quinta-feira, 19 de setembro de 2013

CÂMARA MUNICIPAL DE MANAUS NÃO CUMPRIU SEU DEVER DE CASA!

POR QUE O PDLI DE JORGE TEIXEIRA, NÃO FOI REVISADO?


Com pouco mais de 200 mil moradores vivendo na cidade de Manaus, se os vereadores tivessem mesmo um compromisso com as comunidades que os elegem e todos fizessem a cada quatro anos ao seus deveres de casa - revisando o PDLI – Plano Diretor Local Integrado - deixado pronto pelo ex-prefeito coronel Jorge Teixeira, na década de 70 o Município de Manaus não precisaria ter gasto tanto dinheiro para elaborar um novo Plano Diretor e nem o vereador Elias Emanuel teria tanto trabalho para ouvir propostas das comunidades, em audiências públicas,  e elaborar um relatório final de um novo plano que já estava pronto, mas nunca foi revisado porque alguns vereadores desconhecem os seus papeis e ficam elaborando leis esdrúxulas e apresentando propostas mirabolantes e muitas desnecessárias, outras questionáveis e outras sequer aceitas pela população.

Fica claro, portanto, que os vereadores desconhecem os problemas e os anseios das comunidades pelas quais foram eleitos. É o fim da picada!

O PDLI do ex-prefeito Jorge Teixeira, dividiu Manaus nas Zonas Norte, Sul, Leste e Oeste, previa crescimento de Manaus de forma horizontal rumo à zona Norte, com destino ao município de Rio Preto da Eva. A Zona Leste fora destinada ao desenvolvimento do Distrito Industrial e o limite seria a usina de asfalto que existia ao lado da atual mini-vila olímpica, na altura do que é hoje o bairro do Coroado, que surgiu como resultado de uma invasão ocorrida em terreno pertencente ao Campus Universitário da então Universidade do Amazonas e hoje Fundação Universidade do Amazonas.

Mas vieram  depois, na Zona Leste, a construção do Clube do Trabalhador do Sesi e o bairro São José I, planejado e negociados terrenos urbanizados e com infra estrutura de água, luz e asfalto, diretamente com os moradores, durante a administração do prefeito José Fernandes, que executou toda a obra.  Resultado de seguidas invasões, hoje, na Zona Leste convive não tão pacificamente com ricas fábricas do Distrito Industrial e os miseráveis casebres, onde hoje residem mais de 800 mil pessoas, em diversos bairros.

Pelo PDLI que deveria ser apenas revisado pelos vereadores, todos os novos prédios no centro de Manaus com mais de três andares, só teriam autorizadas as construções, independentemente para qual finalidade – bancos, lojas, hotel etc., se tivessem espaços para garagens serem construídas. Na área da praia da Ponta Negra, Zona Oeste, considerado ponto de aproximação do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, nenhum prédio poderia ser construído com mais de três andares; hoje, existem vários com até 18 andares. O Hotel Tropical, de Manaus, na mesma área, foi construído com apenas três andares para cima.

O PDLI deixado pelo prefeito que revolucionou Manaus foi quase escorraçado por críticas políticas de toda ordem, na Câmara e na Assembléia, só dependia de atualizações, mas vereadores que se elegeram depois, não fizeram o dever de casa e agora estão construindo um novo Plano. Mas está tudo errado, porque ele está nascendo de fora para dentro e não de dentro para fora como deveria ocorrer, se fossem verdadeiras as representações comunitárias alegadas pelos seus vereadores, que as abandonam as comunidades que os elegeram e não voltam para ouvi-las.

A Câmara Municipal de Manaus, representada por seus vereadores, faz um tremendo papel de faz de conta: o vereador fingindo que representa a comunidade e a comunidade reclamando através de seus lideres comunitários porque não se sentem representadas pelos vereadores. O tempo será curto para ouvir as comunidades  para apresentar os seus pleitos.

Com certeza, o relatório final do vereador Elias Emanuel, apesar de sua boa vontade em ouvir as comunidades, anunciar que receberá propostas também por e-mail, não passará de uma grande coxa de retalho e logo precisará de novos remendos!

Diante de tudo isso, eu pergunto:  cadê e o que foi feito com o PDLI deixado pelo prefeito Jorge Teixeira? Se os vereadores eleitos desde os aos 70 viessem adaptando-o com o tempo, o PDLI teria sido um sucesso e a cidade não seria o caos que é hoje, pelo descaso,  falta de representativa comunitária e incompetência total dos novos vereadores eleitos desde então. O PDLI parece que evaporou, “tomou doril” e sumiu como anuncia o remédio para combater gripe!


Um comentário:

  1. É de se indignar e saber que isso acontece pelo Brasil fora. Uma vergonha. Abraços e parabéns pela sua crônica.

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