segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

SAUDADES DOS ANTIGOS FESTIVAIS (Ditadura das TVS abertas)


O químico francês Antoine Laurent de Lavoisier, garantiu que “na natureza nada se cria, tudo se transforma” . Charles Darwim,  garantiu que na natureza, tudo sofre  adaptação natural ao meio, na sua teoria evolucionista que foi divulgada na obra “Dos Seres, das Espécies, das Plantas e das Coisas” . Anos depois, o apresentador d de TV Globo, José Abelardo Barbosa de Medeiros, o “Chacrinha” falecido aos 71,  anos de idade, no Rio de Janeiro garantiu “em televisão nada se cria, tudo se copia”. E copia o que de pior existe na televisão mundial.  Toda TV é movida pelo dinheiro imediato e o poder para dominar os telespectadores, emburrecendo-os ainda mais, alimentam os lucros com telefonemas, pensando que estão escolhendo ou eliminando alguém e, o pior, pagando por isso a cada vez que retiram o telefone do gancho e completam a conversa! 

A Rede Globo de Televisão, principalmente, - mas não fui a única -  adquiriu os direitos de transmissão e realizará programas de gosto duvidoso, empurrando-os goela a baixo dos telespectadores, as baixarias divulgadas por câmeras escondidas em toda a casa do BBB ou escolhendo “a menor voz do Brasil”, entre os cantores que participam do “The Voice Brasil”. Agora, já anuncia também o “The Voice Kids”. Esses programas de baixa qualidade e de muito Ibope, rendem audiência e muito dinheiro,  mostrando mulheres no desnudas dentro do BBB em um confinamento, que o jornalista Pedro Bial, os trata como se fossem “heróis” reais, porque produzem brigas, discussões e muitas baixarias e aguentaram passar 90 dias se expondo para câmaras espalhadas por toda casa. Se herói for isso, o Brasil é o quê? Aguenta corrupção política, embates políticos e brigas de bastidores pelo poder, de forma mais ridícula ainda. No caso da “melhor voz do Brasil”, não seria mais lógico retornarem os antigos festivais de música?

Depois da fama no BBB, as mulheres posam nuas para revistas masculinas e tudo desaparece.. Todos se transformam em meros anônimos e são lembrados em poucos eventos, cobrando caches para se fazerem presentes! Os heróis anônimos do Brasil, são o povo, porque aceita tudo calado, inclusive essa baixaria na TV brasileira e, no caso da eleição de políticos que desviam dinheiro público e a culpa é dos eleitores que votam pelo calor do momento e não pela melhor e mais viável proposta de campanha. A maioria pobre do povo brasileiro também é heroi porque não tem condições de pagar mensalmente por uma cara assinatura de TV fechada e ficando obrigada a assistir à ditadura imposta pela chamada “Vênus Platinada” e outras emissoras que também produzem programas adquiridos de outras emissoras. Nem o “The Voice Brasil”, muito menos o BBB ou “A Fazenda”, nada representam em termos de qualidade, não acrescentam em coisa alguma à melhoria do Brasil!


Confesso que, nostálgico, senti falta dos antigos festivais de música realizados pela TV Tupi, no “Maracanânzinho”, que revelaram e se sustentaram  no cenário musical do Brasil,  cantores como Chico Buarque de Holanda, Gilberto Gil, Geraldo Vandrá, Gesse e tantos outros. Em minha nostalgia, lembrei da letra da música “Desencontros de Primavera”, na qual Hermes de Aquino, garante que “uma andorinha, no céu, passou e disse”, que  da Globo é uma grande ilusão, igual a uma “nuvem passageira”, composta pelo mesmo autor. E o pior é que “não foi embora” e nem irá tão cedo porque agora a Globo começou a anunciou o início do The Voice Kid e um novo BBB para 2016.

Por que será que o apresentar de TV teria afirmado que em TV nada se criava, tudo se copiava e, pior, com péssimo gosto,. Esses programas produzem dinheiro rápido: mas não, cultura ou qualidade, muito menos talento musical perene e com duração até que a morte os leve. Depois de vencerem ou o BBB, o The Voice Brasil ou “A Fazenda”, receberem os prêmios, as mulheres que se destacarem durante os ridículos e pervertidos programas de confinamento, posarem nuas e brilharem por poucos dias e depois ficam esquecidas, mas o excelente jornalista Pedro Bial continua produzindo seus “heróis” de mentira, de pura e erótica fantasia, totalmente fora da realidade. Por que não escutaram o recado deixado pelo apresentador da TV Globo, o “Chacrinha” e voltam a promover os antigos gostosos festivais que lotavam a quadra do Maracanâzinho? Ele próprio, de forma irreverente, revelou vários cantores, que se apresentavam como calouros em sua programa. Muitos recebiam buzinadas porque eram ruins demais! Outros, cantavam até o fim e recebiam os aplausos no final!

Esses ridículos programas possuem audiência com as suas exibições. As TVS, contudo, não ganhariam dinheiro tão rápido com as pessoas ávidas de bisbilhotar a vida alheia. Não telefonariam, não eliminariam e nem decidiriam que seria o “herói” do Pedro Bial. Muito menos poderiam escolher pelo telefone também, “a melhor voz do Brasil” como diz o apresentador Tiago Laifert, ou eliminar ou manter alguém dentro da “Fazenda”.É...Hermes de Aquino, você tinha razão quando compôs a música “Desencontro de Primavera”: “Ai, desacerto que cruza nossas vidas tão  normais/a solidão que vem/é alegria que vai”. E quando será que esse desacerto na programação aberta da TV Globo deixará de cruzar nossas vidas nada normais e continuará produzindo a solidão que veio para ficar e deixar saudades da alegria dos antigos festivais para os que tiveram a alegria de vê-los pela TV ou ao vivo, com os cantores de vozes excepcionais, com letras geniais, se esmerando no palco? Até quando essa “tristeza cortará a alma da gente“? Será que “antes que  a primavera se decida/ à pôr as flores nos campos,/e o verde nas folhas/com o barulho de mar/o sol por sobre a cidade/o vento irá  cessar” e a hipocrisia da TV Globo que não acrescenta em nada de cultura do Brasil, chegará ao fim? Com a letra da música de Hermes de Aquino, que também foi engolido pelo consumismo mediático do dinheiro, concluo essa crônica: 

“Ah! a solidão é uma canoa/navega o corpo e a alma voa/além do céu, além do mar/ Ah! No pensamento a gente voa,/qualquer problema é coisa à toa,/fica tão fácil de se amar...”

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

VITRINES DECORADAS, LINDAS DE SE VER!




Como um atrativo a mais ao comércio no período natalino para impulsionar as vendas que eram fracas naquela época, além das decorações realizadas pela Prefeitura, era gostoso caminhar pela Avenida Eduardo Ribeiro, no Centro, na década de 80, parar e ver o capricho dos logistas em preparar suas vitrines para o concurso que em dezembro no SENAC da rua Saldanha Marinho. 

Na época, o SENAC era comandado pelo empresário José Ribeiro Soares, o diretor da Unidade da Saldanha Marinho era Déo Pimenta. Contava com o auxílio da técnica em educação, Maria Tereza Santos de Oliveira, que coordenava tudo e, talvez, também da pedagoga Ana da Silva Quadros. No dia do evento para a escolha da melhor vitrine, a mais bem decorada, sempre era convidado como jurado ao evento.  

Como estava no auge da atividade como jornalista e recebia convites para diversos eventos que se realizavam na época. Era uma festa! A mesa montada, jurados a postos sendo chamados e fotografados sobre aplausos dos presentes que lotavam o local para torcer pelas suas vitrines. A disputa era acirrada entre os logistas. Todos os inscritos queriam ganhar o prêmio da vitrine mais bem decorada, porque serviria também como publicidade à loja que vencesse. “Fiz a melhor decoração natalina na minha vitrine”, anunciavam na época. Isso era motivo de orgulho aos lojistas!

Não havia muita burocracia: bastaria o logista produzir a vitrine, inscrevê-la e informar que gostaria de concorrer, junto com outros lojistas que participavam. Os jurados previamente selecionados, tinham o compromisso de observá-las, ver detalhes, criatividades dos decoradores, entrevistar um ou outro para saber como haviam concluído e projeto de decoração, que era livre e, no dia, comparecer ao SENAC, compor a mesa de trabalhos e escolher a melhor delas, obedecendo vários critérios pré definidos. 

No dia do evento, eram apresentados os trabalhos de hotelaria dos alunos, que  caprichavam nas apresentações dos pratos que seriam capaz de fazer, razão de eu ter escrito que talvez a pedagoga Ana da Silva Quadras, gerente de hotelaria do SENAC, participasse do processo. Mais tarde, Ana da Silva Quadros foi contratada para ser Coordenadora de Desenvolvimento Profissional no SENAT e hoje é diretora da Unidade da instituição em Macapá! A Hotelaria não era selecionada, mas deveria ser!

Na vida o homem é resultado do que deixa do SENAC foi substituído na presidência pelo empresário Hélio Nobre Malagueta, a direção da unidade mudou, os técnicos mudaram e, com o tempo, essa tradição foi desaparecendo até que deixou de ser promovida. Mas que a cidade ficava mais bonita, com caprichos incríveis de decoração de vitrines e os comerciantes conseguiam vender mais, isso não tenho dúvidas.

Uma pena que tudo acabou e nada mais é feito para melhorar e incentivar o comércio que está em crise a vender mais. Mas as lembranças ficaram e entrarão para a história!  

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

UM SACO CHEIO DE PROBLEMAS EM 2016, NOS ESPERA!


Com um saco cheio de problemas não digeridos politicamente até o recesso parlamentar dos “deputados federais” e “senadores”, como falta de moral política, ética, projetos na área administrativa, esses bons exemplos que se esperava de quem é eleito para nos representar no parlamento maior do país, além de recessão econômica, desemprego em massa, fechamento de empresas etc, Papai Noel chegará e sairá das casas dos contribuintes sem deixar todos esses indesejáveis e os rançosos presentes que trará em sua sacola vermelha. Seu tradicional “rôrôrô” será substituída pela palavra “corrupção, corrupção e corrupção”. O seu sino que faz blém, blém, blém, continuará fazendo a mesma coisa a cada vez que se praticar um ato de corrupção no Brasil, em qualquer esfera dos poderes e ensurdecerá os ouvidos dos contribuintes. 

Depois, virá o ano novo, carregando às costas mais problemas difíceis de serem digeridos e que não foram não resolvidos na esfera política. Todos foram deixados pelos parlamentares que ousam se proclamar representantes do povo e não de seus próprios interesses, como é o caso do fisiológico PMDB que nunca foi governo, mas sempre esteve no centro da base de qualquer Governo. Começaremos de novo um ano velho porque o novo ainda não apareceu! 

É uma pena que tenhamos que viver no ano de 2016, os mesmos e mais outros problemas investigatórios resultantes da continuidade e desdobramentos das investigações da “Operação Lava Jato”, que já prendeu alguns políticos e outros poderão perder seus mandatos e sair da Câmara Federal direto para a prisão da Polícia Federal, no Paraná. 

