano antes,  1981, Yara Queiroz, entrara na mesma igreja e se casara com Ricardo Emanuel Pontes e Souza, tendo como padrinho o hoje prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto. Da união que durou pouco mais de dois anos, nasceu a hoje psicóloga e cantora Bela Queiroz. Caminhava com dificuldades e lentamente. O carro ficara estacionado na área antes de paralelepípedos de borracha, na lateral do Teatro Amazonas. Cruzamos a Praça São Sebastião, enfeitada com motivos natalinos, atravessamos à Rua 10 de Julho em homenagem ao dia da libertação dos Escravos no Amazonas, três anos antes da Lei Áurea ser assinada e entramos na igreja, que ainda estava sendo ornamentada e por onde entraram os noivos.

No chão, chamou-me à atenção, uma área brilhosa, parecendo um grande espelho, que refletindo luzes de baixo para cima. No momento, estavam só refletindo as flores brancas colocadas à entrada dos bancos e os ramos verdes no corredor. Sobre o que poderia ser um provável espelho, meninas de branco entraram e jogaram pétalas de rosas. Dentro da Igreja fui cumprimentado pelo desembargador indicado pela OAB, João Simões, dizendo que parecia mais um judeu intelectual e achei divertido, mas como perdi meu lóbulo do humor, não sorri, apenas agradeci. Em um banco à frente cumprimentei o desembargador Aristóteles Thuri. Mas o achei muito diferente porque há vários anos não o via pessoalmente.

No meu casamento em 82, tive como padrinho Roberto Backsman, pai do então estudante de Direito e hoje delegado da Polícia Civil, Oto Backsman. O desembargador Azarias Menescal de Vasconcelos, todo de paletó branco e a médica Dulce Costa, como sempre muito elegante, a mãe adotiva e outras pessoas que não lembro mais, prestigiaram o casamento realizado pelo Frei Fulgêncio, que se escondia por trás de uma longa barba. Ao final da cerimônia, brincou: “eu só puxei a corda e você se enforcou sozinho”. Na época, sorri muito com a brincadeira do frei, muito divertido e brincalhão. A Igreja ainda não tinha porta de vidro e nem condicionador de ar, mas também não era quente. Durante a agradável missa, o padre se confessou incompetente definir o amor e citou estudo realizado pelo Papa Francisco, que teria achado a resposta a partir nos deuses gregos Eros, Filia e Ágape. A associação deles, definiria o que venha a ser o sentido literal do amor. A origem do amor dentro da filosofia grega como a junção de Eros, Filia e Agapé, também existe em um estudo de Elton Moreira Quadros (file:///C:/Users/Carlos/Downloads/10173-61595-1-PB.pdf ).

Deixamos a Igreja e seguimos da Igreja à festa de comemoração no Diamond Convention Center, na Estrada do Turismo no lado oposto da cidade. O local da recepção estava muito bem decorado. Fiquei sentado à mesa do advogado Índio do Brasil D´Urso Jacob e sua esposa Gilmara Souza. Estavam à mesa também um casal, cujo esposo tinha sido amigo de infância da família de minha esposa no Conjunto Uirapuru. Ele residia em um conjunto de casas antes, no Uirapuru. Relembrou que meu cunhado em sua adolescência era conhecido como por FMI – Feio, Metido e Inteligente. Hoje Rafael de Queiroz Neto, é procurador. Durante a festa, reencontrei pessoas que não os cumprimentava havia muitos anos, inclusive o tio da noiva Vanessa, o advogado David Benayon, o “Davizinho”, como me acostumei a chamá-lo, devido ao seu porte não tão grande e sempre vasta cabeleireira ainda toda negra. 

Encerro essa crônica com um trecho que escrevi em na crônica VIVER A DOIS É UM CARRO EM MOVIMENTO, (http://carloscostajornalismo.blogspot.com.br/2014/09/viver-como-e-um-casal-e-e-um-carro-em.html) que escrevi para homenagear minha esposa pelos nossos 17 anos de casados“VIVER A DOIS É COMO UM CARRO EM MOVIMENTO RODANDO EM UMA AUTOESTRADA BEM ASFALTADA: É PERIGOSA E SEMPRE EXIGIRÁ CUIDADO, ATENÇÃO E CORREÇÃO DE RUMOS, RESPEITANDO OS LIMITES DE VELOCIDADE E AS PLACAS DE SINALIZAÇÃO DE VELOCIDADE DA VIA. O CASAMENTO SEMPRE EXIGIRÁ CUIDADO, ATENÇÃO, FREANDO QUANDO NEESSÁRIO, CORRENDO QUANDO PERMITIDO E DEIXANDO A PASSAGEM DE OUTROS AUTOMÓVEIS. LEMBRANDO SEMPRE QUE O CARRO PODE QUEBRAR NA VIA, MAS O IMPORTANTE É CHEGAR A UM FINAL FELIZ, NÃO RECEBENDO MULTAS E COM TODOS OS PASSAGEIROS VIVOS! 

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

TODA REGRA TEM EXCEÇÃO, PRINCIPALMENTE NO JUDICIÁRIO!


As declarações feitas pela ministra Carmem Lúcia e o ninistro Celso de Melo, por ocasião do julgamento e prisão do senador Delcídio do Amaral (PT/MS), foram fortes, contundentes e foram um recado direto aos corruptos. Infelizmente, porém, não se aplica a todos como fez crer o ministro Celso de Melo, porque quando envolve membros do poder judiciário do Brasil envolvidos em crimes, no máximo, são colocados em disponibilidade remunerada, por pertencerem a uma carreira de Estado,  incentivando à continuidade de atos ilegais, dos mais simples aos mais escabrosos, como crimes sexuais, violências domésticas etc! De onde deveriam vir os bons exemplos à sociedade como um todo, é de onde não vem nada, além de cobrança de mais impostos e taxas! 

Contudo, nem tudo que parece o é de verdade. Nem tudo o que se diz, se esbraveja, o é como parece ser, principalmente quando atinge membros dos aplicadores das Leis Penais no Brasil. Estes são colocados em disponibilidade remunerada, mesmo que com crimes de pedofilia, desvio de dinheiro público, venda de sentenças e até orgias sexuais comprovadas. Diante dessa verdade conhecida pela sociedade, o Ministro Celso de Melo e muito menos a Ministra Carmem Lúcia, tem razão absoluta, embora os tenham sido firmes em seus pronunciamentos contra a corrupção durante a decretação da prisão decidida pelo STF e, pressionados pela opinião pública, o Senado a manteve. Delcídio do Amaral citou que teria influências pessoais com  Ministros do STF. Essa leviandade, usando o nome da mais alta Corte do Brasil, os teria revoltado. 

Por que não ocorre o mesmo procedimento com um membro do Poder Judiciário? Por que a pena que recebem é apenas a colocação em disponibilidade remunerada, sob o argumento que correriam risco de vida se fossem para a prisão? Mas por que a disponibilidade remunerada? Por que o contribuinte tem que sustentá-los com tributos?. Isso é pena! É um prêmio! Ou seriam os dois, uma pena e um prêmio por serem membros da carreira de Estado? Lamentável! Esse comportamento poderia incentivar outras pessoas e possíveis autoridades com distúrbio de conduta, fazerem, o mesmo! Por que simplesmente não são demitidos depois de condenados, dando-lhes o direito ao devido processo legal com ampla defesa.

A ministra afirmou que não tolerará a corrupção e disse textualmente que “na história recente de nossa pátria, houve um momento em que a maioria de nós, brasileiros, acreditou que no mote segundo o qual uma esperança tinha vencido o medo. Depois, nos deparamos com a Ação Penal 470 e descobrimos que o cinismo tinha vencido aquela esperança. O crime não vencerá a Justiça. Aviso aos navegantes dessas águas turvas de corrupção e das iniquidades, a impunidade e corrupção. Não passarão sobre os juízes do Brasil. Não passarão sobre as novas esperanças do povo brasileiro porque a decepção não pode  estancar a vontade de acertar no espaço público. Nõ passarão sobre a Constituição do Brasil”. O ministro Corte, Celso de Melo, também declarou que ninguém está acima da lei. “As leis também serão aplicadas no caso de qualquer autoridade que tenha cometido crimes” e acrescentou “quem transgride tais mandamentos, não importando sua posição estamental, se patrícios ou plebeus, governantes ou governados, expõem-se à severidade das leis penais e, por tais atos, devem ser punidos exemplarmente  na forma da lei. Imunidade parlamentar não constitui manto protetor de supostos comportamentos criminosos.”Ah, entendido o recado.

