terça-feira, 22 de outubro de 2013

MEDO DA MORTE NA IDADE MEDIEVAL

(“VIVER BEM EM PROL DE MORRER”)
Para o escritor goiano Dhiogo José Caetano

Independentemente de qualquer outro conceito filosófico, físico ou psicológico definido por outros autores, o tema morte”, foi muito bem abordado e definido pelo professor, escritor e jornalista goiano Dhiogo José Caetano, que se valeu de um cabedal de outras obras que tratam do assunto, para construir sua própria interpretação desse intrigante e instigante tema que nos causa medo e angustia também porque a morte se apresenta para muitas culturas como o abafamento, insegurança, falta de humor, ressentimento e dor, mas principalmente para a cultura brasileira que passou rapidamente pela colonização forçada dos índios, que tinham diversas crenças, pela cruz e pela espada, a morte para os verdadeiros donos do Brasil, representava somente uma passagem para uma vida melhor, para junto aos seus antepassados!

E, assim, deveria ter continuado a ser! Mas tudo mudou com a colonização e a morte também passou a ser temida como algo finito.

Na psicologia, angústia tem um sentido próprio, como também a morte. Na psiquiatria moderna, a angústia é uma doença e pode produzir problemas psicossomáticos. Pode ser também uma emoção que precede um acontecimento. Contudo, para o escritor e filósofo Arthur Shopenhauer, o mesmo tema é definido com um “viver para sofrer”, porque o escritor tinha visão distorcida e diferente sobre a vida e era negativista, inclusive sobre a morte. O filósofo contemporâneo francês Jean Paul Sartre, criador da corrente existencialista “a angustia surge no exato momento em que o homem percebe sua condenação irrevogável à liberdade (...) não pode optar por escolher a não ser (...) essa condenação à liberdade lhe gera angústia por saber que ele não é o senhor de seu destino”.


Em outro momento da história o pensador alemão Friedrichi Wilhelm Nietzche concluiu que dentre todos os povos da antiguidade, “os gregos foram os que apresentaram maior sensibilidade para compreender o sofrimento e a tragicidade da existência humana, como que permeada pela dor, solidão e morte (...) nessa concepção de vida os gregos também criaram uma sociedade baseada no princípio do equilíbrio: nada em demasia como forma de combater todos os nossos instintos e peixões”.

Mas, o estudo do professor, escritor e jornalista Dhiogo Caetano, garante que “a memória desempenha o papel de construção do medo da morte (...) transmitido pelo cristianismo e da sua injunção eucarística, que tem relação conceitual de divino e de pecado, idéias que predominaram no Ocidente (...) O autor da excelente obra “O MEDO DA MORTE NA IDADE MÉDIA: uma visão coletiva do Ocidente”, no Capítulo 2. AS RAÍZES DO MEDO  conclui que a “razão mostra que o passado não se conserva por si próprio, mas se constrói e se organiza pelos indivíduos que pretendiam seguir seus reis, que muitas vezes se titulavam “guardiões” das lembranças ou das tradições ancestrais, um processo de fundamental importância à transmissão de informações e práticas (...)”


Independente de outras conclusões que a psicologia, a psicanálise, e psiquiatria e outros teóricos possam ter apresentado, o professor, historiador, jornalista e escritor Dhiogo, concluiu que “podemos notar que os fatores que desencadearam o medo de morrer na sociedade medieval vão além dos problemas econômicos, sociais e religiosos, envolvendo itens que partem da particularidade de cada homem medieval (...) uma sociedade que pratica o “bem viver em prol de morrer”

2 comentários:

  1. Pra se morrer bem é necessário viver bem e viver bem é amar o próximo como a si mesmo. Belo texto reflexivo. Parabéns e um forte abraço.

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  2. Caro amigo Carlos Costa neste livro procurei descrever o medo de morrer afirmando que o tema é difuso e que envolve o mistério, o fascínio do além como algo desconhecido e temido ao longo dos séculos. Na Idade Média tal medo se expandiu como um grande temor que espreitava os indivíduos, o medo foi a ameaça; transbordando do imaginário do homem medieval e penetrando na vida real e cotidiana, e isso ficou denotado e demonstrado na arte, na escrita, nas práticas e nos ritos de uma coletividade cristã ocidental, que se designava sitiada, desmobilizada diante do medo de morrer. A morte foi e sempre será o principal medo que assola a humanidade. Obrigado pela belíssima analise publicada.

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