quinta-feira, 30 de maio de 2013

MANAUS: O PROGRESSO E O MEIO AMBIENTE!



Como aliar o desenvolvimento do progresso que não vai parar nunca, com o meio ambiente que precisa ser também preservado?

Hoje, Manaus chora com lágrimas poluídas. As águas do Rio Negro estão subindo rápido, invadindo ruas e trazendo junto o lixo derramado pelos moradores nos mais de 100 igarapés de Manaus em um espetáculo deprimente e vergonhoso. Ao sol, brilham as garrafas de PET, misturados com pedaços de madeira, móveis, televisores, cadeiras e outros objetos inservíveis que moradores arremessam em qualquer córrego de água que corta a cidade, obrigando sua Prefeitura a Decretar Estado de Calamidade Pública. Lamentável mas imprescindível solução para amenizar os problemas que surgirão por emergências sociais.

O bairro da Glória, que de glória mesmo não vive, está tomado por águas poluídas, lixo, insetos, bichos e com pessoas morando como tartarugas, totalmente curvadas para andar dentro de suas casas! Os moradores podem pedir reclamar e exigir tudo, mas não podem culpar a Prefeitura, pela grande sujeira que jogam nas ruas da cidade e seguem diretamente para as águas pelas chuvas que são constantes. Diariamente, o município de Manaus retira em torno de 15 toneladas de lixo dos igarapés, misturados com jacarés m, cobras e outros bichos. Famílias inteiras reclamam contra tudo, mas parece que não se fazem ouvir por nenhuma autoridade pública porque, mesmo as pessoas cadastradas no Prosamin, nunca receberam qualquer informação social e continuam esperando providências, vivendo uma angústia infindável!

Não fosse a grande quantidade de lixo e os aterros dos igarapés feitos pelas obras do Prosamin, de forma não muito eficientes e devastadoras para transformar a cidade em votos a qualquer preço e custo  (embora reconheça um grande alcance social na retirada de famílias que viviam em casebres e dando-lhes moradias dignas, resolvendo a grave falta de moradias populares às famílias de baixa renda, dando dignidade às famílias carentes), Manaus também poderia ser outra Veneza brasileira e rivalizar com Recife na preferência dos turistas. Lindos e majestosos igarapés por onde nadei, desapareceram. Desapareceu também a vontade de ver e viver em uma cidade bela, capaz de criar uma perfeita harmonia entre o desenvolvimento e a preservação de seu meio ambiente! Isso é possível, mas depende de união entre o poder econômico e os ambientalistas, na busca de projetos sustentáveis e modernos.

Infelizmente, Manaus não pode ser mais uma Veneza brasileira,  porque suas águas foram poluídas, as ruas estão cheias de bancas padronizadas de camelôs em cor vermelha, as ruas estão cheirando o odor de urina podre e os bares do centro refletem o desespero das pessoas que perambulam por eles, atônitas, se perguntando se valeu à pena o progresso! Mas, Manaus é assim mesmo: uma mistura de progresso com miséria, que se transformou em um símbolo decante da época áurea da borracha, com casarios antigos e nem sempre conservados por falta de apoio e incentivos para restauração, embora sejam tombados pelo Patrimônio Histórico, estão também tombando pelo descaso e a falta de uma política seria de preservação.

Manaus não se orgulha de ser a cidade do já teve e lembra com saudade do que perdeu pelo total desprezo de seus governantes que não a atentaram e nem a interpretaram de forma correta, a sua verdadeira vocação: a sua floresta. Manaus é um misto de beleza e feiura, de alegria e desânimo, de prédios históricos belíssimos e mal conservados, de mercado municipal centenário em restauração há sete anos, uma biblioteca pública belíssima que passou também sete anos sendo restaurada. Essa é a Manaus que mostra seu verdadeiro rosto, sem maquiagem, sem pintura e sem retoques, contrastando com uma floresta exuberante.

