quinta-feira, 30 de outubro de 2014

ABRAM AS ASAS SOBRE NÓS!


Periquitos asa branca da minha árvore no Mundi
convidem seus colegas “estrelinhas”
e, juntos, abram as asas sobre nós, os brasileiros
cantando e fazendo com que todos ouçam  na
nação chamada Brasil 
da corrupção,
falta de vergonha,
votos por interesses, emendas parlamentares,
financiamentos públicos de campanha
E venham nos ajudar!
Periquitos que invadiram minha Manaus, 
que cantavam na árvore que avisto da janela da cozinha
abram suas asas verdes da floresta e branca da paz
sobre os políticos e
fazei que com ouçam seus cantos desesperados
protejam nossas florestas,
olhem para os eleitores
(e não para seus interesses).
Os dois juntos poderão ter mais força
que a nação inteira que reelegeu a presidente Dilma Rousseff
(fez muito pelo social)
confirmando  que a Nação está dividida:
(abstenções, votos brancos e nulos!)
pela democracia do voto imposto!

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

PIZZOLATO "PIZA" NO CALO DO PAÍS: AS PRISÕES DO BRASIL!



Henrique Pizzolato, o ítalo-brasileiro que fugiu para a Itália usando documentos falsos, foi solto pela Justiça de seu país e pisou no calo dolorido e no calcanhar de aquiles do o sistema prisional do Brasil: ele está falido, na UTI e precisa urgentemente ser ressuscitado antes que morra!

Não adianta fazer qualquer relação com a decisão do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva de não extraditar Cézari Batisti, acusado por vários crimes de terrorismo na Itália porque o problema é mais sério e grave do que isso e também não adianta recorrer, protestar, esbravejar porque a decisão da Corte Italiana foi baseada em fatos conhecidos por todos os brasileiros: as prisões brasileiras não recuperam ninguém porque não existe Educação, Profissionalização ou qualquer outro tipo de ressocialização para os condenados.

Enquanto a Câmara Federal estiver agindo com seus deputados como se fossem garotos mimados querendo pirulito, rejeitando por pura birra, projetos de grande alcance social e de envolvimento com toda a comunidade, deveria ficar preocupada em aprovar leis que beneficiem a todos e se cumpram, mesmo que contra suas vontades, porque houve total legitimidade na reeleição da presidente Dilma Rousseff. Em vez de a Câmara Federal se comportar com um filho rejeitado dos brasileiros, deveria promover uma profunda reforma em tudo o que está ruim e continuar apoiando o que está dando certo, como o Programa de Redistribuição de Renda, procurando corrigir possíveis falhas, mas apoiando-o.

Henrique Pizzolato  pisou no calo dolorido da Justiça brasileira! E não adianta agora dizer que a Justiça italiana agiu em retaliação porque não foi. O ítalo-brasileiro, condenado no crime do Mensalão que teve envolvimento de vários partidos, conseguiu fugir do Brasil usando documentos falsos, provando o que Aécio Neves dizia durante a campanha: os órgãos de controle estão descontrolados, desarticulados e ineficientes! Como uma pessoa consegue fugir com documentos falsos do Brasil, nas barbas da Polícia Federal, com tantos controles existentes nos Aeroportos e fronteiras?

O ítalo-brasileiro não será extraditado para o Brasil porque as prisões brasileiras são Universidades do Crime, nas quais o condenado entra com o ensino primário e sai PHD na bandidagem. Hoje, os criminosos dão ordens nas cadeias, as usam para praticar seus crimes, dar ordens pelos seus celulares enquanto o eleitor brasileiro fica refém dentro de suas casas ou condomínios, atrás de grades que parecem mais prisões.

O pior é que embora o candidato ao governo de Natal, Henrique Eduardo Alves, derrotado nas urnas, tenha anunciado que a criação dos Conselhos Populares que envolveriam representantes de todos os poderes – eu, particularmente, que fui presidente da Comissão Estadual de Emprego no Amazonas em duas ocasiões, veja com algumas reservas esse modelo político porque quem indica e quem nomeia são os prefeitos municipais, por puro apadrinhamento e não têm nenhum interesse e administrar com esses Conselhos, Comissões e tudo o que seria criado porque o que os administradores desejam é dinheiro em seus cofres para melhor “administrar” os eleitores -, poderia ser que desse certo!

Repito: enquanto Henrique Pizzolato, está solto na Itália, os políticos do Brasil não observam e nem aceitam a verdade: o sistema prisional brasileiro está falido e não recupera ninguém. Talvez seja por isso que a condenável redução de pena no país, seja tão utilizada!

terça-feira, 28 de outubro de 2014

NAS TRAGÉDIAS, REVOLUCIONÁRIAS DESCOBERTAS!


Das grandes tragédias, podem também surgir grandes e revolucionárias descobertas sociais e humanas, com profundos efeitos positivos para toda a humanidade!

Nas grandes dificuldades, guerras, catástrofes, surgem sempre ideias engenhosas com  soluções que, se distribuídas a todos, poderiam solucionar problemas de diversas outras pessoas. Como não desejo relatar a história desses feitos, sempre resultados de guerras, catástrofes, mas me ater somente a coisas mais recentes, como a seca em São Paulo, com empresas de lava jato reciclando água, uma professora lavando o pátio de sua casa e aguando suas plantas com água reaproveitada de máquina de lavar roupas e muitas outras. Por que ninguém aproveita essas engenhosas soluções e as produz para venda comercial, respeitando a ideia de quem as criou? 

Me aterei, porém, a dois projetos desenvolvidos por jovens alunas brasileiras que tiveram as ideias premiadas na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, a partir de duas tragédias que viveram no passado, além de outros três estudantes do Sri Lanka, Nepal e das Filipinas que também tiveram seus projetos incluídos no Programa de Incentivo a Projetos Inovadores de Empreendedorismo Social. Fico me perguntando: por que não tiveram seus projetos reconhecidos em seus países, principalmente o das duas alunas brasileiras? A Universidade Harvard, nos Estados Unidos, recebeu 80 projetos e selecionou Raíssa Muller, de Novo Hamburgo, e 19 anos e de Geórgia Gabriela da Silva Sampaio, de Feira de Santana, na Bahia. Quais foram suas ideias e por que elas viajarão para expor seus projetos para investidores do mundo e conhecer a universidade? Raíssa, aluna de química, depois de ter presenciado uma grande mortandade de peixe em um rio de sua cidade e pensado “por que não existe uma grande esponja para retirar todo esse óleo do rio”, desenvolveu uma espécie de esponja que repele água e absorve óleo e pode ser utilizada em acidentes com derramamento de óleo no mar, rio e em outras aplicações. “É um filtro que funciona com criptomelano que é um mineral pouco conhecido e tem com propriedade ser poroso.  No primeiro processo aumentei o tamanho dos poros e no segundo, fiz uma cobertura de silicone para repelir a água e absorver óleo”, explica a aluna. Ela diz que nenhuma substância química tem que passar e que o óleo e que, após ser absorvido e recuperado e revendido comercialmente, o filtro pode ser reutilizado até mais cinco vezes.

Nova pergunta: por que a Petrobras, que investe tanto em pesquisas para extrair petróleo, não patrocina uma ideia genial dessas e terá que comprar no exterior se quiser fazer uso dela após a produção em larga escala por alguma empresa estrangeira interessada? Será que ninguém da empresa percebeu a importância desse projeto para o meio ambiente? Seria apenas mais um descaso da Estatal que investe tanto no esporte, em corridas, em propagandas, mas pouco em educação e cultura, ou projetos sociais, além do Projeto Criança Esperança, da Rede Globo? Perguntar não ofende, mas pode incomodar a muitos!

Geórgia Gabriela da Silva Sampaio, convive com problema de endometriose na família e começou a pesquisar um método menos invasivo e mais barato, por meio de um exame de sangue, para diagnosticar a doença que acomete a milhares de mulheres no mundo e sempre termina em cirurgia com a retirada total do útero. Geórgia cogitou a possibilidade de herdar a patologia, mas até o momento essa hipótese está sendo descartada. Outra pergunta: por que nenhuma universidade brasileira da área de saúde se propôs a apoiar essa ideia inovadora?  Por que uma Universidade americana se interessou? Seria uma meta coincidência ou seria por que ela a patenteará e ganhará dinheiro?  

O estudante brasileiro Renan Ferreirinha Carneiro, de 20 anos, aluno do 2o ano de economia e ciências políticas em Harvard, é um  dos organizadores do projeto “Village to Raise a Child (Vila por Trás de um Jovem), explica que pela primeira vez o evento é organizado por um grupo de alunos, ex-alunos e professores de Harvard e tem por objetivo tomar conhecimento de ideias que impactem a comunidade em que os autores vivem. Ele explica: “A vila significa bairro, comunidade, escola ou qualquer grupo social por trás desse jovem”. Ele diz que existe sempre uma vila por trás de uma ideia, de um projeto e o critério era premiar ideias que impactassem a comunidade. Eu digo, existe mais do que isso por trás de um projeto: existe uma vida por trás de qualquer projeto!



segunda-feira, 27 de outubro de 2014

DILMA E AÉCIO PRECISAM COMEÇAR A TRABALHAR!


