domingo, 30 de junho de 2013

LETRA DE MÉDICO E OS "CHUTÔMETROS" NAS FARMÁCIAS!




O Congresso Nacional deveria apresentar uma Lei válida para todo o Brasil, determinando que as receitas médicas, de odontólogos ou pedidos de exames fossem emitidos em computador e assinada pelos médicos com o carimbo, com o timbre do consultório. Em caso de receitas controladas, hoje preenchidas em papel carbonado, o mesmo procedimento deveria ser adotado. Sei que a lei nesse sentido já existe, mas é como muitas outras leis inúteis, essa também nunca foi cumprida porque nos hospitais públicos não existem nem computadores para os médicos fazerem isso, infelizmente! O ex-governador de Brasília, José Roberto Arruda (DEM) se antecipou a qualquer lei da Câmara ou do Conselho Federal de Medicina e sancionou sua própria Lei Estadual em 15/10/2008 determinando que qualquer receituário médico seja preenchido em computador. Mas será que os médicos – porque todos os mais novos já nasceram na era da informática -  mais antigos receberam pelo menos noções básicas de como usar um computador para preencherem as receitas?

Em Manaus, o Deputado Sinésio Campos, (PT), foi autor de um Projeto de Lei de mesmo teor na Assembléia Legislativa, aprovado e sancionado pelo Governador Omar Azize, determinando aos médicos e dentistas a prescrever suas receitas no computador, pelas mesmas razões, e a grande dificuldade dos pacientes em traduzir os “garranchos”  escritos por médicos e dentistas. Mas os médicos até hoje não receberam condições de trabalho com computadores em seus consultórios nos hospitais públicos, no Distrito Federal e no Amazonas.

Foram medidas salutares pelos legisladores; mas, ações isoladas, não suficientes, portanto, para que o Congresso Nacional ou o Conselho Federal de Medicina seguissem o mesmo caminho. A lei criada em Brasília e no Amazonas, estabeleceram que todas as receitas médicas e odontológicas, além dos pedidos de exames, fossem redigidas em computadores. Mas por que isso não acontece? Talvez seja porque os médicos mais antigos entendam que isso não se fará  necessário ou porque simplesmente não saibam como usar o computador ou não receberam qualquer treinamento para colocarem em prática a nova legislação! Diante disso, balconistas de farmácias, têm que tentar adivinhar os “garranchos” preenchidos nos receituários e, muitas vezes e praticarem o “adivinhômetro” e normalmente o “empurrômetro” de forma errada, devido à má qualidade das letras médicas.  O “empurrômetro”, “adivinhômetro” e “chutômetro” não ocorre por culpa dos balconistas, mas dos médicos que prescrevem pessimamente as receitas, com letras indecifráveis até para os mais experientes e acostumados balconistas de drogarias.

Hoje, vivi na pele esse drama, quando o balconista ficou tentando adivinhar o nome de um remédio escrito no receituário em letras “garranchais” e as foi colocando em seu computador, uma a uma,  tentando encontrar algum remédio cadastrado no sistema com aquele nome. Um perigo, portanto!

O prontuário médico é considerado o principal documento constituinte de provas judiciais, nos processos contra médicos.  O acusador, geralmente o paciente, deverá comprovar que o facultativo agiu com imprudência, negligência ou imperícia, isto é, ele ou seu representante legal deve apresentar provas de que houve erro de conduta pelo qual foi prejudicado, diz um documento do Conselho Federal de Medicina. Mas por que não existe nada falando da qualidade das letras dos médicos?

Nesse ponto, vale insistir: o que tem valor decisivo é o prontuário, muitas vezes também preenchido com letras “garranchais”, no qual se podem colher as provas que negam ou confirmando a responsabilidade do médico sobre o fato, afirma o mesmo documento. Mas não diz nada sobre a venda de medicamentos errados nos balcões das drogarias, se o vendedor não conseguir decifrar os “garranchos” escritos por alguns desses médicos. Remédio entendido ou interpretado erroneamente é crime, e isso é culpa dos médicos também, não das farmácias!