De novo teremos que ver o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, usando sua “tropa de choque” para continuar protelando o julgamento do pedido de sua perda de mandato. De novo, teremos que ver a instabilidade econômica, política e institucional do Brasil, pela total inercia de debates das questões relevantes para serem discutidas em favor do país, com o objetivo de tirá-lo do marasmo moral em que foi medido pela administração de um partido que, em resumo, é o resultado do que vive hoje a sociedade coletiva,  individualizada,  cotizada, empobrecida e se fez horrível!

Apesar de tudo isso, desejo aos meus leitores um feliz Natal e um melhor Ano Novo. O Natal, sei que não será bom, mas esperaremos que tenhamos um ano novo melhor do que foi o ano que terminará logo e que o novo ano comece para continuarmos sendo obrigados a ver esse circo de horrores em que se transformou a política brasileira na atualidade!

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

A VIDA CAMINHA COM A MORTE (ao general Thaumaturgo e ao médico Almério Filho e ao ex-senador e advogado Evandro Carreira)


Como se fossem duas crianças travessas brincando, a vida e a morte caminham juntas, de mãos dadas, beirando à margem de uma estrada ou de um trilho de trem, uma empurrando a outra: ora é a vida que empurra a morte. Ela volta e empurra a vida, até, em algum momento, que a vida tropeça, cai e não consegue mais voltar e morre. Já nascemos morrendo e o ser racional é o único que tem consciência dessa realidade imutável. Se caminhamos para o céu ou o inferno, isso é uma discussão infindável. O certo mesmo é que todos morreremos, mais cedo ou mais tarde. Uns vão cedo demais; outros demoram mais para partir. O que fizeram na vida é o que importa para a vida que viveram e nada mais! Em uma semana de dezembro, três pessoas queridas faleceram. 

De forma diferente, convivi com fodas elas, por razões e coisas diferentes  Uma foi o general amazonense Thaumaturgo Sotero Vaz, do Exército brasileiro, que recebeu honras militares como deveria; outros foram o médico pneumologista Almério de Souza Pinto Filho, que faleceu vítima de AVC em um sítio que possuía no município de Presidente Figueiredo e o advogado amazonense ex-senador da República, Evandro Carreira, do qual recebi, na redação de A NOTÍCIA, os seus pronunciamentos na coleção “Recados Amazônicos”. O general e o ex-senador, internados há alguns dias, faleceram pela pneumonia. Quem sabe todos não se encontrão em algum lugar? O Dr. Almério  curará o general Thaumaturgo e cuidar do ex-senador Evandro Carreira, que nos deixou aos 88 anos! É, quem sabe? Mesmo não os trazendo de volta, sentirei saudades de todos, cada um pela sua importância!

Por que a morte os tirou de mim, de minha vida, tão cedo? Não poderiam esperar     eu morresse primeiro,  já que vivo há 13 anos infectado, para irem depois? O general amava a Amazônia e chorava sempre ao final de palestras que fazia sobre o tema! Como diretor da Unidade Manaus “Francisco Saldanha Bezerra”, negociei todo o processo que resultou em um convênio, permitindo a inclusão dos militares aos ensinos profissionalizantes na área de transportes ministrados à distância pelo SEST/SENAT, com a distribuição de antenas parabólicas, sem custos às empresas e ao Exército, a não ser as de manutenção para que funcionassem. Uma dessas antenas doadas, vi instalada no Município de Tefé e eu exigia relatórios frequentes da técnica, Anatália Oliveira: “o relatório de cursos de Tefé, não veio esse mês?” “Ainda não recebemos, Dr. Carlos”, respondia. “Cobre de novo”. “Já cobrei, Dr. Carlos, mas dizem que mandarão e não mandam”.

Passei em frente a Guarnição Militar do Exército e vi a antena instalada no Batalhão do Exército no município de Tefé. Como teria que cumprir uma agenda de trabalho, só olhei, mas não sei se estava sendo usada e funcionando. Quando me dirigia ao CMA, para tratar do convênio,  o general exercia uma função na anti-sala do gabinete  do comandante. Era sempre recebido com um aperto de mão e um sorriso e me conduzia à sala do comandante que, como se fosse uma obrigação, ficava de pé e me cumprimentava também com um aperto de mão. Hoje, só guardo lembranças desse general e desses fatos. Sei que exerceu uma Secretaria Municipal no Município de Presidente Figueiredo, mas não sei qual era.

Almério Filho era uma figura impagável! Foi meu médico sem cobrar nada em alguns momentos por dores que sentia nas costas. Como passara vários dias, internado na adolescência com princípio de pneumonia, resultado de uma gripe mal curada, no hoje desativado e abandonado Hospital Santa de Misericórdia de Manaus, segundo vim saber depois, sempre tive muito cuidado com meus pulmões, embora nunca tenha fumado. O Dr. Almério de tanto me atender, nos tornamo amigos e passou a frequentar minha casa com a sua então esposa, a médica Dra. Norma. Começou a trabalhar durante a noite, no Hotel Tropical e, sempre sorrindo, me contava que tinha comprado um carro Opala velho e conseguia a dar suas “escapulidas e desculpas convincentes”, à Dra. Norma, chegando de manhã em casa com o jaleco branco todo sujo. Justificava à esposa. “O deu prego na estrada coronel Jorge Teixeira, vindo do tropical”. “Furou o pneu quando estava”. “Acabou a bateria, não consegui ligar o carro e precisei trocá-la para chegar em casa”. Depois de um certo tempo, a Dra. Norma  decidiu dar-lhe um carro novo de presente:

- Taí, Almério! Agora, quero ver você encontrar desculpas para continuar tendo problemas no seu Opala velho. Tempos depois, soube que tinham se separado. Perdi o contato com os dois, mas guardo na memória esses momentos de descontração. Da morte do Dr. Almério Filho, soube de seu falecimento e a causa, através do amigo Luiz Celso Santos de Oliveira, advogado que reside em Brasília.  filho do jogador de futebol do Amazonas e delegado de polícia, Dr. Itagiba Ramos de Oliveira. Da morte do general, vi pela TV as merecidas honras militares que lhe foram prestadas pelo CMA. Do Dr. Almério Filho, nada se noticiou. Ah, como a vida é ingrata! Do advogado e ex-polêmico senador pelo Amazonas, Evandro Carreira, que nos deixou aos 88 anos, soube por uma pequena notícia na TV; Ele estava internado em um hospital, A notícia, não deu à dimensão da importância que teve na política do Estado e do Brasil e na defensa da ecologia com seus famosos “Recados Amazônicos”.

Ah, que saudades me deixarão! É sempre assim, para morrer basta estar vivo, como disse o advogado Luiz Celso. Eu acrescento: já nascemos morrendo! O caminho rumo ao destino de todos, pode ser longo ou curto, dependerá das brincadeiras traquinagens entre a vida e a morte! Como no Brasil de hoje, na hora da morte não haverá separação entre as classes, cotas ou outras coisas que inventaram. Na morte e na vida sempre seremos todos iguais. O que nos diferenciará entre riqueza, pobreza ou miséria absoluta, será apenas o caixão, com mais ou menos adornos e coroas de flores que receberemos e nada mais! 

O resto é tudo igual! 

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

NÃO É O "FIM DO CAMINHO"


inspirado na música Águas de Março, de Tom Jobim.


É pau, é pedra, é o fim do caminho”. Isso é o que diz a letra da música escrita por Tom Jobim e gravada por vários cantores brasileiros. Seria mesmo que é o fim do caminho a crise política, econômica, ética e moral do país, como diz o verso da música “Águas de Março”? Não acredito que haja “nem pau, nem pedra” e não seja o “fim do caminho”. Mas tudo ficará para março de 2016. O recesso parlamentar terminará em fevereiro. Em seguida virá o carnaval. Brasília e o Brasil param de novo e a vida política e, financeira, ética e moral do país só recomeçará em março, com ou sem o impeachment, ou da presidente Dilma Rousseff, do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha ou presidente do Senado, Renan Calheiros, contra quem ainda não tramita nenhum processo por perda de mandato, mas uma investigação no STJ, ou de ninguém. Mas só saberemos a partir de março de 2016, a menos que tudo termine em pizza: nenhum cassado ou perdendo mandato, o que seria uma vergonha para o Brasil, porque contra Cunha tramitam 4 processos no STJ e mais um pedido de perda imediata de mandato, do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Mas tudo ficará para março do ano que vem, porque o STJ também entrou em recesso.

Depois que o “resto de toco e um sonho sozinho”, e antes que um “caco de vidro” corte o “sol” de desenvolvimento ético,político, econômico e moral do Brasil novamente, os eleitores terão  o tempo de uma “noite”, de uma “morte” e, ao acordarem do porre ou retornarem do funeral do país, deverão fazer uso de um “laço e o anzol” para fisgar e riscar pelo voto do mapa do país, os políticos corruptos e desonestos que prometem e não cumprem o roubam dinheiro público. O eleitor deve fazer igual a grande perseguição religiosa ocorrida no século XV e que teve seu apogeu nos séculos XVI a XVIII na França, Inglaterra, Império Românico e Suíça e, em menor escala na Escandinávia, Península Ibérica, Itália e Império Habsburgo, conhecida na história como o período de “caça às bruxas”. Devem fazer isso, antes da “perda do campo” para a corrução e de um novo no novo “no na madeira” da economia paralisada. Se a período de “caça às bruxas”, demorou do século XV ao XVIII, tenho esperanças que a consciência de coletividade dos eleitores  não demore tanto tempo assim e deverá ficar conhecida na história como o período de “caça aos políticos corruptos do Brasil”. Porém, a formação de uma consciência crítica nas Escolas se faz urgente e necessária para que esse processo de mudança político da sociedade não demore 3 séculos. O Brasil é para ontem e estarei morto e com meu corpo em decomposição e não sei se ficarão pelos meus ossos para contar um pouco de minha revolta pela falta de consciência do todo e não só de poucos!

Ao contrário do manual “Martelo das Feiticeiras”, elaborado com interpretações da Bíblia, no Alcorão e na Torah, os eleitores brasileiros deverão utilizar o somente o “Manual da Ficha Limpa” para impedir que  políticos corruptos se elejam e reelejam, mesmo tendo ficha mais suja do que pau de galinheiro. Esses políticos continuem praticando corrupção e enriquecendo à custa da miséria humana, da falta de escolas, hospitais, remédios, obras iniciadas e não concluídas ou desvios da merenda escolar das crianças. No século XX, a expressão “caça às bruxas”, ganhou conotação ampla e passou a se fererir a qualquer movimento político ou popular da perseguição político-arbitrária com o objetivo de poder, “muitas vezes calçadas no medo e no preconceito” (Wikipédia) a que submetem a maioria no que hoje poderíamos chamar de terrorismo, como ocorreu, por exemplo, durante a guerra fria entre Estados Unidos e Rússia, que que perseguiam toda e qualquer pessoa que julgassem ser comunista, fosse por causa  fundamentada e comprova ou não, por medo do terrorismo. O Brasil, felizmente, ainda é uma democracia e, ao contrário do que muitos afirmam ser pelas redes sociais, principalmente, não é um comunismo, muito menos uma república bolivariana. É, sim, ainda um país coletivo, uma sociedade coletiva, mas age como se fosse uma empresa privada, submetendo os eleitores ao grande desilusão porque o país só começará a funcionar para tudo, a partir de março, infelizmente. 

