quarta-feira, 30 de abril de 2014

HAITIANOS: QUESTÃO SOCIAL E NÃO POLÍTICA OU IDEOLÓGICA!

(CRÔNICA REESCRITA, publicada no blog em fevereiro de 2012)



Muitas informações a favor e contrárias à permanência e aceitação dos haitianos no Brasil circularam pelas redes sociais essa semana. Algumas delas até com certas pitadas de ironia, sarcasmos e até de deboches. Outras, contudo, sérias e responsáveis. Mas a briga que se estabeleceu entre os Estados do Acre, por onde os migrantes ingressam e São Paulo é, no mínimo, ridícula em todos os sentidos, sobretudo no humanitário e social. Os haitianos só querem é viver com dignidade, respeito e honestamente!

A história do Haiti e dos haitianos se divide em várias etapas e momentos. Da “Pérola do Caribe” a um dos países mais pobres do mundo, não demorou muito porque o Haiti enfrentou anos de luta armada, ditaduras cruéis, golpes, assassinatos e deposições de presidentes eleitos democraticamente.

De tudo isso, porém,  o certo é que o Haiti foi destruído por um terremoto de 7.3 na escala Richeter no dia 12 de janeiro de 2010, e viu parte de seu povo formado por 9.719.932 habitantes, procurando reconstruir suas vidas em diversos outros países, incluindo o Brasil e, mais precisamente, nos Estados do Acre, por onde entram e depois seguem em busca de dignidade para suas vidas destroçadas pelo terremoto que devastou o país, mas com dignidade em Estados que os aceitem para reiniciarem suas vidas e, de forma honesta, sustentarem suas famílias, mesmo no país de devastado pelas tragédias humanas e naturais.

Segundo dados da Igreja Católica que os vem acolhendo em São Paulo, existem mais de cinco mil e do Acre e continuam chegando outros milhares, fugindo da instabilidade política,  das ditaduras que reiteradamente se sucedem no país, apesar de alguns avanços e retrocessos vividos ao longo de sua história, a partir da eleição para a Presidência do Haiti do padre católico Jean-Bertrand Aristid e, por último, do desastre natural que acometeu o país.

Um homem que procura dignidade e viver com a honestidade de seu trabalho em qualquer país que os acolhe, deve ser recebido humanidade e não com tolas discussões políticas tolas, ridículas, desnecessárias e improdutivas, o bate boca omo se estabeleceu  entre os Estados do Acre e São Paulo, porque o primeiro tem poucos empregos e outro, mais desenvolvido oferece mais oportunidades em diversas áreas. Os haitianos, muitos em seu  país professores, médicos, administradores de empresas etc., querem apenas emprego em qualquer lugar ou área de ocupação para viverem com a dignidade e sustentar suas famílias que ainda ficaram no Haiti com o suor de seu trabalho!

É uma questão social, humanitária e não tem nada a ver com língua, ideologia, princípios morais ou éticas.

Diversos países disponibilizaram recursos em dinheiro para amenizar o sofrimento do povo haitiano, um país pobre e arrasado do continente americano, por questões políticas, humanas, ideológicas, culturais e tribais.

O presidente norte-americano Barack Obama, afirmou logo após a tragédia que o povo haitiano não seria esquecido, obrigando a comunidade internacional a refletir sobre a responsabilidade dos países que exploraram e abandonaram o Haiti, desde sua criação em 1945.

Deixando um pouco a história de lado, a questão social vivida pela população da ex-prospera e conhecida “Pérola do Caribe”, continua  abandonada sim, apesar de todos os esforços humanitários realizados e países que os acolhem em redor do planeta. Esse povo abandonado, explorado e agora também e esquecido procura refúgio em outros países, incluindo o Brasil, que os está acolhendo com dignidade, um pouco de respeito, mas com muitos preconceitos ideológicos em suas entranhas porque são negros, muitos analfabetos ou portadores de HIV etc..


Mas antes de analfabetos, negros, com AIDS, de não falarem português, porque todos esses “problemas” levantados podem ser resolvidos com vontade política e determinação, os haitianos são, antes de mais nada, gentes como todos nós! O que os refugiados pelo azar e tragédias naturais agora estão buscando, é apenas um país que os recebam em paz e que não mais convivam com discriminação e “ditaduras” de quaisquer espécies!

Um lugar para chamar de seu e esse lugar pode ser o Brasil!

6 comentários:

  1. Maria Do Carmo Poleza Boa noite amigo Carlos Costa, interessante materia.Beijosss

    ResponderExcluir
  2. 30/04/2014 19:20 - Ana Bailune
    Boa noite, Carlos. Acho que se os haitianos querem realmente viver suas vidas com dignidade, respeito e honestamente, eles deveriam procurar um outro país, pois aqui isto não existe nem para o nosso próprio povo. Eu lamento muito pela situação deles, acho que devem receber toda a ajuda possível - não apenas do Brasil, mas ao mesmo tempo, aqui não é o Haiti! Não temos condições de cuidar nem da gente, dirá de outros povos.Acredito que eles deveriam receber ajuda lá no país deles, pois não vejo como acomodá-los e empregá-los aqui dignamente.Abraços!

    ResponderExcluir
  3. 30/04/2014 19:47 - Ohhdin
    Esse é um grande problema. Não ouso nem tentar propor solução. Humanos todos somos. Temos problemas internos com esse tipo de êxodo há séculos no país, nunca conseguimos equacioná-los de forma a contento. Estamos cheios de favelas com moradores sem especialidade pro trabalho e quase nenhuma instrução que permita uma inserção social digna. O problema do Haiti só será resolvido com cooperativo mundial. Essa país tem que voltar a ser a Pérola do Caribe.Só assim poderíamos resolver o problema de fato. Forte abraço.

    ResponderExcluir
  4. 30/04/2014 23:56 - Elza [não autenticado]
    Esse papo que o Lula e a Dilma espalharam mundo afora de que no Brasil não existe mais fome atrai pobres de outros países. Mas existem muitos brasileiros vivendo como os haitianos e nem eles estão tendo o direito de ser atendidos pelo SUS,nem estão tendo direito a moradia e educação. Ë claro já que eles vieram é preciso fazer o que for possível, mas é preciso evitar uma invasão , não importa a cor , importa que os brasileiros pobres estão morrendo na fila do SUS e que a média dos salários pagos no Brasil é de 800 reais. E desse jeito o numero de pobres vai aumentar cada dia mais.

    ResponderExcluir
  5. Oxalá todos os haitianos que saem do seu País em busca da paz e de uma vida digna,encontrem o que procuram nos países de acolhimento.O sofrimento deste povo é interminável e urge dar um fim a isso com a cooperação de todos os povos.Abraços para você,Carlos,pelo seu humanismo.

    ResponderExcluir
  6. Os Haitianos sao casos Humanitarios e devem ser tratados como humanos como voce sita Carlos,na sua cronica.Espero que o governo brasileiro,nao tenha piedade mais diginidade de tratar essas pessoas com diginidade e nao como disprezo.E esse é o dever do Brasil perante essas cidadania e respeitar a ordem da UNo

    Maaria Hirshi
    Oberriet- Swiss

    ResponderExcluir