Uma Lei Federal para todo o Brasil poderia evitar os chamados “chutômetros”, e  os “advinhômetros” praticado pelos vendedores de balcões de drogarias, não por culpa destas, mais por culpa da péssima caligrafia praticada por muitos médicos. Talvez, por isso, toda vez que alguém tenta decifrar uma escrita em forma de “garrancho” diz logo:  “Pô, tua letra parece  de médico!”.

Por que  as leis federais e estaduais que já existem continuam sendo descumpridas, como de resto muitas outras Leis no Brasil, sobretudo a dos Direitos Sociais das Pessoas? É uma pena que esse assunto não discutido por qualquer movimento social organizado!

No Amazonas, o autor do projeto de Lei sancionado pelo governador, enviou ofícios para os Conselhos Regionais de Medicina e Odontologia, informando-os sobre a sanção do Governador do Estado para fazer aplicar a Lei, em um esforço louvável do lider do Governo, mas parece que isso também de nada adiantou porque o Estado, o maior empregador de médicos e outros profissionais da mesma área, não estruturou os hospitais, disponibilizando computadores suficientes para os médicos. Aliás, em alguns casos, nem possuem consultórios dignos para desenvolverem seus trabalhos.

sábado, 29 de junho de 2013

AS VITÓRIAS E AS BADERNAS DAS RUAS!




Mesmo com bandidos comuns com rostos cobertos praticando vandalismo e se passando por manifestantes, a simples derrubada total da PEC 37, que limitava o poder de investigação pelo Ministério Público, nos crimes contra a administração pública e/ou outros, a votação aberta para cassação de deputados e senadores e a criminalização da corrupção com penas mais severas, já é um ótimo sinal de vitória das ruas, mas não significa garantirá tudo o que os manifestantes de caras limpas ou com os rostos pintados com as cores verde e amarela estão reivindicando de forma muito desorganizada, já começaram a ser atendidas dentro das casas legislativas do Brasil. Mas alguma coisa já começou a mudar, principalmente com o desarquivamento de projetos sociais antigos negados em comissões, antes do início dos movimentos nas ruas do Brasil, nem sempre de forma muito pacífica e ordeira.

Mesmo com essa “agilidade” das casas legislativas, as reduções no preço das tarifas de ônibus em alguns Estados e municípios, conclamo aos jovens a continuidade das mobilizações, mas evitando, sempre que possível as badernas, depredações e rejeitando e denunciando quando identificados, todos  os que estiverem com rostos cobertos, porque estes serão os marginais infiltrados nos movimentos pacíficos que, ao final de tudo,  sempre roubam, depredam, tocam fogo em lixo. Isso poderá desvirtuar as verdadeiras causas e propósitos dos movimentos sociais que exigem o surgimento de um novo Brasil,  que poderá vir a nascer a partir do caos quase total!

Por outro lado, o Congresso Nacional precisará ser ainda mais ágil na aprovação dos projetos de interesse da sociedade e deixar de agir com fisiologismo, casuísmo e interesses partidários, começando pelo cumprimento da Lei da Transparência por ele mesmo criado, mas que não pratica, sendo objeto de discussões judiciais até hoje. Explicar o inexplicável e afirmar que as vozes das ruas não tiveram qualquer importância na mudança de postura do Congresso está ficando ridículo para entender sobre o recuo do Governo Federal que havia proposto “pactos” com os Governadores e Prefeitos para investir mais em mobilidade urbana e outros vários setores. Um deles seria o de convocar uma Assembléia Constituinte só para realizar a reforma partidária clamada pelos brasileiros e casuisticamente realizada sempre às vésperas de cada eleição!

Confesso que não gosto da palavra pacto porque ela me lembra os Pactos de Varsóvia, o “Todos pela Educação”, o “Plano Nacional de Banda Larga” que prometia internet a um preço baixo, mas até hoje não chegou nem aos municípios que serviriam de modelo. A palavra pacto é muito utilizada entre dois países belicários depois de guerra ou escaramuça quando não assinam tratados de paz fazem pacto de “não agressão”. Também existe o pacto com o pai, para o filho não faltar mais às aulas etc. Também me lembra de outros pactos que nunca deram certo nos últimos anos, como o de Fome Zero, a Erradicação da Miséria etc. Mas discutir a palavra “pacto”  não é propósito dessa crônica; porém, pertinente, porque é uma palavra que não significa quase nada,  não tem sentido prático ou lógica formal!