Como escreveu a escritora Marta Medeiros, o Brasil acordou eufórico pela vitória de Dilma Rousseff, reeleita para mais quatro anos e triste porque o país exigia mudanças estruturais, propostas por Aécio Neves. Em meio a toda a dor, a democracia venceu, mas o ex-quase-futuro ministro da Justiça de Aécio Neves, Joaquim Barbosa, teria publicado pelas redes sociais uma NOTA DE FALECIMENTO dizendo que o Brasil vai continuar mantendo uma classe de pessoas que vivem a custa do país, recebendo programas sociais, sem nenhuma perspectiva de alcançar o mercado de trabalho. No mínimo causa estranheza essa publicação porque o candidato derrotado também garantiu que continuaria com os programas sociais de transferência de renda do Governo do PT. Ou seria só mais um desprezo ao sistema democrático de Joaquim Barbosa que julgou os envolvidos no processo do Mensalão dito do PT, mas que envolviam também vários outros partidos, além do Partido dos Trabalhadores? Talvez, o ex-presidente do STF devesse ter postado Nota de Falecimento contra os 37 milhões de eleitores desiludidos e que se abstiveram ou que votaram brancos e ou simplesmente anularam seus votos, porque isso representaria uma insatisfação total contra o processo eleitoral ou teria sido um recado claro que a Reforma Política, discutida há 20 anos no Congresso Nacional, deve ser imediatamente aprovada. Ela sempre é barrada, remendada ou usado um jeitinho brasileiro porque envolve diretamente os interesses de deputados e senadores!

É...o Brasil acordou dolorido da luta travada no octódromo. Os candidatos agora precisam juntar os cacos que restaram do país, colá-los e reconstruí-lo mais forte e com as mudanças nas áreas política, fiscal, tributária, educacional, enfim, estrutural para que a estagnada economia possa crescer e gerar empregos. A condenável, sob todos os aspectos, invasão e destruição do prédio da Revista Veja, foi um atentado contra a liberdade de expressão, defendida por todos os jornalistas como também foi condenável o que a revista publicou contra Dilma e Lula, sem uma averiguação mais cautelosa. Mas no discurso de apaziguamento da nação, que amanheceu dividida e dolorida, deu para ouvir manifestantes gritando slogans contra a Rede Globo de Televisão que teria sido tendenciosa e parcial nos debates promovidos, permitindo não debates sem ideias e propostas, mas agressões pessoais e meias verdades anunciadas. Fica uma pergunta: será que a Rede Globo vai querer transmitir os futuros debates de candidatos, diretamente da arena do UFC, como  transmitiu a luta de José Aldo Júnior, contra um desafiante americano, com muitos de golpes baixos, dedos nos olhos e um juiz impassivo, achando tudo normal! O lutador do Amazonas conseguiu manter-se pela sétima vez, campeão da UFC, por unanimidade. Terminou a luta, porém, cheio de hematomas e um corte no supercílio, cheio de sangue!

Há erros, falhas e ajustes que precisam ser feitos na democracia brasileira, mas não se pode negar que foi uma das disputas presidenciais de mais baixo nível da história, com muitas acusações e leviandades, mas venceu a democracia e a vontade dos eleitores. Famílias se dividiram, pessoas se atacavam pelas redes sociais, usada pela primeira vez na disputa. Era como se fosse a luta da vida delas que estivesse em jogo – e era mesmo! Serão mais quatro anos para o PT cumprir as reformas que prometeu durante os embates e debates e melhorar sua posição perante os eleitores. O PT corre o risco de não emplacar mais um novo candidato do partido, caso não cumpra o que prometeu que faria com uma reeleição, mesmo apertada!

O escritor Fausto Arruda, do blog  “Nova Democracia” (http://www.anovademocracia.com.br/no-113/4826-so-uma-grande-desordem-pode-criar-uma-nova-grande-ordem) descrevendo as sociedades de classes antagônicas, garantiu que “é o caráter de classe do Estado que expressa a ordem vigente de dominação de determinada ou determinadas classes” e concluiu que só uma “grande desordem pode criar uma nova grande ordem”. A desordem já ocorreu. A ordem precisa vir agora!

Denúncias de corrupções foram feitas, , garantias de combate firme também, mas elas  só aparecem nos processos eleitorais. Depois desaparecem como se nunca tivessem sido feitas. Só que as denúncias deveriam ocorrer por ser uma obrigação de todos os políticos. No rastro de pólvora das denúncias, surgiu a da lista de políticos beneficiados com recursos desfiados da Petrobras e divulgadas pelo seu ex-diretor, Paulo Roberto Costa. Nela constam nomes de políticos de diversos partidos, inclusive alguns do Amazonas, ainda com mandatos, que teriam sido beneficiados com o esquema de caixa 2 da Estatal. 

Constam na lista, os nomes dos deputados federais Henrique Oliveira, do SDD, que teria recebido 100 mil reais, eleito vice-governador na chapa do candidato José Melo, Rebecca Garcia (PP) com 250 mil reais, candidata derrotada a vice governadora na chapa do candidato Eduardo Braga, Pauderney Avelino  (DEM), que teria recebido com 250 mil reais e o da senadora do PC do B, Vanessa Grazziotin, que teria recebido 500 mil reais. Se é verdadeira a lista, os parlamentares citados precisam vir a público e confirmar, se explicar ou desmentir seus envolvimentos. Se forem honestos, precisam declarar em seus impostos de rendas os valores. Se a presidente reeleita Dilma Rousseff quiser mesmo fazer uma caçada à corrupção, deve começar mandando conferir se se todos os beneficiados citados na lista de Paulo Roberto Costa, vão declarar os valores recebidos do desvio em seus impostos de renda! Mecanismos de controle da corrupção o Governo possui, mas só os usa quando quer! 

A lista completa com os nomes de todos os políticos beneficiados está no endereço (https://www.facebook.com/carlos.costa.33/posts/850515648326437)

Se fizer isso, já terá sido um bom começo!

domingo, 26 de outubro de 2014

CULTURA TAMBÉM É COMÉRCIO!


Cultura também é comércio!

Recebi dois CDs de Pablo Neruda e transportei-me para década de 80, quando exercia o jornalismo e recebi da Caderneta de Poupança Haspa, de SP, um livro com capa dura contando a Revolução Constitucionalista ocorrida em 32 e um LP com dos poetas Vinícius de Moraes e Carlos Drumond de Andrade, declamando poemas. Não existia Lei Rouanet, de incentivo à cultura e as duas obras foram produzidas em plena época da ditadura, com recursos próprios. Adorei os presentes recebidos na década de 80 e os que recebi do poeta Pojucan Bacellar, que veio visitar-me com sua esposa Ruth. Hoje a Lei Rouanet é usada para tecer críticas e atacar o cantor, compositor e escritor brasileiro Chico Buarque de Holanda, para dizendo que ele e sua família ficaram milionários recebendo patrocínios e por isso teria declarado seu voto à Dilma Rousseff. O cantor admitiu que votou a primeira vez na desconhecida Dilma Rousseff por que o ex-presidente Lula a indicou; mas agora, votará pelo que ela fez no campo social do Brasil.

Não desconheço que a Lei Rouanet, instituiu em seu artigo, o 2o do Programa Nacional de Cultura – Ponac e também os Fundos Nacional de Cultura (FNC), de Investimentos Cultural e Artístico (Ficart) e o de Incentivo a Projetos Culturais mas desconheço que o cantor, compositor e escritor Chico Buarque de Holanda ou qualquer membro de sua família, tenha recebido qualquer tipo de recurso de qualquer desses Fundos ou tenta aprovado algum projeto pela Lei para declarar seu apoio à reeleição de Dilma Rousseff. O cantor, compositor de músicas memoráveis e escritor de grande talento foi claro: na primeira vez, votou em Dilma Rousseff porque o ex-presidente Lula a indicara, mas o voto dele, agora, seria pelo que ela fez pelo bem social do Brasil,  e agora sem qualquer influência de Lula. 

Só quem não conhece o teor da Lei pode dizer tamanha asneira ou por maldade, influencia pessoal ou alguma influência politica no calor da disputa para a presidência, uma das mais envolventes e emporcalhadas por denúncias dos dois lados e, também, uma das mais acirradas ocorridas no Brasil, depois do derrotado projeto de Dante de Oliveira, das “Diretas Já” que permitiu  a redemocratização do país, pela insatisfação nas ruas. O Ministério da Cultura liberá dinheiro para poucos projetos e chancela muitos. Nunca procurei benefícios da Lei porque a considero burocrática, ineficaz, mas cumpre seu papel como deveria fazer: investindo em projetos com o que é feito no Chile! Como disse no início dessa crônica, cultura também é comércio e a prova disso foram os dois presentes que recebi do poeta e escritor amazonense que em viagem de turismo, comprou e me presentou dois CDs do mais expoente poeta da língua espanhola, Pablo Neruda, declamando seus próprios poemas. O LP com poemas que recebi de presente no passado, guardo-o até hoje. Não o escuto mais porque os aparelhos desapareceram do mercado e não consegui transferi-lo para CD e voltar a ouvi-lo de novo. Guardo porque é uma raridade e o livro conservo também como se fosse relíquia porque, talvez nunca mais se fará nada igual, com Lei ou sem Lei Rouanet ou parecido para vender como  cultura produzida pelo povo brasileiro. O livro sobre a Revolução Constitucionalista de SP, conservo-o para consultas, embora haja controvérsias históricas que contestam se a revolução foi mesmo constitucionalista ou não! Com relação ao LP dos dois poetas brasileiros, o único que conheço até hoje, apesar da existência da Lei Rouanet, que está sendo usada agora para atacar o cantor, compositor e escritor brasileiro Chico Buarque que lutou contra a ditadura com sua voz e pelas composições de duplo sentido, como “Cálice”, “Apesar de Você” e muitas outras de cunho político, como também o único poema político de Carlos Drumond de Andrade, “E agora, José?”, me fascinem até hoje, talvez nunca mais façam outras porque a Cultura é a única coisa que não interessa a ninguém A Lei Rouanet foi aprovada em 1991 e recebeu esse nome em  homenagem a Sérgio Paulo Rouanet, então secretário de cultura.  

