POR
QUE O PDLI DE JORGE TEIXEIRA, NÃO
FOI REVISADO?
Com pouco mais de 200 mil
moradores vivendo na cidade de Manaus, se os vereadores tivessem mesmo um
compromisso com as comunidades que os elegem e todos fizessem a cada quatro
anos ao seus deveres de casa - revisando o PDLI – Plano Diretor Local Integrado
- deixado pronto pelo ex-prefeito coronel Jorge Teixeira, na década de 70 o
Município de Manaus não precisaria ter gasto tanto dinheiro para elaborar um
novo Plano Diretor e nem o vereador Elias Emanuel teria tanto trabalho para
ouvir propostas das comunidades, em audiências públicas, e elaborar um relatório final de um novo
plano que já estava pronto, mas nunca foi revisado porque alguns vereadores
desconhecem os seus papeis e ficam elaborando leis esdrúxulas e apresentando
propostas mirabolantes e muitas desnecessárias, outras questionáveis e outras sequer
aceitas pela população.
Fica claro, portanto, que
os vereadores desconhecem os problemas e os anseios das comunidades pelas quais
foram eleitos. É o fim da picada!
O PDLI do ex-prefeito Jorge
Teixeira, dividiu Manaus nas Zonas Norte, Sul, Leste e Oeste, previa
crescimento de Manaus de forma horizontal rumo à zona Norte, com destino ao
município de Rio Preto da Eva. A Zona Leste fora destinada ao desenvolvimento
do Distrito Industrial e o limite seria a usina de asfalto que existia ao lado
da atual mini-vila olímpica, na altura do que é hoje o bairro do Coroado, que
surgiu como resultado de uma invasão ocorrida em terreno pertencente ao Campus
Universitário da então Universidade do Amazonas e hoje Fundação Universidade do
Amazonas.
Mas vieram depois, na Zona Leste, a construção do
Clube do Trabalhador do Sesi e o bairro São José I, planejado e negociados
terrenos urbanizados e com infra estrutura de água, luz e asfalto, diretamente
com os moradores, durante a administração do prefeito José Fernandes, que
executou toda a obra. Resultado de
seguidas invasões, hoje, na Zona Leste convive não tão pacificamente com ricas
fábricas do Distrito Industrial e os miseráveis casebres, onde hoje residem
mais de 800 mil pessoas, em diversos bairros.
Pelo PDLI que deveria ser
apenas revisado pelos vereadores, todos os novos prédios no centro de Manaus
com mais de três andares, só teriam autorizadas as construções,
independentemente para qual finalidade – bancos, lojas, hotel etc., se tivessem
espaços para garagens serem construídas. Na área da praia da Ponta Negra, Zona
Oeste, considerado ponto de aproximação do Aeroporto Internacional Eduardo
Gomes, nenhum prédio poderia ser construído com mais de três andares; hoje,
existem vários com até 18 andares. O Hotel Tropical, de Manaus, na mesma área, foi
construído com apenas três andares para cima.
O PDLI deixado pelo prefeito
que revolucionou Manaus foi quase escorraçado por críticas políticas de toda
ordem, na Câmara e na Assembléia, só dependia de atualizações, mas vereadores
que se elegeram depois, não fizeram o dever de casa e agora estão construindo um
novo Plano. Mas está tudo errado, porque ele está nascendo de fora para dentro
e não de dentro para fora como deveria ocorrer, se fossem verdadeiras as
representações comunitárias alegadas pelos seus vereadores, que as abandonam as
comunidades que os elegeram e não voltam para ouvi-las.
A Câmara Municipal de
Manaus, representada por seus vereadores, faz um tremendo papel de faz de
conta: o vereador fingindo que representa a comunidade e a comunidade
reclamando através de seus lideres comunitários porque não se sentem
representadas pelos vereadores. O tempo será curto para ouvir as comunidades para apresentar os seus pleitos.
Com certeza, o relatório
final do vereador Elias Emanuel, apesar de sua boa vontade em ouvir as
comunidades, anunciar que receberá propostas também por e-mail, não passará de
uma grande coxa de retalho e logo precisará de novos remendos!
Diante de tudo isso, eu
pergunto: cadê e o que foi feito com o
PDLI deixado pelo prefeito Jorge Teixeira? Se os vereadores eleitos desde os
aos 70 viessem adaptando-o com o tempo, o PDLI teria sido um sucesso e a cidade
não seria o caos que é hoje, pelo descaso, falta de representativa comunitária e
incompetência total dos novos vereadores eleitos desde então. O PDLI parece que
evaporou, “tomou doril” e sumiu como anuncia o remédio para combater
gripe!
É de se indignar e saber que isso acontece pelo Brasil fora. Uma vergonha. Abraços e parabéns pela sua crônica.
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