Até março, nada acontecerá contra ninguém e tenho dúvidas que a presidente Dilma Rousseff venha a ser cassada, como algumas redes sociais desejam e defendem abertamente. Se o país fosse uma ditadura ou uma república bolivariana, tenho sérias dúvidas se todos falariam abertamente nas redes sociais o que pensam sobre a presidente da República! Tudo deve terminar em uma grande pizza, para desespero de uma minoria que quer vê-la fora da presidência e uma grande maioria que depositou suas esperanças no voto que a reelegeu para um segundo mandato.  Mas que ela acabou com a credibilidade do PT, isso é uma realidade e se constatará nas urnas, nas próximas eleições. Talvez um ou outro deputado ou governador que trabalhou sério, seja reconduzido a um novo mandato. Mas presidente da República, o PT não fará tão cedo, até que as águas de março, limpem o pau, a pedra e acenda uma nova luz no “fim do caminho” para que o eleitor brasileiro não se sinta um “pouco sozinho” como escreveu Tom Jobim, na letra da música que usei para escrever essa crônica

domingo, 20 de dezembro de 2015

POEMA DA UTOPIA SOCIAL!


Quem há de saber e conhecer o 
que nos oprime?

Quem há de saber, entender e explicar o 
que nos deprime?

Quem há de aceitar que a sociedade individual seja
culpada pelos erros que cometemos coletivamente, 
em nome de todos?
(pelo voto “democrático imposto”)

Ah! Sei...
(Como  é difícil aceitar essa verdade absoluta!)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

36 ANOS DEPOIS...(A Carlos Costa Filho, com muito amor! (17.12.15)


Acompanhado pela minha esposa Yara Queiroz, que estava radiante e linda mais do que já o é naturalmente, trinta e seis anos ter vestido uma calça e de camisa social, comprada com dificuldades para participar da minha festa de conclusão do curso de, 2o Grau do passado, entrei nervoso com alguns colegas e membros da família, no Clube “Sambão”, na avenida Joaquim Nabuco. Agora, emocionado e mais nervoso ainda do que a 36 anos passados, ingresso no auditório do Ducila’s Festa, na Estrada Jorge Teixeira, usando paletó, gravata, sapato social e um gorro de croché na cabeça, para disfarçar os mais de 70 pontos que tenho na cabeça de um lado ao outro. Deliciar-me-ei e na festa de Formatura do Ensino Médio, pela Escola Literatus. Como no passado ao concluir o magistério, meu filho também tem 17 anos. Só que para ingressar no mercado de trabalho, terá que fazer dois anos de curso pós técnico, se quiser trabalhar. A felicidade estampada no rosto de meu filho me fez tomar um porre de felicidade apenas com água Ele e eu, nunca fomos reprovados nos estudos. O gorro que uso para disfarçar os mais de 70 pontos na cabeça resultado de 11 cirurgias no cérebro desde 2006, vítima de empiema cerebral. Depois disso, passei a viver infectado por duas bactérias incuráveis e tomando remédios! Quando Carlos Filho foi transferido da Alfabetização no “Floresta Encantada” para o Instituto Batista Ida Nélson- IBIM  já ingressou no primeiro ano do Ensino Fundamental, após testes de conhecimentos. Como tinha 6 anos de idade, reclamou que não conseguia acompanhar os colegas, pedi e fui atendido que retornasse à alfabetização 3 para depois seguir para o primeiro ano do Ensino Fundamental. Tania Mara, a diretora, reconheceu-me como minha ex- colega no Ginásio Dorval Porto, mas não sei em qual das séries do ensino de 5a a 8a séries da época.

Ao entrar no auditório do Ducila's, senti-me subindo as escadarias do Instituto de Educação do Amazonas, com passos largos e apressados, entrando na Secretária da Escola e requerendo a “Declaração de Conclusão de Curso de Magistério, com habilitação de 1a a4a séria”, no mês de outubro de 1979.  Naquele época, o aluno era obrigado a escolher um curso profissionalizante. O primeiro ano do antigo segundo  grau com matérias gerais, poderia ser cursado em qualquer escola que tivesse o segundo grau. Cursei o primeiro ano no Colégio Estadual do Amazonas, voltado à cursos de biologia. Conclui magistério no Instituto de Educação do Amazonas e logo comecei a lecionar. A hoje advogada Yara Queiroz, cursou “Secretariado” no Sólon de Lucena e passou de primeira em um concurso para taquigrafa da ALE/Am, sem dificuldades. No passado, os cursos profissionalizantes eram para os jovens ingressarem logo no mercado de trabalho. Hoje foi criado o Pronatec!

Trinta e sete homens da Base Aérea de Manaus, que estava se implantando no Amazonas e poucas mulheres que trabalhavam no Distrito Industrial, formaram a minha turma. Eu era um dos poucos não militares na época. Hoje, tudo mudou! Como lembro e sinto saudades de meus colegas! Por onde andam e porque me abandonaram? De vez em quando encontro algum na rua e diz que foi meu colega em algumas das Escolas por onde passei, mas não lembro e eles também não. Todos mudaram. Eu mudei, enfim, nada é mais igual como fora antes. Nem mesmo o ensino, que mudou para pior porque retirou das salas de aula “cópia”, “ditado”, “OSPB”,  “Educação Moral e Cívica” e “Ensino Religioso”, que não reprovavam por notas. Mas por falta, sim!

Quando Carlos Filho foi chamado para receber um tubo sem nada dentro, me senti recebendo a Declaração assinada por Maria Sidney das Dores V. Seixas, chancelada pela diretora do IEA Maria de Nazaré Pessoa Torres. Essa declaração, guardo-a até hoje em uma pasta preta, como se fosse meu tesouro porque dentro dela está minha vida. Mas voltemos à formatura de meu filho no Ducila”s. Sentei no auditório e revivi tudo o que não tive na minha formatura: cerimonial e muitos fotógrafos. Cada movimento dos alunos era uma nova foto. Da minha formatura, guardo uma foto colorida, na qual aparecem membros de minha família, algumas colegas que não lembro mais pelo nome e Jorge Lopes da Silva que, embora não fosse formando, foi convidado por mim, como meu filho também convidou seus colegas não formandos, os irmãos Felipe e Hanna. Durante os discursos, professores, e alunos se revezaram em pronunciamentos, choros de agradecimentos e juramentos. Nada disso houve na formatura de 36 anos passados, nem entrega de um tubo vazio como se lá dentro tivesse o diploma.

Durante a formatura, depois do professor Tavares, paraninfo da turma, que se disse  emocionado por ter sido escolhido pelos alunos em votação para representar todos os outros professores, dois discursos me chamaram à atenção, pelo profundo conteúdo filosófico que os compunham. Um deles, foi do professor de história Rafael Pereira, fazendo uma interessante e perfeita analogia da sua matéria com o desenvolvimento dos alunos que estavam se formando, ao longo dos anos, comparando-os com as épocas da pré-história, na alfabetização e foi passando por outras fases históricas  sempre comparando-os  a cada uma delas, até o momento em que estavam chegando. Disse que teria início a fase mais difícil de suas vidas porque estavam prestes a chegar à Idade da Luzes, com todos tendo que  decidir por uma carreira e pensariam com mais clareza.Outro pronunciamento foi o do professor de biologia Jonas Zaranza. Usou uma frase dizendo que “o pior naufrágio é não querer deixar o porto com medo de naufragar”. O naufrágio pode acontecer, porém, no próprio cais do porto se os alunos não objetivarem e lutarem pelo que desejam. 

Carlos Costa Filho, que o pegava em casa as sextas-feiras no ano de 2006 e o levava  como “meu professorzinho” na Faculdade. Ele ria e assistia as aulas sem interferir, sempre sentado em uma das primeiras carteiras da sala. Gostava de entrar em sala carregando minha pasta e entrar junto comigo. Na sexta-feira, só  lecionava três tempos de aula e voltava mais cedo para casa com ele. Meu filho,  não importa a profissão que você venha seguir na Idade das Luzes, porque desejo que uma delas que venha a escolher a exercer a pratique com muito amor, dedicação, ética, empenho, honra, dignidade e caráter no que fizer, porque isso nunca me faltou em qualquer das profissões de nível superior que exercer.

É...meu filho,  educação, conhecimento é a única herança que lhe deixarei para que você não “naufrague no porto”, como disse o professor Jonas Zaranza, por ter medo de dar um passo adiante.


quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

MINHA SAUDADE a Yara Queiroz (Jornal do Comércioa/Am 25.03.2013)


Minha saudade viajará 
ao Rio de Janeiro, sentada ao seu lado, em total silêncio
(não para lhe vigiar ou falar demais; 
para velar seu sono, apenas)
Ficarei com vontade de viajar também!

Talvez para um planeta chamado Amor/Saudade!
(Quem há de saber?)

nada pedirá dentro do avião
ao comissário de bordo.
(Nem água para tomar remédios!)

Ficará em total silêncio 
 ouvindo a respiração forte no início de seu sono 
(esse inebriante momento de respiração 
me confirmará que começou a dormir)

Ficarei pensando muito em você!
Se sonhar com alguém, não me conte na sua volta. 
Viaje em paz. Você merece seguir sozinha:
só lhe tenho dado trabalho e desesperos...nos últimos anos.

Saiba, apenas: a saudade ficará esperando-a,
sentindo saudade da saudade que deixarei de sentir
no retorno!