Quer dizer, então, que os senadores investigados pelo STF poderão ou terão o mesmo destino, inclusive todos os que votaram contra a prisão de Delcício? Como ficarão, os 166 deputados federais e senadores investigados por outros crimes que se escudaram no manto da Imunidade Parlamentar, se o ministro Celso de Melo disse que “se patrícios ou plebeus, governantes ou governados, expõe-se à severidade das Leis Penais”? Perguntar não ofende. Talvez machuque e incomode a alguns: por que a severidade das leis penais anunciadas pelo Ministro Celso de Melo, no máximo só colocam em disponibilidade os membros aplicadores das Leis que cometem crimes, abusos de autoridades, usam de suas autoridades para humilhar pessoas consideradas inferiores, como foi o caso do juiz João Carlos de Souza Corrêa que deu uma carteirada na agente de trânsito Luciana Silva Tamburini  ao ser parado por ela em uma blitz da Lei Seca, no Rio de Janeiro? Ou o juiz Antônio Carlos Branquinho, que apenas recebeu como severidade da lei penal, a sua disponibilidade compulsória remunerada depois de ter praticado orgias sexuais com menores na sala do fórum do Tribunal Regional Federal da 1a Região, no município de Tefé, no interior do Amazonas.Ah, entendi de novo! Nem sempre a severidade da lei penal, anunciada com veemência, não atinge a todos! Não precisa ser dito mais nada. Já entendi tudo: no Brasil, alguns são mais iguais que outros no mesmo nível, porque a Justiça, sendo cega, não vê nada e isso é lamentável!

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

SAUDADES DE ULISSES GUIMARÃES


A prisão do senador Delcídio do Amaral, decretada pelo STF, foi aceita pelos seus pares, depois de uma longa, chata, mas democrática discussão de ideias. O senador Delcidio do Amaral, que era Delcídio Amaral, mas mudou de nome por recomendação de uma numeróloga. Será que a numerológica teria lhe ensinado essas coisas ilícitas?


Quanto mais acompanho a prepotência, arrogância e o mal caratismo do deputado presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, mais e mais sinto saudades do ex-presidente da mesma casa, o finado deputado federal Ulisses Guimarães, morto na queda de um helicóptero. O “Dr” Ulisses, como era chamado, conduziu com seriedade os trabalhos da Constituinte e proclamou a Constituição “cidadã” do Brasil e nunca se envolvera em qualquer ato ilícito ao longo de sua brilhante carreira política! Renan Calheiros, presidente do Senado, foi democrático, mas tornou muito cansativas as discussões sobre se o voto seria aberto ou secreto. No final decidiu que o voto deveria ser secreto. Muitos senadores declararam seus votos abertamente pela manutenção da prisão de Delcídio do Amaral, porque queriam dar uma satisfação a seus eleitores e a opinião pública. A cada novo episódio, a classe política se desgasta um pouco mais, embora existam exceções.

Há uma diferença entre o processo para a perda do cargo contra o presidente Eduardo Cunha e os outros 166 parlamentares que ele disse que também respondiam a processos om fórum privilegiado. Ele assumiu a presidência da casa depois de ter comparecido à comissão que apurava atuações da Lava Jato sem ser convocado e mentido aos investigadores. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Cada macaco no seu galho ou cada palhaço em seu próprio circo. Uma coisa é a prepotência com que Eduardo Cunha está obstaculizando o processo contra o seu pedido de cassação; outras, são outros parlamentares que conseguiram burlar a Lei da Ficha Limpa e se elegeram para “representar” seus eleitores na Câmara Federal. Ou todos eles teriam cometido os crimes depois de eleitos? Tenho dúvidas!

Com provas de áudio, o senador Delcídio do Amaral (PT/MS), líder da presidente no Senado arquitetou a fuga de Nestor Severó, que cumpre prisão domiciliar, para denunciá-lo como envolvido como beneficiário também no esquema da Lava Jato, quando fora candidato ao Governo em Mato Grosso. O ministro Teori Zavaski, do STF, depois que ouviu as provas de que o líder da presidente Dilma tramava a fuga do delator arrependido da Petrobras, fundamentou sua prisão cautelar pela prática do crime previsto no Artigo 2o Inciso 1o da Lei 12.859/2013. Além dele foram presos juntos um banqueiro, seu chefe de gabinete e seu advogado que está nos Estados Unidos. Todos participaram de uma reunião com um filho de Nestor Serveró, em um hotel. A reunião foi toda gavada. O Congresso Nacional decidiu mantê-lo preso por 59 votos a favor e 13 contrários, depois de um democrático, longo e chato processo de discussão, durante o qual Rui Falcão, presidente do PT, foi chamado de “covarde” pelo senador do Amazonas, Omar Azize, porque divulgou uma nota do partido dizendo que nada do que o senador estava arquitetando teve o envolvimento do PT e não lhe dará apoio. 

A presidente Dilma Rousseff que estava sendo acusada de mandar prender apenas seus adversários políticos, não estava brincando quando disse que mandaria apurar tudo, “doa a quem doer”. E agora, que seu próprio líder está preso na mesma operação lava jato o que seus adversários políticos dirão? Nada, ou talvez criarão outra crítica que se justifique de outra forma. Foi um duro golpe que a presidente Dilma teve que assimilar. Ela, contudo, anunciou que já procura uma pessoa mais íntegra para ser seu novo líder no Senado. Na Câmara Federal, por enquanto, terá que conviver com os 166 deputados que estão sendo processados. Ah, que saudades sinto do eterno presidente da casa, Ulisses Guimarães e de outros políticos sérios, como Pedro Simon, do Rio Grande do Sul, que foram engolidos pelo poder do dinheiro. Uma pena!

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

ESTOU AMARGO...MAS SOU DOCE!


Se me lamberem, sentirão na língua o gosto amargo do meu viver. Jã vivi mais de meio século. Não disponho mais de tempo para gastá-lo com bobagens e futilidades desconstitutivas. O tempo anda sempre rápido demais em linha reta. Nos envelhece. Nos desfavorece. Torna-nos mais frágeis, lentos e com dificuldades. Também não gosto mais de ler tudo o que escrevem em grupos de redes sociais. Não que seja amargo ou melhor os outros. Apenas cansei de tantas escritas cifradas, cortando palavras...Isso me tornou amargo demais para ser digerido sem açúcar! Einstein e outros teóricos do tempo dizem que ele tem buracos negros e que se pode voltar ao passado. Contudo, até hoje ninguém conseguiu nascer com 80 anos, casas aos 50, fazer bobagem ao lado de sua esposa e falecer com zero ano. Diante dessa falta de visão, fico com minha infalível verdade: o tempo a ensina a todos, amadurece alguns, envelhece o mundo e depois nos apodrece indistintamente, sem dó e nem piedade!


Agora, disporei meu tempo para coisas mais úteis: amar mais quem me ama, ver o pôr do sol sem pressa, apreciar belezas as da natureza que estão morrendo aos meus olhos por trás de um óculos 7,5 graus bi bocal, que não veem mais muito bem. Ao longe, em meio ao uma mata primária que restou no Condomínio Mundi e em uma árvore atrás da janela de minha cozinha, inda consigo ouvir o canto dos pássaros que, teimosamente, morrem e se reproduzindo de forma frenética como se fosse uma forma de protesto para repor os seus irmãos que ficam em gaiolas, os que morrem, os que são mortos, os que são contrabandeados, enfim. 

Por que isso ocorre, como se fosse um capricho da natureza? Não sei, mas sei que ! 

Todas as manhãs, ouço seus cantos e acordo com eles. Sorrio com o coração e a alma ao ouvi-los. Não os vejo, mas os sei presentes, ainda voando ainda livres leves, soltos e cantando para alegrar meu amanhecer e meu entardecer. Isso é lindo e quero perder meu tempo assim e não lendo palavras cifradas, recortadas, reduzidas que muitos diplomados criando uma nova forma de linguagem, que talvez nem eles mesmo entendam. Se os vejo voando para um lado e para o outro, sei que o mundo e as pessoas não os aprisionaram em seu todo: ainda existem alguns na natureza para minha alegria e minha tristeza. Sei que mais cedo ou mais tarde, será uma questão de tempo o aprisionamento de todos eles! Isso me apavora e me entristece. Não estou mais no tempo de ser triste. Embora, meus dias sejam quase sempre amargos, como amargo também tem sido o gosto de meu viver, vou vivendo um dia a atrás do outro, “matando um leão por vez”. 

Por dentro, contudo, sinto-me feliz e doce porque me sei ainda vivo. Foi um milagre de DEUS me ter dando onze chances, quando dizem que para o gato só teria dado sete vidas. Quando se atinge mais de meio século de vida, perde-se a paciência para muitas coisas. Mas o tempo amadurece o conhecimento porque ele ensina pelo amor ou pela dor! Para que prender-se a valores que não fazem mais sentido nessa altura da vida? As pessoas perdem a paciência comigo, por ser sincero demais e não deixar nada para depois. Mas não me importo. Isso é são detalhes que o tempo nos impõe: a sinceridade, ja objetividade, a chatice, o valar muito, o relembrar tempos bons e já vividos. O que passou e foi bom, o que custa relembrá-lo? 

Estou na fase da vida pronto para amar mais a quem me ama, respeitar mais quem me respeita, querer mais quem me quer, admirar quem me admira e me amar, antes de tudo. Vivendo assim, mesmo infectado por duas bactérias hospitalares incuráveis, terei mais longevidade do que muitos que não me conhecem e dizem logo que me odeiam por não me conhecerem. 

Não me importo: o mundo é como ele é. Se não posso mudar o mundo, mudarei eu. Estou tentando  e conseguindo, aos poucos!

terça-feira, 24 de novembro de 2015

ADEUS...MEU UIRAPURU!

Crônica extraída de meu livro “CRÔNICAS COMPROMETIDAS COM A TUA VIDA”, lançado em 1989 e segunda edição em 1990, no Estado do Pará.
A crônica foi originalmente publicada originalmente no Jornal “Diário do Amazonas”, foi reescrita para atender ao momento político atual, cheio de vergonhosas composições políticas em nome de um poder!






