segunda-feira, 13 de outubro de 2014

PROTESTO NO DIA NACIONAL DE LUTA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (os invisíveis que se fizeram ver)


Não! Não é o que você pode estar pensando a princípio. 

Foi apenas o protesto de  “invisíveis” usuários de cadeira de rodas, idosos e portadores de necessidades especiais que decidiram se fazer ver, cansados do descumprimento e desrespeito às Resoluções 303/304, inclusive em Manaus, na Feira da Banana! Isso, porém, ocorre em todo o Brasil, que está envelhecendo e ficando velho, apesar de seus 514 anos de descoberto!

Os cadeirantes que foram protestar: mas, suas cadeiras de rodas, sim. Vazias porque as pessoas estiveram sempre invisíveis e só servem mesmo para ter preferência eleitoral na hora de votar! Foi um protesto silencioso para muitos, mas estrondoso, inteligente, criativo, inusitado e surpreendente do povo “invisível” que se fez ver e não aguenta mais a constatação de que leis, Resoluções e postarias continuam sendo descumpridas e desrespeitadas e com as autoridades fingindo que não existem idosos, cadeirantes e portadores de necessidades especiais, no Brasil. As cadeiras de rodas vazias só estavam protestando contra as chamadas “leis que não pegam”, no Dia Nacional de Luta da Pessoa Deficiente! 

Elas estavam só ocupando estacionamento de automóveis com inscrições “É dois pulinhos”, “É só um minutinho” ou  “Não vi que era uma vaga” respostas dadas por todos os motoristas são flagrados desrespeitando as Resoluções 303/304/208 do Contran. Desculpem, fomos só dar dois pulinhos, foi só um minutinho, não vi que era uma vaga de carro. Desculpem, as cadeiras também perceberam que os estacionamentos não eram destinados a elas, mas também res´ponderam o que os motoristas sem educação não conseguem ver as placas indicativas dão como desculpas quando são flagrados. Essas duas resoluções padronizam as sinalizações (vertical e horizontal) e devem ser obrigatoriamente utilizadas na identificação das vagas, que patronizam um modelo de credencial, documento obrigatório para identificar os veículos que transportam pessoas idosas, portadores de deficiências ou dificuldades de locomoção. 

Essa inteligente forma de protesto foi organizado pelo vereador e cadeirante André Bandeira com a autorização e o total apoio Secretaria Municipal de Trânsito – Semuttram, mas representa, também, um cruzado de direita de box no queixo das autoridades que deveriam fazer cumprir e cumprir as Leis, em diversas outras cidades do Brasil que também não cumprem o direito de idosos, usuários de cadeiras de rodas e portadores de deficiências estacionarem seus carros adaptados nos locais especialmente demarcados para essa finalidade.

A falta de respeito e de cidadania com os usuários principalmente de cadeira de rodas, é comum de norte a sul do Brasil, mesmo com vagas demarcadas e sinalizadas porque, quando flagrados cometendo a irregularidade sempre dão as desculpas que constaram nas cadeiras de rodas colocadas nas vagas de estacionamentos normais para não portadores de necessidades! 

As cadeiras amanheceram na Praça José Bonifácio, no centro de Piracicaba e o protesto teve por objetivo “conscientizar as pessoas sobre o uso indevido das vagas destinadas a deficientes, cadeirantes e idosos”. Estavam lá nove cadeiras de rodas em frente ao “Poupa Tempo”, na Rua Boa Morte, ocupando vagas não demarcadas, obrigando motoristas a procurar outros locais para estacionar seus automóveis. 

O objetivo do protesto foi “conscientizar a população a não conturbar o trânsito,” afirmou o vereador cadeirantes e idealizador da ação, André Bandeira. O ato foi autorizado pela Secretaria Municipal de Trânsito – Semuttram do município. Segundo o vereador cadeirante, o centro da cidade de Piracicaba tem 69 vagas demarcadas para deficientes, mas foi ocupada por 130 idosos sentados em cadeiras de rodas, porque a população brasileira está envelhecendo e o quantitativo definido nas Resoluções 303/304, porque “muitas pessoas não respeitam as vagas”.

Leide Rose “Cadeirante do Arujá”, de São Paulo, que criou a página a página no dia  14/08;2014 com o nome “by Leide Rose Cadeirante do Arujá, para educar, orientar, protestar e ajudar a todos com deficiências” e mostrar seu trabalho social desenvolvido naquela cidade paulista, assumindo totalmente a luta por essa parcela invisível da população, que sequer pode andar com suas cadeiras de rodas pela cidade, nem que seja para sentir um vento lhe batendo ao rosto ou sentir o cheiro do lixo perfumando o ambiente de hipocrisia das cidades com postes no meio da rua e placas nas calçadas dificultando e permitindo que essas pessoas normais se sintam anormais. 

O autônomo João Roberto Barreto, afirmou “se cada um parasse na sua vaga, não teríamos tantos problemas e dificuldades”, mas falta consciência cidadã da população que acha que só porque tem um automóvel, pode parar em qualquer lugar. A mobilização inteligente contou com o apoio do Centro de Reabilitação de Piracicaba e da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – Apae, do município.

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