Isso me confortará!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

REDESCOBRIRAM A PÓLVORA (delírios de um repórter)


10 caixas de cerveja, 135 ventiladores, 21 liquidificadores, 1 caixa de som amplificada, 2 fogões elétricos, 30 latas de tinta, 10 latas de massa corrida, 5 sanduicheiras elétricas e um bebedouro. Calma! Não é uma lista de compra do que eu também preciso como presente para esse natal. Foi só o que retiraram da Unidade Prisional do Puraquequara, durante uma revista de rotina. Todo o material entrou com autorização do diretor. Na minha época de repórter, isso não havia. Existiram  “quadrilhas”, como as do Abílio, Alan, X,9, Padeirinho  etc.. Algumas bem montadas e estruturadas para a época de 80. se voltaram a assaltos em geral. Outras, como a do “Padeirinho”, se voltou ao tráfico de drogas, mas nada pode ser comparado às quadrilhas de parlamentares investigados pelo STF. As do passado, perto das quadrilhas de políticos de hoje, poderiam ser consideradas fichinhas, principalmente se forem analisadas e comparadas as formadas por políticos com mandatos. Se tivesse direito de escolher pelo voto, votaria nas que existiam no passado. Eram mais honestas e não tão mentirosas como as de agora, cheios de advogados de defesa bem pagos que se apresentam dizendo que seus clientes são inocentes e provarão a inocência deles no decorrer do processo, mesmo que estejam mais sujos do que “pau de galinheiro”. As 10 caixas de cervejas que foram encontradas no banheiro de uma cela na Penitenciária Raimundo Vidal Pessoa. Ela deveria se chamar “Henrique Medina”. Ele foi diretor, por décadas, do único presídio que existia em Manaus, na avenida 7 de setembro, o conhecido até o final da década de 70 e início da de 80, período em deixei de exercer o jornalismo como repórter no Jornal A NOTÍCIA e passei a ser Editor Geral no Jornal do Comércio e depois no Diário do Amazonas, como “Casarão da 7 de Setembro”. 

Hoje, mesmo existindo um total descompasso entre o que a direção das Unidades Prisionais permitem que entrem e o que a Secretaria do Sistema Penitenciário diz que pode entrar, Pedro Florêncio Filho, deixou para a próxima semana a elaboração de uma portaria disciplinando a entrada de alimentos nas prisões de Manaus. De novo prometeu que até a metade do mês de fevereiro, passará a funcionar detectores de metais nas cadeias e nada falou sobre a inexistência de bloqueadores de celulares nas cadeias. Tecnologia para isso já existe, mas falta vontade política, ação de fazer e falta de vontade pessoal do secretário. Será que dessa vez, vai ocorrer? Tenho sérias dúvidas! Da Unidade do Complexo Penitenciário “Antônio Trindade”, do Centro de Detenção Provisória de Manaus, do Instituto Penal “Antônio Trindade” e do antigo “Casarão da 7”, retiraram celulares, drogas e as caixas de cervejas, durante vistoria. Se fizerem vistoria durante todos os dias do ano, retirariam 365 ou mais coisas diferentes das celas, o que torna claro que existe alguma coisa errada no sistema prisional de Manaus. Talvez sejam os presos que indiquem os diretores e, por isso, mereçam benefícios em troca da indicação. De outra forma não se pode explicar o que ocorre no sistema prisional de Manaus. No Complexo Prisional do Puraquequara, os presos fizeram cota entre as famílias decidiram  reformar as celas, transformando o local em um canteiro de obras. Como ninguém percebeu esse fato?  Incrível!

Recordo que durante o período administrado por Henrique Medina, recolhi livros e ajudei a montar uma biblioteca para os presos, dando-lhes a possibilidade de leitura  e, dentro da Lei de Execuções Penais, também pode ser usada para redução de pena. Funcionava na parte superior do colonial e centenário prédio o “Casarão da 7”.. Também recordo que caminhava por entre os raios tranquilamente acompanhado do diretor, quando ia entrevistar a apenada Zilda Azevedo de Souza, condenada a 54 anos em primeiro e absolvida por 7 X 0 no segundo julgamento, por envolvimento no chamado “Crime do Varadouro da Morte”. Como sete homens poderiam ter sido mortos, lavados e serem desovados por uma mulher frágil em um ramal da Estrada Manaus/Itacoatiara? Durante esses passeios para entrevistá-la para o segundo julgamento, Zilda sempre se dizia inocente desde o primeiro julgamento. Durante a entrevista, soube que ela fora amante de um militar da PM que comandava na época o CPC. 

Também recordo que um preso com curso na Alemanha e profundo conhecer de eletrônica, conseguiu transformar um pequeno rádio de pilha em uma potente som estéreo e colocou caixas potentes ouvi-lo. Também instalou luzes coloridas e transformou sua cela em uma coisa agradável, cheia de luzes que piscavam ao som da música, mesmo não sendo Natal, panos coloridos na parede, enfim. De tão especializado que era e em eletrônica, fora contratado para prestar serviços para uma empresa do Distrito Industrial, dentro de sua cela, com autorização do diretor Henrique Medina como parte de sua socialização e recuperação. A quadrilha do “Alam”,  participou do assalto ao supermercado “Agromar”. Não lembro o nome do detento, mas sei que era responsável “envenamento” dos carros Opalas e Maverik's, usados pela quadrilha e o monitoramento dos rádios dos fuscas da polícia. Os “Manduquinhas”, monitorados pela quadrilha seguiam para um lado e seus integrantes seguia para outro. Foi difícil capturar todos seus integrantes, mas foram presos e condenados, Tudo era comandado pelas Secretarias de Segurança Pública e Secretaria de Interior e Justiça, esta comandada pelo ex-deputado federal e empresário de drogarias, Mário Haddad. José dos Santos Pereira Braga, como seu subsecretário. Ah, tempos bons que permanecem registrados na memória e como se fosse uma tatuagem gravada no coração! 

Condenados pelo assalto ao supermercado Agromar. Durante o assalto um estudante e também professor de química da Ufam, teria feito uma bomba e explodira durante a ação, matando uma pessoa. Também condenado, teria fugido disfarçado de mulher e dizem que reside em Natal e se tornara um empresário, mas não sei se a informação é verdadeira. Das quadrilhas que atuaram em Manaus, essa foi uma das mais difíceis de ser capturada! Se exagerei no saudosismo peço desculpas, mas voltarei à crônica.

Com relação à existência de conivência entre presos e diretores de Unidades é inegável, ou todo o material recolhido teria passado voando por cima dos muros ou em “teresas” feitas com lençóis que os detentos usam para fugir das prisões.  Mas como disse o guerrilheiro Che Guevara, entre um e outro charuto Havana: “é preciso ser duro, mas sem perder a ternura jamais”

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

"ASSIM CAMINHA" A SOCIEDADE!



Ainda vai levar um tempo/Pra fechar/O que feriu por dentro/Natural que seja assim/Tanto pra você/Quanto pra mim (…) Ainda leva uma cara/Pra gente poder dar risada/Assim caminha a humanidade“  (Lulu  Santos)


 “Nem esquerda; nem direita, pra frente!”

Faço uso de versos da música  “Assim caminha a humanidade”, de Lulu Santos porque retratam a clara divisão que se vive na sociedade política brasileira: ima parte é contra e outra é a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff e a perda do mandato do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha. Em outra ponta do Brasil, o prefeito Odenilson Magalhães, do município amazonense de Beruri, de pouco mais de 15 mil habitantes, afastado por corrupção pelo juiz da comarca. Parte da população foi às ruas protestar contra seu retorno ao cargo. Ele havia conseguido uma  liminar da Justiça e a Câmara Municipal confirmou seu afastamento e abriu uma CPI. Ele não reassumiu. 

A frase que me chamou a atenção na passeata, “nem esquerda; nem direita, pra frente” e apareceu em uma cartolina era pequena e se perdia entre tantas outras faixas maiores usadas por parte da população do município no protestava. Naquele momento, confesso que senti saudades e um pouco de nostalgia da época em que havia clara oposição e situação no Brasil, ou direita e esquerda. A direita, a Arena apoiava o Governo Militar. O MDB era contra o Regime Militar de 64. Naquela época de oposição e situação, os políticos eram bem escolhidos, tinham o poder de oratória. Entretanto eram proibidos de fazer quase tudo: as propagandas na TV se limitavam à a foto do candidato e resumindo seu trabalho, quem ele fora, o que fizeram e o que se propunham a fazer se fossem eleitos e depois, aos inflamados discursos em plenário. A oposição foi crescendo e incomodando o Regime Militar porque os candidatos usavam muito bem o dom da oratória e, possuíam discursos e trabalhos para continuavam se elegendo e reelegendo seguidamente.

Só como ilustração do que era oposição e situação e a importância ideológica que essa definição possuía naquela época, um político campeão de votos como deputado federal pela oposição Joel Ferreira da Silva, trocou de partido, disputou novo mandato pela ARENA e perdeu a eleição. Dizem que teria feito um acordo com o ex-governador José Lindoso para que seu irmão, o juiz Joel Ferreira da Silva, se tornasse desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas, em lista tríplice, com outros juízes e não foi indicado para o cargo. Com o crescimento ideológico da oposição clara e bem definida da época, o Governo Militar de João Figueiredo, mesmo enfrentando a oposição nos quartéis, decidiu promover a abertura política “lenta, gradual e firme”, mesmo com bomba explodindo quase diariamente em algum lugar, inclusive na sede do Conselho Federal da OAB e o atentado que ocorreria no Rio Centro, por ocasião das comemorações do Dia do Trabalhador. Felizmente matou só o militar designado para promover o atentado e foi creditado à oposição da época. Com a conclusão da abertura política, políticos que viviam no exterior e outros que se mudaram e foram viver em diversos outros países, principalmente quando, o presidente Ernesto Geisel. Ele criou slogan “Brasil, ame ou deixe-o”. Esse período foi chamado de “Anos de Chumbo” e muitos políticos da oposição  foram deportados ou deixaram o país. Outros decidiram permanecer e lutar pela volta do regime democrático ao Brasil e conseguiram. Contudo, a abertura política ocorreu com bombas que explodiram em bancas de jornais e revistas, sem consequências graves, mas sempre atribuídas ao pessoal de esquerda que lutava contra o rigor da censura militar imposta à sociedade. O momento atual da política brasileira, sem qualquer ideologia de esquerda ou de direita, é tudo junto e misturado como disse o ex-governador do Amazonas, Paulo Pinto Nery, em 1982 que aconteceria. 

Dos 37 partidos atuais com registros no TSE, dizendo que representariam milhões de eleitores, além de seus interesses, hoje fazem coligações de poder e não ideológicas, como já ocorrera no passado. Esse é também  resultado de um fenômeno social. Os partidos políticos ficaram pobres, não se renovam e não surgem novas lideranças. Só que todos eles estão divididos contra e a favor do impeachment de Dilma e a cassação do mandato do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha. Cunha que conseguiu mais uma vez manobrar e adiar o processo dele, por diversas vezes e a Comissão de Ética que se transformou em um octódromo de MMA, com socos e xingamentos imorais. Teve de tudo na reunião; menos ética e muito menos respeito entre os deputados presentes, muitos deles, investigados pelo STF. 

Quando as coisas ruins passam a ser percebidas como normais e naturais dentro da sociedade, é o fim moral de toda a estrutura de indignação dessa mesma sociedade apática. Isso se refletiu na fraca passeata que pedia o impeachment da presidente Dilma, apoio à continuidade das investigações do escândalo de corrupção na Petrobras, conduzidas pelo juiz federal paranaense Sérgio Moro, severidade, condenando a quem deve condenar e absolvendo a que lhes faltam provas nos autos para condená-los. O ministro Teori Zavaschi autorizou a busca em casa de políticos do PMDB e vários ministros, inclusive nos endereços usados politicamente por Eduardo Cunha. E assim, caminha a sociedade podre caminha sem modelos ético, moral, social, estrutural, dividida em cotas e bolsas raciais. Nesse meio de campo embolado do jogo político, a ONU divulgou o Índice de Desenvolvimento Humano o Brasil melhorou em alguns aspectos e piorou no da Educação. Melhorou pela criação dos Programas de Transferências de renda iniciada no Governo Lula e piorou porque a Educação permanece sendo contada por quantidade e não qualidade de ensino que alunos recebem em sala!  