Nas suas ruas, caminham pessoas silenciosas olhando para todos os lados para ver se conseguem observar alguma luz no final do túnel, nas não existe túnel na cidade de Manaus. Se existissem, certamente já estariam ocupados pelos camelôs legais e os irregulares.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

POR QUE AMO AS ROSAS?

POR QUE AMO AS ROSAS?

Perguntaram-me porque declaro meu amor às rosas e não aos homens:
Tentarei responder-lhes:
Quanto mais convivo,
conheço e aprendo com os seres humanos,
mais decido gostar de rosas:
elas não são falsas, não fedem e
expelem seu perfume as pessoas,
(sem questionar cor, credo ou pensamento)
(também não têm ideologias)
Quando mais convivo, conheço e aprendo
com os seres humanos, mais concluo
que a rosa é perfeita: não faz guerra, ameaça, corrompe ou é corrompida
e libera seu perfume ao vento...
Quando mais eu convivo,
conheço e sei sobre os seres humanos,
mais eu concluo que nada conheço,
ainda preciso aprender muito;

Ah, querem saber?

Como o disse o filósofo Sócrates:
“Sei que nada sei”: com a certeza que amo mais e mais a rosa que muitos seres humanos, que ainda brotam em meu jardim cheio de dificuldades o rosas mortas!

 (com poucas e raras exceções)

terça-feira, 28 de maio de 2013

A INVASÃO DAS ÁGUAS, DE NOVO!


INVASÃO DAS ÁGUAS, DE NOVO!

Manaus chora com lágrimas poluídas.

Com as águas do Rio Negro subindo rápido, invadindo ruas e trazendo junto o lixo derramado pelos moradores nos mais de 100 igarapés que cortam Manaus, transformando tudo em um espetáculo grotesco. Mas não cabe qualquer responsabilidade direta ao poder público municipal porque,  ao sol, brilham as garrafas de PET, misturados com pedaços de madeira, móveis, televisores, cadeiras e outros objetos inservíveis arremessados em qualquer córrego, obrigando sua Prefeitura a Decretar Estado de Calamidade Pública. O bairro da Glória, que de glória mesmo não tem nada, está tomado por águas poluídas, lixos, insetos, bichos e com pessoas caminhando dentro de suas residências como tartarugas, totalmente curvadas e com seus pescoços sempre encolhidos, como se tivessem com vergonha de alguma coisa!

Todas dizem que pagam impostos – e isso é verdade, cobram  providências contra a poluição das águas, mas desconhecem que diariamente o Município retira a média de 15 toneladas de lixo dos igarapés!

Como sangue contaminado pelo lixo, fezes e esgotos entupidos, as águas dos Rios Negro invadiu a veia da Rua dos Barés, na parte antiga de Manaus, deixando-a a beira da exaustão, transformando-as em espelhos que refletiam prédios, pessoas e monumentos históricos da capital em um cenário belo para os fotógrafos, mas preocupante às autoridades e pessoas atingidas. Uma tragédia histórica em 2012, pior do que a de 1953 e 2009, tanto na capital quanto aos 50 municípios do Amazonas!

Na capital, a campanha desesperada em favor da limpeza promovida pela Prefeitura, deu uma dimensão ainda maior e mais dramática à tragédia das águas com o lixo jogado pelos moradores em forma de pequenos papéis, garrafas PETs, pneus, móveis, geladeiras e a podridão que tudo isso também acarreta. A Prefeitura de Manaus faz sua parte, mas a população não ajuda e depois reclama!

De bonito e bucólico mesmo, só o registro histórico fotográfico para as novas gerações não duvidarem; só os registros dos reflexos nas águas pútridas, como se fosse um perfeito espelho refletor, dos prédios históricos da Rua dos Barés, construídos com a riqueza da borracha – um casario antigo, com portas e janelas elevadas para circular o vento e os ônibus que ainda trafegam pela estação central da Praça da Matriz! Contudo, o Rio Solimões está aumentando seu volume de águas e muita coisa pode mudar para pior!