(para Francisco  Guedes de Queiroz, tribuno e ex-deputado estadual por 26 anos, falecido em 1987, mas nunca esquecido)



Aí está, meu Uirapuru. Acabou. É o fim. O coração, tantas vezes usado em favor do amor e tanto amor que ele conservou ao longo de todos esses anos, te pregou uma peça e parou. Deixou de trabalhar, te levando do nosso meio. Não cantará mais meu Uirapuru e eu me sento à máquina para te dar este até sempre...e ao teu coração imenso que, há vários dias se tinha rebelado contra si, e, como uma frágil flor em um sol forte, ele não resistiu à mania de querer morrer e morreu.

Acabou, meu uirapuru. Deves descansar em paz e não te preocupes com o silêncio do teu canto. A “Tribuna do Povo” não ficará silenciosa e no Tribunal do Júri, onde tantas e tantas vezes sempre surpreendestes até mesmo os teus mais ferrenhos críticos, ninguém mais esquecerá do teu canto. É assim, meu Uirapuru...

Não sei ao certo quem te chamou pela primeira vez de Uirapuru, mas não esqueço as expressões do amigo Arnaldo Carpinteiro Péres elogiando-te a cada vez que terminavas o teu trabalho no Tribunal do Júri. Fostes, és e serás sempre respeitado, admirado e querido. Eras um guerreiro e não fortes derrotadas. A morte é incapaz de matar os verdadeiros homens. Estes resistem ao tempo e são admirados por gerações. Será assim contigo, meu UIrapuru.

Teu canto, ao longo de tua vida, foi escutado nos mais diferentes locais, sempre afinado, sempre justo e não mudavas nem quando subias os degraus do Palácio Rio Negro para, por horas, dias, assumires o Governo do Amazonas. Eras humilde em tudo e, se rancores guardava de alguém, nunca o permitiu que ele se tornasse mesquinho, frio, calculista...É, meu uirapuru, tu eras assim!

Não fui ao teu enterro meu Uirapuru. Prefiro ter-te como vivo e lembrar sempre de tua presença, entrando em todos os locais e cumprimentando a todos como se estivesses em tua casa. Eu prefiro guardar na minha memória o som de tuas palavras sempre com muita firmeza, acreditando na vida e na honestidade dos homens. Não queria ver-te de olhos fechados. Daqui a pouco eu posso estar ao teu lado e também não quero que meus amigos me tenham como morto. Se vivo não posso ser lembrado, morto não quero sê-lo, meu Uirapuru.

Eu espero que teu coração não te tenhas feito sofrer muito e que a tua morte não tenha sido doída. Que tudo tenha sido rápido como eu sempre sonho e desejo para mim. Ah, coração, o que fizestes ao meu Uirapuru; como agora poderei ouvir o seu canto em forma de palavras? Como ficará a “Tribuna do Povo”? 

Creio ter sido teu excesso de trabalho e tua confiança na vida e em si mesmo que te tenha levado para cantares no Reino de Deus! Terias vergonha de ver no que se transformou o jogo sujo da política de hoje, cheia de artimanhas, negociatas vergonhosas em nome de uma ambição de poder, de mando de comando, mesmo que não seja o mais correto. Como presidente da ALE do Amazonas, pedistes afastamento do teu cargo para ser apurada uma denúncia, voltastes e, mesmo comprovada a lisura de todo o processo, te recusastes a nomear tua própria filha ao cargo de taquigrafa, deixando para teu vice, Homero de Miranda Leão, o fazê-lo. Ele, José Belo Ferreira, Socorro Dutra, Waldir Barros, Samuel Peixoto, Costa de Aquino e muitos outros, merecem meu total respeito.. Os homens de verdade como tu e outros foram  ao longo de suas vidas exemplar,es desapareceram, infelizmente. Hoje, só restam memórias e nada mais! Eras oposição, mas nunca perdestes a ternura e um bom debate de ideias.

Vá em paz, meu uirapuru, meu amigo, cante seu canto alegre aos homens imortais  e, meu uirapuru, se voltares a pagar de cantar, mesmo que seja onde estás agora, não me deixes saber. Já foi triste demais eu saber que não mais existia entre nós, meu uirapuru do júri, Francisco Guedes de Queiroz!

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

"EU NÃO TENHO QUE PROTELAR NADA"!


Não se falou de outro assunto nas redes sociais e nas emissoras de televisão do Brasil, que não fosse essa declaração atabalhoada, estranha, inconsequente e prepotente do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha: “Eu não tenho que protelar nada! Seria verdade ou mentira, se tudo o que fez foi ao contrário do que disse?

“Eu não vou dar admissibilidade num processo contra mim mesmo. Não posso praticar ato a meu favor nem contra mim. Deleguei. Foi uma coisa bem transparente. Foi normal. Eu não tenho que protelar nada. Tem um processo contra mim no Conselho de Ética ao mesmo tempo

Diante dessa declaração, se precisa dizer mais alguma coisa? Sim, precisa!

Como parlamentar dissimulado, sem credibilidade, moral e que usa de meios lícitos para procrastinar um processo contra si mesmo, tem coragem de declarar que “eu não tenho que protelar nada” e na mesma declaração acrescenta que “eu não vou dar admissibilidade num (sic) processo contra mim mesmo”. Ele seria digno de representar a Câmara dos Deputados e, em linha sucessória, ser o possível presidente da República Federativa do Brasil em um eventual e improvável processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e seu vice Michel Temer?  Eduardo Cunha, conseguiu, no máximo, ter o apoio incondicional do deputado Paulo Pereira da Silva, o “Paulinho da Força” que está sendo investigado também pelo STF por desvios de dinheiro de convênios públicos! Paulinho da Força, sem qualquer moral para representar ninguém na Câmara, anunciou que a representação contra Cunha não tinha seguidos os ritos e que o deputado relator teria tido cerceado seu direito de defesa. Eduardo Cunha, por sua vez, prometeu recorrer até o STF para fazer valer seus direitos. Na representação ao Conselho de Ética, o também deputado federal Waldir Maranhão, vice de Eduardo Cunha, também deve perder o cargo, mas não o mandato porque nada existe contra ele.

O deputado federal Eduardo Cunha, estaria envolvido no Escândalo da Lava Jato e teria depositados 5 milhões de dólares em bancos da Suíça, já confiscado pelo Ministério Público daquele país, aguardando o repatriamento para o Brasil. Mesmo assim, o político continua negando que tenha essas 5 contas ou que seja beneficiário de qualquer valor em contas secretas Na entrevista que deu ao Fantástico, assumiu meia culpa, mas continuou negando. Como os seus argumentos foram sendo derrubados pouco a pouco, sentiu um gosto amargo de uma derrota eminente e decidiu usar de seu poder para negar sala para reunião da Comissão de Ética e depois desautorizou o prosseguimento dos trabalhos na casa.

O Ministro do STF, Marco Aurélio de Melo, analisando a bagunça em que se transformou os trabalhos na Câmara Federal, recomentou que Eduardo Cunha se afastasse da presidência, permitindo a completa apuração de tudo e não interferisse em nada. Isso já aconteceu no Amazonas. O deputado estadual do Amazonas, presidente da ALE, advogado Francisco Guedes de Queiroz (MDB). Em 1985, quando sua filha fora aprovada em 1o lugar no concurso de taquigrafo da casa, o  deputado estadual José Costa de Aquino (MDB), denunciara possíveis irregularidades no concurso. Francisco Queiroz pediu afastamento do cargo, deixou o vice Homero de Miranda Leão em seu lugar, até o final das apurações. Apurados os indícios apontados por Costa de Aquino e nada sendo constatado, voltou ao cargo, mas decidiu não nomear sua filha ao cargo, cabendo ao seu vice assinar o documento de nomeação. 

Isso é transparência, lisura, desapego ao cargo e, principalmente, compromisso com seus eleitores, mas não é o que estamos vendo agora na Câmara Federal. A representação no Conselho de Ética da Câmara, pedindo a abertura de processo por cobro de decoro parlamentar contra Cunha, foi protocolizada pelo Psol e pela Rede Sustentabilidade, no último dia 13. A Mesa Diretora da Câmara usou de manobras legais e regimentais e cancelou todos os trabalhos das Comissões na Câmara. Depois, voltou atrás porque percebeu o mal estar que criou na casa, com deputados que lhe apoiavam virando de costas à mesa dos trabalhos e se deixando o plenário. 

Estranhamente o deputado Paulo Pereira da Silva, investigado pelo STF por corrupção, pertence ao mais novo partido político do Brasil, que promete ser diferente em sua composição e com propostas de plano de trabalho ousadas para enfrentar a crise atual pela qual passa o Brasil, está do lado do também investigado pelo STF e, agora, pela comissão de ética da Câmara, Eduardo Cunha.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

TRAGÉDIA DE MARIANA JÁ OCORREU NO AMAZONAS!