Com relação à manifestação contra o prefeito Odenilson Magalhães, afastado por corrupção e, com liminar da Justiça para reassumir o cargo, a Câmara Municipal, composta por 9 vereadores dos quais confirmou seu afastamento e decidiu abrir uma CPI para investigar as corrupções. Um vereador deixou de comparecer à sessão da Câmara e não deu nenhuma justificativa e assim caminha a sociedade individualista e sem compromisso com o coletivo, infelizmente.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

CONSELHO DE ÉTICA, SEM ÉTICA OU MORAL! (luta de José Aldo Junior)

Mais ridículo e deprimente do que a derrota meteórica do lutador amazonense José Aldo Júnior, campeão invicto do MMA, para Coonor MacGregor,, foi ter que presenciar mais uma reunião do deprimente Conselho de Ética da Câmara Federal. Durante mais a sexta reunião seguida para discutir se o presidente da Câmara Federal teria mentido ou não sobre contas secretas na Suíça e deveria ter seu mandato cassado. Durante a reunião, os membros do Conselho de Ética promoveram um embate do MMA, mais demorado do que a luta entre o amazonense e o lutador irlandês. O Conselho de Ética da Câmara Federal está se transformando em um Conselho de lutadores do MMA, mas anda falta armarem o octódromo ou um grande circo de palhaços, sem a lona do circo.! Muita baixaria! O Brasil não merece ver e muito menos sustentar com dinheiro público esses lutadores de MMA, disfarçados de deputados federais. Dentro do Conselho, durante a reunião, o que menos existiu foi ética parlamentar. Como podem falar em ética parlamentar?

Composto também por deputados federais investigados pelo Supremo Tribunal Federal, o Conselho pode ter tudo, incluindo lutadores de MMA disfarçados de parlamentares, mas falta-lhes ética, moral e decência durante mais um embate de luta com provocações de parte a parte. Ao final do embate entre os deputados, o presidente do Conselho lançou uma pergunta aos brigões do MMA da Câmara: “qual o exemplo que vossas excelências querem deixar para vossos filhos e netos?”. Ninguém respondeu nada. Como pode um parlamentar Ficha Suja  concorrer a cargo e ainda compor um Conselho de Ética se ele próprio não possui ética ou moral? Enquanto isso, surgem salvadores da pátria oportunistas e fica claro o analfabetismo eleitoral, com a falta de capacidade dos eleitores de escolher candidatos com propostas de desenvolvimento como um todo  para o Brasil e não só projetos sociais  pessoais ou pontuais. Isso é frustrante!

O Brasil está muito sujo e cheio de políticos que dão vergonha, fruto de uma sociedade que apodreceu no pé! Existem exceções, felizmente, mas poucos políticos pensam no coletivo! A péssima escolha no perfil moral dos candidatos, se reflete nas urnas e ressoa na composição dos Conselhos de Ética das Assembleias Legislativas do Brasil, que não possuem ética e nem moral para cassar ninguém, muito menos o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha.. O ex-presidente da mesma casa Severiano Cavalcante foi cassado porque recebera um cheque de 10 mil reais do cantineiro da Câmara Federal. Como agora Eduardo Cunha, com cinco contas identificadas e não declaradas na Suíça, pode continuar impune e manobrando sua tropa de chopa de pugilistas de parlamentares investigados pelo STF, até por formação de quadrilha, continuar impune? Uma vergonha o Conselho de Ética da Câmara Federal. O deputado Eduardo Cunha ainda ameaçou com uma chantagem nada discreta: “posso até perder meu mandato, mas levo um monte de gente comigo”! Pode levar porque não fará falta o país e nem para o parlamento brasileiro! Fará um bem ao Brasil!

De Santa Catarina, um outro péssimo exemplo da atual safra de políticos do Brasil: aumentaram a alíquota de contribuição das aposentadorias, agrediram servidores públicos que protestavam no plenário contra o projeto e transformaram tudo em uma batalha de bombas da PM contra palavras de ordem a mudança aprovada. O nível da política do Brasil está péssimo!. Tudo se negocia nos bastidores, da forma mais rasteira possível, permitindo o surgimento das cinzas que ainda restam da política do Brasil, heróis salvadores da pátria, como o temperamental deputado federal Jair Bolsonaro e a ex-juíza Denise Frossard Loschi, ex-juíza de direito que mandou recolher à prisão, bicheiros que comandavam o crime organizado no Rio de Janeiro, também. Devido à notoriedade na mídia, entraram na política e se elegeram  deputados e ela deputada federal, só porque cumpriram  seus deveres nos cargos. De reboque, por outras razões nada nobres, ainda surgiram no cenário político brasileiro o ex- jogador de futebol, o senador Romário de Souza Faria's, “O peixe”, e Francisco Everardo Oliveira da Silva, o artista “Tiririca” e, ainda, o professor Jean Willys, ex-BBB nascido na Bahia e eleito deputado federal também pelo Rio de Janeiro, como deputados federais. 

Depois de eleitos, o que fizeram em favor do Brasil? O que a juíza Denise Frossard fez para melhorar a lei? O que Jean Willys proporcionou ou o discurso que fez para melhorar a Educação? O que Jair Bolsonaro apresentou de projeto para merecer o status de “pop star”, como teve em Manaus? O que o senador e ex-bom-jogador Romário de Souza Farias, “o peixe”, fez pelo bem do Brasil? Nada tenho contra nenhum deles, mas falta-lhes projetos, ideias e pronunciamentos para fazerem o Brasil caminhar nos trilhos! Como ex-chefe de gabinete em Manaus do ex-deputado federal Carlos Souza, reconheço que não é fácil fazer um projeto andar na Câmara Federal, cheia de burocracia em seus trâmites internos. Um projeto que o deputado federal apresentou em seu primeiro mandato parlamentar, indicando profissionais assistentes sociais e psicólogos para trabalhar em escolas públicas e particulares, até hoje não entrou na pauta de votação e talvez nem entre porque o parlamentar não se reelegeu e renunciou ao resto de seu mandato porque não aceitava ver o “balcão de negócios” em que se transformou os gabinetes da Câmara Federal.

Para transfonarem a política federal brasileira em um grande circo de palhaços falta só o prédio da Câmara Federal/Senado ser coberto com lona de circo ou instalar na sala da Comissão de Ética em um octódromo para que suas excelências possam  treinar e lutar dentro das regras lutas. Pior do que está, não pode ficar! Com relação à luta de José Aldo Júnior circulam nas redes sociais a denúncia de que ele teria que perder por pontos para continuar recebendo patrocínio vitalício de uma empresa Franco Suíça de 200 mil dólares. 

No caso do Brasil, os eleitores vendem votos por muito menos do que isso!

domingo, 13 de dezembro de 2015

CARTA A PAPAI NOEL


Caro papai noel, na década de 70, vivendo como menino livre, leve e solto na comunidade do Varre Vento,  sem energia elétrica ou televisão, o rádio era a única forma de comunicação que ligava a nossa vida difícil aos acontecimentos da capital. Naquela época não conhecia papai noel. 

Na capital, no final da década de 70 para estudar, aos 8 anos, também não sabia  o que era papai noel. Aos 12 anos de idade, de minha avô adotiva, dona Zizi, ganhei meu primeiro presente, um boizinho de couro que trouxe da Bahia não por ter me comportado bem, mas resultado e incentivo pelas seguidas boas notas que recebia dos professores no Grupo Escolar Adalberto Vale, que ela conferia diariamente. Não sei se merecia ou não essas notas sempre elevadas, que me acompanharam durante meus dois cursos universitários na Ufam – Universidade Federal do Amazonas.

Hoje, aos 55 anos de idade e sendo papei noel de meu filho, dirijo minha primeira carta ao senhor e espero que o senhor não esqueça de me atender ao meu pedido, mesmo sabendo que será muito difícil.

Desejo um Brasil livre de políticos que praticam pugilismo dentro da Comissão de Ética da Câmara Federal, principalmente os que respondem a qualquer tipo de inquérito investigatório em qualquer nível da justiça. Desejo políticos que não objetivem e nem cuidem de seus próprios interesses, mas dos interesses do Brasil. Desejo, por fim, que o que menos tenha mentido, se a presidente Dilma Rousseff ou o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, seja cassado. 

Ah, ia esquecendo: que haja mais respeito, honestidade, sinceridade e, principalmente, respeito, ética e princípios de coletividade na sociedade política que, também, é parte integrante do resultado da sociedade departamentalizada, cotizada, doente, como são muitos políticos que dizem representar os eleitores do Brasil, mas que representam apenas a si próprios. 

É uma vergonha que acho que nem papai noel terá como consertar, mas faça um esforço para conseguir realizar meus pedidos e que não permita mais que políticos de ocasião se aproveitem do cargo para enriquecer ilicitamente e depois apresentar desculpas esfarrapadas e nem surjam “salvadores da pátria” só porque falam muito e fazem pouco ou porque simplesmente cumpriram seus deveres no carto que exerciam antes de entrarem para a política, hoje com coligações de poder e não ideológicas como teria que ser. 

Por fim, Papai Noel, ajude à sociedade eleitora a votar em políticos não em troca de promessas mediáticas e pessoais e, sim, coletivamente!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

DESEJO VOLTAR...

...ao lugar que me viu menino
correndo com a baladeira quebrada no pescoço,
(No no Varre Vento diziam que dava 
azar balar um anum-preto. Eu matei!)


matar a saudade que sangra meu peito, 
dilacera o coração e navega  suavemente
nas  veias de umo lugar que me viu 
correndo eterno saudosista!
(preciso matá-la antes que a saudade me mate!)

Desejo retornar...
mesmo que não consiga ver o pé
de cajá na divisa do  terreno com o do vizinho do lado esquerdo  
mesmo que não exista mais 
a árvore que avistava do outro lado do Rio Solimões e me dava 
a certeza de estar em casa. Que alegria!
mesmo sabendo que não tomarei  “vinho” de cacau ao cair da tarde, apanhado do pé 
ou que recolhe folhas verdes de tabaco para fazer fumo de corda, 
(Meu avô José Raimundo era viciado em cheirar rapé!)
Mesmo que nada mais exista, desejo voltar!

Desejo ver...
se ainda exste barro branco na margem do rio
que retirava com as mãos, 
fazia bolinhas e as secava ao sol!
(colocava dentro de um saco amarrado na cintura 
e o estilingue quebrado que usava só com adorno no pescoço e nada mais)!

quero voltar...
mesmo que não consiga ver nada da sepultura de minha irmã Ivete Costa! 
mesmo que nada veja ou reconheça preciso matar em mim essas lembranças dos meus até oito anos, quando abandonei a comunidade e vim estudar em Manaus!