O povo civilizado e organizado não pode e nem deve temer as forças de repressões dos Aparelhos de Estado; mas, as mobilizações de indignação do povo pacífico e ordeiro. Contudo, isso não significa dizer que o comportamento dos policiais diante de uma baderna será uma bandeira branca!


sexta-feira, 28 de junho de 2013

TARTARUGADA DO GOVERNADOR LINDOSO EM PARINTINS!




Na década de 80, escrevia uma coluna fixa de crônica ao lado de Chico Anysio e Guido Fidellis e também publicava matérias assinadas  de quando em vez nas páginas do Jornal A NOTÍCIA. Era para qualquer jornalista em início de carreira um grande sinal de status e prestígio. Devido a isso, recebia muitos convites para participar de programas de debates políticos em TV,  e para visitas do governador  José Lindoso (de 15 de março de 1979/15 de março de 1982) pelos municípios do Amazonas, principalmente depois que ele assinou o decreto que pretendia interiorizar a ZFM, concedendo incentivos às empresas que abrissem filiais em alguns municípios.

Tenho conhecimento de alguns projetos importantes dessa época: um de Dendê em Tefé e um de produção de palmito em São Gabriel da Cachoeira. Mas não é disso que desejo escrever, mas de um convite que recebi da Secretaria de Comunicação Social comandada pelo poeta amazonense e itacoatiarense de Roseiral Elcio Farias, para acompanhar o governador Lindoso e escrever sobre a inauguração de um abatedouro de gado no Município de Parintins, conhecido mais pela festa folclórica dos bois de pano,  “Caprichoso” e “Garantido”, ainda não tão famosos como hoje e por ser uma das grandes áreas produtoras de carnes e de leite no Amazonas.

Parintins é um município o Amazonas com uma população que ultrapassa aos 103 mil habitantes e, durante o festival de 3 dias, tem a sua população flutuante praticamente triplicada, sendo o segundo mais populoso do Estado, mas em nível nacional é o 274º mais populoso e o 139º mais populoso entre os municípios que integram o interior do Brasil, sem pertencer a qualquer região metropolitana, posto tratar-se de uma ilha, cercada de beleza e criatividade cultural por todos os lados.

Logo cedo, o avião deixaria o Aeroporto “Eduardinho”, como é conhecido o aeroporto que fica ao lado do Aeroporto Eduardo Gomes e todos estavam lá. No avião cabiam apenas seis pessoas e eu era uma delas. Depois do ato de inauguração, a comitiva seguiu para para almoçar na casa de um empresário do município: havia churrasco e uma tartarugada. O governador, então, com medo do que eu pudesse escrever na Coluna coletiva de opiniões coletiva de opiniões,“Território Livre”, que tocava terror na maioria dos administradores públicos da época, inclusive contra o Governador Lindoso, tendo em mim um de seus maiores críticos, mandou o secretário  da Casa Militar,  perguntar o que eu almoçaria:  

- Vou comer churrasco, respondi. De meu lugar em um canto já com o prato na mão, observei que ele fora transmitir a resposta ao governador Lindoso! Na hora de colocar comida, não resisti à tentação e coloquei também um pouco de tartaruga no prato. Só que na época já estava proibida em sua captura e abate. Como o governador observava o que eu fazia, também decidiu colocar tartaruga no prato dele.

No dia seguinte publiquei a matéria sobre a inauguração com muitas fotos cedidas pela Secretaria de Comunicação e, na coluna “Território Livre”, apenas escrevi esse complemento: “Depois da inauguração do abatedouro, todos seguiram para a residência de um empresário do município, onde foi servido o almoço para toda a comitiva, com opções”, mas não informei que eu e o governador havíamos comido tartaruga porque o Ibama, órgão temido na época, estava desenvolvendo uma campanha contra os que degustavam da iguaria que não fosse criada em cativeiro. E a que fora servida no almoço, tinha sido apanhada especialmente para ser servida à comitiva de Manaus! Outra tradição no município de Parintins nos anos 80 era servir bem aos convidados ilustres, mas não sei se continua igual nos dias de hoje!


quarta-feira, 26 de junho de 2013

PIRACEMA...!

