quarta-feira, 31 de julho de 2013

VIDA...RECONSTRUÍDA!



Não preciso que ninguém me conte.

Sei que depois da ponte há uma fonte e

um resto de vida para ser reconstruída,

juntando os pedaços que dela restaram!

Mas, talvez, fiquem faltando alguns...pedaços!

- mas que importância terá isso? –

Deus saberá como unir esses pedaços que não forem encontrados:

 Porque o importante é viver a vida intensamente, do jeito que for!

terça-feira, 30 de julho de 2013

SACO DE PAPEL PARA GUARDAR PEIXE

À Josefa Bezerra da Costa, minha mãe!

Encontrar construções novas para pedir doação de sacos vazios de cimento era uma coisa que fazia com muito prazer e orgulho. Depois, em casa, eu e minha mãe Josefa, virávamos todos no lado avesso e produzíamos sacos de papel para guardar peixe. que eram comercializados na área reservada para a venda desses produtos regionais,  no Mercado Adolfo Lisboa, em Manaus, no início da década de 70.

Depois das 10 horas da manhã, quando um sino era tocado no Mercado, o preço dos peixes e carnes baixavam até à metade a procura pelos sacos aumentava muito, porque os compradores deixavam para adquirir o produto depois desse horário! Eu aproveitava e era tal de saqueiro pra lá e saqueiro pra cá e eu adorava essa muvuca de forma organizada!

Eu gritava: “olha o saco para colocar peixe, quem vai querer saco!!!” e passava em frente às bancas. Talvez alguém comprando peixes adquirisse um saco para colocá-lo dentro. Muitas vezes o dono da banca de peixe gritava forte “saqueiro” e o eu atendia rápido.

Era comum se embrulhar ou depositar peixes em sacos de cimento, até o final da década de 70 quando começaram a aparecer os sacos plásticos. Mas, os que eram comercializados no mercado, eram mais resistentes e suportavam peso, se fossem bem feitos, e isso eu e minha mãe sabíamos como fazer, virando-os do lado avesso, colando-os com “grude”,  espalhado com uma colher dobre todos ao mesmo tempo e o transformando-os em sacos limpos, próprios para receber os peixes, que eram  resultado da exploração aos pescadores, os atravessadores e aos próprios vendedores em bancas nas feiras e mercados, porque sempre um queria ganhar mais do que o outros, mas esqueciam que na fonte, o pescador sempre foi o mais explorado de todos!

Eu tinha opção: ou venderia sacos para guardar peixes ou ia trabalhar em uma fábrica que existia na esquina de uma rua acima da Avenida Adalberto Valle, onde residi no bairro da Betânia. Nessa época, com poucos conhecimentos de matemática ainda, eu calculava meu lucro fazendo o cálculo de quanto eu gastaria com passagem de ônibus para o mês inteiro e o que restava considerava meu lucro e depositava em uma caderneta de poupança na Socilar, que eu passei a ter a partir de meus 12 anos e acumulava tudo em cofres de lata que recebia após cada depósito.

Também fazia o mesmo com relação à venda de tudo que recebia, vendendo picolé, cascalho, jornal, engraxando sapato, ajudando a produzir na fábrica de picolé, vendendo velas em porta de cemitério, cascalho, etc. A tudo fazia com prazer e alegria, mas sem nunca abandonar meus estudos porque sabia que só através da frequência às aulas, poderia melhorar de vida.

O ritual de construir um saco para peixe a partir do saco de cimento era simples demais e minha mãe até sabia fazer: dos sacos de cimento se aproveitava só uma camada, eram virados do avesso para utilizar só a segunda capa que os enxertava antes do que receber diretamente o cimento. Ao mesmo tempo, todos eram arrumados em cima de uma mesa; passávamos cola branca em todos ao mesmo tempo. Em seguida, era só dobrar a cada um deles individualmente e passar a mão por cima de cada um para não soltar a cola com o peso do peixe. O grude, como era conhecida a mistura, se produzia feito com goma, água e levada ao forno para ferver até dá o ponto exato de “cola” e passava-se de uma vez em todos com a costa de uma colher ou pincel e estava pronto um saco confiável e ecologicamente correto!


Pronto, estava feito o saco para peixe! 

segunda-feira, 29 de julho de 2013

LEI MARIA DA PENHA: UM GRADE AVANÇO DADO PELO STF



Não me causou qualquer surpresa o resultado do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, decidindo que a Lei Maria da Penha pode ser aplicada mesmo que a mulher agredida não denuncie ao agressor. Será que com esse entendimento, não poderia ter evitado a morte de muitas mulheres, caso a decisão do STF tivesse sido tomada há mais tempo?


O resultado de dez votos a um dos Ministros do STF confirmou o que escrevi em duas crônicas anteriores, abordando essa mesma lei: afirmava que a Lei Maria da Penha era muito boa, mas muito burocrática, por depender da vontade da vítima.  Como assistente social, já defendia esse cristalino entendimento de que a Lei precisaria ser melhorada! Agora foi! Com a decisão tomada pelo STF, à denúncia de um simples vizinho ou parente terá validade contra o homem agressor e não somente a da própria vítima e se tornará um Crime de Ação Pública, com a titularidade passando direto ao Ministério Público.

Se resultado do julgamento tivesse sido proferido antes, uma a cada seis mulheres brasileiras poderiam em tese, ainda estar vivas. Escrevi em tese porque as Delegacias, com raras exceções, estão completamente desaparelhadas para fazer cumprir a nova decisão, porque não contam com a presença  assistentes sociais ou psicólogos e muito menos casa de acolhimento para que não configure à mulher o abandono de lar quando que, embora não existe mais, permanece introjetado como o imã no cérebro dessas pobres vítimas, quando elas poderiam perder seus direitos. Embora isso não exista mais, o medo continua existindo e é por isso que as mulheres apanham caladas e não denunciam seus parceiros!


Aprovada em 2006 para combater e punir a violência doméstica contra a mulher socialmente frágil, 330 mil processos foram instaurados, 9,7 mil agressores foram presos mais alguns desses, depois de soltos, alguns até antes mesmo, mataram suas mulheres ou companheiras, como aconteceu com a procuradora da República em MG, Ana Alice Moreira de Melo, assassinada pelo esposo, o empresário Djalma Veloso, de quem estaria se separando. Acredito que esse crime também, tenha indiretamente, influenciado no resultado do julgamento dos ministros.

Pela decisão do Supremo Tribunal Federal qualquer pessoa, vizinho ou um parente, poderá comunicar à polícia as agressões físicas sofridas pela mulher e a vítima não poderá retirar a queixa. Mas há aqui, um risco e uma possível confusão que entendo que o STF cometeu: uma simples discussão de casal, sem agressão física consumada se for denunciada e não confirmada em exame de Corpo de Delito, também não poderá ser retirada?