Um espetáculo de beleza e problemas, na mesma medida!

Como no ano de 2012, as águas poluída dos Rio Negro, embora seja  um espetáculo bonito para os fotógrafos, com registros históricos para o futuro, é preocupante e desesperador para as famílias da capital e do interior já atingidas pelas águas. Em Manaus, só o Rio Negro atingiu o seu pico máximo e  causou a interdição de um trecho da Rua dos Barés. A circulação de ônibus da Praça da Matriz,  prédio da Alfândega,  Marco Zero da Cidade e o Relógio Municipal ainda não foram atingidos pelas águas do Rio Solimões. Mas como controlar a força da natureza? Impossível!

Resta-nos apenas apreciar, admirar e permitir que continue cumprindo sua missão nesse Estado, que só possui duas estações: seis meses de sol inclementes e seis meses de chuvas torrenciais com inundações, lixo, preocupações, aterros de igarapés e obras emergenciais que se repetem! É a natureza cobrando em dobro o preço, pela destruição e falta de cuidados com o ambiente!

segunda-feira, 27 de maio de 2013

OS "POETAS DA MADRUGADA"!

A noite acordou.

Também acordei coberto por uma claridade abafada que anunciava o dia e decidi acompanhar minha esposa Yara à Feira, porque os “poetas da madrugada estavam para chegar”. Enfrentei os mesmos problemas de sempre - falta de local para estacionar na área, cuja solução será resolvida só quando o Porto de Manaus de embarque de cargas e passageiros de barcos regionais for transferido para o porto da Ceasa, sem atrapalhar o trânsito, ideia defendida há muitos anos pelo ex-prefeito Manoel Ribeiro, retirado do cargo por intervenção decretada pelo ex-governador Amazonino Mendes. Caso contrário, será mais uma batalha perdida pela Prefeitura de Manaus.

Mas isso é para as autoridades resolverem; não para um cronista que espera ansiosamente seus “poetas da madrugada” para um almoço. O tempo passava e nenhum chegava! Todos começaram a chegar depois das 12 horas. Mas para mim, que já os esperava desde às 11 horas da manhã, todos estavam demorando muito, fazendo aumentar meu nervosismo. Flávio Queiroz chegou primeiro, carregando sua geleira; Marcelino Ribeiro telefonou informando que chegaria antes de uma hora da tarde e cumpriu a promessa, chegando com sua cabeça raspada, banjo, violão e seu atabaque. O pintor Moacir Andrade, chegou logo depois carregando o corpo elegante, mas diabético, do alto dos seus 85 anos de vida. Chegaram juntos, Moacir ladeado com o poeta sexagenário José Coelho Maciel e também membro do Clube da Madrugada, desde 1966. Estava quase completo, mas faltava o principal convidado, o poeta Jorge Tufic!

Eu e minha esposa Yara, compramos um tambaqui de rio, grande, gordo e mais gostoso do que os de viveiro que, embora tenham melhorado muito em sua qualidade e sabor, continuam sendo  “assassinados” com um pouco mais de 2 kilos para não dar prejuízo aos criadores com alimentos, mas ainda não pode ser comparado ao autêntico tambaqui de rio, sempre mais gostoso e consistente. Até mesmo os tambaquis de rio já não têm tamanhos imensos como os que meu pai pescava no Varre-Vento, com peso variando de até 30 ou 40 quilos; parece que também estão sendo pescados de forma indiscriminada e nem têm tempo de cresce!

Voltei para casa com dois tambaquis e comecei a escrever essa crônica, mas não me cabendo dentro de meu desejo de reencontrar pessoas queridas como o poeta Jorge Tufic, um dos fundadores do Clube da Madrugada, a quem havia conhecido na década de 80, durante um programa de entrevistas ao vivo apresentado na TV Amazonas, por Consuelo Nunes, que depois me fez enfrentá-lo em uma disputa do “Melhor Escritor do Ano”, juntamente com o também escritor Danilo Du Silvan que denunciara, mas não provara qualquer fraude.