Não desejo escrever sobre o cajá que existia na extrema do terreno na comunidade do Varre-Vento, de cuja árvore a família retirava frutos amarelos e meio azedinhos para chupar, nem dos pés de cacau que existiam na fazenda de meu avô, do qual fazia-se suco ou vinho de cacau, nem do pé de cuieira que nasceu ou foi plantada no quintal da casa que, se falasse, teria muitas histórias para contar sobre as brincadeiras que se faziam em sua sombra, mas unicamente de um fato que presenciei e nunca esqueci: a piracema no Rio Solimões, no fim da década de 70!

Pensando nisso, cheguei a lembrar de algumas árvores frutíferas que plantei no quintal da casa em que residia na Rua Valência, 64, no Conjunto Campos Elíseos III. Eram pés de abacate, cacau, manga rosa, fruta-pão, maracujá, goiaba, cupuaçu, côco banana e até de pé de abóbora, por puro saudosismo, talvez, sendo a residência reconhecida pelos amigos como “floresta”, tantas eram as árvores que existiam!

Das frutas sinto saudades ainda, porque hoje tudo é enlatado, cheio de conservantes, prejudicando a saúde de todos, mas do que mais me recordo é da piracema que vi no Rio Solimões e essa lembrança sempre me vêm à retina como se o tempo a tivesse congelado em minha lembrança como se fosse uma fotografia ou gravado em meu coração de menino sonhador!

Eu na popa da pequena canoa acompanhando meu pai como contrapeso ao sabor do vento e a pequena canoa subindo e descendo ao sabor gostoso do banzeiro, com meus pouco menos de 30 quilos, porque ele decidira “dá uns lances de tarrafa para ver se vai pego alguma coisa para a boia”.  Era sempre assim: eu como contrapeso e meu pai com o remo na mão e a tarrafa pesada e cheia de chumbos aos ombros para arremessá-la no rio sempre que suspeitava onde o peixe estivesse passando! Nem sempre acertava, mas nesse dia de sol forte, me surpreendi:

- O que é aquilo, pai? E apontei para uma mancha negra no rio.

Ele não respondeu de imediato; ficou olhando atentamente o movimento escuro das águas, com os peixes começando a pular para a margem do Rio, morrendo na terra pelo calor do sol do verão amazônico, seguido de um dia de lua clara durante a noite fresca e com uma brisa agradável. “É uma piracema, meu filho!” Entre os que morriam à margem do Rio Solimões, consegui identificar pacus, sardinhas, jaraquis e muitos outros.

- Pai, o que é uma piracema, pai?

Com seu modo prático de vida sofrida e vivida no interior, respondeu em sua linguagem ”impírica-teórica-prática-não-científica”:  “é quando um movimento de muitos peixes ao mesmo tempo está subindo rumo os rios para fins de reprodução, nas cabeceiras!

E fiz que entendia - Ah,  pai entendi - respondi na popa da canoa e questionei em voz alta: “e quando os peixes “desejam”,  fazem isso, é?

- É isso mesmo, meu filho!

Eu não havia entendido nada, nem o porquê de ter usado palavra “desejo”. Só sei que durante três dias seguidos a família ficou sem apanhar água do Rio Solimões para beber, porque os peixes que haviam saído da água começaram a morrer e apodrecer na terra, produzindo um mau cheiro horrível, muito bem sentido pelos urubus que os devoravam. Tenho saudades de todas as coisas, inclusive dessa época que nunca mais verei novamente, porque não existem mais fenômenos como o que eu fui testemunha porque o homem explora peixes além do que precisa e não os deixam mais nem “desejar” para subirem em busca das nascentes dos rios!  E como sabiam para onde ficava a nascente do rio, se estavam embaixo d’água e nada podiam ver?!