Se Chico Buarque de Holanda ou alguém de sua família conseguiu ficar rico usando essa Lei, tenho dúvidas, mas dou meus parabéns ao cantor, escritor, compositor por ter tido à coragem de vir a público e declarar que votou em Dilma na primeira vez por causa do presidente Lula, mas agora vota nela de novo, por decisão consciente. Por isso ele está sendo duramente criticado e atacado pelas redes sociais. Cada um tem o direito de declinar voto para quem quiser, porque o voto é democrático, livre, mas secreto. No não foi o caso de Chico Buarque de Holanda. Muitos concursos literários e existiam até os anos 80 no Estado do Amazonas, como os Prêmios Banco do Estado do Amazonas- BEA, Suframa de Cultura (ganhei e tive o livro CARLA, CARLA E OUTROS CONTOS DA TERRA, publicado em1982),  Fundação Cultural do Amazonas, considerado pelos escritores o mais importante e muitos outros. Cheguei a participar de quase todos, mas ganhei apenas um, o da Suframa . Em 1982, ganhei um prêmio nacional na cidade de Paranavaí, no Estado do Paraná. Esses concursos como os Festivais de Música que lotavam estádios deveriam voltar a ser promovidos porque revelaram muitos talentos em todas as áreas que até hoje são referências, afinal, cultura também é comércio!

No Brasil, existiam os Festivais de Músicas que lotavam estádios e revelavam muitos cantores e Festivais Universitários que fazem sucessos até os dias de hoje. O “The Voice Brasil” nunca conseguiu firmar ninguém no mercado musical, porque a fama dos vencedores só ocorre de forma instantânea e logo passa e nada fica. Por que a Lei Rouanet não se presta a apoiar a apoiar e por que esses festivais de músicas não voltam em seus antigos formatos, menos elaborados e com maior abrangência! Não sei, mas suponho que a cultura esteja sendo desprezada como o resto dos valores. Na década de 80, no Teatro Amazonas, vi e ouvi os cantores Geraldo Azevedo e Elba Ramalho em suas primeiras apresentações. Elba vinha de uma carreira de atriz e Geraldo Azevedo a acompanhava no violão! Nessa década, havia mais cultura e o Amazonas chegou a possuir mais de 40 grupos de teatros amadores e até uma Federação que reunia todos os grupos teatrais, mas tudo isso desapareceu. É uma pena!

Mas se o cantor, compositor e escritor, Chico Buarque de Holanda ou alguém de sua família conseguiu ficar rico usando a Lei Rouanet, ele deve ter merecido por ser competente, inteligente e culto e porque também lutou muito pela redemocratização do Brasil!

sábado, 25 de outubro de 2014

ESTATUTO DA BURRICE

Reposicionei esse Estatuto da Burrice, porque agora ele pode ser comentado por quem quiser:

ESTATUTO DA BURRICE

CONSIDERANDO a implantação dos Estatutos ECA, da Igualdade 
Racial e cotas para Negros e demais cotas;
CONSIDERANDO o aumento do trafico, violência, problemas sociais com hospitais com equipamentos que não funcionam, greve de professores, médicos e péssimos serviços médicos;
CONSIDERANDO que alunos analfabetos já conseguem ingressar em faculdades públicas e particulares;
CONSIDERANDO que o certo agora virou o errado;
CONSIDERANDO que a honestidade virou sinônimo de burrice e a desonestidade de esperteza;
CONSIDERANDO que a corrupção é praticada nos Governos de Ernesto Geisel (1974/79), Figueiredo (1979/85), Sarney (1985/90), Collor (1990/92), Itamar Franco (1992/95), FHC (1995/2003), Lula (2003/2011) até os dias de hoje, agora transformada e aceita por todos como uma instituição nacional, praticada em escalões dos diversos poderes públicos e a participação da iniciativa privada;    
CONSIDERANDO que em todos os Governos continuam sendo registrados escândalos escabrosos;
CONSIDERANDO que a Justiça aprova e revoga seus próprios atos;
CONSIDERANDO que tudo o que antes era moral, virou imoral;
CONSIDERANDO que os eleitores até hoje não aprenderam a votar em candidatos comprometidos com o desenvolvimento do Brasil, com a ética, decência, moral:

                        DECRETO

Art. 1º - FICA instituído o Estatuto Nacional da Burrice:
A)   Todos terão total direito de exercer livremente a burrice, em qualquer lugar, repartição pública e em todas as esferas de poder público e na iniciativa privada, desde que não a pratiquem contra ou a favor de qualquer pessoa, prejudicando-a ou beneficiando-a; 
B)A burrice será tolerada em Escolas, Faculdades Públicas, privadas e em todo lugar, desde que não represente benefício à pessoa e nem contra quem quer que seja como, também, todas as provas feitas pelos alunos em linguagens cifradas, reduzidas, em códigos utilizadas e usadas em redes sociais e outras burrices correlatas; 
C) Nenhum aluno, de quaisquer das séries de ensino, poderá ser reprovado por professores, simplesmente por exercitarem suas burrices; 
D)  O uso de palavras no gerúndio exagerado também será tolerado em todos os atendimentos de telemarketing e em qualquer outro tipo de conversa, bem como suas expressões se aplicadas em provas, testes gramaticais e em outros lugares; 
E) Que os órgãos da Justiça não usem suas inteligências para proporcionar ao povo um sentimento de palhaços. 
F) Todos os hospitais continuarão recebendo e deixando encaixotados equipamentos que poderiam salvar vidas, bem como fica autorizado aos médicos, professores e outros profissionais promoverem greves em nome da burrice;

Esse decreto entra em vigor quanto todas essas condições aqui expostas forem aceitas com naturalidade por todos, mas que não prejudiquem a ninguém. Revogam-se todas as disposições em contrário de inteligência, ética, moral, honestidade, cultura, cidadania e tudo o mais que contrariar esse decreto ou até que haja mudança concreta em todas as estruturas dos aparelhos de Estado.
                               Brasil/2012

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

PORTO DE MANAUS, OS PROBLEMAS E AS DIFICULDADES!


Os problemas de Manaus começam no porto de embarque e desembarque de cargas e  passageiros da cidade a desembarcam no Aeroporto da Cidade, com calçadas não rebaixadas servindo de bares, puxadinhos, postes no meio da rua, estacionamentos desrespeitados por motoristas irresponsáveis que se acham donos do município e chegam a todas as zonas de Manaus, por falta de ação, visão e decisão política Municipal e Estadual dos administradores da Prefeitura e do Governo do Estado. Os problemas sociais, estruturais e políticos existentes acompanham o crescimento não planejado e desordenado da cidade que completa 354 anos e terá pouca coisa para comemorar, porque os políticos continuam os mesmos e que se lançaram na eleição de 1982, com o ex-governador Gilberto Mestrinho. Só mudaram e criaram novos  partidos, mas são sempre os mesmos e com as mesmas promessas, mesmas denúncias e sempre próximo de uma eleição decisiva para os próximos quatro anos. É lamentável! Dividida entre o precário porto da Panair, no bairro de Educandos, em homenagem aos aviões anfíbios da Paner do Brasil que pousavam naquela área e o precaríssimo porto de embarque e desembarque de passageiros e mercadorias ao lado do Porto Flutuante de Manaus, a cidade não é mais a mesma, novas demandas sociais e decisões administrativas se fazem presentes para resolvê-los! 

Manaus cresceu, se desenvolveu de forma desordenada, sem planejamento, sem calçadas para cadeirantes terem o direito de sair de casa, já tem mais de dois milhões de habitantes e necessita de um porto decente e confiável, que respeite as normas regulamentadoras expedidas pelo Contran. Infelizmente, a cidade se envergonha dos dois portos que possui, porque ambos nunca receberam atenção de qualquer administrador público. Os problemas começam no porto de carga e se confundem com a própria história do Porto flutuante da cidade, construído pelos ingleses entre os períodos de 1889 e 1920, na época áurea da borracha. Com arquitetura peculiar, o porto possui cais fixos e flutuantes, que acompanham o fenômeno das cheias e vazantes do Rio Negro, facilitando a atracação de embarcações em qualquer época do ano, informa uma publicação da Prefeitura de Manaus. A cidade completa 354 anos e não terá muito o que comemorar porque os problemas de fluidez no trânsito continuam os mesmos, nada melhorou e pouca coisa foi feito. Depois, nada mais foi feito!

Os 354 anos da cidade parece que não foram suficientes para perceber o problema ou eu encontrar uma solução técnica para resolvê-los e permitir o cumprimento integral das Resoluções 303/304 do Contran, expedidas no dia 18 de dezembro de 2008, em toda a extensão da Rua Lourenço Braga. Na rua, existem vagas demarcadas e cercadas com cones, correntes e tudo o que o Código de Trânsito Brasileiro proíbe para táxi, moto táxi, táxi carga e nenhuma vaga para idosos, cadeirantes e portadores de necessidades especiais. Ideias, soluções e propostas para melhorar ou resolver o problema foram apresentadas para permitir que o local se transforme em uma atração turística como já é o Mercado Adolpho Lisboa.  Entra e sai prefeito, entra governador e sai governador e nada é feito ou aceito. Em seus 354 anos, de novo, Manaus terá pouco a comemorar porque progressivamente a cidade vem se enchendo de automóveis, motos e problemas e o porto de embarque e desembarque de cargas continua nos mesmos locais e tudo indica que continuarão com os problemas por mais algum tempo. O Código de Trânsito Brasileiro foi instituído pela lei 9.503/1987, seguido de várias resoluções regulamentares expedidas pelo Conselho Nacional de Trânsito. Algumas são cumpridas; outras, não, em várias áreas. Será que nenhuma autoridade pública percebeu essa necessidade urgente?