Era um novembro de uma noite qualquer da década de 80. As comunicações entre a Mina do Pitinga, a 280 Km de Manaus explorada pela Mineração Taboca S/A, pertencente ao grupo Paranapanema, ainda se davam via rádio.  De manhã, ao chegar para trabalhar, estava em cima de minha mesa uma comunicação inesperada: as barragens de decantação de minério de cassiterita do Pitinga se romperam. Na sexta-feira anterior ao fato, uma forte à chuva de dois dias seguidos caíra sobre a cidade, ultrapassando a cota de 10 anos de estudos geológicos para se construir barragens com certa folga. Todos os jovens com menos de 23/30 anos, talvez desconheçam esse fato, porque nenhum ainda era nascido e os de até 30 anos, tinham apenas 10 anos na época. Eu vivi isso!


Como assessor de comunicação e marketing da empresa, solicitei um avião e segui  para ver a situação da perto e, visualmente, observei que havia sido um estrago grande, mas sem perda de vidas, vilas e isso considerei positivo. No máximo, poderia haver algum problema com os índios Atroaris/Waimiris, porque viviam de c e caça e pesca na reserva preservada Rio Alalaú. O Igarapé Madeira se ligava com o Rio Alalaú – que divide os estados do Amazonas e Roraima. Mas os rejeitos de minérios não o alcançaram porque a empresa agiu rápido na contenção. A Escola da vila do Pitinga Engenheiro José Galvão Fraga, continuava funcionando normalmente e recebendo alunos de funcionários que residiam 15 dias nas vilas de casas Pitinga e Jacutinga. Nada foi afetado na Mina. O Igarapé Madeira ficava em uma área baixa e as construções eram em uma área alta. Se alguém ficou sabendo do ocorrido, foram poucas pessoas do nível de staff como eram chamados todos os que possuíam nível superior na empresa. O nome da Escola foi em homenagem a um engenheiro que falecera de ataque cardíaco se deslocando de carro para Manaus pela estrada Manaus/Boa Vista, antes de barro e perigosa e hoje asfaltada durante o Governo de Amazonino Mendes, mas sem acostamento e ainda muito perigosa.

Sobrevoei a área das barragens rompidas, desci na pista de cascalho e laterítico do acampamento madeira, na Mina do Pitinga e me reuni com os geólogos da Mina, tendo à frente o Waltair Prata Carvalho. Depois de ouvir as explicações técnicas dos profissionais da área, retornei para o escritório da empresa na Avenida Ponta Grossa, no bairro Colônia Oliveira Machado. Trabalhava meio expediente na empresa e à tarde, exercia a função de Editor Geral do Diário do Amazonas. Sai da mina convencido de que seria só mais um problema a ser enfrentado e resolvido. No dia seguinte, a primeira matéria em um jornal da cidade fora publicada com certo estardalhaço. Li, avaliei e decidi que não deveria ser respondida. No outro dia, mais outra matéria e um telefonema de um assessor do Jornal que publicara a matéria com foto colorida na primeira página, dizendo que se a empresa não fizesse uma publicidade explicando o ocorrido, continuaria publicando matérias e especulando fatos. Decidi que enfrentaria o problema e orientei a empresa não pagar nenhuma matéria em nenhum jornal da cidade e fiquei sendo informado via rádio de tudo o que acontecia nas barragens. 

A TV Manchete esteve na Mina do Pitinga para fazer reportagem, previamente autorizada pelo Samuel Hanam e Otávio Lacombe, quando o geólogo Waltair Prata Carvalho explicou em rede nacional os motivos do ocorrido, bem como os impactos gerados, tranquilizando a população. “Chovera dois (2) dias seguidos, continuamente, o que aumentou a vazão de todos os igarapés, que tiveram seus níveis de água elevados, provocando a flutuação de muitos troncos de árvores, que haviam nas margens das represas ou lagoas de operação, que acabaram indo parar nos vertedouros das barragens, obstruindo(reduzindo) suas capacidades de drenagem, elevando ainda mais o nível de água, que passou sobre o maciço da primeira barragem, erodindo-a em sua saia de jusante, provocando a liberação da água com lama, que foi estourando mais outras quatro barragens abaixo, no mesmo igarapé Madeira. Em uma semana retomamos a operação nestas áreas, já com todas as barragens recuperadas, e com sistema preventivo e ante obstrução por troncos, nos vertedouros.” explicou o geólogo.

De novo, outro telefonema ameaçando que se a empresa não publicasse matéria paga, o jornal diria que os restos de minério do Rio Pitinga poderiam comprometer o abastecimento de água do Rio Negro, em Manaus. Voltei à mina e reavaliei toda a extensão do Rio Pitinga, no recém-criado município de Presidente Figueiredo, resultado do desmembrando parte de Rio Preto da Eva e parte de Novo Ayrão, onde estão localizadas as maiores ilhas fluviais do mundo, as Anavilhanas. Observei que não haveria nenhuma possibilidade de alcançar a tomada de água na Ponta do Ismael, em Manaus, mas o alarde seria grande se o jornal publicasse essa informação. Decidi fazer uma nota explicativa sobre a queda das barragens e enviei ao jornal. Não foi publicada porque cobrariam pela publicação. Informado, fui contra, mas publiquei nos outros da época em Manaus: Diário do Amazonas, A Notícia e no Jornal do Comércio.

E por que estou escrevendo sobre isso, anos depois? Porque acompanho as questões da queda de barragem em Mariana, MG, causando vítimas fatais, destruição de casas e a morte de toda a vida de peixes ao longo da extensão do Rio Doce, que nasce em MG e termina em Santa Catarina. E também porque desejo revelar como  funcionavam os jornais do passado em Manaus: sempre havia um dono e, ao seu lado, um assessor que falava em seu nome de seu dono para pedir dinheiro às empresas com problemas. Durante os mais de 4 anos em que fui assessor de comunicação e marketing da Mineração Taboca S/A, trabalhando diretamente com os empresários Octávio Lacombe (in memorian) e José Carlos Araújo,  (in memórian), - chamado entre os funcionários de “Zé Milionário”, porque nunca era visto - orientava aos assessorados a não aceitarem esse tipo de “chantagem” indireta, em momento de dificuldades! Com o falecimento de seus fundadores, a empresa Mineração Taboca S/A foi vendida à Previ do Banco do Brasil. Há muitos anos só guardo no coração e na memória lembranças e saudades das vezes em que visitei as áreas do Pitinga e Jacutinga! 

terça-feira, 17 de novembro de 2015

LABORIUM VITA (À poetisa Aldeiza Maria, de Mossoró/RN e ao escritor Rogel Samuel (RJ) e ao pintor Moacir Andrade(Am)


Se tivesse comparecido ao Cemitério São João Batista para conversar com meus mortos, teria sido recebido com a frase “Laborium Vita”, escrita no alto de seu portão de ferro. Como pela primeira deixei de comparecer com minha esposa Yara Queiroz, para rezar pela minha sogra Maria Luíza de Souza Queiroz, sepultada ao lado de seu esposo o advogado Francisco Guedes de Queiroz e, por 26 anos consecutivo, deputado estadual pelo Movimento Democrático Brasileiro – MDB, na época do bi partidarismo, porque não me sentia bem e fiquei.

Em casa, deitado na cama, pensava em tudo o que via e vivia ao adentrar pelo portão principal do Cemitério, local de descanso eterno para todas as almas.

Lembrei do dia que encontrei o pintor Moacir visitando o cemitério:
- Moacir? Perguntei!
Como estava há mais de 15  anos sem vê-lo, me espantei com sua magreza. Depois que me reconheceu, perguntei:
-O que fazes por aqui, como se já não soubesse a resposta. Mas o provoquei e ele respondeu abrindo seus braços, como costuma fazer. Ele não iria me abraçar, mas apenas é um hábito do meu amigo
- Maninho, tantos amigos meus já morreram e como não sei onde estão sepultados, sempre venho ao cemitério para rezar por todos eles. Eles sabem que eu vim e tenho consciência e certeza que compareci e rezei por todos, mesmo sem ir à sepultura de nenhum deles!

Espero e tenho certeza que o Moacir Andrade não será mais uma personagem do escritor Rogel Samuel. Em seu romance “TEATRO AMAZONAS”, com toda razão, garante que muitos vultos históricos do passado estão sendo esquecidos no presente e alguns, sequer são mencionados em livros de História do Amazonas. Confirmei! O escritor tem toda razão, mas não será o caso do pintor Moacir Andrade, felizmente. Ele está vivo e vendo o quanto é querido por todos e suas pinturas amazônicas são referenciadas no mundo. Há muitos anos, era um professor de pintura na Escola Técnica Federal do Amazonas, largou tudo,  viajou e expôs  no Japão e vendeu todos seus quadros. Dizem que ele esqueceu de voltar e começou a fazer miniatura de suas pinturas e vendê-las no meio da rua para adquirir a passagem de volta, porque tinha perdido a que lhe dera o Japão.

Outra vez, anos quando ainda exercia o jornalismo em A NOTÍCIA, o encontrei na sala de espera do reitor da Fundação Universidade do Amazonas, Octávio Hamilton Botelho Mourão (in memorian). Ele pediu que  intercedesse a seu favor, pediu para me candidatar à presidência da Associação de Ufologia do Amazonas e justificou “o Danilo Du Silvan  (in memorian) não entende nada de ufologia, fundou e é o seu presidente até hoje e você é a pessoa certa para tirá-lo do poder. Não aceitei a ideia porque era amigo do escritor Danilo Du Silvan. Depois, sempre me chamando de maninho, pediu que pedisse ao reitor da Ufam uma passagem para Fortaleza. Consegui a passagem e, dias depois, reencontrei Moacir Andrade na ante sala do reitor e perguntei: “como foi sua viagem à Fortaleza”. Espantado, me perguntou: “Fortaleza, o que eu faria fazer em Fortaleza?”. Lembrei-lhe e ele respondeu: “não é que eu esqueci, maninho!”. Comecei a rir, descendo as escadas que levavam ao gabinete do reitor.