Como assistente social, observe que o STF avançou quando ao aspecto da Lei, tornando-a  em um crime de ação pública e não mais privada, dependente da vontade da vítima, porque como afirmou o Ministro Marco Aurélio de Mello, em 90% dos casos em que ocorre representação, o homem fica bonzinho por uns tempos e há sempre um recuo mediante uma livre manifestação da vontade da  vítima.

Mas, será que os Estados estarão realmente aparelhados para fazer cumprir essa nova decisão, como determina a Lei Maria da Penha? Entendo que não, porque a maioria dos Estados não contratou assistentes sociais, psicólogos ou construiu casas-abrigo para que as mulheres deixarem momentaneamente seus lares, permanecerem em abrigadas e protegidas para depois retornem as suas antigas residências sem que isso fique configurado um “abandono de lar”, previsto no Direito de Família. 


SOBREVIVEMOS...FOMOS HERÓIS NO PASSADO!


Sobrevivemos a todas as décadas de 40, 50, 60 e 70, sem tecnologia ou produtos de limpeza, controles remotos, celular ou TV de LSD etc., e podemos ser considerados heróis do passado! Mesmo sem os muitos produtos que prometem milagres hoje e que prometem facilitar e transformar a vida das donas de casas, mas também as tornam escravas de produtos de marcas que aparecem na TV como produtos milagrosos ou revolucionários. Sobrevivemos  tudo isso e sem nada disso e isso me impressiona muito! Como fomos capazes?


É difícil de acreditar que essa geração tenha conseguido ultrapassar a barreira dos 50, 60, 70 ou mais anos de idade, sem que tenham feito uso de produtos de limpeza, lavando paredes de banheiros com sabão sapólio lançado em 1868, jogando água sem qualquer aditivo e, ao fim, despejando nos locais limpos, apenas pingos de creolina para exterminar os germes.


Muitas vezes ao apresentar programas de TV ao vivo, ou como convidado na condição de jornalista, para evitar o suor escorrendo pelo rosto, usava apenas a pomada minâncora, patenteada por Eduardo em 1915, em Joenville, no Norte de Santa Catarina, embora o patenteado a viesse como remédio contra embriaguez desde 1912. Mas não me perguntem como era feito o seu uso porque não saberei informar.

Apenas sei que por debaixo da pomada no rosto, usava pó compacto para disfarçar o brilho do suor pelo calor das lâmpadas dos estúdios de TV. Ao final de duas horas embaixo da luz forte e quente dos estúdios, mesmo com condicionadores de ar ainda precários, saia com a roupa molhada por baixo. Mas, ao menos, com o rosto limpo, porque o suor nunca permanecia preso em seu nascedouro porque a pomada minâncora os fechava e o disfarce da cor branca da pomada era o pó usado na cor da pele! Esse era o truque usado nos estúdios de TV,  até o final dos anos 80.


E o mais incrível é acreditar que todos esses novos produtos lançados no mercado como sabão líquido, detergente para lavar louças, limpa isso e limpa aquilo, bom para isso e bom para aquilo, matando germes, bactérias e tudo o mais passaram a escravizar as donas de casa que, sem eles, não sabem mais como viver sem eles.


É difícil de acreditar que um médico recomendou ao seu paciente  diagnosticado e desenganado com câncer terminal, apenas tomar uma dose de creolina todas as manhãs, misturada ao leite, como o fizera um veterinário à cadela “Estrela”, diagnosticada com a fatal  doença “Sarna Negra”, porque o problema de um era excesso de verminose ao paciente. A cadela que antes tomara vacinas, remédios e só ficou boa com a creolina. Tempos depois ao   encontrá-lo bem de saúde na rua, ainda perguntou-lhe “o senhor está bem doutor”? Isso não causou surpresa ao médico, pois tinha certeza que as dores estomacais de seu paciente eram apenas um gravíssimo ataque de vermes e não câncer! Márcia Vizelli também ficou feliz porque curou sua cadela “Estrela” e deixou-a sadia.

No chão de madeira ou cimento usava-se a cera da marca Poliflor e os faziam bilhar, ao ponto de refletir o rosto da pessoa que olhasse, apenas encerando-o o uso de uma pesada enceradeira só para “dar brilho e espalhá-la uniformemente”!

A tudo isso essa “geração guerreira” venceu e sobreviveu e, por isso, podemos ser chamados de “heróis da vida real” usando uma frase de Pedro Bial, para definir os “seus heróis fabricados” dentro de uma casa com todas as regalias que as indústrias criam para tirar dinheiro dos incautos que, no passado, parece que tinham solução para tudo!

Eu ainda sou da época que se passava sabão nos dentes, limão nas axilas e sabão cutia em limpeza, na lavagem de roupa e apenas creolina para desinfetar tudo e cera poliflor para dar o brilho em pisos de cimento ou madeira e, ainda, sapólio para tirar manchas de qualquer coisa. Hoje, não sinto qualquer saudade dos atuais produtos de limpeza, embora seja obrigado a adquiri-los e seja usado na limpeza de nosso apartamento.



sábado, 27 de julho de 2013

O ABANDONO DE UM PATRIMÔNIO NACIONAL:OS TRANS!


Como ocorre à população brasileira, que está morrendo sufocada pelo “arrocho impostorial”, mais de 6 mil vagões e locomotivas de trens que antes foram o meio de transporte mais importante do Brasil, está morrendo vítima da “incompetência gerencial” e de inanição da Justiça, que deveriam zelar e cuidar desse patrimônio histórico tão importante para o país, tudo porque existe um litígio judicial e a lentidão é tamanha que provavelmente dará tempo para o tempo destruir o que ainda resta dos últimos suspiros das locomotivas, ajudados pela ação dos vândalos e à falta de fiscalização do que ainda resta dos vagões abandonados nas antigas estações de manobras dos trens. O que orgulhou a Nação no passado, agora apodrece e vira sucata para ser vendida como ferro velho.

Velhas estações de trem da antiga malha ferroviária federal, hoje  abandonadas, estão sendo destruídas pelo tempo e pela ação de vândalos. É um pedaço da história que desaparecerá e nada restará para mostrar por onde trafegavam as riquezas do Brasil Colonial porque agora os locais se parecem mais como depósitos fantasmas, onde habitam ratos mortos de fome igual ao Brasil, que está morto de fome de mais impostos extorquidos dos contribuintes. Nesse particular, embora a Lei que determina que o preço do imposto seja informado ao final da nota, já sancionada pela presidente Dilma Rousseff, na prática, ainda não entrou em vigor na maioria das capitais brasileiras.