A revitalização do porto de Manaus, anunciado com muitas placas pelo ex-prefeito Amazonino Mendes e o asfaltamento da conhecida Ilha do Monte Cristo, anunciada para outubro de 2012 pelo então presidente da Manaustrans, coronel Walter Cruz (que se candidatou a deputado estadual e perdeu), nunca saíram das ideias, vontades políticas e promessas. Talvez a única ideia que tivesse saído do papel fosse a  do ex-prefeito Manoel Ribeiro, se não tivesse sofrido intervenção por questões políticas do ex-governador Amazonino Mendes. O administrador de Manaus estava disposto a fechar a Rua Miranda Leão para o trânsito de veículos, restaurar o Mercado Municipal Adolpho Lisboa, transformá-lo em Museu, construir um novo porto na Ceasa  para carga e descarga e tentar desafogar o centro da cidade. Os  apelidados “manequinhos”, (micro-ônibus) que circularam por Manaus na época do prefeito, a compra de barcos velozes cobrando o preço de uma passagem de ônibus da época faziam parte de seu projeto. Tudo foi abandonado com a intervenção política e ninguém mais retomou o projeto que poderia ser a solução para sempre do problema da falta de um Porto para embarcações regionais, que param próximo ao porto construído pelos Ingleses para ecoar a produção de borracha do Amazonas e levá-la para a Europa, principalmente para a Inglaterra.

Depois da implantação da Zona Franca de Manaus em 1967, com o aumento do fluxo de veículos nas ruas, a melhoria da economia no Estado, a implantação da cobrança do ISS pelo prefeito Manoel Ribeiro, a cidade cresceu, inchou de forma desordenada e  os problemas se agravaram porque o comércio de produtos regionais e de primeira necessidade para o interior se instalou nos Portos da Panair e na frente do Mercado Municipal Adolpho Lisboa, ao lado do Porto Flutuante e todas as mercadorias são transportadas até os motores regionais fazendo uso de carregadores ou carrinhos que transportam os produtos. Mas a falta de planejamento, a construção da Avenida Lourenço Braga, a construção da Feira da Banana, complicaram mais ainda o trânsito no local. 

Hoje, filas duplas, triplas e quádruplas se formam ao longo da via e com pouca fiscalização do Manaustrans, que pouco pode fazer para controlá-lo pela inexistência de vagas que cumpram integralmente as Resoluções 303/304 de 2008. 

Até quando continuará sendo assim?

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

CHUTANDO BOLA DE PULMÃO DE TAMBAQUI


Correndo e chutando uma bola feita com o pulmão de tambaqui, corríamos pelo terreno de barro, com calções de sacos de açúcar virados do lado avesso, caprichosamente costurados pela nossa mãe Josefa Costa, em sua sexagenária máquina Singer, imaginando que poderíamos ser astros de futebol no futuro. O processo para produzir bola de pulmão de tambaqui era difícil: o peixe tinha que ser grande, de 30 quilos ou mais - o que era comum até o final dos anos 70, nos rios e lagos da comunidade do Varre-Vento. Nosso pai Paulo Costa tinha que tratá-lo assim que chegasse do lago ou rio, não furar o pulmão. Depois, como se fosse – e era mesmo, a coisa mais importante de nossas vidas, o deixávamos para secar ao sol para endurecer e depois começávamos a correr atrás da “bola de pulmão” de tambaqui. Usávamos sandálias havaianas, que retornavam quebradas, o que não era problema, se houvesse um botão ou um prego para colocamos embaixo dela. Os tambaquis pescados no lago tinham a escama preta; os do rio, claras, mas isso era raríssimo! Também não sei a razão dessa mudança na cor da escama! Os dois eram iguais no gosto e na barriga.

Quando meu pai saía para “ver as malhadeiras” no lago aos fundos de nossa casa, o esperávamos chegar de sua tarefa quase que diária, mas era inútil porque nem sempre o pai pegava algum atalho e surgia pelo Rio Solimões, com a canoa cheia de peixes. Se viesse tambaqui grande, pedíamos  ao pai Paulo Costa tratar os peixes, mas não furasse o pulmão. Naquela época, a primeira coisa que o pescador fazia ao tratar os tambaquis grandes era furar o pulmão porque facilitaria retirar o resto do bucho, com o qual minha mãe fazia um gostoso sarapatel, usando inclusive as guelras. Era comum isso acontecer logo que se abria o tambaqui,, mas pedíamos que não cumprisse a tradição e nosso pai sempre nos atendia. Acho que ele gostava de nos ver correndo e chutando o pulmão do tambaqui seco, como abestalhados sonhando que poderíamos ser jogadores de futebol, mas todos preferiram seguir os estudos. Meus pais, analfabetos funcionais, conseguiu cumprir sua missão de vida: viu vários de seus filhos formados na Faculdade e alguns professores nas áreas em que se formaram, como meu irmão Paulo Costa, que é professor de contabilidade na Faculdade Ciesa, onde se formou e se pós-graduou, com méritos.

Na hora de tratar o peixe, Paulo Costa ficava rodeado pelos filhos. Era uma alegria enorme quando ele tirava o pulmão, sem danificá-lo porque o colocávamos logo no sol e esperávamos secar e endurecer. Depois, o transformávamos em bola e corríamos pela poeira do lado da casa, descalços ou com sandálias havaianas, que sempre quebravam, mas colocávamos um botão costurado por baixo do solado ou, quando não existia botão para esse luxo, prego ou um arame serviria para a mesma finalidade. O importante era brincar de bola e a única que tínhamos era a feita de pulmão de tambaqui. Nem sempre o pulmão durava muitos chutes e nem sempre conseguíamos direcionar a “bola” rumo ao gol, mas isso pouco importava. Éramos felizes!

De tanto brincar de bola, quebrava muito minha havaiana e chegava ao ponto de não ter mais como remendá-la em suas correias. Mesmo assim, continuava usando, até o solado se desgastar todo e pedia a meu pai para comprar outro, quando tivesse dinheiro. O terreno ao lado da casa que servia para nossas brincadeiras era cheia de árvores, mas as driblávamos também. O importante era brincar. Se chovia, brincávamos na chuva e não tinhamos medo. Eu era apenas um menino de 7 anos correndo atrás de uma bola de pulmão de tambaqui, imaginando-a como se fosse uma de couro, que não sabia nem que existia.

Da casa do pai à casa vovô Raimundo, tínhamos que passar no meio do cacual nativo  onde existia um cemitério, cheio de cruzes. Ficava logo no início, mas não sabíamos quem tinham sido sepultados e como tinham vivido e nem quem eram. Tínhamos medo de passar por ele para tomar a bênção do vovô e da vovó Lucila. Dividindo o local, ao final do cacual quente e úmido, mas sem sol, existia um igarapé, as vezes com água, na época de cheia e tínhamos que passar por cima de uma tora de madeira ou um sepo, como se dizia. Chegávamos sempre suados. Meu avô possuía uma plantação de fumo e eu recolhia suas folhas, que eram levadas ao sol, secadas e serviam para fumo-de-corda. Apanhar e comer cacau do pé era nossa diversão preferida ou levá-lo para casa para a nossa mãe Josefa Costa fazer o de “vinho de cacau”, que nada mais era do que um suco feito com os caroços da fruta. Era gostoso tomá-lo. Ah, mas isso é outra história e eu conto depois!

Em Manaus, decidi brincar de bola na rua, não com as feitas de pulmão de tambaqui, mas também não eram duras e nem pesadas ou oficiais. Eram de plástico. Chutava-se para um lado e bola seguia para outro lado. Mas era gostoso, porque nos sentíamos livres e sem compromisso com nada. Mais tarde, decidi participar de um projeto social um de futebol no Dom Bosco, comandado pelo padre Bruno Bicnchini, de origem italiana. Jogava sempre no gol porque era muito ruim na linha. No Varre-Vento, apenas corria atrás da bola sem qualquer direção, mas em Manaus, tive que definir uma posição e era como goleiro. Não era dos melhores nem  dos piores, mas gostava de agarrar pênaltis e defendi alguns. Ah, para isso eu era bom! Joguei futebol semi profissional, quebrei os dois braços agarrando pênaltis em uma “pelada” e parei com o futebol. Fiquei 45 dias com eles engessados, afinaram e decidi abandonar a carreira que certamente não teria sido promissora.

Tentei voltar, mas não tinha mais a mesma confiança e encerrei a carreira jogando futebol de salão no gol pela Loja Capri, e outras lojas que me pagassem, no campeonato dos comerciários realizado pelo Serviço Social do Comércio – SESC. Nesse campeonato, jogando por outro time, reencontei Paulo “Tinga”, hoje formado em educação física e, na última vez que nos encontramos jogando futebol de salão no Condomínio Florença Residencial Park, disse-me que era Coordenador de Esportes do Sesi. Do período de Dom Bosco, lembro-me com saudades de nomes amigos que fiz como o adulto Pedro Campos Inauhini, funcionário do Banco do Brasil,  os irmãos adolescentes Mirtinho Fernandes, hoje procurador de Justiça e João Fernandes, já falecido, o adolescente Jorge Lopes da Silva, hoje vigilante em indústria em Manaus, o adulto Zezinho (hoje técnico de futebol de base do Fast Club em Manaus), que parecia coordenar alguma coisa no projeto com Pedro Campos. Talvez fosse de esportes mas não tenho certeza. Também frequentavam o Dom Bosco, os adolescentes como eu, o hoje advogado e escritor Francisco Nicácio da Silva, chefe de gabinete do deputado federal não reeleito, Carlos Souza, que convidou a mim para ser Chefe de Gabinete e coordenar o escritório político do parlamentar em Manaus, por mais de 4 anos, Raimundo Picanço, “o Raimundão”, que trabalhava nos Correios, o professor Alfredo Rocha. O professor Alfredo reencontrei recentemente em uma carreata em favor do deputado estadual reeleito Sinésio Campos. Frequentava também o adolescente e hoje policial civil Otílio e muitos outros que o tempo me fez esquecer e memória me fez apagar!

Mas o que lembro com saudades é de nossa época de jogador correndo atrás da bola de pulmão de tambaqui. Ah, isso era divino! 

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

O BRASIL, A VIOLÊNCIA E POSSÍVEIS RAZÕES!


Por que o Brasil, está tão violento, de norte a sul? 