A única certeza da vida é que a morte é certa. Todos morrerão, mais cedo ou mais tarde. Com medicamentos, podemos adiá-la por um tempo, mas a morte será certa. Como não compareci ao cemitério, mentalmente caminhei pelos corredores arborizados do local, ouvi mentalmente o canto dos pássaros e, na cama onde eu permanecia descansando, continuei pensando no intrigante, crítico e verdadeiro livro do escritor amazonense, radicado há muitos anos no Rio de Janeiro e nas palavras que descrevera os bastidores, a corrupção e os desmandos políticos que viveram as figuras políticas do governador Fileto Pires Ferreira, então secretário de obras de Eduardo Ribeiro e um de seus maiores expoentes. Lembrei da citação de trechos da importância estratégica do General Thaumaturgo Azevedo, dos espelhos desaparecidos do Teatro Amazonas e doados ao Atlético Rio Negro Clube, da possível esquizofrenia do Governador Eduardo Ribeiro, de sua possível amante, enfim, fui pensando em tudo isso! Enfim, conclui que Rogel Samuel está correto.

Há mesmo muitos nomes históricos esquecidos ou ignorados na história do Amazonas! Em todo local que corre muito dinheiro e muito poder, há sempre corrupção meio político. No Amazonas, na época da borracha, não foi diferente! Hoje, talvez por falta de nomes melhores, existem o bairro Braga Mendes, junção dos nomes de Eduardo Braga, prefeito e Amazonino Mendes, governador. Para conseguirem permanecer na área invadida, homenagearam de uma vez só o prefeito de Manaus e o governador do Amazonas. Quem foi Braga Mendes na história política do Amazonas? Duas pessoas diferentes! 

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

MEDO DE TUDO

Enrolado em uma toalha, nosso filho deixou a sala de banho, dizendo “não vou tomá-lo aqui porque está cheio de bichos” e se dirigiu a outro banheiro. Decidiu que também não tomaria banho, porque também tinha muitos bichos voando. No dia seguinte, entrei no banheiro e vi que os “bichos” descritos pelo nosso filho, não passaram de cupim que de asa que sempre aparecem e se proliferam rápido depois de uma chuva. No dia anterior e na hora que nosso filho se dirigiu ao banheiro, chovia muito.

Do dia seguinte, ao ver “os bichos”, mortos na parede, imediatamente comecei a rir sozinho na sala de banho e lembrei como o Carlos Costa Filho tinha medo de muitas coisas quando era pequeno: de borboleta, de folhas etc. Tudo para ele era “bicho, pai”.

Com pouco mais de um ano de idade, decidimos levá-lo pela primeira vez para cortar seus lindos cachos que lhe alcançavam a altura dos ombros. Tivemos o cuidado de explicar-lhe que o cabelo cortado lhe cairia nas costas, mas que não deveria se assustar porque eram apenas seus cachos sendo cortados. Ele repetia sempre: “não tem bicho lá, não, né, pai”. “Não, meu filho, não existirá e eu, sua mãe e a ”Mira”, vamos acompanhar-lhe” .

Carlos Filho parecia um anjo: todo cheio de cachinhos e com sorriso que lhe não saia do rosto, do acordar ao dormir. Tudo era motivo para risos! 

Todo confiante e cheio de si, seguiu feliz ao barbeiro. Foi colocado em uma cadeira que imitava um carro Ferrari de fórmula 1. Ele Sempre gostava de assistir corrida de fórmula 1, deitado em meu obro. Era uma cena linda: ele deitado em meu braço e assistindo corrida pela televisão na época de Aírton Senna como piloto. Carlos Filho não entendia muito de corrida  e eu lhe explicava, sempre que me perguntava.

Contudo, quando começou a cortar seu cabelo, gritava a cada vez que o cabelo lhe  caía em seu ombro e, olhando para mim e para a mãe e para a Mira, gritava “bicho, pai, bicho mãe., “Mia!”, como se estivesse pedindo socorro. Sua babá Miraceli Ferreira, a sua “Mia”, dos primeiros anos tirou-lhe do carro e o agraçou, parando o choro. Nos olhávamos um para o outro, apenas.

A sua babá “Mia”, ou a mãe 2 como era conhecida nos consultórios pediátricos porque a mãe biológica nem sempre podia fazer presente, que não saía de perto dele, vendo que nada faríamos e percebendo  o desespero do Carlos Costa Filho dentro do carrinho, retirou-o sem pedir permissão para que ele parasse de chorar. Estava com pena por vê-lo e gritar  a cada vez que algum dos seus cachos cortados lhe caia sobre os ombros. Retirado, parou de chorar e a “Mia” conversou muito com ele para convencê-lo a voltar ao lugar de onde fora retirado.

Também tinha medo de folhas, que dizia serem  borboletas. 
Carlos Costa Filho, também tinha pavor de borboletas! 

Só não tinha medo de levar seu dedinho rumo à tomada de energia, olhando para sua “Mia” e dizendo “não pode, né Mia, neném pega choque”. Como continuava levando o dedo rumo à tomada, Miracelli dava uma palmada na mão dele e dizia que não podia. Mas nosso filho era reimoso. A cachorra  pastora alemã “Madona” era mansa, dócil e não fazia mal nem a uma mosca, mas pulava e pegava passarinho que voava baixo no quintal de nossa casa. O Carlos Costa Filho não tinha medo de abir sua boca e enviar a cabeça dentro dela. 

A “Mia”, corria desesperada para socorrê-lo!




sábado, 14 de novembro de 2015

TERROR DO ESTADO ISLÂMICO!


Chorar, lamentar e rezar sobre o sangue derramado de pessoas inocentes, no atentado cometido pelos terroristas do Estado Islâmico, na França, é o máximo que se pode fazer agora. Nada além disso. Nem mesmo saber quantos morreram, porque morreram, como agiram porque tudo isso só será importante para as investigações do atentado terrorista.

O certo é que os terroristas decapitadores de cabeça no deserto estão conseguindo desmoralizar as potências bélicas mundiais porque cobram com sangue de inocentes, o preço pela morte de terroristas sanguinários.

O terrorista morto era o que sempre que cortava a cabeça de alguém, proferia discursos e desafiava o poderio dos Estados Unidos.

Em represália à morte pelos americanos que usaram um drone para disparar torpedos e destruir seu automóvel de um dos mais cruéis decapitadores de cabeça no deserto, sempre usando capuz para não ser identificado, foi cobrada  em dobro com o cruel atentado que matou mais de 100 pessoas que se divertiam na casa de show “Bataclan”, foram metralhados sem dó nem piedade pelo poder do terrorismo. 

O mundo se está voltando a um estado de barbárie sem precedentes. Os terroristas do autoproclamado Estado Islâmico, mais perigoso do que os  da Al-Quaeda, a quem são atribuídos diversos atentados a alvos civis e militares na África, no Oriente Médio, na América do Norte, deseja implantar um Califado na Síria. Os terroristas da Al-Queda (A Celula), tiveram como fundador e financiador e representante, Osama Bim Ladem, assassinado pelos americanos, depois de desafiá-lo diversas vezes.  A Al-Quaeda, se notabilizou quando derrubou as torres gêmeas em Nova York, no dia 11 de setembro de 2001.

Depois do assassinato de Osama Bin Ladem, Ayman al Zawarin ainda liderou atentados na França contra a redação do jornal francês Charlie Habdoo, matando todos seus principais chargistas. Agora, surge e de novo se volta contra os Estados Unidos, o Estado Islâmico que decidiu vingar a morte de uma das pessoas que nem era um de seus líderes mais importantes. Imaginem se fosse, como não teria sido?

Até onde isso vai? Não sei! 

A única coisa que sei é que o Estado Islâmico está desmoralizando todas as potências bélicas mundiais, inclusive o poderio dos Estados Unidos, embora não seja uma guerra declarada, mas uma guerrilha, apenas e, guerrilha, o poderio militar americano não tem qualquer experiência, porque já foi derrotado no Vietinã!

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

"COMO UMA ONDA" OU "PODRES PODERES"


Mesmo que acordos de bastidores políticos livrem-no da cassação, o deputado Federal Eduardo Cunha não terá mais credibilidade para permanecer comandando a Câmara Federal. Acordos nos bastidores da política, a descaracterizam-na na essência do que venha a ser política  voltada aos interesses colativos da sociedade. Nem tudo o que parece, o é de verdade. Surpreendem aos menos acostumados em analisá-los. Esses possíveis acordos podem ou não envolver o impeachment da presidente Dilma Rousseff e seu vice, Michel Temer e até de Eduardo Cunha, do PMDB. Mesmo se ninguém venha a ser punido ou cassado, a presidente da República e o presidente da Câmara, sofrerão pressões, desgastando-os pouco a pouco. Dilma, a “Coração Valente”, não renunciará. Eduardo Cunha também não e tudo poderá se transformar em uma grande pizza! O tempo dirá, mas espero estar errado com relação ao presidente da Câmara. A presidente Dilma Rousseff tem como superar as dificuldades atuais, mudando os rumos e corrigindo a rota de voo, antes em “céu de brigadeiro” e agora, em tempestade de raios e trovões, transformando tudo em "podres poderes"!