No Estado de Rio Grande do Norte, uma velha estação de trem que mais parecia “fantasma”, no município de Nísia Floresta, ex-Papari, foi toda restaurada mantendo seu aspecto histórico original e passou a servir de restaurante. Quando lá estive pela segunda vez, em 2011, minha família parou para almoçar uma galinha à cabidela - que tanto gosto – e um prato típico regional, à base de carne de sol. Na primeira, em 1982, compareci como assessor de imprensa de duas entidades de Manaus, a um encontro de empresários do comércio no Centro de Convenções de Natal, construído para receber o evento e de lá enviar notícias para os jornais do Amazonas e também almocei carne de sol de Caicó, considerada uma das melhores de Natal!


Na Estação de Nísia Floresta, observei tudo em volta com muita curiosidade e procurei saber quem havia sido a pessoa que emprestara o nome àquele lugar restaurado e preservado.  Descobri que Nísia Floresta fora uma importante escritora e educadora que se tornou natalense, considerada pelos historiadores como a primeira jornalista feminina do Brasil. Nascida em Papari, no Rio Grande do Sul, em 1810, tornando-se conhecida pelo pseudônimo de Nísia Floresta Brasileira Augusta, mas tendo como nome de batismo Dionísia. Mas isso é história e eu quero escrever sobre vagões estações de trens abandonados. 

Enquanto me banqueteava, imaginava como deveria ter sido aquela estação de trem restaurada transportando pessoas que seguiam rumo à capital do Estado do Rio Grande do Norte, em busca de melhorias de vida! E, naquela oportunidade me questionei por que o foi feito na Estação Nísia Floresta, também não serviria de exemplo para outras estações igualmente abandonadas pelo resto do Brasil? Com as estações restauradas e preservadas para a história e aos visitantes, mesmo com trilhos enferrujados pela crueldade do tempo, o abandono e irresponsabilidade dos administradores que deveriam preservar um patrimônio histórico, seria excelente? Era para mim difícil visualizar a cena que imaginara, por não ver qualquer vontade política e interesse nesse sentido!


Naquelas férias, onde paramos para almoçar no retorno de um dos muitos passeios que a família realizara vindos do sítio de Jucélia, numa cidade da Paraíba, no carro da amiga da família, a Fiscal da Receita Federal, Francisca, a “France”, fiquei admirando o abandono em que deveria ter ficado a Estação de Nísia Floresta e deu para sentir como deveria ter sido agradável a vida na época dos trens transportando as riquezas do Brasil nas “Maria’s Fumaça’s” que, por onde passavam, deixavam o gostoso e sonoro apito e; das caldeiras,  muita fumaça pelo caminho, pelas madeiras que queimavam e produzir o vapor necessário a impulsioná-las. Senti repulsa só em pensar que hoje toda a riqueza nacional é transportada agora por estradas rodoviárias esburacadas, muitas iniciadas e nunca concluídas pela incompetência pública, fazendo sofrer caminhões e motoristas por falta de sinalização, acostamentos ou pela falta de postos de paradas para descanso. Não havia mais vagões onde paramos, mas não foi difícil imaginar e concluir que os antes excelentes vagões que rodavam puxados pelas pioneiras “Maria’s Fumaça’s”, ainda podem ser recuperados nem que seja para fazer-nos lembrar de uma época boa da história do Brasil, pelo menos. Mas, muitos se encontram hoje em completo e total estado de abandono e sem qualquer serventia. Uma pena!


Hugo Augusto Rodrigues, historiador, conta que a ação judicial foi movida pela Prefeitura de Itaperó, que tenta obrigar a concessionária a retirar os vagões. Embora condenada, a empresa  América Latina Logística recorreu e decidiu só retirar as sucatas com a finalização do processo na Vara Federal de Piracicaba. Deu pena, pena mesmo ao ver ex-maquinistas saudosista dizendo que o vagão da “Maria Fumaça” que transportou o Imperador D. Pedro II em suas viagens, também está se estragando, embora ainda possa ser restaurado porque a madeira resiste à destruição inevitável do do tempo, do descaso e do abandono.

A “Maria Fumaça” que transportou os sonhos do imperador de ver o Brasil se desenvolvendo pelos trilhos, já está toda enferrujada, cheia de desenhos horríveis de grafites em uma estação de uma cidade paulista. O que fora no passado sinônimo de luxo e desenvolvimento, agora é a certeza de lixo, abandono e descaso com o mais rico patrimônio da história do Brasil. Acordei para a dura realidade do abandono das ferrovias do Brasil e a certeza que só andarei de trem novamente se ainda for a tratamento de saúde e ficar hospedado na casa de minha irmã, Mara Costa, em Jundiaí, só para poder pegar o trem e descer de novo até a Estação da Luz e, depois, entrar no metrô paulista e seguir por baixo da terra à consulta médica no médico no Hospital São Joaquim, da Beneficência Portuguesa.

Mas graças a Deus, tenho fé que isso nunca mais será repetido novamente!





sexta-feira, 26 de julho de 2013

UM DIREITO SIM, MAS UM "CRIME" PERMITIDO TAMBÉM!


Com a decisão do Ministro do Tribunal de Contas, Raimundo Carreiro, de “corrigir” a idade na certidão de nascimento, “ficando” dois anos mais novo, várias coisas podem ser deduzidas: apego ao cargo; apego ao poder e a incompetência do Estado em se fazer presente em municípios de menor porte.  O certo, porém, é que o ministro Carreira deixará o TCU com mais uma aposentadoria no currículo agora, também, como presidente do TCU. Mas cabe uma pergunta: por que ele só fez isso agora, se teve direito e tempo de essa correção antes, quando passou em concurso público para assumir cargo no Senado?


Direito de corrigir a idade na certidão de nascimento o ministro Carreira tem, mas a pergunta é: por que ele deixou para fazer isso agora, depois de 68 anos de vida e dois anos antes de se aposentar como conselheiro e não como presidente do Tribunal de Contas da União, recebendo uma nova aposentaria, mais recheada de dinheiro?


Também fica claro o quanto era manipulado politicamente o eleitor nordestino!  E pior que isso: como era e ainda é incompetente o Estado brasileiro para se fazer presente com todos seus serviços de cidadania social com médicos, remédios, estrutura hospitalar e serviços judicantes cartoriais, pelo menos!  E a falsificação de “idade” no registro de nascimento, mesmo que para fins políticos eleitoreiros para o voto cabresto, não teria sido um crime, embora consentido? Isso foi autorizada pelo atual Ministro, antes de sê-lo? Ele não sabia dessa falsificação de sua idade? Se soubesse e a corrigiu somente agora não teria existido a figura do crime consentido e continuado?


Talvez não seja para uma pessoa que já se aposentou antes pelo tempo de contribuição pelo Senado Federal. Mas não é o que parece para a sociedade porque o crime de falsidade da idade existiu e o funcionário do Congresso teve tempo e influência política para voltar à idade correta, se quisesse fazê-lo.