Fiquei pensando comigo mesmo, mas não tive coragem de perguntar ao meu pai! Ele talvez me desse uma resposta, ou me mandaria calar a boca para não impedi-lo de ouvir o ronco dos peixes no Rio Solimões!

terça-feira, 25 de junho de 2013

“AUTOPSICOGRAFIA” DA NATUREZA


                (ao genial poeta Fernando Pessoa)


Como escreveu o poeta português Fernando Pessoa, em seu excepcional poema Autopsicografia,   apresento meu poema “AUTOPICOGRAFIA DA NATUREZA”:

O homem é um destruidor
E destrói tudo muito  bem e completamente,
Que chega a fingir que é de amor,
A dor que agora a natureza agora sente.

E os que lêem o que agora escrevo,
Nem imaginam como a natureza indefesa e surda
Sofre de uma dor silenciosa
Que os homens não sabem e também não sentem.

Assim nas queimadas, cortes de árvores do homem à natureza
Gira o mundo entre a razão, a ganância e a destruição.
Com esse comboio de madeira queimando,
Que arde em meu coração.
          

sexta-feira, 21 de junho de 2013

"CARTA AOS JOVENS" (O BRASIL ACORDOU!)


“Eia, senhores! Mocidade viril! Inteligência brasileira! Nobre nação explorada! Brasil de ontem e amanhã! Dai-nos o de hoje, que nos falta”.  

Com a citação da “Oração aos Moços”, do discurso do tribuno, jurista, político, filólogo, tradutor e orador do grande brasileiro de Salvador Rui Barbosa e pedindo-lhe licença para tal ousadia, desejo escrever minha “Carta aos Jovens” brasileiros que, de cara limpa,  tiveram a coragem de ir às ruas reivindicar e bradar com cartazes, muitos feitos às pressas, e alguns, rejeitando o apoio de partidos políticos, para exigir a construção de um novo Brasil, que deverá nascer dos restos da destruição dos saques, roubos e outros vandalismos cometidos por marginais, escondidos como ladrões, baderneiros, aproveitadores e saqueadores de bens públicos e privados, com seus rostos cobertos para não serem reconhecidos pelas câmeras policiais. Mas essa Carta é dirigida aos jovens brasileiros de caras limpas, apenas!

 Nessa “Carta aos Jovens”,  igualmente à “Oração aos Moços”-  discurso por ocasião dos cinquenta anos daquele grande baiano muitas incompreendido e criticado em sua época, devo dizer que podemos ter perdido parte de nossa “autonomia”; mas, não a dignidade!

Como Rui Barbosa pediu no passado, para que os moços formados em direito, colocassem suas “mãos à obra da nossa reconstituição interior; mãos à obra de reconciliarmos a vida nacional com as instituições nacionais; mãos à obra de substituir pela verdade o simulacro político da nossa existência entre as nações” e peço aos novos jovens brasileiros de hoje para que também “trabalhai por essa que há de ser a salvação nossa. Mas não buscando salvadores. Ainda vos podereis salvar a vós mesmos,” porque também repito aos novos jovens que todos nós brasileiros temos direito a um novo país sem corrupção nas pontas, com projetos sociais – saúde, escola, educação, saneamento básico e habitação popular, entre outros – e contra processos jurídicos e projetos legislativos que se arrastam por anos até serem votados beneficiando mais os próprios representantes do que os representados. Um novo Brasil que distribua melhor e para todos os precários e caros serviços públicos. Um novo Brasil que poderá e deverá nascer a partir dessas manifestações democráticas, não poderá ter em sua estrutura, nada disso! Terá que ser limpo, como são as mentes das crianças, além de ético e moral, também.

Dentre os muitos manifestantes como já era previsível, em muitas capitais houve depredações, saques em lojas, bancos, caixas eletrônicos, atos de destruição de patrimônio público e privado, semáforos, placas de rua, trânsito, pardais e tentativa de invasão a prefeituras, mas que não representam a grande maioria do povo brasileiro. Contudo, causou prejuízos financeiros em todos os Estados. A esses poucos marginais infiltrados dentro da maioria civilizada e ordeira, devem ser tratados como casos de polícia. Aos outros, lhes deve dado o sagrado direito de reivindicar de forma ordeira e civilizada.