Mesmo que nada ocorra, o Brasil, pós tempestade de denúncias de corrupção, não será o mesmo. Estará sofrendo com o pessimismo econômico, a falta de ética, da irresponsável defesa do indefensável, enfim. Contudo, o mesmo Brasil que sofre está mostrando novas possibilidades e iniciativas de negócios, com investimentos de pessoas que perderam seus empregos e decidiram seguir carreira solo em seus próprios negócios. Depois que essa onda passar, inclusive a política que não se desenrola e fica cada vez mais enrolada com os conchavos políticos, nem sempre confessáveis, o Brasil será do “jeito que já foi um dia”, como diz a música de Lulu Santos. 

O “Zem-Surfismo”, da canção gravada em 1983, composta em parceria com o escritor e jornalista Nélson Mota, incluída no álbum “Ritmo do Momento”, usada na trilha sonora do filme “Garota Dourada”, do cineastra Antônio Calmon, não poderia ser melhor para definir o Brasil de agora, do momento. No momento, está passando por uma onda de pessimismo econômico, político, moral e ético, causando frustração nos eleitores. Mesmo assim, a última PINAD divulgada mostrou que aumentou o número de pessoas alfabetizadas, se contrapondo ao aumento do número de pedintes infantis. Resta saber se houve aumento também na qualidade do ensino. Mas como escreveu o filosófico Eráclito de Éfeso - “ninguém entra em um mesmo Rio uma segunda vez, assim como as águas já serão outras”,  espero que os futuros novos servidores públicos nomeados pela presidente Dilma Rousseff ou por outros presidentes que virão depois dela, sejam menos corruptos. A Lava Jato da Petrobras mostra que, quando mais investigam e se aprofundam, mais óleo cru e podre escorre, decepcionando eleitores e criando uma massa de manobra de fora para dentro com o propósito de defender o impeachment contra a presidente da República.

Como as águas, a política está sempre em movimento, com um dinamismo e  velocidade que muitas vezes surpreendem aos menos cautelosos e apressados em suas análises. Porém, depois da punição ou não dos culpados excluídos os inocentes, tudo será diferente, para melhor ou para pior, dependendo do que acontecerá com o relator indicado para conduzir o processo de cassação de mandato por quebra de decoro parlamentar do deputado federal Eduardo Cunha. O parlamentar continua negando a existência de contas no exterior, justificando o que está caindo por terra. Também nega que seria diretamente o beneficiário dos 5 milhões de dólares nelas depositados e já bloqueados pela justiça da Suíça. Muitos mistérios existem nos bastidores da política e eles ainda estão por ser revelados nos próximos capítulos da novela de podridão da política brasileira, envolvendo pessoas que estavam acima de qualquer suspeita, que se escondiam por trás de seus mandatos eletivos para comandarem quadrilhas que empreiteiras, empresários, doleiros e deputados e ex-deputados federais, que estão sendo condenados pelo rigoroso juiz Sérgio Moro, na Justiça Federal do Paraná. Começo a sentir cheiro de pizza e gosto de coca cola nesse amaranhado de teias de acordos e desacordos, feitos e desfeitos nos bastidores dos podres poderes, como já escreveu e cantou Caetano Veloso.

O relator do processo contra o deputado Eduardo Cunha, é o deputado do PRB de São Paulo, Fausto Pinto, de 38 anos, formado em direito. Ele já se declarou independente e garantiu estar preparado para “pressão” que receberá de todos os lados e partidos e para os acordos de bastidores. Ele foi escolhido em uma lista tríplice para conduzir o que será o mais rumoroso caso de cassação na Câmara Federal, em tempos democráticos mais recentes. Nunca antes na história desse país, como costumava dizer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um presidente de Câmara teve seu mandato cassado no exercício da presidência. Será uma vergonha para Eduardo Cunha se ele for cassado ou vergonha para o Brasil e os eleitores brasileiros se ele não for cassado. 

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

CORRUPÇÃO E NEPOTISMO EM IRANDUBA


Mais do que uma simples operação de combate a desvio e corrupção, o Ministério Público do Amazonas, também descobriu que o prefeito de Iranduba, Xinsik Silva Medeiros, também praticava crime de nepotismo, nomeando a irmã para comandar o Fundo Municipal de Saúde. Ela também teve a prisão decretada na mesma operação comandada para apurar desvio de verbas públicas estimadas em 56 milhões de reais. Foram decretadas prisões temporárias do prefeito, do Secretário de Finanças do município e do presidente da Comissão Permanente de Licitação e da  tesoureira do Fundo Municipal de Saúde, coincidentemente irmã do prefeito. Mesmo sem ser cassado, a Câmara Municipal imediatamente empossou a vice-prefeita Madalena de Jesus (PSDB), mais conhecida como “Madá do Cacau Pirêra”, para comandar os destinos da cidade.

Até março de 2006, na condição de presidente não remunerado da Comissão Estadual de Emprego no Amazonas, por dois mandatos, viajei aos municípios do Estado, cumprindo a orientação do Fundo de Amparo ao Trabalhador e tentando criar, implantar e fazer funcionar Comissões Municipais de Emprego. Recebido oficialmente pelos prefeitos, percebia pelas perguntas que faziam que havia nepotismo em diversos municípios do Estado que visitei.. 

-Para que tantas Comissões? Posso nomear os mesmos membros das  comissões que já existem? Quem são os atuais membros? São meus parentes, correligionários e amigos de confiança e em quem posso confiar também! Ah, sei...! Depois, vinha a pergunta fatal: se eu criar essa nova comissão, nomeando membros novos, vem mais dinheiro para o município? Como para todas as perguntas, respondia “não”, os encontros se encerravam com a resposta “então, não tenho interesse e não entendo para que tantas Comissões. Não tenho gente suficientemente confiável no município para nomeá-las”. Deixava os gabinetes, frustrado e pensando “para que nomear as mesmas pessoas e perguntar se o município receberia mais recursos se fosse criada mais uma comissão?. Sem resposta, tinha quase a certeza que existiria algo errado. A suspeita que tive na época, foi confirmada com a prisão da Tesoureira do Fundo Municipal de Saúde, que deve também deve compor outras comissões municipais, por ser de “confiança”.

A prisão da irmã do prefeito de Iranduba confirmou a “confiança” que eu desconfiava existir: tudo ficaria mais fácil para o comando da corrupção! Contudo, não sei se o possível nepotismo em Iranduba merecerá atenção do Ministério Público do Estado para futuros desdobramentos investigativos. Se não for, será lamentável porque estamos diante de um possível caminho curto para descobrir outros desvios de verbas públicas. Deveria ser apurada essa suspeita que, se for comprovada, na maioria dos municípios pode estar ocorrendo o mesmo processo de “confiança” exagerada de prefeitos corruptos em seus parentes e correligionários de campanha!

Mais 15 pessoas incluindo funcionários públicos e empresários do município, tiveram a condução coercitiva decretada e foram obrigadas a prestar depoimentos. Foram cumpridas as prisões do Secretário de Finanças, da tesoureira do Fundo Municipal de Saúde, do presidente da Comissão Permanente de Licitação e do Secretário Municipal de Infraestrutura do município que fica a 27 km de Manaus, o maior produtor oleiro do Estado, ligado pela Ponte Rio Negro. O prefeito se apresentou depois ao Ministério Público e foi recolhido ao mesmo quartel onde ainda está o ex-prefeito de Coari, Adail Pinheiro, cassado e sem imunidade de um prefeito no exercício da função. 

Fábio Monteiro, procurador-geral do Ministério Público disse que a investigação começou a 3 meses, a partir de denúncias de empresários do município que não aguentavam mais a corrupção no município. Em cruzamento de dados com o Tribunal de Contas do Estado e o Tribunal de Contas da União, foram comprovadas irregularidades em contratos e outras verbas recebidas e desviadas do Governo Federal.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

"NOITE ITALIANA" NO AMAZONAS GOLF RESORT

Seguimos pela rodovia AM-010 (Manaus/Itacoatiara), rumo a Zona Rural do Município de Rio Preto da Eva, no sábado dia 07/11. Eu, Yara Queiroz e Carlos Costa Filho, comparecemos para prestigiar o show “Noite Italiana”, da psicóloga e cantora Bela Queiroz. Chegamos pouco depois das 14 horas, retiramos a bagagem do veículo e a transportamos em um carrinho a porta pelo lado de fora do Amazonas Golf Resort e seguimos rumo à recepção. Depois de recepcionados, descemos pelo elevador e fui fazendo minhas observações. À porta li uma placa indicando com letras tudo o que seria encontrado em termos de lazer no local. Contudo, dentro do elevador, só existiam números e nenhuma informação com letras. Descemos ao andar menos 1.  Ocupamos o apartamento 101, também sem qualquer tipo de informação mínima aos hóspedes e nem cardápios ou número de interfones para chamar a recepção, restaurante ou outro apartamento. Enquanto rumávamos sozinhos, o casal Índio do Brasil D`Urso Jacob e Gilmara Souza, descia as escadas aos fundos do elevador panorâmico, para conhecer a piscina e nos convidou. “Estamos chegando agora”, respondeu Yara Queiroz. Tivemos dificuldades para abrir a porta magnética do apartamento, no sábado. No domingo, quando retornamos da piscina -eu, para tomar remédios e meu filho para descansar -,e não conseguimos abrir a porta. As pilhas foram trocados pela manutenção e tomei o remédio com 13 minutos de atraso. A vista da piscina da varanda de todos os apartamentos,  construídos com vista para ele, é muito bonita. 