Quando eles foram fazer os títulos de eleitor, vocação do voto, aí eles aumentavam a idade das pessoas”, conta a irmã de Carreiro. Quem foram esses “eles”?


O “terceiro” que teria feito o registro o atual ministro aos 16 anos, colocando-o com dois anos a mais só para poder votar, tinha legitimidade para fazê-lo?  Quem teria sido esse “terceiro”? O “terceiro”, comentado pela irmã do Ministro agora, não teria cometido um crime por falsificação da idade, o famoso “gato” que é muito comum no futebol, entre os adolescentes? Entendo que sim! Certidão de Nascimento não pode ser feito sem o consentimento do pai ou da mãe! Ou há 68 anos passados, tudo era permitido? Mesmo para alguém que nascera em uma pequena cidade do interior do Maranhão!


Por somente agora, dois anos antes da aposentadoria compulsória do Ministro, que trabalhou no Congresso Nacional e deu entrada ao processo de mudança de idade, foi concedida e  autorizada a “nova certidão de nascimento” do Ministro Carreira? Em sendo isso correto, fica claro como a Justiça é lenta, demorada e movida por interesses estranhos, mas deu ao Ministro mais dois anos de fôlego para alcançar a presidência do TCU e receber uma nova aposentadoria. O crime cometido pelo antigo funcionário do Senado não existiu e não será punido?


Ao ser perguntado por que demorou tanto tempo para mudar a data de nascimento, o ministro Raimundo Carreiro, disse, por meio da assessoria, que "foi época em que teve a oportunidade para resolver o assunto”.


Ah, está explicado.



Mas seria a prática moral ou imoral - embora um direito – o ministro fazer exerceu direito às vésperas de deixar de ser membro do TCU e ser aposentado apenas como conselheiro?! Estranho, muito estranho!

quinta-feira, 25 de julho de 2013

O MAIS MÉDICOS" E AS DUAS MÚSICAS DA MPB!



O  MAIS MÉDICOS E AS DUAS MÚSICAS DA MPB!

Isolados e enfrentando dificuldades técnicas, tecnológicas e burocráticas em cidades pequenas dos municípios, talvez só reste aos médicos brasileiros ou estrangeiros, ouvir a letra e a música “Tão longe de mim distante”   gravada pelo cantor Francisco Petrônio em um pequeno radinho de pilha! Ou quem sabe, a música de Chiquinha Gonzaga, “Lua Branca”. Duas músicas clássicas da MPB, que podem muito bem retratar a queda de braço envolvendo o Governo e a classe médica em torno do programa “Mais Médicos”, porque a categoria profissional só exige a criação e implantação de estrutura e a aplicação do “Revalida”, um exame obrigatório para que um profissional estrangeiro possa trabalhar no Brasil. Hoje, já faltam médicos até nas grandes capitais do país, que dirá nas cidades mais distantes, isoladas do mundo em todos os aspectos, só com a estrutura hospitalar “tão longe de mim distante” e com a teimosa “lua branca” surgindo no céu.

Em municípios pequenos em todo o Brasil faltam, além de hospitais bem equipados,  cinema, teatro, internet de boa qualidade e até telefonia celular, impedindo e dificultando uma boa qualidade de vida. Mas isso é um detalhe tão pequeno e sem importância que isso não é tratado pelos diversos Ministérios do Governo Federal como se essas coisas também não fizessem parte do direito constitucional do cidadão brasileiro ou estrangeiro que aqui venha a residir!

Dentre os muitos profissionais médicos, alguns, talvez, até com poesia correndo-lhe nas veias, terão que viver isolados do mundo apreciando somente o céu e as estrelas que ainda teimam em surgir em alguns municípios mesmo poluídos e podem até cantar no violão companheiro dos boêmios ou ouvir se existirem em rádios, a letra da música de Francisco Petrônio dizendo “(...) onde irá, onde irá meu pensamento” , meu conhecimento  e acrescentar: “quisera saber agora (...)  se o Governo lhes oferecerá além dos 10 mil reais anunciados, estrutura de qualidade de vida também.


Como venho escrevendo seguidamente, em alguns municípios que seriam  modelos do Plano Nacional de Banda Larga a 39,90 por mês, sequer possuem antenas para telefonia de aparelho celular, quanto mais internet banda larga por 39,90 por mês! E parece que esse Plano ambicioso do Governo já nasceu morto porque passados mais de dois anos de seu anúncio pela mídia, nada mais se falou sobre ele e o Governo Federal até retirou a propaganda dos canais de TV privados. Talvez seja por isso, que poucos municípios da Região Norte tenham aderido ao programa do Governo Federal.

Volto à letra da música de Francisco Petrônio, “Tão longe de mim distante”: “Quisera saber agora,/se esqueceste, se esqueceste o juramento./Quem sabe se és constante, se ainda é meu,/meu pensamento/Minh’alma toda devora, da saudade, agora tormento”.

É...acho que o Governo Federal esqueceu seu juramento ou promessa não sei, de colocar pelo menos em prática o Plano Nacional de Banda Larga.

Com isso, talvez, mesmo sem as Escolas de boa qualidade,  salário de 10 mil reais anunciado pelo governo federal,  teatro, cinema, a saudade e a desilução dos médicos não se transformassem em um tormento! Talvez não existam rádios, telefones, estrutura, teatro, escola, internet de boa qualidade e os médicos brasileiros ou estrangeiros terão que se contentar em sentar em cadeiras no meio da Rua e apreciar apenas a “Lua Branca”, belíssima composição de Chiquinha Gonzaga, dizendo “vem matar essa solidão/ desce do céu, ó lua branca (...) Dá-me o luar de tua compaixão (...)Ó vem, por Deus, iluminar meu coração(...). Ou apenas cantá-la, se souberem e conhecerem essa música. Ah, se souberem...!


quarta-feira, 24 de julho de 2013

POR QUE SERÁ QUE A OAB-RJ É CONTRA APURAR A AÇÃO DOS "MASCARADOS"?



No momento em que o jornal “Estadão” em seu Editorial do dia 13 de junho classificou os manifestantes de “baderneiros” e “vândalos” e conclamou a repressão, o governador do Rio de Janeiro disse que grupos estrangeiros estariam por trás dos jovens mascarados do Brasil e decidiu criar uma comissão para apurar o assunto, mas a OAB do RJ ameaça entrar na Justiça para barrar a apuração dos fatos alegando inconstitucionalidade e ilegalidade da Lei, por supostamente obrigar quebra dos sigilos bancários e telefônicos dos prováveis envolvidos. Sempre ao final de manifestações pacíficas, jovens mascarados começam a atacar tudo o que vêem pela frente, destruindo, roubando, quebrando, saqueando! O direito de manifestação é legítimo, como se faz legítimo apurar quem são esses mascarados e se tem alguém por trás deles, incitando-os deliberadamente!