Desejo voltar...! 
Não importam os motivos ou razões: a saudade dilacerante explica tudo!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

PÉSSIMO EXEMPLO DE JEAN WILLYS!

Em meio a tantos acontecimentos políticos escabrosos no Brasil, decidi escrever sobre dois: à declaração da presidente Dilma Rousseff, em Roraima, que afirmou como o ex-presidente Lula falava e a quem sucedeu, ter afirmado que “nunca um governo nos últimos 500 anos do Brasil, construiu tantas casas populares e as entregou ao povo, como no meu”. Será mesmo, presidente? 

E o ex-presidente Lula não construiu nenhuma no Brasil? Lógico que vossa excelência exagerou em sua fala, mas foi aplaudida pelo povo carente e ávido por casas populares teriam que aplaudi-la. Os carentes precisam de moradias. Contudo, seu pronunciamento me pareceu mais um desabafo político como foi a carta que lhe endereçou seu vice, Michel Temer, gerando tanta repercussão e interpretação na mídia e nas redes sociais.. Outro assunto, que me deterei mais um pouco, foi o péssimo exemplo do deputado federal, professor e ex-BB, Jean Willys, eleito pela Bahia, ao deixar uma reunião da comissão da Câmara Federal que discutia crimes cibernéticos. O vídeo circulou pelas redes sociais.

Como professor do primário à faculdade, afirmo que a atitude do parlamentar foi simplesmente ridícula! Jean Willys, demonstrou tudo o que um aluno não pode e não deve fazer em uma sala de aula: levantar, virar de costas para todos e sair da sala  levando sua bolsa de couro pendurada de um lado para o outro, como se fosse um menino minado e não um parlamentar. De forma correta, embora um pouco agressiva, essa atitude desrespeitosa foi classificada pelo seu colega deputado federal pelo RJ, Jair Bolsonaro, como sendo a de um moleque, imoral, banana e acusado de agir com canalhice. Com justa razão! Desconheço as razões que levaram o deputado federal da Bahia ter agido assim, mas não foi um péssimo exemplo para a Câmara Federal, já desgastada com tantos péssimos exemplos, em um momento em que mais se exige respeito, transparência e lisura a todos. O parlamentar baiano agiu com desdenha com outros colegas de parlamento. Isso não se faz, Jean Willys!

Em visita a Manaus, Bolsonaro foi recebido como um “pop star”. Mas poderá se transformar em uma fraude política ou em um ditador civil. A sociedade ávida de bons exemplos, encontrou no deputado que agride e insulta as mulheres parlamentares, desrespeita o RI, acusa sem prova e representa o que seria a direita do Brasil. A recepção dada ao provável candidato à presidência da República, o radical e muitas vezes destemperado parlamentar, significa a inexistência de valores morais, éticos e políticos na sociedade. Ele representa tudo isso que hoje que a sociedade exige: um herói salvador da pátria para chamar de seu! Que será candidato à Presidência é quase certo. Ele tem o apoio das forças armadas. Contudo o deputado federal poderá ficar tão empolgado e deslumbrado com o cargo de presidente e poderá passar facilmente de presidente a ditador. Na ALE/Am, receberá uma honraria, por indicação de um militar da PM. Acredito, contudo, que  toda essa pressa  seja prematura e poderá haver arrependimento depois! É, porém, um candidato que possui viabilidade porque faltam valores morais na sociedade e isso Jair Bolsonaro representa. Falta-lhe, porém, humildade no exercício parlamentar. Ele não possui nenhuma proposta para retirar o Brasil da crise. Não existe indicação que possa ser um candidato confiável. Depois, como presidente da República, se for eleito, poderá ser tarde para novo arrependimento!

A qualidade do voto está péssima e a qualidade de muitos políticos, também. Hoje vota-se em quem mais aparece na mídia, mesmo que quem mais apareça na mídia seja usado por outros políticos de plantão, para conseguir voto de legenda e fazer coeficiente eleitoral, na “lei ou na marra”, de João Goulargt, quando prometia fazer assim, na lei ou na marra a reforma agrária  no Brasil e foi deposto pelo golpe militar de 64.

Ah, com relação à Dilma, repito a pergunta: teria sido ela ou seu antecessor quem criara primeiro o programa Minha Casa, Minha Vida? Como tenho certeza que fora o Lula quem implantou o programa e ela deu continuidade, a presidente jamais poderia ter imitado seu “padrinho político” que sempre diziae “nunca na história desse país...”. Dilma inovou e disse que nunca nenhum Governo teria construído tantas casas populares, como o dela estava fazendo! 

Enquanto isso, no TCU, em Brasília, a presidente Dilma sofreu mais uma derrota política: as contas do Governo foram rejeitadas em grau de recurso. O Tribunal reconheceu que fazer casas populares e pagar programas sociais com o dinheiro dos bancos foi “uma pedalada fiscal” e isso não é motivo para aplausos, embora aplauda à necessidade de habitação social no Brasil, por pura falta de planejamento habitacional!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

A CARTA....QUE EXPÕS A VERDADE POLÍTICA DO BRASIL!




A carta endereçada à presidente Dilma Rousseff pelo vice-presidente da República, Michel Temer, mais do que um simples desabafo pessoal, também ganhou as redes sociais e expôs uma realidade que ocorre em todo o Brasil: todo vice só serve como  mera peça decorativa e, eventualmente, substituir o titular do cargo quando se ausentar por motivo de agenda, necessidade ou por qualquer outro motivo. Se o vice, não exercer alguma outra função dentro do Governo,  será uma mera peça de um jogo xadrez, que vai terminar engolindo e destruindo a rainha ou ser objeto decorativo e nada mais, dentro de uma imoral e não ideológica composição política para ganhar a eleição!

No Amazonas, onde resido, em 1982 o vice-governador de Gilberto Mestrinho, Manoel Ribeiro, foi nomeado presidente do Banco do Estado do Amazonas. Mais tarde, o atual senador Omar Oziz, quando vice-prefeito, assumiu à Secretaria Municipal de Obras. Depois, como vice-governador, assumiu à Secretaria de Segurança Pública do Estado. Caso não assumisses cargos, o senador Omar Aziz também teria sido parte de uma composição política chegar ao poder e também seria só uma peça decorativa no jogo político. Vice é uma espécie de fiel de balança e serve só para fazer número na composição política, seja ela qual for e como for realizada. 

Essa realidade exposta em caráter pessoal pelo vice-presidente, não é raro. Ainda no Amazonas, a vice-prefeita do Município de Iranduba, também não participava de nada dos destinos da administração municipal corrupta do prefeito que está em processo de cassação pela Câmara. A carta desabafo em caráter pessoal, já ganhou as esferas das redes sociais e está sendo distribuída nos diversos grupos, ganhando uma dimensão inimaginável. Enquanto isso, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, continua adiando a cassação de seu mandato, usando manobras regimentais. O prefeito Xisink Silva Medeiros, prefeito de Iranduba, foi preso por ter desviado 56 milhões do Fundo Municipal de Saúde e está sendo cassado pela Câmara Municipal. A vice-prefeita Madalena de Jesus (PSDB), a “Madá do Cacau Pirêra”, assumiu e comandará os destinos do município e tentará recolocá-lo no caminho do desenvolvimento que está começando a ter depois da inauguração da Ponte Rio Negro, que liga Manaus a vários outros municípios da Região Metropolitana.

Depois, não querem admitir que o PMDB seja um partido decorativo dentro do governo federal, um fiel na balança que não balança nem para um lado e nem para outro e só olha para seus próprios interesses. Será que o PT é o único culpado por tudo de ruim que ocorre no Brasil? 

Logico que não! Todos os eleitores têm culpa coletiva, embora ninguém agora admita que seja culpado também. Logico que isso é normal: é triste ver uma sociedade individualista, ignóbil,  porque ela fica cega. O pior cego é aquele que tem olhos, mas só vê o que deseja ver e não consegue fazer uma análise isenta de raiva, ódio ou paixão contra ou a favor de quem quer que seja. O PT é apenas um representante da sociedade podre de valores éticos, sociais, morais, políticos e ideológicos. 

Em razão disso tudo, a carta pessoal do vice-presidente causou tanto impacto em todos os setores do Brasil! Tudo o que é, não o é como parece sê-lo! A carta do vice-presidente à presidente Dilma Rousseff é só mais um embrolho político para ser digerido como veneno pela sociedade individualista.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

AS REVOLTAS: (UM RETRATO DO BRASIL DE HOJE)


Histórica e socialmente, em todas as revoltas registradas no mundo, começaram com o povo mais simples sendo usado como “bucha de canhão”, “massa de manobra” para outros atingirem seus objetivos, sejam eles mediáticos e inconsequentes, sejam eles para, depois de alojados em seus objetivos, massacrarem o mep povo que os ajudou. Foi assim em todas as revoluções que mudaram os destinos e a história do mundo e será assim também no Brasil, no qual se digladiam duas forças antagônicas, por objetivos iguais: um querendo derrubar o outro, por motivos torpes. De Eduardo Cunha, presidente da Câmara Federal, que posa de bom moço e nega tudo e a presidente Dilma Rousseff, contra quem pesam as mesas acusações que já pesaram contra o ex-presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso,  há 16 anos passados, feitas pelo partido que agora é Governo: subida da inflação, falta de ética, economia estagnada e outras acusações. Lenta ou rapidamente, a revolta surge na natureza política, no mundo! Com mais força e problemas, ocorre no Brasil, em forma de protestos silenciosos ou barulhentos. Tudo é a famosa teoria do retorno: o que se faz de ruim, se recebe de volta em dobro, seja o que for e como e quando for! Como as águas dos Rios Negro e Solimões, no Amazonas, invadiram municípios e devolveram todo o lixo despejados em seus leitos, o mesmo está ocorrendo na política atual do Brasil: o lixo, podridão, esquemas de bastidores e as negociatas estão emergindo do fundo do mar de lama em que se transformou a política do país e destruindo tudo. Com relação específica ao Brasil, qualquer outro partido que estivesse hoje na Presidência da República e não o PT, talvez fizesse o mesmo, se quisesse apurar a roubalheira e a sangria dentro da Estatal que, sozinha, representa mais ou menos 3% do PIB Nacional. Nos pequenos municípios e nos Estados, administrados por partidos políticos que não sejam só o PT, continuariam desviando recursos públicos e desrespeitando a aparente frágil natureza - que pede socorro -, A maré reivindicaria em dobro tudo o que lhe levaram sem lhes pedir permissão, defendendo-se e destruindo as construções irresponsaveis autorizadas por autoridades em praias, dunas e areias, levando ruas, casas de veraneio, calçamentos, aterros etc, Se existiram ou não propinas para essas autorizações, ou não ouso dizer porque me faltam elementos comprobatórios. Contudo, mínimo é estranha a cincessao de autorização para construção em faixa de domínio da Marinha do Brasil. A natureza está sendo despertada pelos impactos que o homem produz em troca de uma suposta beleza e um aparente conforto mesmo que essa revolta surja em forma de derrubada de encostas, construções de contenções, despejando sujeira na maré. As pessoas fazem construções irregulares por necessidade social ou.pura ostentacao em praias poluídas. Agora, estão sofrendo as consequências de seus atos irresponsaveis. Depois, reclamam contra a sujeira, o mal cheiro, a poluição e cobram providências dos poderes públicos. Não dá para enfrentar a natureza sem que se receba de volta suas consequências!