Na “Noite Italiana”, casais convidados ocuparam uma grande mesa no restaurante para prestigiar a apresentação. Estavam presentes, eu/Yara Queiroz; Alciberto/Yana Jacob, ele médico; ela, advogada. Gílson, funcionário público do TCE; Sônia Perfeito, advogada e funcionária do Tribunal de Justiça; o casal Índio do Brasil/Gilmara Souza, ele, advogado; ela, professora de educação física; Marilda Jacob, viúva do premiado escritor e desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas, Paulo Jacob e várias outras pessoas. Em outra mesa, estavam o namorado da cantora, Leandro Pacheco, sua mãe, Raquel e Carlos Costa Filho. Outros convidados, se sentaram em outras mesas. A cantora Bela Queiroz, ao interpretar a música folclórica italiana “Nel Blu Dipinto Di Blu” (Volare), gravada por Domenico Modugno, mais conhecido com “Cantare”, em 1958, recebeu coro de vozes. Depois, ao interpretar a música “Dio Comi Ti Amo” de Gigliola Cinqueti, encerrando o show, foi muito aplaudida. No domingo pela manhã, eu e meu filho, fomos fazer um passeio pela trilha rumo ao campo de Golfe do Hotel. Yara Queiroz, não nos acompanhou. Devidamente aquecidos com orientação de recreadores, crianças seguiram por uma trilha mais curta e os adultos entraram na floresta quente e úmida, com raízes de árvores expostas, rumo ao Campo de Golf. Andando com cuidado, ouvia um canto de pássaro. Perguntava se a guia que nos acompanhava conseguiria identificá-lo só pelo seu canto. “Não entendo muito de pássaros, embora minha mãe tenha um sítio no município”, foi a resposta. Continuamos andando. Escorregando de vez em quando e sendo amparado pelo meu filho, puxando-me pela mão em alguns momentos e segurando-me pela cintura quando escorregava, seguimos em frente. Depois de uma subida, a trilha prosseguiu com uma descida. Como eu a aproveitei meu filho disse,“pai, o senhor está muito rápido. Vá mais devagar”. Diminuí os passos, mas  um galho cortou superficialmente a pele do meu pé, pouco acima do tênis.


Na volta, fizemos um outro caminho mais curto. Passamos por casas construídas dentro da propriedade. Ouvi e vi galos e galinhas cantando, soltas no quintal. Em  uma outra casa de alvenaria, observei um poleiro construído para as galinhas e galos descansarem e dormirem, no quintal. Chegando ao hotel, pedi para fazer curativo no pé. Ofereceram-me, mertiolate, mercúrio e iodo. “Só temos isso”. Talvez por essa razão, Yara Queiroz, decidiu socorrer Leandro Pacheco, levando-o ao município de Rio Preto da Eva, 18 km depois, para ser medicado. Ele passara parte da noite ruim, vomitou muito que passou mal depois do jantar, levando-o até a sede do município. No dia 8 de janeiro, depois do almoço, deixamos o Hotel e voltamos para Manaus direto no apartamento no Mundi Resort, com a sensação e certeza de que se houvesse mais informações aos hóspedes, o passeio teria sido melhor! Mas são  problemas que podem ser resolvidos sem dificuldade, porque a falta de informação dentro dos apartamentos, inclusive sobre como manter o cartão da porta sem desmagnetizá-lo, informação sobre os canais para se assistir filmes e outros problemas de comunicação interna, tudo teria sido perfeito, mas não foi!

terça-feira, 10 de novembro de 2015

DUAS MULHERES (Á YARA QUEIROZ, MINHA ESPOSA, PELO SEU ANIVERSÁRIO, HOJE)





Tenho duas mulheres 
vivendo dentro de uma só:
uma que dorme e outra que acorda!

Dormindo tranquila ou agitada, 
observo-a em seu sono com amor e a querendo sempre mais.
A que dorme, é angelical,
a que acorda, é feroz!
(uma leoa na defesa dos filhos!)

A que fica acordada foi chamada de 
''MEU NOME É SEXTA-FEIRA,” 
na poesia de Pojucan Bacelar

A que dorme ou fica acordada 
foi descrita por mim de várias formas!

Desejo unir minhas duas mulheres em uma só
(não consigo, mas continuarei tentando)

Aprenderei a viver, 
conviver e aceitar as duas mulheres da minha vida, 
amando como elas são,
(cada uma a seu tempo!) 
porque as duas em uma só:
minha esposa há 18 anos! 

sábado, 7 de novembro de 2015

QUERO ME ESQUECER!


Quero e tento me esquecer,
mais do que o já que esqueço dos fatos recentes.
Por quê não consigo?
Nasci para escrever, 
fazer amigos,
amar e sofrer!
Se  tenho que humilde de aprendiz, 
o que posso fazer?
Nada!
Apenas continuarei fazendo o que faço,
se bem ou mal, o tempo e a história registrarão!



quinta-feira, 5 de novembro de 2015

SETOR PESQUEIRO DO AMAZONAS REGREDIU!