Por que será que a OAB não quer que o Governo do RJ apure essas destruições deliberadas? Não seria à hora de união em torno de um assunto tão grave e só agir para resguardar os direitos individuais dos envolvidos em caso de feri-los? Não se pode agir por “achismo” em um momento desses, que causa prejuízo a todos os contribuintes, inclusive aos advogados que também pagam impostos! Por que eu “acho” que vai acontecer quebra de sigilo telefônico, agirei antes só por precaução. Defender direito e permitir manifestação democrática é uma coisa, mas não permitir apurar se existem grupos estrangeiros por trás dos jovens mascarados no Brasil é outra totalmente diferente! É hora de união em torno de uma causa e não de discussões legais, agora. Nos Estados Unidos, após o dia 11 de setembro, foi instituído o chamado “Ato Patriótico” que, na prática, suprime os direitos civis e permite investigar tudo em nome do país. Não seria o mesmo caso no Brasil, agora?

Em sendo confirmadas as palavras o governador do RJ, Sérgio Cabral, de que grupos estrangeiros estariam instruindo os baderneiros mascarados, seria mais do que uma simples declaração indignada do governador, mas um ato contra a Segurança Nacional porque seria tão ou mais grave do que a denúncia feita pelo ex-agente da CIA que tornou público o processo de espionagem americana no Brasil, episódio exaustivamente explorado pela mídia internacional. mas a OAB não pensa desse mesmo modo, em nome de uma questão jurídica e tudo pode deixar de ser apurado para se chegar à verdade!

Há sem dúvida, alguém orientando os “mascarados” que se infiltram nas manifestações pacíficas contra o Governo do Rio de Janeiro, só para depois arremessar coquetéis molotov, bombas caseiras e pedras contra os policiais, vidros de lojas, bancos, roubando,   saqueando e destruindo tudo o que vêem pela frente. Como alguém pode carregar em mochilas tantos artefatos de destruição e dizer que foi apenas participar de uma passeata pacífica? Que o Brasil já não aguenta mais é tanta corrupção, falta de serviços básicos em diversas áreas da educação, habitação, segurança pública, com os elevados impostos que os contribuintes pagam e não tem retorno!

Não me pareceu estranha a declaração do governador Sérgio Cabral!  A OAB carioca, contudo, ameaça recorrer a Justiça alegando inconstitucionalidade da Lei, em vez de apoiar a apuração para conhecer quais grupos estrangeiros estariam orientando os “mascarados”. Será que o Estado do RJ deixará de agir para por um basta na baderna, sempre provocada ao término das manifestações pacíficas!? Essa passividade e provável discussão jurídica em torno da comissão, que apenas estabelece prazo para as prestadoras de informações as dêem à Comissão, não fará com que os baderneiros continuem agir? Não seria melhor haver uma união de todos os Poderes para se acabar de uma vez por todas as badernas e saber se realmente  grupos estrangeiros estão por trás das manifestações ou é uma absurda e cômoda condição de não querer agir para conter as badernas, permitindo  a máxima do quanto “pior, melhor”. Mas melhor seria para quem?

Para o contribuinte nunca seria porque no final as destruições têm um custo e esse custo é pago por todos, indistintamente!

terça-feira, 23 de julho de 2013

"OS SETE SEGREDOS DO RIO AMAZONAS"



LINK: http://www.youtube.com/watch?v=vbUyBip8MhY (entrevista com o autor)

Tenha um ideal, um sonho, um objetivo, uma meta de vida’  -  emergirá de dentro de você forças que ainda desconhece como se fosse uma chama que jamais se apaga” (…) “Seja humilde’ – a humildade é um ato de coragem por dar trânsito livre em qualquer situação (...);Saiba conviver com as diferenças”. Diferença não é contrário, é complemento (...) “Jamais perca seu otimismo’. Um rio está sempre correndo.(...); Mesmo poluído pela ignorância (...)Eu não ando para trás. Não me fixo no passado.  Eu faço remanso. O remanso é uma avaliação (...);”Quando os obstáculos em meu caminho aparecem, eu me movimento mais rápido – eu não discuto, não me oponho a eles, eu os acolho (...)’; Quando eu alcancei o meu sonho, cheguei ao mar e me misturei às águas do oceano eu não perdi minha individualidade ou consciência.

Eis os “Os Sete Segredos do Rio Amazonas”(www.reggo.com.br) (uma visão transpessoal): na vida e para a vida toda manter sempre um ideal e um objetivo, uma meta a ser alcançada; ser humilde para alcançar essa meta sabendo conviver e respeitando as diferenças, não perdendo nunca o otimismo,  sabendo enfrentar obstáculos e, por fim, continuar sendo consciente e responsável! Essas são as lições de vida e para uma vida feliz! Com Deus no coração, sempre!

Tarcísio Machado, com uma linguagem suave e simbólica, nos conduz pela mão em sua impressionante jornada,  desenvolvendo-a e desvendando-a com ensinamentos e críticas, uma  viagem da nascente ao mar para o qual segue o Rio Amazonas, como se fosse saída da alegoria do “Mito da Cavarna”, do filósofo Platão,  nos encaminhando pelo mundo misterioso cheio de sombras e alegorias filosóficas na qual muitas pessoas ainda vivem.

O autor se apresenta como um psicanalista clínico e nos conduz simbolicamente pelas mãos pelos segredos do Rio Amazonas, que ele conhecera quando desempenhara suas funções na FAB, na década de 70s quando chegou ao Amazonas com a missão de conhecer o rio, construir aeroportos e viver seus mistérios e lendas e se encantara pelo que vira e anos mais tarde decidi descobri-lo de sua nascente e até seu final e nos narra seus mistérios.

E descobriu. E mostrou, nos contou e nos fez conhecer a todos os mistérios, não só do Rio Amazonas que lhe intrigara tanto na década de 70 quando era só um membro da antiga COMARA. Com magistral conhecimento psicológico da vida humana, usando uma linguagem direta algumas vezes, indiretas dialogou com Ajuricaba, as Guerreiras Amazonas, a Yara, a mãe d’água, enfim. De forma brilhante, depois de contar os segredos do rio que parece um mar conclui  que para “Deus tudo pode”, relembrando um fato de sua infância ocorrido em uma Escola na sua cidade originária de Pentencostes, no Estado do Ceará, quando Tarcísio Machado recebera de sua professora uma pequena muda de árvore por ter respondido todas as questões que lhe foram dirigidas, no dia 21 de setembro, “O dia da Árvore”.

Como o Rio Amazonas, concluiu o autor dos SETE MISTÉRIOS DO RIO AMAZONAS, que Deus se apresenta em milhões de formas. Ele é força. Ele é grandeza. Ele é sucesso em toda a amplitude de suas revelações, assistindo ao espetáculo que Ele produziu e a os humanos cuidaram de poluí-lo, destruí-lo. O livro é filosófico, político, crítico e humano demais! Recomendo!

sexta-feira, 19 de julho de 2013

MEU SAPATO PRETO ARTESANAL DE AULA!