Nas ruas, o povo está cobrando providências para minorar as catástrofes naturais que matam, dizimam e sepultam vivas pessoas. As marés estão cobrando os espaços que perderam para o homem, de forma mais violenta que podem. É a natureza reivinfivando em dobro tudo o que fizeram contra ela e continuam fazendo contra sem a menor preocupação com o que lhes acontecerá depois. Muitos, por pura necessidade social de moradia, erguem barracos em encostas ou em cima de morros, outros pela vista privilegiada que passarão a ter e mais alguns pelas possibilidades que terão para ganhar dinheiro com o aluguel de barracas para turistas. Em Macapá, Salinas, Fortaleza e outros locais em que invadiram e destruíram os arrecifes naturais, construíram muros de contenção para impedir que as ondas invadissem e derrubasse as construí és, mas, não impedem a fúria da natureza. Em outro aspecto, pelas ruas do Brasil, desfilam tranquilamente menores infratores protegidos pelo ECA, usando drogas e nada é feito em favor deles em termos de saúde pública, a não ser discutir a redução da maioridade penal, sem pensar que outros menores sem educação, como determina a Constituição, possam ser arrastadas para a marginalidade e o vício?! Previa e escrevi sobre isso no blog carloscostajornalismo, logo que implantaram o Estatuto da Criança e Adolescentes: menores seriam usados para assumir crimes por maiores, o que já está ocorrendo. Todos sabem, mas fingem não saber. Reduzir a maioridade penal, sem investir na melhoria da Educação, foi o mesmo que convidar mais menores para assumirem crimes pelos maiores porque o ECA determina - mas não acontece - , que os infratores sejam ressocializados e reinseridos na sociedade, o que é plenamente possível em termos sociais, usando apenas educação, esporte, tratamento contra a dependência química e retorno à sala de aula, como explicitei no livro A CIDADANIA COMO FATOR DE RESGATE SOCIAL (blog carloscostajornalismo). Por que, não apenar os infratores a cumprir três anos de medida socioeducativa, com educacao obrigatoria, acompanhada pelo Estado, pelo crime cometido, em vez de só reduzir a maioridade penal para 16 anos? Talvez seja porque o Estado já tenha certeza de que não teria como cumprir essa obrigação, como também não cumpre com várias outras obrigações legais! Cadê as 40 mil novas prisões que teriam que ser construídas no Brasil, caso a redução da maioridade penal fosse reduzida para 16 anos. Foi reduzida e cadê as 40 mil novas prisões como disse o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, para não permitir essa redução. O Estado, via PT, também pratica a mentira, o amedrontamento e impõe o terror psicológico à sociedade. Nem tudo o que diz, o é de verdade, infelizmente.

Quando estive em visita em Salinópolis, depois de vários anos sem visitar o ocal, percebi construções e barracas que não existiam antes. A maré também não recua mais como em anos anteriores. Os canais com lagoinhas para banho também não se formam mais como ocorria no passado. Agora, permanece só uma pequena faixa de areia que se vista. Essas mudanças foram motivadas pela ação maléfica do homem. O mar avança, agora, de forma mais violenta e rápida, embora o horário de descida e subida das marés permanecem o mesmo! No caso do lixo depositadonas águas e trazidos pelas dos rios do Amazonas e dos 7 mares do mundo, voltam, como se fosse um presente e se depositam no lugar do qual nunca deveria ter saído – embaixo das casas dos “porcalhôes” de plantão.

Agora reclamam do mal cheiro e cobram das autoridades! Por que não jogarem o lixo descartado nas águas e não colocam perfume para não o receberem com cheiro agora? Seria ótimo, mas muito caro e provavelmente exigiriam que o poder público colocasse perfume no lixo antes de o descartarem nas águas dos rios e dos mares! Ninguém isoladamente é culpado e nada. Todos são culpados, mas acusam só PT por tudo que é ruim, de péssimo e não percebem que a sociedade é a principal culpada embora cobre e culpe o poder público por tudo! A presidente Dilma Rousseff não está fazendo um bom Governo. Contudo, se ela presidente sofrer impeachment, toda a sociedade deve sofer o mesmo junto a presudente, com como escrevi na crônica IMPEACHEMENT DA SOCIEDADE! (carloscostajornalismo).

Cansei de ler pelas redes sociais tantas hipocrisias acusações e leviandades!

sábado, 5 de dezembro de 2015

AH, QUE SAUDADES DO VARRE VENTO! (homenagem à atriz Marília Pera)


Ao entrar em um supermercado de Manaus, parei para ouvir notícias sobre a morte da atriz Marília Pera, pela TV. Depois segui e entrei na fila para comprar presunto, queijo e, em outra fila, para comprar um peixe de cativeiro. Olhando-os tão pequenos sobre uma área fria de gelo, senti saudades do meu Varre Vento, que o deixei para estudar em Manaus aos 8 anos de idade. A comunidade ficou gravada em mim como se fosse uma tatuagem. Enquanto esperava para recebê-lo tratado, conversei com uma senhora de idade, que me disse que perdera sua filha para o lupos, professor da Ufam e  seria muito inteligente, mas morrera nova, deixando-lhe um neto para criar. Tirou o celular da bolsa o atendeu e me mostrou a foto do neto que sua filha deixara para ser criado por ela. Era fofura” em seus braços.. Fiquei pensando com meus botões: como a vida é uma sucessão de “vida e morte” que nunca vai parar; una morrem; outros nascem e a vida continua. Por isso na aula de filosofia na Ufam, o professor Nélson me disse que o homem era um ser angustiado porque se reconhece mortal e caminha sempre rumo ao encontro da morte. Algumas vezes ela vem cedo demais. Outras, permite que e  ultrapassando a casa dos 70 anos, como foi o caso da atriz global, que faleceu de câncer.

A senhora da fila com quem conversava me dizia que os peixes estavam muito pequenos e lembrei do meu Varre Vento. Contei à senhora que meu pai Paulo Costa, pegava tambaqui no lago de mais de 40 quilos de peso, até o final dos anos 70. Imediatamente recordei, também, que a criação de peixe em cativeiro no Amazonas e no Brasil começou com discursos inflamados no Congresso Nacional, do advogado e senador amazonense Evandro Carreira, no final dos anos 70 e início dos anos 80. Ele afirmava época, que a fartura de pescado no Estado desapareceria com a pesca precatória e os conflitos entre armadores com grandes embarcações os moradores das comunidades. Evandro Carreira estava certo, mas foi quase execrado pelos seus pares de outros Estados. “Como o peixe dos rios acabará?” se perguntavam em tom ironia, descrença e um pouco de deboche.

Também recordei de meus 7 anos de idade, caminhando com meu corpo ainda em formação com pai, Paulo Costa, rumo ao lago, para ele revisar espinhéis e malhadeiras colocadas na água no dia anterior. Quando o acompanhava essa tarefa de colocar seus instrumentos de pesca na água, poucas vezes, o vi marcando árvores onde os tinha colocado. O espinhel recebia seringas que eram colhidas quando espocavam e caíam dos das seringueiras, nas suas pontas; as malhadeiras, tinham pedaços de chumbos para afundarem e ficavam retas. Durante as revisões, meu pai, com todo silêncio, passava a pá do remo sobre os locais diferentes, suspendia-os e dizia alegre “aqui tem um peixe grande”; em outros, com tristeza, “nesse não tem nada”. Mesmo onde não existindo nenhum tipo demarcação, sempre acertava todos os lugares. Será que tinha o GPS em sua cabeça, na época em que nem se falava em GPS? Não! Era instinto, conhecimento no que fazia e sabedoria de cabocla mesmo, de quem nasceu e viveu a vida entre a pesca e à lavoura. Na fila, contei à mulher tudo  e ela me disse que possuía um sítio e que hoje tudo tem que ser trancado porque existem muitos ladrões, drogas e roubos. “Esse passado era gostoso porque não tinha nada disso”, disse-me com saudosismo em suas palavras.

Vez ou outra, o cachorro “Téu” que sacudia o rabo sempre que meu pai pegava o terçado, colocava o chapéu na cabeça, entrava na canoa se colocava no meio dela, se equilibrando para não cair na água. Eu, na popa servia de compra peso com meu  corpo de idade e pouco peso. Fui desfiando histórias e memórias durante a espera até que chegou meu peixe tratado chegou. Ele tinha pouco mais de 2 quilos e não era como os que meu pai pegava feliz na comunidade, em qualidade e peso. A senhora recebeu o peixe dela antes do meu e seguiu para a área da carne. Depois, não a vi mais.

Tristemente fiquei pensando na notícia da morte da atriz Marília Pera e na não morte de minhas saudades sempre que lembro do meu Varre Vento, comunidade no município de Itacoatiara. Será que ainda verei o lugar que me causa tanta recordação? Talvez, mas não tenho certeza porque deixei a comunidade para estudar em Manaus aos 8 anos de idade, mas a comunidade não me deixou e me acompanha até hoje como se fosse uma tatuagem gravada em meu peito. Ah, que saudades sinto do meu Varre Vento que não me abandona. Dizem que nada mais é igual porque também foi atingido pelo fenômeno das terras caídas, mas quero voltar, mesmo que seja para matar em mim essas lembranças e torná-las só mais uma estrela brilhando no céu, como se tornou Marília Pera.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

OS RATOS COMEÇARAM A ABANDONAR O NAVIO!


Em política, só mudam os personagens, mas tudo é igual como já fora antes, podendo-se até dizer que “tudo continua como antes no quartel de Abrantes”, como diz um ditado popular.

O cenário é o mesmo: o circo em que se transformou a Câmara Federal. Os personagens são outros, mas o enredo é igual ao que ocorreu em 1999 quando o PT era adversário político de FHC. No início de seu segundo mandato, enfrentou quatro pedidos de impeachment. 

Em Brasília, o vice de Dilma Rousseff, Michel Temer, que como presidente da Câmara, arquivou pedidos de impeachment contra FHC, revoltando a raivosa oposição do PT,  mantêm seu silêncio sepulcral e inquietante à nação, mas os ratos já começam a abandonar o navio que está naufragando, antes de o comandante deixá-lo. O primeiro a abandonar o náufrago Brasil, foi o ministro-chefe da Secretaria da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS), aliado do vice-presidente, que é investigado pelo STF por suposto envolvimento em corrupção com a Companhia Docas de Santos, quando ainda era deputado federal. O inquérito, contudo, continua dormindo na gaveta da burocracia na Procuradoria da República, em Santos, desde o dia 15 de setembro, ainda durante a campanha eleitoral para vice-presidente. 