Como eu poderia ganhar de meu ídolo? Nem queria!

Telefonamos – eu e o poeta, pintor e livre pensador Maciel - muitas vezes para o hotel em que Jorge Tufic se encontrava hospedado, afinal, todos estavam na Área da Churrasqueira do Condomínio Mundi para vê-lo e abraçá-lo - José Coelho Maciel, Marcelino Ribeiro e Flávio Queiroz e Moacir Andrade. Durante a conversa alegre e desorganizada, antes da chegada do poeta Jorge Tufic, eu fiquei sabendo que o pintor Moacir Andrade também tinha sido um dos fundadores do Clube da Madrugada. Depois, chegaram mais convidados, porém um de cada vez!

O nervosismo estava aumentando e aquele que todos esperavam - o consagrado poeta Jorge Tufic - informava por telefone que estava resolvendo “uns” problemas de transferência de hotel. Depois, se deslocaria ao local do encontro com seu filho “Jorginho”. Chegou depois das 16 horas e foi aplaudido por todos. Antonino Bacelar, poeta, médico e professor aposentado da Fundação Universidade do Amazonas, ainda não havia chegado. Compareceu a tempo de conversar ao pé do ouvido com Jorge Tufic.. Disse depois que só estava pedindo o endereço do poeta para visitá-lo quando fosse à Fortaleza.

Marcelino informava que “já me considero um amazonense” sempre respondendo em versos, quando todos o questionavam sua origem paraibana. O poeta também cantou músicas do compositor/cantor da Ilha Tupinambarana Chico da Silva e até tentou interpretar algumas com minha enteada, a cantora Bella Queiroz, depois que entoou sua música preferida “hoje só voltarei amanhã porque vou beber...” sempre improvisando um final diferente para a mesma música, fazendo sempre um verso de improviso sobre o dono da festa. Todos se divertiam e conversavam em volume elevado, até que Marcelino, dizendo que teria outro compromisso decidiu levantar-se com sua esposa Susan e sair, mas o principal poeta esperado estava demorando muito. Jorge Tufic, chegou ao local por volta de 16:40 horas, também carregando seus mais de 80 anos, acompanhado pelo filho “Jorginho”. Todos os cumprimentaram inclusive minha esposa Yara. Deixe-lhe um abraço forte e o Jorge Tufic sempre levando um lenço ao seu vasto bigode negro e depois o levava aos olhos, como se estivesse emocionado.

Fiquei tenso porque estava recebendo o criador do movimento “Poesia no Muro” uma influência do movimento “Poesia Concreta”, defendido na Semana de Arte Moderna, em SP, de 1922, que chegara tardiamente à capital do Amazonas, cidade isolada e sem muitos meios de comunicação, com telefone funcionando só através da inexistente Camtel – Companhia Amazonense de Telecomunicações. O clube dos “cavaleiros de todas as madrugadas”, como costuma dizer Jorge Tufic, foi fundado na madrugada do dia 22 de novembro de 1954, com outros amigos intelectuais que viviam isolados do mundo. O Clube da Madrugada nunca teve uma sede própria: “seus escritores sempre se reuniram embaixo de um “mulateiro”, na Praça Heliodoro Balbi”, afirma o contista Adriano Aragão. Também não possui estatuto escrito porque os membros como eu e o médico Simão Pecher, empossados na década de 80, pelo ex-presidente do Clube, padre Nonato Pinheiro prosseguem com a tradição: “onde estiver um ou mais escritores reunidos falando de cultura, lá estará também se reunindo o Clube da Madrugada”. Garante também Adriano Aragão: “o Clube da Madrugada é reconhecido não apenas no Brasil, mas em várias partes do mundo”. É...o escritor tem razão!