Seria culpa de um partido único? Seria culpa de um governo específico, um partido no Poder ou seria culpa de todos nós, os eleitores? Ou seria apenas o resultado de um conjunto estrutural de fatores e situações que se interligam e que dão como resposta a violência, infelizmente. Mesmo assim, sou contra qualquer discussão ou pensamento para adoção da pena de morte no país. Porém, sou a favor de uma reforma estrutural em todas as esferas, permitindo um número menor de recursos jurídicos e o cumprimento total das penas, sem redução ou concessão benefícios, seguido de uma melhoria nos depósitos de presos, que chamam de cadeias. Por que em vez de se construir mais presídios que não recuperam ninguém, não são construídas mais Escolas que funcionam, que se tornem atrativas aos alunos? Com mais e urgentes investimentos em educação poderemos evitar que novos jovens entrem para o mundo do crime e encontrem para as escolas, desde que sejam local onde possam se desenvolver em toda sua plenitude.

A implantação da pena de morte no Brasil, se fosse discutida, aprovada e implantada, ela só serviria para matar negros, analfabetos e outros desvalidos da sorte. Defendo uma profunda e radical transformação nos valores morais e sociais do país, além de novos estatutos jurídicos, políticos, éticos e conceituais para sociedade. Se a sociedade fosse gerida pelo amor entre as pessoas e não com morte pela morte já seria um grande começo. Não aceito nenhum tipo de discussão que termine na adoção de pena de morte porque ela só puniria os socialmente desprovidas de conhecimentos de estudos, negros, dependentes químicos que devem receber tratamento, qualificação, estudos e não segregação social. Eles só roubam e matam para alimentar a dependência química, do qual são vítimas porque a sociedade lhes privou de seus direitos básicos de moradia, saúde, lazer e os segregou em guetos e os classificou em raças, embora só exista uma, que é a humana, racional e consciente.

Se uma estava presa, e foi solta por decisão de algum magistrado, sem critérios técnicos, sociais, psicológicos, volta a cometer crimes. O Estado deveria assumir a responsabilidade sem recorrer contra a obrigação de indenizar à família da vítima. O magistrado, que nem sempre trabalha auxiliado e respaldado por laudos de assessoria psicológica forense, assistentes sociais, sociólogos, antropólogos, ao ser nomeado pelo Estado, passa a ser um representante da Lei para agir em seu nome, gera bônus pelos acertos e ônus dos erros, com toda sua equipe técnica profissional, se tivesse, mas não tem, o que é lamentável. Como um magistrado na esfera criminal poderá tomar qualquer decisão sem que tenha nos processos laudos que o amparem em sua decisão?

O recrudescimento da violência de bandidos contra a população do Brasil, que está aprisionada por grades dentro de suas casas, não pode ser creditado a um Governo, um partido, mas a toda a sociedade em geral e a um conjunto estrutural de Poderes que apodreceu pelos seguidos vícios de políticos que são eleitos e reeleitos. Seria, portanto, resultado de um conjunto de fatores que se interligam, começando pelo Código de Execuções Penais, que tem excessos de benefícios e poucas condições carcerárias de fazer cumprir a ressocialização do preso, com educação, qualificação etc. e terminando com pelos políticos que não elaboram as mudanças necessárias que o país necessita com urgência. Dentre essas atualizações estão o ajustamento e aperfeiçoamento dos códigos extravagantes como o ECA, Lei Maria da Penha, por exemplo. Os Código Civil, Código Penal também precisam ser cumpridos na totalidade das penas, sem progressão. O Código Eleitoral, também precisa ser reformado para proibir coligações, suplentes de senadores sem votos, votos de legenda e permitir o financiamento público de campanha etc. Mudanças  que atendem aos anseios da sociedade tecnológica e não aos políticos que envelhecem e apodrecem em seus mandatos. Nem as tornozeleiras eletrônicas ou bloqueadores de celulares funcionam direito até hoje ou estão se mostrando frágeis e ineficientes porque os escritórios do crime funcionam dentro das cadeias  de segurança máxima ou mínima e a população não tem nenhuma segurança, seja máxima ou mínima.

Existe, ainda, o excesso de menores envolvidos com a bandidagem e traficantes que se infiltram em movimentos sociais legítimos, porque a proposta do político Aloysio Nunes Ferreira, que propunha alterações pontuais para o Estatuto do Menor e Adolescente foi derrotado pelos seus pares, mas é preciso que esse tema volta à pauta dos debates e à agenda política do Brasil porque os deputados federais rejeitaram os ajustes das propostas de adequação do ECA à realidade do Brasil de hoje. Os que rejeitaram, talvez não desconheçam o que acontece com a sociedade de hoje, porque a pressão dos que defendem o menor não sabe o que faz, contra a redução da maioridade penal, passa necessariamente pela melhoria do sistema prisional que encontra-se falido e não recupera ninguém ou muito menos o prepara para o ingresso no mercado de trabalho dos maiores.

Um conjunto de fatores gera o recrudescimento da violência e da corrupção que deve ser combatida com rigor e sem privilégios e com mais rigor ao corruptor o e ao corrupto. Só existe o corrupto porque existe quem o corrompa. Quebrando esse elo umbilical que liga o corruptor aos corruptíveis, poder-se-ia ficariam receosos em propor qualquer tipo de corrupção. Mas teria que existir uma mudança de postura dos administradores públicos ante a corrupção, premiando de alguma forma quem não se corromper, ou por medo ou por  simples dever ético. Se existisse uma lei específica ou um artigo que punisse de forma diferente o corruptor até com mais rigor do que o corrupto, já começaria a ter uma melhora porque só existe o corrupto porque existe o corruptor.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

A CHUVA CAI...


...lava o solo, corre pela sarjeta, cria vida
Eu a vejo pelo vidro da janela - coberta por película 
que dá para a piscina.
Acho estranho: 
seus pingos caindo nas águas 
azuis da piscina, 
lavando o solo, criando e germinando novas vidas..
Sinto uma tristeza,
A chuva faz renascer plantas, 
vidas quase mortas; mas, não a minha!
Aumenta minha tristeza.  
Não gosto de chuva!
Ela não restitui a saúde, não me permite renascer..
Mas vivo como Deus me permite que eu viva!

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

FAZER OU NÃO FAZER! (o debate da BAND)


Não há glória no que se fez; mas vergonha no que se disse que faria e não se fez!

No primeiro debate entre os candidatos ao segundo turno das eleições presidenciais no Brasil, entre Aécio Neves e Dilma Rousseff, pela BAND, foi um grande festival de meias verdades e de luta de box. Os dois candidatos saíram feridos, mas não nocauteados e o país ficou “esparadrapado” entendendo a razão da digladiação como sendo apenas uma luta do poder pelo poder: um partido que está dentro querendo continuar no poder e um outro que deseja entrar para participar da festa. Os candidatos dois sempre remetiam aos sites, respostas mais embaraçosas, demonstrando despreparo e falta de assessoria política ou de marketing eleitoral. No final, Dilma e Aécio se recusaram a analisar seus desempenhos pela corrida eleitoral, dizendo: “os eleitores, é que terão que decidir”. Diante disso, votarei no menos pior, mas está difícil escolher qual deles foi o menos pior e o advogado Antônio Carlos Paiva, com o qual trocava mensagens pelo whatsapp me mandou a seguinte avaliação: “no conjunto da obra, o debate foi pobre” ! Concordo com essa avaliação porque os eleitores mereciam muito mais.

Muitos filósofos já se pronunciaram sobre política. Sócrates que garantiu que “o homem é um animal gregário e, por isso, também político” , Arnold Toymbee (1990-1975), disse que “a maior desgraça de quem não gosta de política é ser governado por quem gosta”, ao brasileiro Millôr Fernandes que disse “acabar com a corrupção é o objetivo supremo de quem ainda não chegou ao poder” ou, ainda, “a diferença fundamental entre Direita e Esquerda é que a direita acredita cegamente em tudo que lhe ensinam e a esquerda acredita cegamente em tudo que ensina”.  Dilma está disposta a acabar com a corrupção e Aécio também. Só que tanto um, como senador e a outra como presidente da República, podem fazer isso agora e não esperar pelo fim da campanha para por um fim nas “catitas”, que correm os alicerces  do Brasil.  Talvez, possam começar com uma reforma, apresentando projeto de Lei que proíba senadores suplentes sem votos assumindo mandatos: permitindo que  candidatos mais votados assumirem seus mandatos e, principalmente, proibindo o financiamento público de campanha, com incentivos fiscais aos doadores. Já seria um bom começo!

Foi assim o debate: um festival de veneno dos dois lados! O certo mesmo é que o primeiro confronto de ideias do segundo turno foi um grande festival de meias verdades e de acusações de lado a lado. Quando se perguntava algo mais concreto, a resposta era se visitar o site tal, o site tal, como se no Brasil existisse internet de qualidade que permitisse tal atribuição ao eleitor. Enfim, foi muito pobre o debate entre os e não deu para tirar qualquer conclusão, como me garantiu o advogado e síndico do Residencial Mundi. Estou de pleno acordo: não deu para saber quem foi o menos pior. Talvez depois, nos próximos debates que ainda ocorrerão, mas terão que sair do nível do que já fizeram, um governando MG por duas vezes e com 92% de aprovação do eleitorado e a outra como presidente da República!

De tudo o que ouvi, o certo é que nenhum administrador, seja público ou privado, deve se vangloriar do que fez, nas áreas política, financeira, empresarial ou condominial porque era seu dever fazê-lo; mas, deve-se envergonhar do que poderia ter feito e deixou de fazer por negligência, incompetência, desídia ou qualquer outro motivo que possa ter ocorrido. A satisfação está no reconhecimento pelos bons trabalhos deixado para o bem de todos e entrar para a história pelo que conseguiram fazer, como ocorreu com os ex-presidentes da República, Getúlio Vargas, “o pai dos pobres” ou Juscelino Kubischeck, que realizou “cinquenta anos em cinco”, construindo e inaugurando Brasília e impulsionando a indústria automobilística. Os dois candidatos se saíram bem e mal, em momentos diferentes. 