Se tivesse “apurado” dinheiro suficiente da venda de picolés que fazia pelas ruas de Manaus ainda calma, tranquila, com pouco trânsito, pegaria o ônibus de madeira da empresa “Ana Cassia” e seguiria até o bairro de Educandos, entraria em uma loja que vendesse material para confeccionar sapatos e, depois, seguiria até um sapateiro para mandar confeccionar o meu artesanalmente. Sempre pedia fazê-lo um pouco maior do que meu pé calçava porque tinha que servir para o ano todo e o que folgava, eu preenchê-lo-ia com jornal ou qualquer coisa que fosse possível introduzir dentro dele. Essa era uma obrigação que cumpria com alegria e prazer porque já trabalhava e estudava naquela época.

Caso não tivesse dinheiro, seguiria a pé mesmo até o bairro, um dos mais populosos na época e onde existiam excelentes sapateiros artesanais que confeccionavam sapatos de excelente qualidade. Essa nobre profissão hoje não existe mais. Os sapatos artesanais foram substituídos pelos sapatos produzidos em fábricas, em linhas de produção e o preço ficou mais barato, felizmente. Nesse trajeto, usava minha sandália havaiana, se fosse a pé, caminhava sozinho porque queria fazer surpresa aos colegas em sala de aula.

Para mim, menino observador demais, era motivo de orgulho ver os sapateiros utilizando seus instrumentos de trabalho: facas afiadíssimas para cortar o couro do solado, a “napa” do sapato e depois batendo pregos em cima da bigorna ou os sapatos sendo costurados em uma rústica máquina, algumas vezes. A máquina era diferente da que minha mãe possuía em casa e não sei se era de uma das duas marcas conhecidas na época:  Elgin ou Sínger. Não sei!

Era início da década de 70 e eu cursava as quatro primeiras séries do antigo curso primário no grupo escolar Adalberto ale. Todo início de ano letivo, a diretora Alda Figueira Pérez entrava pessoalmente em cada sala de aula e dava um aviso: “vocês terão de hoje a um mês para comparecem com todo o fardamento completo”. Geralmente o prazo era de 30 dias, no mínimo; mas prorrogado depois somente para aqueles que não haviam conseguido mandar fazer todo o fardamento, quando era liberado excepcionalmente para frequentarem as aulas, sem farda ou apenas usando sandálias de borracha, mesmo.

Já sabia: o fardamento completo seria a camisa, um bolso pintado pela Escola que se comprava na direção, calça azul e sapato preto. Eu já tinha providenciado meu sapato e estava ansioso para pegá-lo, contanto os dias que restavam nos dedos das mãos. Pronto, chegara o dia e, de novo, de ônibus ou a pé, rumava até o bairro do Educandos e apanhava a encomenda em uma oficina de sapatos, como se conheciam na época esses lugares. A calça azul e a camisa branca minha mãe Josefa já as tinha confeccionado em sua máquina Singer pé duro como se conheciam na época as máquinas de costura não elétricas.

Antes do prazo definido pela diretora, eu seguia para a Escola todo feliz e os colegas me olhavam assustados:

- Já mandou fazer o seu sapato?

- Sim, como sei que todos os anos são sempre a mesma coisa e o mesmo prazo, nunca deixo para amanhã o que posso fazer hoje. Trabalhei muito, vendi muitos picolés e adquiri todo meu material escolar! Esse “todo” era uma tabuada, régua, lápis, borracha, um caderno de caligrafia, outro de desenho e mais um para fazer cópia,além do livro “CAMINHO SUAVE”, de Branca Alves de Lima, no qual aprendi a ler e, mais tarde, a escrever também. Essa obra já está  em sua 131º Edição. No lanche se faz fila para receber em um copo plástico um copo plástico um mingau de aveia ou leite horríveis.


Hoje, os alunos recebem tudo de graça, alguns vão à escola só para comer a merenda servida com qualidade de um almoço e ainda reclamam da educação. Ah, saudade de quando não havia nada disso e todos aprendiam sem reclamar de nada!

quinta-feira, 18 de julho de 2013

PT NÃO É O ÚNICO CULPADO: CORRUPÇÃO NO BRASIL É HISTÓRICA!


O Partido dos Trabalhadores não é o único culpado pela corrupção no Brasil! De acordo com registros históricos, o Brasil está sendo construído por corrupção, levantes, golpes e manifestações violentas nas ruas, mas sem a implantação de qualquer tipo de planejamento ou estrutura   em longo prazo. Na publicação Geo Mundo, com o título “500 anos de Corrupção” em texto de Mouzar Benedito, também no blog “Boitempo” (blogdaboitempo.com.br/category/colunas/mouzar-benedito-colunas/) , garante que na carta que o escrevente da esquadra de Pedro Álvares Cabral, Pedro Vaz de Caminha enviou a Portugal relatando a descoberta do Brasil, também teria pedido ao Rei a volta de seu genro, degredado na África por ter roubado uma igreja e espancado um padre. (www.geomundo.com.br/sala-de-aula-10117.htm)

O autor garante que segundo os historiadores, Portugal era famoso pela burocracia e desvio de verbas públicas. De acordo com a publicação no Geo Mundo, uma corrente de historiadores acredita que a corrupção no Brasil está associada ao emprego de degredados na nossa colonização inicial. No século 16, pessoas que cometeram crimes em Portugal eram condenadas a cumprir suas penas aqui, forma utilizada para povoar com portugueses o Brasil e outras colônias lusitanas. De fato, só com Tomé de Souza, primeiro governador-geral do Brasil, vieram 400 degredados.  Contudo, o escritor, jornalista, pesquisador e historiador Eduardo Bueno, citado no mesmo artigo, ressalva que se precisa tomar cuidado com generalizações, porque o problema “não está no degredado e sim nos que tinham o poder de enviar degredados para o Brasil”. Segundo ele, a corrupção brasileira começou antes do descobrimento, nos impérios português e espanhol.

A publicação do Geo Mundo garante que a corrupção não é um fenômeno tipicamente brasileiro, pois ela já existia “muito antes do descobrimento do Brasil (...) e sempre esteve presente em muitas nações em vários momentos da História”. O excesso de Leis criadas no país, segundo historiadores, geraria a “oportunidade para o surgimento de pessoas e ações (...) de especialistas para decifrá-las e intermediar processos e ações (...) são pessoas que conhecem o caminho das pedras, sabem quem decide e como manipular as decisões. Esse emaranhado de leis, muito apreciadas por certos políticos, traz embutido o velho método de criar dificuldades para vender facilidades”. Outro problema para a corrupção seria também culpa do subdesenvolvimento, porque existiriam além do tradicional abuso de poder, outros quesitos institucionais que favoreceriam a prática, com o excesso de regulamentações.