Segundo fichamento da disciplina Metodologia da Pesquisa e do Trabalho Jurídico, ministrado pela mestra professora Ionete de Magalhães Souza, da Universidade de Montes Claros (MG), realizado pelo aluno Comphúrcio Allyson Mota Fraga, a “Oração aos Moços” é “uma carta que tem como tema central a ética profissional. Nela se  vê uma espécie de pedido insistente e humilde extremamente bem arquitetado”.
Segundo o trabalho do aluno “há o manifesto do autor em relação à esperança depositada por ele naqueles moços, iniciantes na carreira jurídica, a continuarem o trabalho o qual ele estaria prestes a cessar. Em tom emocionante, o mesmo explica o fato de não poder estar em presença naquele momento, depositando a responsabilidade em Deus.
Como Rui Barbosa agradeceu a Deus por poder estar vivo e poder dirigir sua “Oração aos Moços” aos formandos da Faculdade de Direito de São Paulo, em seus 50 anos de militância jurídica,  também agradeço aos jovens como também já fui e participava de movimentos sociais nas ruas contra a ditadura militar, por poder escrever-lhes essa “Carta aos Jovens” e, também, agradecer à Deus por me permitir estar vivo e assistir pela TV tamanho envolvimento manifestação de estudantes, senhoras e crianças de caras limpas exigindo transparência pública, civismo e o fim da corrupção que envergonha a todos os contribuintes honestos desse Brasil, que deve desaparecer para surgir outro, a partir do clamor popular das ruas.
Parabéns aos jovens brasileiros é o que lhes posso desejar, sentado atrás de meu computador, escrevendo-lhes essa crônica e pedindo-lhes que não desistam jamais, porque todos estão nas ruas com um propósito de iniciar a construção de um novo país e eu, tomando meus remédios e batendo palma para vocês e os admirando sempre, apesar das badernas que estão sujeitos, mas isso é um caso de polícia e não dos jovens, meus bravos jovens brasileiros. Da desordem se construirá uma nova ordem, ou melhor, um novo Brasil! Assim, eu espero e desejo porque não quero mais ser censurado pela ditadura novamente, como já ocorreu no passado. Quero e desejo um novo Brasil, a partir de todas as demonstrações de amor e civismo.

Confesso que fiquei emocionado ao ver a foto de um garoto erguendo silenciosamente a bandeira brasileira para um policial militar que se curvou para ver melhor, como se desejasse transmitir a mensagem: “é por isso que estou lutando, viu? Não esqueça nunca que como eu, você também é brasileiro”. O que dizer mais, depois disso! Silêncio porque um novo Brasil já começou a ser construído! Ou não?

quinta-feira, 20 de junho de 2013

O BRASIL ERA UMA PANELA DE PIPOCAS QUE EXPLODIU!

A panela de pipoca explodiu e vai mudar o Brasil, derramando tudo o que estava reprimido há muito tempo dentro dela, em forma de manifestantes pelas ruas, sem bandeiras partidárias ou ideologia; todos exigindo uma melhor distribuição dos impostos que o Governo Federal arrecada, mais transparência na aplicação do dinheiro público e sem o envolvimento de esquemas fraudulentos, sem desvio de recursos da Previdência Social, enfim, um país com direcionamento mais claro em suas propostas de investimentos, em projetos sociais ou de qualquer natureza, desde que custeados pelo Estado diretamente ou através de convênio e, mais claramente, um repúdio total à corrupção, dinheiro na cueca, na bolsa, na meia ou enterrados em obras que começam e nunca terminam e contra  aos vândalos que estão destruindo o patrimônio público. Em todo e qualquer movimento social pacífico, sempre existirão vândalos e pessoas que irão se aproveitar para roubar lojas, pichar prédios públicos e promover baderna...

A redução nas tarifas de transportes coletivos já ocorreu, mas os manifestantes precisam tornar mais claras suas reivindicações, seus propósitos e voltarem suas baterias, também, contra a excessiva carga tributária, a demora de votação de projetos que desonerem à sociedade em geral, contra os mais de 50 impostos que incidem sobre os combustíveis, além da retomada do projeto antigo do ex-candidato à presidência da República, o ex-deputado federal Álvaro Valle, que propunha a instituição do imposto único de 1% sobre todas as transações comerciais, bancárias ou imobiliárias, dispensando aos brasileiros a obrigatoriedade da apresentação de Imposto de Renda no final de todos os anos. Já seria um ótimo início de diálogo.

