“Lugar de ladrão do dinheiro publico
é na Câmara Federal!” Garanto isso diante da vergonhosa manutenção do
mandato do deputado federal Natan Donadon, que se diz “inocente” de todas as
acusações, mas não conseguiu provar nada até hoje e foi condenado em todas as
instâncias há 13 anos, 4 meses e dez dias de prisão. Mesmo assim, manteve seu
mandato, abrindo um precedente para todos os outros deputados condenados pelo
maior escândalo de compra de votos no governo Lula, o mensalão. Ou seja, poderão
até ser presos, mas não perderão seus mandatos; os que forem condenados a penas
menores, poderão trabalhar e voltar ao xadrez e, para o lugar deles, sequer
serão chamados os suplentes porque todos sairão da prisão da Papuda, em
Brasília, direto para a Câmara para propor leis que poderão até melhorar o
Sistema Prisional como um todo, pois voltarão para a prisão depois, mas
continuarão com seus mandatos intactos, tudo o que o Brasil, que continua
mobilizado nas ruas, não quer ver!
Desconfio até que o Donadon,
sem partido, foi absolvido, mas continuou recorrendo protelatoriamente e
exercendo seu mandato que lhe foi conferido nas urnas, mesmo sem ser “elegível”
pela lei da “ficha limpa”. A investigação contra Donadon começou com
denúncia de desvio de verbas públicas quando exercia cargo eletivo de deputado na Assembléia Legislativa
de Rondônia, mas acabou preso por ordem do STF como deputado federal e está recolhido há mais de dois meses no
presídio da Papuda, em Brasília, em regime fechado. As algemas usadas por ele teria
sido o principal argumento para sua não cassação, em voto secreto, o que é uma
vergonha! Isso precisa acabar!
Contudo, o deputado federal
foi afastado do cargo e nada receberá por decisão solitária do presidente da Casa,
deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). O voto secreto foi criado há muito
tempo, na época do bi-partidarismo de Arena e MDB, para respaldar votações
polêmicas e esconder no anonimato os parlamentares da oposição que assim se
manifestavam, principalmente contra a ditadura militar. Depois disso, em plena
democracia, perdeu a razão de existir, principalmente para confirmar que lugar
de bandido, de condenado, de pessoas sem escrúpulos, com algumas exceções,
obviamente, é mesmo na Câmara Federal! Para seu lugar, foi convocado o
ex-parlamentar Almir Lando, que exercerá todo o mandato do deputado preso e
inelegível!
O
deputado federal Natan Donadon, é acusado de ter desviado 8,4 milhões da
Assembléia Legislativa de Rondônia, mas compareceu algemado ao plenário da
Câmara Federal, fez sua própria defesa, mostrando a marca das algemas e
reclamando da comida ruim que era servida na Papuda. Esse fato deve ser visto
como um precedente a todos os outros deputados
condenados pelo crime do “mensalão”, o mais escandaloso crime
praticado durante o Governo Lula. Isso porque, aumentando mais ainda o
confronto entre o Supremo e a Câmara, o presidente Henrique Eduardo Alves
anunciou que não submeterá mais nenhum caso de cassação de mandato a plenário
enquanto não for aprovada a proposta de mudança na Constituição abrindo o voto
secreto para esse tipo de votação. O articulista jurídico Hugo de Brito Machado
garante que o voto secreto, implantado durante o Regime Militar, não se faz
mais necessário em um regime democrático e ganhou a voz das ruas e precisa ser
extirpado.
O surpreendente resultado
sugere que nenhum deputado federal com mandato na Câmara Federal perderá seu
mandato por ter sido condenado no rumoroso processo do caso “mensalão”, como se
tornou conhecido o mais rumoroso escândalo de compra de votos do Governo Lula! Durante
todo o processo que antecedeu à vergonhosa votação secreta que manteve o
mandato de Donadon, lobby foi feito junto ao chamado “baixo clero”, sobretudo
nas bancadas evangélicas do PT e do PMDB e parece que surtiu efeito, o que se
conclui que lugar de bandido é mesmo na Câmara Federal porque, embora jure que
é inocente, Donadon nunca conseguiu provar que não desviou dinheiro da
Assembléia Legislativa de Roraima. E apelou contra a voz das ruas dizendo: ”Temos
que ter cuidado com a voz das ruas. As vozes das ruas crucificaram Jesus. Creio
em Deus e na Justiça. Sei que esta Casa é independente”. Se deu certo,
não sei, mas garantiu seu mandato! Depois dessa vergonhosa decisão, alguém tem
alguma dúvida que todos os parlamentares condenados pelo crime do “mensalão”
também continuarão com seus mandatos?
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