Caso Dilma seja cassada e Michel Temer seja impedido pelo STF de substituí-la na presidência, assumirá o presidente do STF, Ricardo Lewandowsk e terá como vice-presidente o deputado federal mais votado do Brasil, em 2014,  o jornalista e redator Celso Russomano  (PRB), de 58 anos na época. O apresentador do programa “Exija seus Direitos”, pela TV Record, foi eleito com 1.525 milhões de votos, tornando-se  o segundo mais votado na história do Brasil. Segundo mais votado foi Everardo, o Tiririca e o terceiro foi o ex-capitão do exército e polêmico parlamentar, Jair Bolsonaro, todos de São Paulo, seguidos de três deputados federais do Ceará. O presidente do TSE foi nomeado pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no início de seu segundo mês de  mandato, enfrentou acusações de Milton Temer, filiado ao PT, de ter cometido crimes de responsabilidade durante o Programa de Estímulo à Restruturação do Sistema Financeiro Nacional, o Proer, iniciado em 1995  e no dia 29 de abril de 1999, entrou com pedido de impeachment contra FHC. Também o acusava de ter constrangido membros do Ministério Público e também de outros órgãos durante o processo de investigação do escândalo. do deputado Milton Temer, filiado ao PT,  acusando-o de ter cometido crimes de responsabilidade durante o Programa de Estímulo à Restruturação do Sistema Financeiro Nacional, o Proer, iniciado em 1995  e no dia 29 de abril de 1999, entrou com pedido de impeachment contra FHC Dezesseis anos depois, O PT que era contrário e trabalhava fortemente contra o Governo FHC, do PSDB, virou governo e está sofrendo com o mesmo veneno que aplicava quando ainda não era governo. O deputado federal Ciro Gomes, então no PPS chegou a pedir a renúncia de FHC. Michel Temer, então presidente da Câmara dos Deputados,  arquivava todos os pedidos contra  Fernando Henrique Cardoso. Talvez isso explique a razão do silêncio de Michel Temer.

Ou seja, tudo continua como “dantes no quartel de Abrantes”. Mudaram os personagens, apenas.  André Lara Rezende, deixou a presidência do BNDES, desmoralizado pelo sem envolvimento no escândalo do grampo telefônico, mas foi chamado de volta e aceitou. Pedro Malan, antes considerado intocável, esteve em vias de ser substituído. Eliseu Padilha não deve mais voltar, porque abandonou o barco barulhento e complicado do Brasil, antes do seu comandante maior, a presidente Dilma Rousseff. E ainda dizem que em política muda tudo: só mudam os atores; o enredo, intrigas, críticas, continuam os mesmos ingredientes que movimentam ou paralisam o país. No caso, o Brasil está paralisado e os urubus de rapina da política estão tirando uma lasquinha da desgraça dos eleitores que votaram pela barriga, pelas bolsas, cotas e não pela consciência de que o voto é para melhorar a coletividade como um todo e não para regredi-la, como ocorreu com a “companheira Dilma, que tenho certeza, fará um segundo governo melhor do que o meu”, disse Lula em total momento de inconsciência ou de falta de lucidez. 


E agora, para onde vamos?



quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

UMA MOEDA DE TROCA, O JOGO POLÍTICO!


Uma grande, complicada e indigesta moeda de troca, é no que se transformará a aceitação do pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e seu vice Michel Temer, do PMDB. De acordo com o Art. 57 da Constituição Federal, no dia 23 teria o início o recesso parlamentar, - mas querem adiar. Se não for rasgada a Constituição, nada será decidido em 2015, nem contra Dilma e nem contra Eduardo Cunha, que está sendo investigado por possuir cinco contas já identificadas pelo Ministério Público Suíço por suposto envolvimento em corrupção da Operação Lava Jato, o que ele nega, mesmo com todas as provas contra si. Qualquer que venha a ser esse tráfico desfecho, os brasileiros sairão perdendo, caia Dilma ou Eduardo Cunha. Será que o texto constitucional será rasgado e jogado no lixo? Pela vontade de Eduardo Cunha, talvez, mas será que os deputados aceitarão essa ditadura e abrir mão do recesso para passar as festas de final de ano com suas famílias?  Talvez, também!

Durante o recesso parlamentar, haverá tentativas de acordos, principalmente por parte do deputado federal bambu que enverga, mas não quebra; enfrenta temporais, mas não é derrubado, Eduardo Cunha. Em pronunciamento na TV sobre o processo aceito por Eduardo Cunha, a presidente Dilma Rousseff lembrou que não foi ela quem se elegeu presidente negando ter contas no exterior e disse que nada existe de concreto contra ela, até agora. Contudo, como os deputados federais do PT na Comissão de Ética anunciaram que votarão a favor do pedido de perda de mandato por quebra de decoro parlamentar por Eduardo Cunha, ele decidiu aceitar o pedido de um dos fundadores do PT, ex-candidato a vice-prefeito de SP em chapa junto com Luiz Inácio Lula da Silva, para tentar pressioná-la a fazer algum acordo.

Eduardo Cunha partiu para o ataque e denunciou que a presidente Dilma foi quem propôs a barganha: o deputado arquivaria o processo de impeachment contra Dilma e o presidente da Câmara não seria cassado. A presidente  diz que foi uma reação política do presidente da Câmara, que adiou pela quarta vez o processo contra ele. Muita lama ainda passará pelo duto da corrupção política, dos acordos inconfessáveis e desde o dia 21 de outubro, o ex-fundador do PT, Hélio Bicudo, deu entrada no pedido de afastamento da presidente. Se haverá continuidade ou não nos dois pedidos, tudo ficará para o ano que vem, infelizmente, porque o Brasil está estagnado, estrangulado, sem moral ético, político, administrativo e institucional. Uma batalha se travará nos bastidores do poder.

A “Coração Valente”, está fazendo um sofrível Governo na condução da economia do Brasil. O país está paralisado, em todos os aspectos nos campos político, ético, administrativo e, principalmente, no econômico, desde que a presidente Dilma Rousseff permitiu e não interferiu na investigação da corrupção do Escândalo da Lava Jato, na Petrobras, responsável por quase 3% do PIB Nacional, com investimentos em diversas áreas, “doa a quem doer”. Até o seu líder no senador, foi preso por atrapalhar as investigações e tramar a fuga de Nestor Cerveró, para não denunciá-lo como um dos envolvidos. Depois do início das investigações, o Brasil parou e não se discutiu mais útil pera país. Políticos federais de ocasião, se aproveitaram dessa inércia do Governo Federal para criticá-lo duramente, com razão em alguns aspectos e exageradamente em outros.


Não defendo o Governo Dilma. Reconheço falhas em vários campos administrativos, mas também não acuso por ela ter decidido a enfrentar a corrupção herdada de governos anteriores, desde Fernando Collor de Melo à Lula, a quem sucedeu. De forma determinada, a presidente “Coração Valente”, não deverá se dobrar às tentativas de chantagens, acordos inconfessáveis e a campanha “Fora Dilma”, que está nas ruas há muito tempo.

Quem for podre que se quebre, ou quem tiver mentido mais que seja cassado!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

SEM OPÇÃO DE CANDIDATO: SOCIEDADE x PARTIDOS POLÍTICOS!

Os partidos políticos são o resultado do que é hoje a sociedade: uma banda podre, sem perspectiva de futuro, projetos a longo prazo, moral e sem ética! Diante disso, fazem surgir falsos salvadores da pátria.

As redes sociais já começaram a defender a candidatura à presidência da República do deputado federal e capitão do Exército, Jair Bolsonaro e do ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa. Diante dos dois, se forem os únicos, ficarei sem candidato e, talvez, fique pela primeira sem votar: Bolsonaro é muito destemperado no exercício de seu mandato. Joaquim Barbosa se notabilizou durante o julgamento do escândalo do “mensalão” e se aposentou em seguida. Contudo, fez por obrigação de ofício, depois de nove anos e muita pressão da sociedade civil, cumprindo sua obrigação constitucional como Ministro.

Os partidos políticos são parte integrante da sociedade pobre de ética, valora morais e bons exemplos. Com isso, os 37 partidos políticos registrados no Brasil, trouxeram junto com eles 15 milhões de eleitores contaminados pelo vírus da falta de ética pública. O maior exemplo é o presidente do partido Solidariedade, Paulo Pereira da Silva, que mesmo acusado pelo STF por envolvimento em supostos crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha que teria desviado verbas do Banco Nacional de Desenvolvimento, usa a propaganda oficial do mais novo partido político fundado no Brasil, criado para se contraponto à falta de moralidade pública, para pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff,  culpando-a como única responsável por tudo de ruim que ocorre no paralisado Brasil. Garante que se presidente Dilma Rousseff, como se fosse em um passe de mágica, o Brasil voltaria a crescer. E os outros deputados federais e senadores, (http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/a-lista-de-deputados-e-senadores-com-pendencias-no-stf/) não contariam para a paralisia do país também? Será que a presidente seria a única responsável ou todos, como membros de uma sociedade coletiva, também teriam alguma responsabilidade, inclusive os eleitores que não poderiam ficar de fora!

Na contramão da história, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, conseguiu adiar pela quarta vez o andamento do seu processo de cassação de seu mandato. Usou manobras e aliados para fazê-lo. Até um relatório paralelo de um aliado político foi apresentado contra seu pedido de cassação e com o advogado declarando aos deputados que tudo deveria ser arquivado porque não daria em nada. O PT está dividido. No conselho de Ética, votará a favor da cassação, mas teme votar em plenário a favor da aprovação da destituição do cargo de presidente da Câmara, temendo retaliações políticas contra a presidente Dilma Rousseff, que também responde a um pedido de cassação de seu mandato. 

Não seria a presidente da República a única responsável pelo caos do Brasil em termos econômicos, morais, políticos, éticos e institucionais, porque a presidente faz parte de um todo maior, Como mandatária da Nação, a presidente Dilma Rousseff, por tomar as decisões que afetam a todos, é a primeira e principal responsável. Mas também tem outras pessoas que se escudam por trás de mandatos para defender o impeachment de Dilma Rousseff e posar de perfeito, sem temer nada. E ainda dizem pelas redes que o Brasil não vive uma democracia e defendem a volta da ditadura militar, acusam todas as autoridades de serem comunistas, socialistas, trotskista, anarquistas, anarquistas e tudo o que podem ou inventam para denegrir as autoridades públicas constituídas!? 

Em política e em partidos políticos, poucos se salvam. Em todos os partidos têm péssimas e boas pessoas, com propósitos nobres e sérios e os que só pensam em si próprios, enfim, os políticos e os partidos são um reflexo do que é hoje a própria sociedade podre e sem rumo!