O setor pesqueiro no Amazonas regrediu nos últimos 33 anos com conversas inúteis, desculpas infundas e irresponsabilidades políticas da Prefeitura e do Governo do Estado. Não se pode justificar crise econômica para essa regressão vergonhosa com relação ao Frigorifico de Manaus. Os diversos Governos Estaduais e Municipais, se tivessem dado continuidade ao projeto iniciado há 33 anos passados sem promessas não cumpridas e verdadeiramente com ações concretas, ele já estaria pronto e funcionando. O único governo que se preocupou com o problema dos armadores de pesca, como se definem, foi o de José Lindoso, filho de Manicoré, que faleceu em 1983. Depois dele, nenhum outro deu importância ao assunto tão grave. Também é vergonhosa e grave a realidade precária do Porto de Barcos Regionais de Manaus que há muito tempo já deveria ter sido transferido para um local mais apropriado, que não sofresse a influência da seca e das cheias e oferecesse mais conforto, segurança e tranquilidade aos embarcadiços que navegam dias e noites pelos Rios, igarapés e lagos do Amazonas, até alcançarem seus destinos. A mudança de local, aliviaria o fluxo de caminhões de cargas e descargas, táxis, táxis lotação, carros de fretamento e outros na área na Rua Lourenço Braga, ou Manaus Moderna, no centro de Manaus.
Em princípio, a obra seria de responsabilidade da Prefeitura Municipal de Manaus porque todo o capturado é para atender à população da cidade de Manaus, mas poderia ser compartilhada pelo Governo do Estado. Contudo, nem a Prefeitura de Manaus, muito menos o Governo do Estado enfrentam o problema que cada dia se agrava mais e ficam usando desculpas que não convencem a ninguém para justificar seus descasos e nada resolvem. Enquanto isso, a população de Manaus compra peixe caro nas bancas de feiras porque os atravessadores recebem a maior parte, mais até do que os donos de barcos de pesca e, principalmente, dos pescadores que trabalham nos lagos abastecendo os motores com frigoríficos improvisados, feitos de madeira e cheio de gelos quebrados. As primeiras camadas de peixe congeladas, quase sempre ficam imprestáveis depois de 30 dias com o motor parado no lago. Estava iniciando minha profissão de jornalista em A NOTÍCIA, em 1982, quando comecei a receber, ler e pedir destaque para tudo que dissesse respeito à Construção do Terminal Pesqueiro de Manaus. Entendia que o Amazonas seria beneficiado. O Governo do Estado, era exercido, na época, pelo governador José Lindoso. A verba vinha a fundo perdido do Banco Mundial. O presidente da Colônia dos Pescadores Z-12 de Manaus era Alfredo Jacaúna. O presidente da Federação dos Pescadores não sei quem era na época, mas acho que já fosse o hoje deputado estadual Walzenir Falcão. Não tenho certeza dessa informação e não consegui confirmar.
Meu pai, Paulo Costa e meu tio, Armando Costa, alugavam motores de pesca pequenos. Quando retornavam para Manaus, depois de dias nos lagos, navegavam tranquilamente pelas águas límpidas e transparentes do Igarapé do 40, passando pelos bairros do Educandos, Santa Luzia e Morro da Liberdade e atracavam embaixo de uma árvore, no bairro da Betânia.. Caminhavam por uma rua reta de barro. Meu tio Armando Costa, ficava um pouco antes em sua casa e meu pai caminhava um pouco mais até atingir a Avenida Adalberto Vale, dobrar à direita, e entrar em casa, onde morava com a família. Devido isso, passei a ter interesse pelo assunto Terminal Pesqueiro de Manaus. De acordo com o projeto inicial, dentro dele existiria uma fábrica de gelo para abastecer os barcos, armazenaria todos os peixes mais comuns e abundantes na época da safra e seroam comercializados na época do defeso a um preço mais barato.. Via no projeto do Governo José Lindoso, essa possibilidade. Enquanto o terminal que nunca teve uma definição concreta de local seria construído, frigóricos eram alugados para receber, tratar, armazenar e congelar todo o peixe barato adquirido na época da safra de pescado. Tudo era comercializado na época da escassez, em sacolões, em bairros de Manaus, em carretas frigoríficas que o Estado possuía. Mas tudo isso desapareceu e foi sendo dilapidado nos últimos 33 anos de governos que entraram e saíram no Município de Manaus e no Governo do Estado. Chegou a se pensar no antigo abatedouro desativado de Manaus, o Frigomasa, porque já existia frigorífico pronto. Mas tudo parou! De vez em quando se houve falar sobre o assunto quando a produção de peixe é muito grande em Manaus e começam a jogá-lo no lixo! Depois, esquecem!
Nascido no município amazonense de Manicoré em 1928 e falecido em fevereiro de 1983, o governo José Lindoso se preocupou com o setor primário e contratou através da Secretaria de Estado da Produção Rural-Sepror, frigoríficos para armazenar o peixe pescado e depois revendê-lo depois. Um deles ficava na Rua Ponta Grossa, no bairro da Colônia Oliveira Machado, gerenciado por Jaith de Oliveira Chaves, outro era o da Federação dos Pescadores do Amazonas, no bairro da Betânia e se tinha mais algum, desconheço. Mas desses dois, tenho certeza, porque conheci pessoalmente naquela época o hoje deputado Walzenir Falcão e o depois diretor do Detran/Am, Jaith Chaves, porque os entrevistava para complementar informações recebidas do Governo do Estado através de “presas release” distribuídos iguais para todos os jornais e publicados em A NOTÍCIA. Dizia-se na época que o frigórico da Rua Ponta Grossa, pertenceria Grupo CCE da Amazônia. Depois, Jaith Chaves assumiu outros cargos políticos em diversos governos e falavam que era indicação do empresário Marcílio Junqueira. Se era verdade ou não, isso não importa agora. O deputado estadual Luiz Castro foi nomeado e tentou estruturar a Sepror com engenheiros e outros especialistas em pesca etc. Não conseguiu fazê-lo e pediu exoneração. Foi substituído pelo também deputado estadual, Eron Bezerra. Tudo parou de novo!
Trinta e três anos depois de todos esses episódios, existe apenas uma balsa encalhada servindo para atracação dos barcos de pesqueiros, no bairro de Educandos, no antigo local onde paravam os hidroaviões da Panner do Brasil, uma das primeiras e maiores empresas de aviação comercial na época. Foi nesse local que dois motores, afundaram com uma tempestade de raios e muito vento que ocorrera em Manaus na noite do dia 2 de novembro de 2015. Os proprietários perderam. No dia 1o de Maio dia do trabalhador, pescadores atracaram de uma só vez, 50 barcos na balsa que seria o Terminal Pesqueiro Inacabado de Manaus, reivindicando uma atitude séria por parte das autoridades e protestando contra sua retirada por falta de pagamento por parte do Governo do Estado. Como hoje não existe dinheiro para pagar o aluguel de uma balsa? Durante o Governo José Lindoso, muito mais pobre, não faltava dinheiro para pagar o aluguel dos frigoríficos!? O Estado sofria uma grave crise financeira com a elevada sonegação de ICMS, nas vendas de mercadorias sem emissão de notas fiscais, ainda preenchidas à mão e numeradas sequencialmente A Secretária de Estado da Fazenda da época, implantou um arcaico sistema e fez ampla divulgação e incentivando aos clietes a pedir a Nota Fiscal, e as trocava por cupuns para concorrer a sorteios de geladeiras, fogões e até automóveis. Um deles um automóvel “Santa Fé”, construído todo em vibra de vidro sobre um chassi de fusca chegou a ser queimado durante um sorteio ocorrido no Estádio Vivaldo Lima. O automóvel que estava em exposição para ser sorteado foi, queimado e foi destruído rápido. O presidente Itamar Franco, já falecido, que tinha adoração por fusca, os chamou de “verdadeiras carroças”. Depois disso, outros modelos e marcas começaram a ser produzidos no Brasil, mas a abertura para fábricas de automóveis estrangeiros produzirem no Brasil, ocorreu na presidência de Fernando Collor de Melo.
Lamentável e vergonhosa a regressão que ocorreu na construção do Terminal Pesqueiro de Manaus e pior ainda foi é a situação em que vive hoje todo o setor primário do Amazonas. O Estado é um dos maiores capturadores de peixe da Região Norte. O visionário senador pelo Amazonas, Evandro Carreira (1975/83), também filho do interior, decidiu lançar seu famoso “Recado Amazônico”, denunciando que o peixe estava acabando nos rios com a pesca predatória e defendia a criação em confinamento de tambaquis, jaraquis e matrinxãs e outros tipos. Foi incompreendido na época. Onde já se viu dizer que o peixe do Amazonas acabaria? Ele estava certo. O hoje deputado estadual Walzenir Falcão, eleito para representar e lutar pela categoria, discursando durante o lançamento de um Plano de Safra, disse que esperava que o programa ajudasse na busca de mercados internacionais e esperava o fim do desperdício de peixe no Amazonas
Hoje, toneladas de peixes são descartadas diariamente em lixeiras da cidade por falta de compradores, de frigorífico para armazená-los.
Sem frigoríficos para armazená-los, os preços são elevados. Isso tem que mudar!

terça-feira, 3 de novembro de 2015

A SECA NO AMAZONAS E NO RIO SÃO FRANCISCO!



Depois da cheia excessiva em seus rios Negro e Solimões e a decretação do Estado de Calamidade Pública, os municípios do interior Amazonas voltaram a ter decretado Estado de Calamidade Pública, Agora, pelo motivo inverso: a seca, que expôs o lado mais triste e perverso de seres humanos, o de descartar lixo que nos igarapés, rios, oceanos, contaminando suas águas, matando os peixes e toda a vida que depende delas para existir. Depois, cobram providências dos municípios que também precisam de ajuda, em forma de consciência, cidadania e civilidade para não terem que recolher TVs, sofás, sapatos, geladeiras e outros objetos de seus leitos! O cenário é preocupante vergonhoso, também, mas não ocorre só no Amazonas. O Rio São Francisco, o mais importante do Nordeste, sofre do mesmo comportamento irracional do ser humano! 

O desbravador solitário Lu Marini,  pousou e decolou com seu paramotor do leito seco do Rio, carinhosamente chamado de “O Velho Chico”. A reportagem exibida em capítulos também agonizantes no programa Fantástico, da Rede Globo. Parece que da forma que fizeram com o Rio que banha o Nordeste e expôs o que está ocorrendo nos quase 3 quilômetros de sua extensão, também fizeram com os Rios Negro e Solimões, no Amazonas. Mata vida e a esperança de todos os que dependem de suas águas para sobrevivência. Lu Marini, deixou no ar uma pergunta intrigante e bem racional para ser digerida, analisada e talvez sem que mereç uma resposta plausível: “como será feita a transposição de suas águas do Rio São Francisco se já existe água para correr pelos seus canais artificias?”, resultado de ação humana, com investimentos públicos são do PAC! No Amazonas, que começou a chover no dia 2 de novembro e pode ter iniciado o inverno de 6 meses, mas o “Velho Chico” se encontra agonizante! O Rio São Francisco não é o maior em extensão ou em volume de água: o Rio Solimões, continua sendo. Mas até quando? Não sei!


Se não existe mais água também nos Rios Negro e Solimões, é porque alguma coisa está errada com a ação do homem sobre a natureza, que lhe produz consequências inimagináveis. Muitos foram contra a execução da transposição das águas do Rio São Francisco e talvez estivessem certos. O fenômeno de cheias e secas é um processo natural que está sendo agravada ano após ano.


Adolescente, na comunidade de “Varre-Vento”, do município amazonense de Itacoatiara, do alto do barranco observava no horizonte de meus olhos, observava o sol engolido pelo Rio Solimões e esperava que suas águas borbulhassem. Minha frustração era não ver que minha imaginação de adolescente sendo frustrada. Agora, depois de estudos e saberes adquiridos em Escolas e dua graduações universitárias em instituições públicas, sei que o sol quente também contribui, não é o único responsável por tudo. A cheia ocorre dos Rios decorre do degelo nos Andes e agravado agora por dois fenômenos que não existiam na minha adolescência: o “El Nino” e a “La Nina”. Será que eles estariam tanta raiva da humanidade e sentiriam tanta sede ao ponto de aquecerem o sol e depois beberem toda a água do rio para matar suas sedes, provocando as secas? Não acredito! Ou seria o homem com sua ganância de lucro que está poluindo tudo e descartando o lixo nos igarapés, que terminam indo para rios, mares, oceanos e matando todas as formas de vida! Nunca saberei a resposta porque estou para completar meu “Laborium Vita” e vivererei em algum lugar em minha morada eterna.

Por que será que eles não existiam na minha adolescência e hoje possuem tanta sede, ao ponto de fazerem secar as águas dos Rios Negros e Solimões, em Manaus e do Rio São Francisco, nos 5 Estados do Nordeste? 

Não sei a resposta, mas desconfio de quem possa ser a total responsabilidade:  o ser humano que é desumano demais com a natureza que lhe alimenta!