A alternância de poder é salutar, necessária à democracia e Dilma Rousseff se saiu bem no debate, em alguns momentos. Estava tranquila, serena, segura, mas sempre se esquivava de respostas mais diretas a Aécio Neves. No final, cheguei à conclusão que só existem dois governos: o que está dentro e quer se poder e o outro que está fora e quer chegar ao poder, como disse o governador do Amazonas, Paulo Pinto Nery, em matéria publicada em A NOTÍCIA (1982). Aliás, Aécio se utilizado muito de uma frase que era repetida no período da ditadura militar: “esse governo que está aí”,  para se referir ao Governo do PT, que substituiu o de FHC, responsável por matar o dragão da inflação, permitindo que o Governo do PT, investisse no social e fizesse a continuidade do “Bolsa Família” e outras ações na área social, mas muita coisa está estranha nessa campanha porque o que é importante, ninguém fala: se Dilma promete de um lado, Aécio, a desqualifica e vice-versa. Mas ambos ainda são, um presidente da República e outro, senador da República e podem apresentar leis para promover as mudanças que anunciam que farão só depois de eleitos. Por que, só depois de eleitos e não agora, quando ainda podem?

Desde a redemocratização do Brasil, sempre votei para eleger o presidente da República e votarei, agora, no menos pior, porque não aguento mais acusações de parte â parte pelas redes sociais. Cansei! Assisti a todo o debate, Estava tentando escolher um candidato que estivesse preocupado com o Brasil, mas ambos estão preocupados com o poder pelo poder. Sou favorável a alternância de poder entre candidatos e partidos! A panela já encheu, o caldo já entornou e pretendo depositar meu voto no menos pior porque ambos os partidos, PT e PSDB estão atolados em escândalos: um, no da Petrobras. Outro, do “mensalinho” mineiro, onde tudo começou e se estendeu ao mensalão de Brasília, operado por Marcos Valério.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

PROTESTO NO DIA NACIONAL DE LUTA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (os invisíveis que se fizeram ver)


Não! Não é o que você pode estar pensando a princípio. 

Foi apenas o protesto de  “invisíveis” usuários de cadeira de rodas, idosos e portadores de necessidades especiais que decidiram se fazer ver, cansados do descumprimento e desrespeito às Resoluções 303/304, inclusive em Manaus, na Feira da Banana! Isso, porém, ocorre em todo o Brasil, que está envelhecendo e ficando velho, apesar de seus 514 anos de descoberto!

Os cadeirantes que foram protestar: mas, suas cadeiras de rodas, sim. Vazias porque as pessoas estiveram sempre invisíveis e só servem mesmo para ter preferência eleitoral na hora de votar! Foi um protesto silencioso para muitos, mas estrondoso, inteligente, criativo, inusitado e surpreendente do povo “invisível” que se fez ver e não aguenta mais a constatação de que leis, Resoluções e postarias continuam sendo descumpridas e desrespeitadas e com as autoridades fingindo que não existem idosos, cadeirantes e portadores de necessidades especiais, no Brasil. As cadeiras de rodas vazias só estavam protestando contra as chamadas “leis que não pegam”, no Dia Nacional de Luta da Pessoa Deficiente! 

Elas estavam só ocupando estacionamento de automóveis com inscrições “É dois pulinhos”, “É só um minutinho” ou  “Não vi que era uma vaga” respostas dadas por todos os motoristas são flagrados desrespeitando as Resoluções 303/304/208 do Contran. Desculpem, fomos só dar dois pulinhos, foi só um minutinho, não vi que era uma vaga de carro. Desculpem, as cadeiras também perceberam que os estacionamentos não eram destinados a elas, mas também res´ponderam o que os motoristas sem educação não conseguem ver as placas indicativas dão como desculpas quando são flagrados. Essas duas resoluções padronizam as sinalizações (vertical e horizontal) e devem ser obrigatoriamente utilizadas na identificação das vagas, que patronizam um modelo de credencial, documento obrigatório para identificar os veículos que transportam pessoas idosas, portadores de deficiências ou dificuldades de locomoção. 

Essa inteligente forma de protesto foi organizado pelo vereador e cadeirante André Bandeira com a autorização e o total apoio Secretaria Municipal de Trânsito – Semuttram, mas representa, também, um cruzado de direita de box no queixo das autoridades que deveriam fazer cumprir e cumprir as Leis, em diversas outras cidades do Brasil que também não cumprem o direito de idosos, usuários de cadeiras de rodas e portadores de deficiências estacionarem seus carros adaptados nos locais especialmente demarcados para essa finalidade.

A falta de respeito e de cidadania com os usuários principalmente de cadeira de rodas, é comum de norte a sul do Brasil, mesmo com vagas demarcadas e sinalizadas porque, quando flagrados cometendo a irregularidade sempre dão as desculpas que constaram nas cadeiras de rodas colocadas nas vagas de estacionamentos normais para não portadores de necessidades! 

As cadeiras amanheceram na Praça José Bonifácio, no centro de Piracicaba e o protesto teve por objetivo “conscientizar as pessoas sobre o uso indevido das vagas destinadas a deficientes, cadeirantes e idosos”. Estavam lá nove cadeiras de rodas em frente ao “Poupa Tempo”, na Rua Boa Morte, ocupando vagas não demarcadas, obrigando motoristas a procurar outros locais para estacionar seus automóveis. 

O objetivo do protesto foi “conscientizar a população a não conturbar o trânsito,” afirmou o vereador cadeirantes e idealizador da ação, André Bandeira. O ato foi autorizado pela Secretaria Municipal de Trânsito – Semuttram do município. Segundo o vereador cadeirante, o centro da cidade de Piracicaba tem 69 vagas demarcadas para deficientes, mas foi ocupada por 130 idosos sentados em cadeiras de rodas, porque a população brasileira está envelhecendo e o quantitativo definido nas Resoluções 303/304, porque “muitas pessoas não respeitam as vagas”.

Leide Rose “Cadeirante do Arujá”, de São Paulo, que criou a página a página no dia  14/08;2014 com o nome “by Leide Rose Cadeirante do Arujá, para educar, orientar, protestar e ajudar a todos com deficiências” e mostrar seu trabalho social desenvolvido naquela cidade paulista, assumindo totalmente a luta por essa parcela invisível da população, que sequer pode andar com suas cadeiras de rodas pela cidade, nem que seja para sentir um vento lhe batendo ao rosto ou sentir o cheiro do lixo perfumando o ambiente de hipocrisia das cidades com postes no meio da rua e placas nas calçadas dificultando e permitindo que essas pessoas normais se sintam anormais. 

O autônomo João Roberto Barreto, afirmou “se cada um parasse na sua vaga, não teríamos tantos problemas e dificuldades”, mas falta consciência cidadã da população que acha que só porque tem um automóvel, pode parar em qualquer lugar. A mobilização inteligente contou com o apoio do Centro de Reabilitação de Piracicaba e da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – Apae, do município.

domingo, 12 de outubro de 2014

FÁBIO LUCENA, O BI SENADOR DO AMAZONAS


- Sou o único bi senador pelo Amazonas, disse eufórico senador Fábio Lucena ,interrompendo momentaneamente uma reunião do grupo do governador Gilberto Mestrinho, sempre com sua voz grave e empostada, sua marca registrada. O  “trovão” de Barcelos, denominação que recebera do senador João Calmon, teria dito Fábio Lucena (Pereira Bitencourt) renunciou a quatro anos de mandato e fora reeleito só para participar com legitimidade da Assembleia Nacional Constituinte. Em 82, Gilberto disputou contra o candidato Josué Filho. Fábio Lucena também se elegera senador no grupo político, derrotando o ex-governador do Estado, José Lindoso,  para um mandato de oito anos, mas renunciou a quatro anos e venceu uma eleição para o senado para mais quatro anos. Dai a razão de ter se proclamado um “bi senador pelo Amazonas”.

A ANC foi instalada no Congresso Nacional oficialmente no dia 21 de fevereiro de 1987, com a finalidade de elaborar uma constituição democrática para o Brasil, após 21 anos vivendo sob regime militar. No dia 2 de setembro de 1988 foram encerrados todos os trabalhos e aprovado o texto final da nova Constituição, chamada pelo então presidente da Câmara, Ulisses Guimarães de “Constituição Cidadã”, acrescentando que agora se “cumpra o que está escrito”. As eleições para a constituinte originária foram convocadas pelo Governo José Sarney e realizadas em novembro de 1986, quando Fábio Lucena, o único bi senador do Amazonas., até os dias de hoje, se fez presente com autoridade, legitimado pelas urnas. Depois, todos cumpriram os finais de seus respectivos mandatos de 4 ou 8 anos, mas Fábio Lucena cometeu suicídio por depressão durante o decurso de mandato, após o falecimento de sua mãe Otília Pereira Bitencourt, a quem era muito ligado.


O senador “trovão”, designação que recebera do senador João Calmon, pela contundência e firmeza nas suas palavras e argumentações, fazia o Senado parar e, que, como fazia na Câmara Municipal, “igualmente se mobilizava para ouvi-lo e aparteá-lo com elogios ou contradizê-lo duramente”. Lá seguiu com discursos polêmicos, como o que pronunciou no dia 07/06/85, defendendo a renúncia ou redução dos mandatos de todos senadores eleitos, ou por decisão própria ou renúncia à quatro anos de mandatos para se submeterem a um referendum nas urnas e, posteriormente, participarem da Constituinte, que elaborou a nova Constituição do Brasil. Durante esse seu discurso, o senador Jorge Kalume, o teria chamado de um “jurista brilhante”, ao que, o senador Fábio Lucena lhe respondera que não o apoiava porque era apenas um “curioso jurídico”, conforme registra o excelente livro do “FÁBIO LUCENA, GRANDES VULTOS QUE HONRARAM O SENADO” (in Júlio Antônio Lopes, 2013). Todo esse discurso e vários outros, com os apartes dos senadores, está publicado na obra do escritor Júlio Antônio Lopes. Fábio renunciou e se reelegeu, razão de sua euforia na reunião para a composição do secretariado do governador Mestrinho.