No brilhante e esclarecedor texto de Mouzar Benedito, “500 anos de corrupção” o autor garante que o “ataque aos cofres públicos não é um fenômeno exclusivamente brasileiro, mas nos acompanha desde o dia de nosso descobrimento” e lança uma embaraçosa pergunta que teria sido feita pelos militares decepcionados após o golpe de 1964 no Brasil, para supostamente espantar o “fantasma do comunismo” e com o propósito de “acabar com a corrupção”, quando começaram a pipocar casos de corrupção envolvendo gente da cúpula do governo nos anos 70 e 80: “Foi para isso que fizemos a Revolução?”


Diante disso, em parte concordo com o artigo publicado em um jornal de Londres pelo ex-presidente Lula, dizendo que a juventude que está reivindicando reformas nas ruas não viveu o período da ditadura militar, nem de inflação – e isso é verdade. Mas o problema estrutural do Brasil ainda precisa ser resolvido porque nada pode andar e mudar tão rápido sem uma solidez em sua base estrutural. E isso não aconteceu!


É verdade que o ex-presidente Lula melhorou as condições sociais dos mais carentes com seus diversos programas sociais de transferência de renda, mas é verdade também que tanto na ditadura como na democracia, a corrupção pública continua a mesma, a falta de estrutura continua precária, os recursos públicos para investimentos continuam sendo feitos sem projetos por menores que sejam e a excessiva quantidade de leis atrapalha mais do que ajuda ao desenvolvimento do Brasil, um dos países com mais leis no mundo e 59º colocado entre os mais corruptos, que começa com os menos corruptos. Estão no topo da lista a Finlândia, Haiti e Bangladesh, pela ordem, entre os países mais corruptos do mundo.


Concluo a crônica com uma frase do analista Mouzar Benedito: “de novo o velho desencanto, o triste espetáculo de ocupantes de altos cargos públicos saindo de suas funções bem mais ricos do que quando entraram” e se mostrando surpreso com a volta do ex-prefeito de Porto Alegre, Olívio Dutra, ao seu antigo cargo de bancário ao terminar seu mandato eletivo em 1987 e mais surpreso, também, pelo fato de uma grande parte do eleitorado aceitar políticos que “roubam, mas fazem”, onde a sonegação de impostos por empresas é quase uma obrigação e onde até a Igreja chegou a contrabandear usando santos ocos cheios de pedras preciosas” na época do Império.

terça-feira, 16 de julho de 2013

EXPLICANDO O POETA (para o porta Jorge Tufic)

 Do livro (CRÔNICAS COMPROMETIDAS COM A TUA VIDA, 1982 in carloscostajornalismo.blogspot.com) 

EXPLICANDO O POETA

(para o poeta Jorge Tufic)


Deveis saber, senhora, quão difícil é penetrar no coração de um poeta apaixonado. Ele baila, dança, foge, corre, ama e desama em fração de segundos, mas permanece fiel à sua musa, à sua paixão, e jamais se permite a amores levianos, senão para satisfazer a curiosidade de seu dono. O coração de um poeta apaixonado, senhora, é como o coração de uma criança, está sempre pronto para ser infantil o suficiente para sorrir ao mundo e maduro o bastante para ter um legítimo amor, mesmo que só por baixo de seu imenso bigode que ostenta.

Não estranheis, senhora, quando o poeta se perder, por segundos apenas. E que seu pensamento vai mais além do que vossa sensível imaginação. Não interpreteis, portanto, à risca, essa fuga repentina. Ele volta e volta rápido, porque o poeta apaixonado é uma criança fácil de domar; basta dar-lhe um pouco de carinho, atenção e momentos felizes, mesmo que só por debaixo de seu imenso bigode.

Entendeis, gentil senhora, que o poeta ama a tantas pessoas quando o for a sua vontade de amar, mas somente a uma ele dedica amor, carinho, permanência, respeito e profundo e afeto real. Às outras, senhora, o poeta dispensa atenção apenas, não passando mais do que isso.

Fostes vós, senhora, a eleita para ocupar a parte maior do coração do poeta de bigodes fartos. Não haverá outra a tomar o vosso lugar porque não há lugar para dois amores; apenas, para um. Deveis saber senhora, quão realista e, ao mesmo tempo, realista e imaginativo é o poeta. Ele parece estar presente ao vosso lado, por alguns instantes. Isso ocorre senhora, mas é o momento em que o poeta dá vida a sua imaginação.

Lembreis, senhora, do que um dia recebeis do poeta uma flor; não ganheis dele uma flor apenas, mas uma porção de rosas representadas por uma só. O poeta é assim. Ele parece pequenino, mas é grande em seus gestos, em suas ações.

Uma rosa, gentil senhora, é o maior símbolo para o poeta campista. Depois vem a lua, sua musa inseparável. Ah, senhora, esqueci de dizer que a lua vos rouba meu poeta, sempre, e leva o poeta e passar horas pensando na luz, imaginando quão bela é sua eterna amante, ela cravada no céu e ele parado na terra, sem poder abraçá-la ou tocá-la.

Mas, senhora, não penseis que o poeta de bigodes fartos, parecendo uma andorinha que ele comeu e esqueceu de limpar as penas depois, vive só de imaginação; ele é realista, sabe encarar os problemas, sabe enfrentar a vida, principalmente, quando possui ao seu lado vosso infinito amor.

Aconselho-vos, senhora, a aceitar o amor de meu poeta. Afinal ele só é diferente dos outros por ser mais puro e mais difícil de ser penetrado. Se vós conseguirdes isso, tereis para sempre um poeta do vosso lado; não para fazer versos e amar a lua. Tereis para sempre um poeta ao vosso lado não para fugir sempre e se deixar roubar por amores outros, não para se perder entre as noites; mas sim, para somente um homem comum, um homem com um farto bigode e um grande gentleman.

Ame um poeta, senhora, e tereis sempre uma vida de amor!

O CRAQUE NEYMAR E O CRACK ENTRE OS JOVENS!



Existem diferenças entre os craques Neymar do futebol e o crack consumido pelos jovens nas ruas do Brasil, em forma de droga barata. O Neymar é caro! O crack é uma droga viciante e prejudicial à juventude, porque enquanto Neymar nos orgulha com seu futebol alegre, rápido e jogadas desconcertantes,  o crack é barato, mas  nos envergonha nacionalmente pela falta de uma ação de política  de saúde publica que enfrente  esse terrível flagelo social como deve ser, com tratando de dependentes, recuperando-os e os devolvendo-os limpos à sociedade, os colocado no mercado de trabalho e apenando os traficantes de forma mais severa e exemplar, coisa que o Governo Federal parece que não quer ver.

