Em Juazeiro do Norte, a
Câmara Municipal, que trabalha só dias por semana, aprovou um corte de 40% no
salário dos professores que estão todos os dias em salas de aulas, cheias de
alunos violentos, sujeitos a agressões e até mortes como ocorreu em Natal, que
um aluno matou o outro, tudo em nome da Lei de Responsabilidade Fiscal! Mas
será que isso não é ilegal porque pelo menos arbitrário, foi com certeza!
Mas seriam mesmo os pobres
e mal pagos professores, os únicos culpados ou seriam também os vereadores que
trabalham pouco e não reduziram seus salários, em nome da mesma Lei de
Responsabilidade Fiscal, os responsáveis por ganharem muito e trabalharem pouco?
Os vereadores - que em alguns casos poderiam ser substituídos por membros não
remunerados da comunidade para gerir os destinos da cidade, como ocorria na
Grécia, com seu modelo de democracia que serviu para o mundo - deveriam
ter dado o primeiro exemplo em nome da mesma Lei de Responsabilidade Fiscal.
Mas por quê e para quê só culpar os pobres professores?
De acordo com o Sindicato
dos Servidores Municipais, dois mil bravos e destemidos professores devem ter
os seus salários reduzidos em R$ 650 reais, muito abaixo até do que o próprio
salário mínimo, tudo porque ocorreram mudanças nas regras do Plano de Cargos,
Carreira e Remuneração! Oram venhamos e convenhamos, os vereadores também
deveriam dar o exemplo e cortar seus próprios salários porque os professores
não têm qualquer culpa no “cartório” porque só se limitam a transmitir seus
conhecimentos, que provavelmente alguns vereadores do município sequer
assistiram às aulas!
Do salário determinado pelo
MEC de R$ 1.547,00, além de gratificações que totalizavam um valor de R$ 2.193
reais, dois mil professores pelo menos passarão a ter uma redução de R$ 650
reais no valor que recebiam. De acordo com o a CLT, não pode haver redução de
salários, mesmo por lei que também aumentou a carga horária dos professores.
Diante de tudo isso, qual é
mesmo o sentido da palavra educação?
Encontrei algumas respostas
no
site o que é educação?
De acordo com o site, Educação
é, em princípio, “o meio em que os hábitos, costumes e valores de uma comunidade são
transformados de uma geração para outra geração seguinte”. Com isso o
conceito de educação engloba o nível de “cortesia, delicadeza e civilidade
demonstrada por um indivíduo e sua capacidade de socialização”. Em um sentido
mais técnico “a educação é o processo contínuo de desenvolvimento das faculdades
físicas, intelectuais e morais do ser humano, a fim de melhor se integrar na
sociedade ou no seu próprio grupo”.
Diante dessas definições, o
acesso ao ensino escolar formal deveria fazer parte de um processo de educação
dos indivíduos e um direito fundamental do ser humano que deve ser garantido
pelo Estado. Deveria, mas não é! No processo educativo de ensino, os
comportamentos e habilidades deveriam ser transferidos para as crianças, jovens
e adultos, sempre com o objetivo de desenvolver o raciocínio intelectual e na
formação de cidadãos capazes de gerar transformações positivas na sociedade,
mas também isso não ocorre.
Enquanto o Governo festeja
positivamente o ingresso de mais alunos nas escolas e faculdades (uma
verdade incontestável). Mas, por
outro lado, para os professores que estão em salas de aula, estressados,
nervosos e mal remunerados, é diametralmente
o oposto. Se de um lado as cotas raciais proporcionaram o ingresso de
anos no nível superior, na outra ponta as faculdades e os professores foram
forçados pela busca de uma qualidade melhor no ensino, de se adequar a uma qualidade
inferior de ensino para atender ao excesso de alunos - desconheço qualquer tipo de
proposta que venha a limitar o número de alunos em sala de aula em no máximo 30
ou 35. Não que as cotas raciais tenham causado esse regresso, mas à
falta de investimentos em mais Escolas e novas Faculdades Públicas ocasionou o
surgimento de inúmeras faculdades particulares nem sempre de boa qualidade e
isso ocasionou uma regressão total.
O governo festeja a
quantidade. Os educadores comemoram a qualidade! O governo propaga o aumento de vagas e os
professores e educadores comprometidos com a Educação têm que enfrentar salas
super lotadas, alunos violentos, universitários sem saler ler direito,
interpretar textos. Além de suportar sem reclamar consumo e tráfico de drogas
no entorno das Escolas e até dentro das salas de aula.
O que era para ser positivo
se tornou negativo. E, para piorar ainda mais a situação, os bravos e
destemidos professores enfrentam também redução de seus salários por uma Câmara
Municipal de Juazeiro, no Ceará, que talvez desconheça o verdadeiro significado da
palavra educação.
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