Muitas verdades, elucubrações e inverdades e até algumas lendas foram criadas em torno dessa figura política ímpar na história. Como editor geral do Diário do Amazonas, em Manaus, em torno de 21 horas, recebia ligações do senador com vários pedidos. Sabendo tinha sido Assessor de Comunicação da Associação dos Exportadores da ZFM, presidida pelo vice-governador de Gilberto, Manoel Ribeiro, que não queria ser candidato, mas se tornou um líder político na área do Distrito Industrial e foi designado para presidir o então Banco do Estado do Amazonas, hoje Bradesco: “Carlos Costa, como você é amigo de Manoel Ribeiro, pede a ele para demitir o gerente do BEA aqui de Brasília porque eu fui lhe pedi um empréstimo e ele não quis me emprestar”. 

Depois da eleição de Amazonino Mendes para governar o Amazonas, Fábio voltou a ligar para o Diário do Amazonas e pediu, quase ordenando: “Carlos Costa, escreve ai em tua coluna que não irei para a posse de Amazonino Mendes porque estarei porre em Brasília”. Nada publiquei, na coluna de notas curtas que eu escrevia. No dia seguinte em novo telefonema o senador me questionou: “Carlos Costa, li toda a sua coluna de opinião no Diário do Amazonas e não li a nota que lhe pedi que colocasse no seu Jornal”. Tentava argumentar com o senador, explicar-lhe porque não a tinha colocado porque não seria adequado para um senador da república, mas do outro lado da linha, com tom de voz alterado, me dizia: não foi um pedido. Foi uma ordem mesmo! Eu fiquei porre em Brasília, no dia da posse de Amazonino Mendes, só para não comparecer”. O senador desligou e eu fiquei rindo sozinho por dentro pensado no estrago que a imagem dele poderia sofrer junto aos seus eleitores! 

Esse era o lado curioso do senador, mas não oculto porque todos sabiam que ele bebia muito. Perdeu seus amigos intelectuais do “Bar Caldeira”, em Manaus, que bebiam com então vereador e ficou meio deslocado em Brasília, como senador. Depois que perdeu a mãe, passou a beber mais ainda, terminando por tirar a vida em um episódio que, 20 anos depois, ainda gera controvérsias e discussões. Mantive os telefonemas que recebia em segredo até agora, mas decidi revelar esse fato porque livro de Júlio Antônio Lopes aborda esse lado, irônico, determinado e cômico do maior, melhor, mais intelectualizado e completo senador que o Estado já teve em sua história mais recente!

Ex-funcionário do Jornal A NOTÍCIA, Fábio Lucena foi trabalhar no jornal A CRÍTICA, o que era considerado uma ofensa pessoal essa troca porque os dois jornais disputavam a preferência dos eleitores. O primeiro era muito sensacionalista com manchetes escandalosas criadas pela mente criativa do jornalista Bianor Garcia e os leitores diziam que “se espremesse sai sangue”. O outro, não adotava essa linha. Trabalhando no Jornal A NOTÍCIA, eu o admirava e lia todos os artigos escritos por Fábio Lucena, porque escrevia de forma limpa, com citações literais de livros sem consultá-los e fascinavam leitores e os seus eleitores, pela eloquência que empregava nas palavras e correções em seus textos.

Depois da eleição de Gilberto Mestrinho, em 82, a imprensa queria adivinhar quem seria o prefeito de Manaus, nomeado pelo governador Gilberto Mestrinho. Amazonino Mendes foi o indicado. Ele não era conhecido em Manaus por ser advogado e dono da empresa Arca Construções Civis e por ter algumas dificuldades empresariais, o que causou surpresa para a gente. Era um desconhecido em política. A imprensa especulava vários nomes, inclusive de ex-prefeitos que já tinham administrado a cidade, como o de Isper Abrahim Filho, que já tinha sido prefeito interino.

O excelente livro de cunho histórico e político de uma fase do Brasil recente, escrito por Júlio Antônio Lopes, diz que tanto como vereador em Manaus ou como senador em Brasília, os discursos inflamados de Fábio Lucena, eram contundentes e as pessoas paravam para ouvi-los, causando enormes repercussões na Capital. Certo ou não, o senador Fábio Lucena foi o único político do Amazonas que conseguia parar votações do senado até que seus pleitos fossem votados, aprovados ou recusados, sobretudo quando eram em favor da Zona Franca de Manaus. Arthur Neto, quando senador, também conseguia esse feito pelo poder da oratória que tinha, mas Fábio Lucena tinha também o poder da ironia felina e perspicaz, que Arthur Neto não tinha.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

MARINA FOI DERROTADA PELO PRECONCEITO!


A candidata Marina Silva foi derrotada pelo preconceito político contra pessoas que tiveram origem pobre, estudam e vencem na vida, que ainda existe e persiste no Brasil! Também tive origem pobre, de pais analfabetos funcionais, mas estudei e venci na vida. As comparações entre mim e Marina Silva param ai, porque Marina foi militante, conviveu com o líder seringueiro Chico Mendes, ingressou em política, foi vereadora no Acre. Eu, ao contrário, continuo ausente de política como candidato, mas participando da vida política como eleitor. 

O mesmo preconceito que o Governo tenta banir do Brasil, foi o que derrotou a candidata, de quem era simpatizante e votei na primeira eleição presidencial contra Dilma Rousseff, levando-a ao patamar político que permitiu um segundo turno nas eleições presidenciais. Embora reconheça o grande esforço do governo federal em banir o preconceito radial existente no Brasil, a candidata à presidência da República Marina Silva foi uma grande vítima de preconceito político pelo seu porte frágil, sua origem e sua ascendência de filha de seringueiros, que a candidata sustentou com orgulho. Não foi o seu programa de governo de Marina que foi derrotado nas urnas, mas o grande preconceito que foi derramado contra a candidata e seu programa pelos dois candidatos que disputarão o segundo turno. Agora, ficam correndo atrás de Marina para receber seu apoio e vencer a disputa eleitoral no segundo turno.

Enquanto a caravana política segue seu curso normalmente, o doleiro Alberto Yousseff e seu sócio Carlos Alberto Pereira da Costa, donos da empresa GDF Investimentos, presos pela Polícia Federal, na “Operação Lava a Jato”, acusaram  por delação premiada, parlamentares de partidos do PT, PP e PMDB de terem recebido dinheiro de  “Caixa 2” para eleições de 2010 e apontaram o falecido deputado do PP  José Janene, como sendo seu mentor intelectual, imitando um Marcos Valério do mensalão. Paulo Roberto Costa admitiu ter recebido 1,5 milhões de dólares em desvios na obra da refinaria Abreu e Lima em Pernambuco e que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, teria servido para abastecer o caixa de campanha do PT, PP e PMDB em 2010, para custear despesas de campanha. Verdade ou não, as denúncias são graves e reforçam o preconceito político com quem vem da pobreza e quer chegar ao cargo máximo da presidência. Esse mesmo veneno político foi desferido contra Lula em quatro campanhas seguidas.

Marina Silva durante a campanha, foi perdendo a popularidade, mas não a dignidade. Guerreira por natureza por convicção e ideias e coerente em princípios éticos, morais e políticos, a candidata foi desqualificada pelos dois outros candidatos que chegaram ao segundo turno. Durante os debates, a candidata Dilma Rousseff tentou desqualificar a ideia de Marina Silva de conceder autonomia ao Banco Central, depois sofreu porque lhe apresentaram como despreparada para comandar o Brasil e, por fim, ainda sofreu o preconceito por ser magra e filha de seringueiro. Esses preconceitos se tornaram evidente quando os eleitores diziam “não votarei naquela seringueira”, como se isso fosse demérito para alguém.

Seringueira ou filha de seringueiro, são quase todas as pessoas que residem na Região  Norte por origem primária. Isso é motivo de orgulho e não de menosprezo. Como assistente social e formador de opiniões, não sou xiita ao ponto de defender a presidente Dilma Rousseff fervorosamente. Defensor da democracia, sou favorável ao debate de ideias e não ao linchamento público delas e muito menos ao menosprezo de origem de uma pessoa porque também eu fui vendedor de picolé, jornaleiro, vendedor de cascalho e vendedor ambulante nas pacatas ruas de Manaus do início da década de 70.

Hoje, graças ao estudo que sempre tive por meta, sou jornalista e assistente social, mas me orgulho do que fui no passado porque só se vence pelo estudo e o estudo é uma das coisas que está precarizada no Brasil de hoje, infelizmente.  Não sou e nem serei contra o PT, que fez muito pelo desenvolvimento social do Brasil. Defendo-o pelas coisas boas que produziu no Brasil como o combate a miséria, à fome, a construção de habitação popular, mas o país deve andar sempre para frente e sou favorável à alternância de Poder entre os melhores e mais coerentes partidos e sou totalmente contra a reeleição, mas a favor de um mandato eleitoral um pouco mais longo.

Defendo um maior tempo de mandado para o próximo presidente, com o fim da reeleição, suplentes de senadores sem voto, políticos mais votados assumindo seus cargos como representantes legítimos do povo, fim do cociente eleitoral, criação de mecanismos que punam políticos mais rapidamente sem tantos recursos, reforma no Estatuto da Criança e do Adolescente sem ser xiita ou hipócrita ao ponto de ser totalmente contra a adequação do ECA à realidade atual da sociedade brasileira. O que está dando certo, deve continuar. O que está errado, deve ser enfrentado com determinação, coragem política e muita ousadia para fazer o novo.

