domingo, 11 de maio de 2014

MINHAS DUAS MÃES!


As minhas mães Josefa Costa e Dulce Costa, minha gratidão.



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MINHAS DUAS MÃES!

As minhas mães Josefa Costa e Dulce Costa, minha gratidão.


Enquanto minha mãe biológica Josefa Costa abria as portas de um pequeno comércio mantido no bairro da Betânia, para vender pão fresquinho, ovo em unidade, óleo em copo e manteiga em peso, e tudo era anotado em caderneta que ficava de posse  do comprador e não do vendedor, eu lavava o corcel I amarelo de meu pai adotivo, Theomário Pinto da Costa e, de cabeça baixa, via quando uma mulher elegante, bem-vestida, usando brincos grandes, peruca montada, deixava o portão da casa, atravessava a Avenida Joaquim Nabuco, entrava no Hospital Infantil Dr. Fajardo, onde era diretora, para cumprir mais um dia de trabalho, sob os olhares severos  para mim da Walkiria, a governanta da casa. Quase sempre tomava café da manhã em uma área coberta aos fundos da casa, passando por um pátio vermelho.


Essa mulher elegante era a mãe que eu adotei, Dulce Fernandes Neves Pinto da Costa, por quem fui criado por alguns anos, desde que parei na porta de sua casa, apertei a campainha e  uma pessoa veio me atender. Eu, mais tarde, vim a saber que tratava-se do médico Theomário Pinto da Costa e, meio seu jeito diante de uma pessoa toda vestida de branco, perguntei se ele desejava comprar um jornal. Como eu insisti muito, o médico me disse: “estou vendo que você quer mesmo trabalhar e eu tenho um emprego para você aqui. Você sabe o que é uma picareta?” Respondi que sabia, mas nem sabia o que era! Pediu-me que entrasse, me colocou de frente  a uma picareta e eu fiquei olhando para aquele troço que nunca tinha visto e para o rosto do médico. “Ah, estou vendo que você nem sabe o quer é uma picareta. Além do mais, qual é a sua idade?” Respondi que tinha 12 anos. Acrescentou: “mas você pode morar comigo aqui, se quiser, desde que frequente a Escola!” Respondi que eu estava matriculado e estudava.


- Vá em casa hoje e volte amanhã cedo, traga algumas roupas e diga que você vem morar comigo. Depois, pedirei para a Maricota ir até sua casa, acompanhada por alguém, para conhecer sua família. Aqui você lavará meu carro, baterá os tapetes, aguará o jardim e fará outros pequenos serviços como dar banho na cachorra Leika e dormirá cedo para acordar cedo e colocar comida para os bichos.


Como ele e a esposa eram médicos, recebiam muitas galinhas, porcos, perus e outros bichos de seus clientes em troca do atendimento. Maricota, veio de Roraima com uma freira que se hospedava sempre na casa de minha mãe do coração que ficava hospedada. Maria Merdeces, a Maricota  era uma índia da etinia roraimense Macuxi, Estado para o qual minha mãe do coração decidiu ir trabalhar porque seu irmão era o Governador do então Território, e se tornou enfermeira e é casada. Algumas vezes, tomavam café da manhã ou almoçavam todos juntos com a família, Luiz Augusto, afilhado-filho adotivo que a chamava de “Dinha”, no diminutivo de madrinha, Thelma Castelo Branco, engenheira, filha biológica, ex-esposa do empresário Djalma Castelo Branco, aposentada do Governo Federal, pela Controladoria Geral da União e os sobrinhos Reinaldo Fernandes Neves Filho, o “Nadinho”, dentista que mora em Roraima, Carlos Alberto, o Cacau, médico ortopedista, que também mora em Roraima, Eliane Neves, médica ginecologista, casada com o médico Francinete Teixeira, que reside em Manaus, na Ponta Negra. Na época de meus 11 e 12 anos, eram todos estudantes e tentavam passar no vestibular e isso me inspirou e incentivou muito para continuar os estudos, menos o Luiz Augusto que estudavam em escolas particulares e eram adolescentes. 

Com exceção de Thelma, todos os sobrinhos, filhos do ex-governador do Território  Federal de Roraima, residiam subindo por uma escada lateral para alcançar a chamada “Sala Branca”, onde existiam os quartos. O local foi especialmente construído pelo Dr. Thomário, de origem alagoana, para poder recebê-los. Na parte inferior existia um grande salão com uma mesa ao centro, no qual eram servidas as refeições e o café da manhã e um banheiro embaixo de uma escada pela qual todos subiam para seus quartos. Embaixo dessa mesma escada existia um local onde ficava a cachorra Leika, que eu tinha que dar banho todos os dias e acho que ela adorava. Dormia em um quarto na parte dos fundos da casa e a Maria Meireles, cozinheira da casa, tinha que me chamar pela manhã. Raramente eu acordava sozinho! 


Mas o que quero dizer é que tive duas mães: uma biológica e outra que adotei e a passei a chamá-la de mãe do coração!. E da Dona Zizi, que tinha paciência para olhar meu caderno de tarefas do Grupo Escolar Adalberto Valle e dizia: “você pode melhorar nessa matéria, nessa aqui, aqui você tirou nota baixa. Eu só quero que você tire dez em tudo”. Eu tentava, me esforçava, mas nunca tirei dez em matemática, porque nunca gostei dessa matéria porque sempre a achei complicada. Todas foram importantes em minha vida e na construção do que eu sou hoje, além do que nada sou!


Com as duas aprendi  a ter moral, determinação, respeito aos mais velhos e a alegria de viver. Meus pais biológico e o adotivo, este já falecido talvez porque fumasse demais o seu cigarro Carlton, que sempre  me pedia para comprar e faleceu devida a um linfoma histiocítico difuso, são e serão meus ídolos. Mas tenho dificuldades para escrever sobre mãe  porque não quero magoar nenhuma das duas mães ainda vivas, com saúdes perfeitas, bonitas, e elegantes, mesmo depois de seus 70 anos. 


Eu as amo igualmente! 

2 comentários:

  1. Arlene Paula Lindo Carlos Costa. Também tive duas mães. Sou o que sou por amor dobrado. Eu não podia ser diferente.

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  2. KKKk,tbm tive duas maes.Duas pesonalidades diferentes mas elas tinham uma coisa em comum.Amor de mae.

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