Com a redução ou isenção total dos impostos incidentes no preço dos combustíveis e a possível implantação do imposto único sobre todas as transações comerciais, o Estado seria obrigado a repensar em sua máquina fiscal.  As manifestações democráticas, também precisam se voltar contra a excessiva demora nos julgamentos das demandas judiciais em quaisquer instâncias, porque, hoje, só nos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, criados para desafogar as varas comuns, estão com tantos processos parados que, em alguns Estados, a primeira audiência está sendo marcada com até oito meses depois da entrada da petição inicial dos advogados. Isso precisa ser melhorado para apaziguar os ânimos da sociedade.

Desonerando as cobranças de impostos sobre os combustíveis, tudo iria melhorar, pois tudo que é transportado usando combustíveis iriam sofrer reduções quase que imediatas, porque nada existiria para ser fiscalizado, exceto o pagamento do imposto único de 1% sobre qualquer tipo de transação comercial, como era na época do que se tornou conhecido como “o imposto do cheque”, a CPFM, que tinha um propósito nobre de investimentos na área da saúde, o que nunca ocorreu de fato. Os poucos movimentos do “Brasil sem impostos”, aderido por alguns comerciantes corajosos que bancavam os impostos, já comprovaram isso, com reduzida significativa nos valores, principalmente os incidentes sobre o valor final da gasolina e diesel.

Excetuando pelos baderneiros que insistem em se infiltrar no meio das manifestações sociais pacíficas, os manifestantes já deram seu primeiro recado. Resta, agora, reiniciar um novo país, organizado, sem corrupção para evitar que a panela de pressão que esquenta a pipoca volte a explodir novamente, derramando mais manifestações pelas ruas em forma de mais reivindicações apartidárias...

Lembrem todos os manifestantes pacíficos que as causas da Revolução Francesa foram divididas em quatro grupos: políticas, econômicas, sociais e intelectuais. Mas, tudo começou com o aumento no preço do pão e terminou com a deposição do Rei Luiz XVI e seu antigo regime.

O mesmo está acontecendo no Brasil de hoje, com a união de causas políticas, econômicas e sociais, intelectuais e contando com o apoio da classe média burguesa, seguidamente massacrada por impostos extorsivos e muito pouco recebendo como retorno de  excelentes serviços públicos em forma de mais habitação, saúde, segurança, educação etc. pelos impostos que paga.


A estrutura do Brasil precisa ser toda redefinida, com urgência porque de toda desordem, sempre nasce uma ordem!

quarta-feira, 19 de junho de 2013

"LÁGRIMAS DO CORAÇÃO...!"



Não permiti que as teimosas lágrimas em forma de um turbilhão de emoções, alegria e felicidade, nascidas dentro de meu coração, inundassem o carpete cinza escuro do Plenário da Assembléia Legislativa do Estado, por ocasião da entrega do título de Cidadão do Amazonas ao deputado, de origem paulista, Luiz Castro.  Não sei se o homenageado percebeu, mas levei os dedos várias vezes por debaixo de meus óculos 5.5 graus, que já precisam ser trocados, a fim impedir que viessem ao chão, sufocando-as ainda no nascedouro de minha emoção!

Não desejo falar do político Luiz Castro, nem de sua vinda de SP como professor ao Município de Envira em 1977, com 19 anos  cheio de sonhos, localizado em um rio ”curvoso”  e tortuoso do Vale do Rio Juruá, onde se tornou um líder nato, sendo eleito  o prefeito mais jovem do Brasil, aos 25 anos de idade, direcionando o mandato a ajudar os agricultores como houvera sido antes, incentivando o plantio de café, desenvolvendo a piscicultura e incentivando tudo o que fosse ligado ao setor rural e a agricultura familiar. Também não desejo dizer que você, Luiz Castro, assumiu por dois anos a Secretaria de Estado da Produção Rural do Amazonas, prosseguindo seus trabalhos de ex-prefeito e agricultor incentivando o plantio de café, piscicultura, criando, e implantando toda uma estrutura direcionada ao homem do campo. Também não quero dizer que o político Luiz Castro conseguiu se formar como Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Amazonas, com muita dedicação. Também não desejo dizer que fiquei surpreso ao saber que amigo pensara em largar a carreira política para apoiar outro candidato, por militar pela oposição, como meu sogro deputado sempre militou, mas também dialogando com todos!