Mas que Marina Silva não foi derrotada pelo seu programa de governo e, sim pelo preconceito político que ainda está introjetado no seio da sociedade política atual, ah, isso foi! Ninguém aceita uma pessoa frágil, se agigantar em suas ideias, rachar o Brasil e receber tantos coices nos debates. Quando mal ela explicava uma de suas coerentes e sensatas ideias, já vinha outra paulada no lombo. Ela foi enfraquecendo e caindo nas pesquisas. Mas não mudou suas convicções e nem desistiu do Brasil. Apenas não foi para o segundo turno!

Se será o Brasil  que os eleitores desejam, só se saberá depois de um novo mandato ou a continuação do atual partido no poder! O resto será história e Deus salve o Brasil!

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

REFORMA POLÍTICA NO BRASIL!


Quem quer que venha subir à rampa do palácio do Planalto, ostentando no peito a faixa de presidente do Brasil, terá que enfrentar problemas graves e urgentes a serem resolvidos concedendo aumentos de preços regulados pelo Governo e assumindo  o compromisso político do fim do estatuto da reeleição para todos os cargos majoritários, permitindo a governabilidade do país e mais uma profunda reforma política, jurídica, educacional, monetária e a urgente redução de impostos sobre a folha de pagamento das empresas, os produtos da cesta básica, remédios e um melhor reajuste para aposentados e pensionistas, chegando até o fim do Fator Previdenciário, implantado no Governo FHC para não quebrar a Previdência Social. O problema não está na Previdência que é superavitária; mas na assistência social, que é deficiente e necessária aos mais carentes.

No Brasil e nos Estados, tudo fica estagnado em função da reeleição e os projetos, quando existem, são desenvolvidos pensando sempre em oito anos de mandato e não cinco anos como era antes, ou quatro como é agora. Além disso, durante as campanhas políticas, surgem denúncias de toda ordem que deveriam ser feitos no curso normal do trabalho de alguns candidatos que decidem concorrer ao cargo máximo do país.

O denuncismo eleitoral ganha mais força, visibilidade e foco eleitoral porque os denuncistas sempre serão candidatos a alguma coisa no futuro. Não que seja anormal, mas no mínimo é esse denuncismo rasteiro, desigual e massacrante. Por que só surgem nessa época e não antes e durante o governo para que sejam apurados? O dirigente que ganhar as eleições no Brasil terá que executar os projetos pensando no povo que o elegeu e não em um novo mandato porque não há mérito algum em dizer que está fazendo isso ou aquilo porque adianta pouca coisa e torna desigual a disputa porque quem governou, realizou aquilo que prometeu realizar durante a campanha e não pode usar isso como moeda de troca.

Como era antes, nas esferas federal e estadual os novos governantes deveriam ser obrigados a corrigir rumos se achar necessários e concluir as obras iniciadas pelos seus antecessores, sob pena de sofrerem deposição. O fim da reeleição daria mais poder de partidos pequenos chegarem a assumir a presidência da república porque não havendo a reeleição, ninguém poderia se vangloriar do que fez porque prometeu faria  se fosse eleito. Também permitiria à volta de propostas mais ousadas e benéficas para a sociedade. Na hipótese de vários candidatos disputarem os cargos, permaneceriam os dois mais votados entrando para o segundo turno, dentro de uma profunda reforma política que permitisse a pessoa ver eleito o candidato em quem votou assumindo o cargo por ter sido o mais votado, desaparecendo o famigerado cociente eleitoral que divide o número de votos válidos pelo número de partidos, coligados.

Isso é injusto e nem sempre o candidato mais votado no pleito assume o cargo porque seu partido não atingiu o cociente eleitoral necessário. Mas o contrário também ocorre: candidatos que são campeões de votos em seus Estados conseguem puxar e eleger muitos candidatos inexpressivos e que não foram bem votados porque os eleitores não os aceitariam como seus representantes, enquanto outros que  muitos votos, sendo os preferidos dos eleitores, não assumem seus mandatos. Isso é justo? Lógico que não! E é por isso que muitos eleitores não sentem alguns políticos como seus legítimos representantes. 

Uma profunda reforma política que deixe os eleitores escolherem seus candidatos livremente e que os mais votados assumam, independentemente de sigla partidária ou coligação, o fim da reeleição em todos os níveis, a obrigatoriedade de continuação das obras iniciadas pelos seus antecessores, sob pena de deposição por meio mais rápido, o fim de coligações partidárias, aumento de cinco anos para o próximo mandato, o fim de suplentes de senadores sem voto, revisão no Código Eleitoral que com menos recursos aos candidatos condenados por crimes de malversação de dinheiro público ou recusa de prestação de contas, sem cercear o legítimo direito ao contraditório, cumprimento da Lei da Ficha Limpa, que começou a surtir efeitos, revisão nas atuais leis brasileiras que não “pegaram” para serem extintas, enfim.

Muita coisa precisa ser feita para que o Brasil ande e se desenvolva, mas principalmente, esclarecer porque a dívida externa foi paga no Governo Lula e a dívida interna foi aumentada de de 1,4 bilhões para mais de 1 trilhão de reais e não permitir a volta da famigerada CPMF, destinada a melhorar investimentos no setor de saúde, porque a saúde só piorou porque muito pouco do dinheiro arrecadado fora investido em saúde e agora não pode retornar do túmulo onde se encontra sepultada há muitos anos.

Como em todos os problemas principais do Brasil – educação, saúde, infraestrutura, internet, segurança – o que falta é vontade política para resolvê-los porque dinheiro não falta!

terça-feira, 7 de outubro de 2014

PENSAMENTOS INSPIRADOS NO LIVRO "HARPAS DE 1000 CORDAS", DE RONY SOUZA


Anda-se sempre para frente e se precisará sempre de um pequeno espaço para se exercitar a liberdade.

O caminhar rumo a qualquer direção requer um primeiro passo e sempre um exemplo para ser imitado.

A inveja só tem quem não faz nada de alguém que faz alguma coisa.

Os contrários também se atraem quando tem interesses em comuns, mesmo os inconfessáveis.

Tive que aprender na marra a controlar minha vida para continuar a vivê-la.

Eu serei finito; meu trabalho, não!

Sem ânimo,  entrega e determinação, se caminha para o nada e se chegará ao finito da ilusão.

Meu cérebro é alimentado e exercitado pelas crônicas e poemas que escrevo compulsivamente.

A racionalidade nos ensina que qualquer coisa se muda se a vontade vier de dentro para fora.

A insatisfação é o primeiro passo para se mudar democraticamente alguma coisa.

Todo casamento é uma sociedade formada por interesses convergentes para perpetuar alguma coisa.

A maior força vem da inteligência e quase nada dos músculos. O músculo sem inteligência não é nada porque não a estrutura física do corpo que faz das pessoas humanas, uma pessoa mais humana. A inteligência, sim!

Realizar é o resultado da dúvida, da perseverança, da ousadia e da falta de medo...

A vida é passageira e somos um passageiro nessa vida.

Raio: flecha invisível que mata, destrói, queima, mas é explicado pela ciência. É a energia que pode ser contida e usada para o bem.

Persistência, fé, planos, projetos, objetivos são as coisas que determinam nosso viver. Sem isso, nada seremos.

Nenhuma independência é fácil, por mais simples que possa parecer porque sempre exigirá algum tipo de sacrifício.

Os olhos também enganam; o coração, não!

A felicidade sempre viveu ao nosso lado, mas insistimos em procurá-la onde  jamais a encontraremos.

Se não for alicerçado em bases sólidas, qualquer sucesso será efêmero.

O tempo não existe. Nos é que o fazemos e somos esgravos dele.

O voto é como se fosse um cheque em branco que se dá a um candidato para que ele o preencha e o desconte com o valor que quiser, em seu nome e só preste contas quatro anos depois, em novas eleições, quando volta para prometer tudo de novo e tentar saber se merecerá um novo cheque. 


Não apresse o nascimento de uma borboleta, retirando-a de dentro do casulo: ela pode nascer defeituosa e não voar! 

A sociedade é o resultado do que queremos que ela seja, por nossas ações ou omissões. 

Coragem é aceitar o contrário e a contradição de suas ideias, sabendo que podem ser mais fortes e corajosos do que as suas. Coragem é se fazer de fraco para conseguir agigantar-se com sua própria dor e seu próprio medo de não ter a coragem de enfrentar as contradições e os contrários da vida!

Saúde e doença são as duas faces de uma mesma realidade imperceptível, como viver e morrer também o são! 

"As pessoas não conseguem identificar as coisas porque não sabem ler a Alma. É na Alma que se permite ao homem vê além do que os olhos mostram". (do livro O HOMEM DA ROSA, de Carlos Costa)

Pouco importa a cor que venha a ter a pele de uma pessoa: quem gera o preconceito são seus olhos, consciência, atitude e cidadania perante o outro! 

Se você afirma que nunca errou, deve ser porque você nunca tentou fazer nada na vida. Quem faz, erra, mas continuar errando é burrice! 

Amigos verdadeiros aparecem quando não precisamos deles, mas quando partem deixam saudades que não sabemos explicar. 

Já reclamei da vida no passado, quis morrer, mas hoje levo-a como Deus quer que eu a viva....fazendo os outros felizes porque isso me faz feliz também. 

Ninguém transforma ninguém, se a própria pessoa não desejar ser transformada e tocada pelo espírito santo. Só Deus pode transformar! 

Quem não gosta de mim é porque não sabe de minha vida! 

O tempo foi criado pelo homem e hoje o homem é um escravo do tempo que criou apenas para se posicionar e narrar a história. 

A miséria reproduz a miséria e elege e reelege os políticos.
Votarei no menos ruim dos candidatos que debateram porque fiquei com mais dúvidas do que certeza, mas não anularei meu voto. 

Não se pode mudar o vento, mas pode-se ajustar as velas rumo a um horizonte que desejamos alcançá-lo! 

Se vê com o coração, enxerga-se com a alma porque os olhos mentem e enganam, não nos deixando perceber a beleza interior das coisas mais complexas...