O craque Neymar e a epidemia de crack chegaram de mansinho, se transformaram em fenômenos e estão presentes em todas as classes sociais, com predominância sempre na classe mais pobre. O   craque  Neymar, brilha pelo futebol que pratica e o crack, a droga, brilha pelos estragos que causa e nos envergonha pela dependência quase imediata que provoca ao usuário e destruindo por completo  a todos seus familiares.

O craque de futebol é ousado, abusado e se destaca rápido. O crack, como droga, também é abusada e se destacou rápido entre os  jovens de forma avassaladora. Diferente do craque de futebol Neymar Júnior que também começou humilde, franzino, sorridente e com um futebol grande e majestoso no time do Santos e agora em um time da Espanha, ao lado do craque Messi; o crack, a droga,  chegou tímida, humilde e se destacou pelo efeito avassalador que desestrutura famílias inteiras, sem escolher classe social.

A diferença entre os craques de futebol no Brasil, um seleiro deles, dignos de exportação e o crack-droga, é importado, entra pelas fronteiras desguarnecidas do país, enriquece os traficantes e contrabandistas e envergonha a sociedade civil organizada que infelizmente não colocou esse assunto em pauta como uma de suas reivindicações. Também a “semelhança” entre os dois tipos de craque e crak está no fato que o craque de futebol Neymar Júnior, é rico nas jogadas do futebol; o crack usado pelos jovens é também rico na destruição estrutural moral da sociedade e das famílias.

Como diferente do craque de futebol que é caro e vale milhões, o cracké barato demais, não tem valor expressivo e também a sociedade  organizada aceita passivamente as cracolândias da vida, não colocando em suas manifestações de rua, a imediata implantação de programa social do Governo Federal que o enfrente com determinação firme, unindo sociedade, justiça e leis que visem recuperar os jovens, ensinar-lhes uma profissão e oferecendo um horizonte possível no mercado de trabalho! Em Alagoas, esse tipo de programa na existe e funciona muito bem!

Todo jovem que usa crack é um doente, violento muitas vezes, enfrentando as estruturas sociais para manter seu vício, mas que necessita de tratamento clínico, programa social sério e não promessas que são anunciadas como solução, mas esbarram sempre na burocracia estatal do Brasil. O jogador talentoso de futebol é um jovem doente pelo futebol, enfrenta tudo e todos para mostrar seu talento; ao contrário, o usuário de crack se torna violento, é um doente que enfrenta a sociedade, talvez para que se possa fazer visto!

Portanto, a diferença entre o craque Neymar Júnior e o crack que inundou as ruas do Brasil é que o primeiro se destacou pelo talento e o outro está se destacando pela total passividade da sociedade civil e do Governo Federal que aceita e finge que o problema de saúde pública não existe, não quer ver e nem quer enfrentá-lo com uma política de enfrentamento séria, completa e inclusiva para os miseráveis que só precisam ser tratados e suas famílias também.

Enquanto isso, a sociedade do Brasil e do mundo sofre os efeitos do crack, menos New York que conseguiu dar um exemplo para o mundo, com Justiça Terapêutica, envolvimento de toda a sociedade, leis sérias e hoje se orgulha de não ter mais maltrapilhos pelas ruas roubando e matando em praças públicas para alimentar o vício. A violência diminuiu e por que o mesmo programa não é copiado e implantado como política pública no Brasil.


O que dá certo não é copiado, mas projetos políticos prontos continuam sendo copiados e vendidos para deputados e vereadores em grande parte do Brasil, livre e impunemente, até pela internet!

segunda-feira, 15 de julho de 2013

KOLYNOS, A PASTA QUE SE "ESPREMIA" ATÉ O FINAL!



O tubo ainda era de alumínio e não de plástico como é hoje! As garrafas eram todas de vidro também. Enfim, tudo era diferente do que é hoje, com tudo de plástico que é descartado em qualquer lugar e segue para os riachos, igarapés, rios e mares.

Não sei dizer quando a pasta dental Kolynos chegou ao
 “Varre- Vento”, comunidade do município de Itacoatiara, onde residi até os meus oito anos, depois de ter nascido em Manaus, no bairro do Morro da Liberdade, mas sei que toda vez que meu pai remava até o “Rancho Grande” para comprar ou fazer escambo com gêneros de primeira necessidade para a família, já sabia que teria início a brincadeira gostosa e necessária  de enrolar o tubo até o final o tubo e, quando não tivesse mais nada aparente, abri-lo ao meio  para “raspar” o resto da pasta dental que restava em suas dobra .

Como disse, era uma diversão necessária essa brincadeira porque nem sempre o pai tinha dinheiro para adquirir pasta de dente. Na falta, o sabão cutia resolvia. Se não houvesse escova dental por alguma razão ou motivo, se fazia a higiene bucal com água, sabão ou pasta dental e dedo, apenas. Mas sempre se fazia a higiene bucal.

Se tivesse dinheiro, comprava; se não tivesse, faria escambo com produtos da natureza como peixe seco, frutas, ovos, galinhas vivas ou qualquer outro tipo que tivesse levado. Mas na volta para casa trazia sempre os mantimentos necessários à família, como sabão, querosene para a lamparina, fósforos etc. No remo, contra a correnteza, meu pai retornava subindo o Rio Solimões. Chegava suado,  cansado e descia da pequena canoa, subindo o barranco do terreno íngreme para alcançar a casa de madeira coberta de palha e alumínio.

Historicamente,  a pasta dental chegou ao Brasil em 1917, mas não sei quando o produto Kolynos chegou ao “Varre-Vento”, comunidade que lembro com ternura e onde morei até retornar para Manaus, aos oito anos de idade. A fábrica era baseada na cidade de New Haven  o descobridor da fórmula, o dentista Jeal Jenkins, descobriu a fórmula e a fábrica começou a produzir a pasta dental desde 1908 na Kolynos Company, no Estado de Connectitut.

Historicamente também sei que e vi de perto que o tubo de pasta Kolynos era na cor verde e amarelo e vinha em tubos de alumínio, que se permitia ser enrolados até o seu final para melhor aproveitar o seu conteúdo. Depois, se abria o tudo ao meio e com a escova de dente se “raspava” o resto do tubo que sempre ficava.

O primeiro anúncio da Kolynos no Brasil foi publicado na Revista “Selecta” garantindo: “limpa os dentes e a escovinha também”. Mas isso também é história!

O importante é que meu pai chegava a casa depois de três horas de remo, com todo o mantimento à família arrumado na popa da canoa, embrulhado com jornais ou um pano e eu sabia que haveria diversão: enrolar o tubo de pasta de alumínio fino até o final para melhor “espremer” a pasta de dentro dele. Hoje, infelizmente, tudo é de plástico – pasta dental, refrigerante, produtos de higiene e limpeza etc., essas brincadeiras não podem ser mais realizadas!