Desejo, sim, escrever sobre o amigo Luiz Castro, a quem tive o prazer de me surpreender residindo em um pequeno apartamento no condomínio Florênça Residencial Park, do qual fui síndico por três vezes. Conheci primeiro sua esposa Ana Leonarda Thomas Castro de Andrade, e seus três filhos, na área de laser, para onde o amigo Sr. Claudionor, ou simplesmente “Clau”, gostava de ouvir seus boleros, olhando para uma linda piscina azul. No canto de uma parede próximo ao interfone de comunicação com os apartamentos, existia uma tomada, na o condômino “Clau” ligava seu aparelho de som e eu o acompanhava nessa gostosa convivência musical.
- Dona Ana, o nosso deputado Luiz Castro não descerá - eu perguntava a sua esposa?
- Não. Ele está viajando para o interior! – ela respondia.

A nossa empatia acho que mútua, começou assim, talvez porque o amigo tenha o sobrenome de outro deputado federal, Manoel José de Andrade Netto, dono do Jornal A NOTÍCIA, na qual iniciei minha carreira como jornalista, que tinha a mesma postura que o amigo oposicionista adota. Mas, talvez o amigo recorde do dia em que deixei o hospital Santa Júlia, em uma eleição com escalpo no braço, só para depositar meu voto em seu nome! Depois, retornei para o Hospital no qual permaneci internado por vários dias! Também se não depositasse meu voto democrático “imposto” em seu nome, talvez não fizesse diferença porque me lembro de ter escutado de você, que havia recebido mais votos do que esperava. Em um de nossos poucos e raros encontros e conversa rápida que tivemos na área de laser, cansado de mais uma viagem, mas fora ao local para encontrar com a sua esposa Ana, o “Clau” a Yara e a mim, mas sem se identificar como deputado, cumprimentando a todos. Depois que o companheiro, o condômivo “Clau” me interrogou: - Você sabe quem lhe cumprimentou agora?”. Respondi que não e “Clau” me confirmou: “Foi o deputado estadual Luiz Castro e completou: “Ele mora aqui em meu bloco, no terceiro andar”.  Fizemos amizade depois disso e, sempre que era convidado, passava a visitá-lo seu apartamento e o encontrava no ”escritório” dentro de um quarto que seria de empregada, apertado e quente, mas o amigo colocara um condicionador de ar, trabalhando com seu computador,  respondendo  a e-mail de prefeitos do interior que lhe procuravam, mesmo você, amigo,  não sendo mais presidente da Associação dos Municípios do Amazonas e nem presidente do Instituto de Cooperação Técnica Intermunicipal –ICOTI, função e cargo de confiança que o amigo assumira. Mas,  na condição de deputado estadual, apenas!

Depois do excelente e perfeito discurso do autor da propositura Marcelo Ramos, citando as manifestações democráticas do povo e dizendo também ser um recado a todos os políticos, ouvi atentamente o discurso do amigo com relação à ética, respeito ao dinheiro público e outros temas correlatos. Falei ao ouvido de minha esposa Yara: “o discurso dele está me lembrando muito os discursos de seu pai, Francisco Guedes de Queiroz”, advogado também como o amigo e deputado estadual por 26 anos, sempre pelo Movimento Democrático Brasileiro – MDB, na época do bi-partidarismo, com a ARENA.

Por isso, não deixei que as lágrimas de meu coração, pela felicidade ao vê-lo também muito emocionado, dizendo que respondendo a uma pergunta de sua falecida mãe, de que lado ficaria se houvesse uma guerra entre o Amazonas e São Paulo: “Ficarei do lado do Amazonas, claro, mas não permitirei que apontem a arma para o rumo da senhora”.


Parabéns, meu Cidadão do Amazonas, Luiz Castro! Você merece essa honraria!