Foram os mais importantes fundadores do Clube da Madrugada ao amanhecer daquela madrugada os jovens intelectuais idealistas Celso Melo, Farias de Carvalho, Fernando Colyer, Francisca Ferreira Batista, Humberto Paiva, João Bosco Araújo, José Pereira Trindade, Luiz Bacellar, Saul Benchimol, Tedodoro Botinelly, Jorge Tufic e Moacir Andrade, e alguns hoje já falecidos; outros corroídos e envelhecidos pelo tempo, mas sempre deixando novas gerações como eu e outros que ainda virão, para continuar o legado histórico!

Pelo Skype, informei ao Jorge Tufic que havia conversado com a poetisa Tarciana Portela,  lançada ao Brasil inteiro por ele, através de 3 mil exemplares do LIVRORNAL,  distribuído de graça pelo poeta, direto de Recife. Tarciana Portela se apresentava com a mais nova promessa da poesia do Amazonas, mas sem nenhum livro, ainda. “Tarciana, você uma promessa e eu tenho mais a perder do que você porque perderei minha credibilidade se você não for um fenômeno literário”, disse-me Jorge Tufic. Quando falei que a poetisa estava morando em Recife e me disse:  “pensei que ela ainda estava residindo em Manaus”, disse-me seu descobridor”.

Poetas, escritores de qualquer estilo ou preferência e cronistas não se descobrem; eles já nascem prontos e são lapidados pelo tempo!

A pesquisadores da obra musical de Pedro Amorim – não sei se o homenageado pertenceu também ao Clube da Madrugada - de quem receberá o resultado de sua pesquisa de mestrado, com quem tive o prazer de conviver durante o tempo em que ele dirigiu o Teatro Amazonas e eu era um jovem aspirante a ator de teatro, na trupe do teatrólogo Álvaro Braga. À Karine Aguiar, também cantora, que me presenteou com seu CD “Arraial do Mundo”, conversou informalmente com o pintor Moacir Andrade, que lhe contou muitas histórias conhecidas e vividas por ele, sobre seu homenageado. Mas saiu antes da chegada do poeta Jorge Tufic  – para  mim era uma espécie de Deus da cultura, um mito! – não sei nem se isso existe -  de quem já tinha  lido livros e escutado comentários elogiosos. Nosso primeiro encontro se deu no Estúdio da TV Amazonas, durante a apresentação do programa de entrevistas apresentado por Consuelo Nunes - eu divulgando meu primeiro e único livro de poesias,(DES)Construção....(1978) lançado com sucesso no salão de espelhos do Atlético Rio Negro Clube e Tufic, comentando um de seus mais de 50 livros já lançados.

De Moacir, durante a conversa alegre e informal, tivemos a informação de suas viagens e exposições no exterior e o seu conhecimento com as celebridades de Manaus e do mundo.


Um dia todos eles saberão que vivi uma tarde das mais felizes dos últimos tempos! Mas outros poderão acontecer, talvez, porque o amanhã só a Deus é dado conhecer! 

sexta-feira, 24 de maio de 2013

FÚRIA ASSASSINA EM CONDOMÍNIO DE LUXO EM SP!


O que poderia ter ocasionado a fúria assassina em condomínio de luxo em Santana do Parnaíba, em SP? Sei que a principal razão foi o fato de um morador possuir arma em casa e ter disparado tiros contra o subsíndico, sua esposa e depois contra si próprio! Mas devem existir também outros motivos, razões e componentes que contribuíram para que essa tragédia tenha ocorrido, porque um morador de condomínio de luxo não surtaria a partir do nada!

Como sindico por cinco vezes em condomínios diferentes e em  situações e momentos diferentes, posso apenas supor e especular: o barulho não poderia ter sido a causa principal das mortes, porque também moro em um Condomínio em Manaus, sou chato, exigente, cobro muito, mas tudo dentro do que consta no Regulamento Interno. Como assistente social que também sou, nada exijo só para mim, mas para beneficiar a todos indistintamente.

O síndico é um prefeito de uma mini cidade!

O condomínio, como uma Prefeitura, vive de arrecadação dos moradores (as taxas condominiais, multas, aluguel de espaços etc.) e tem a obrigação de saber gastar bem e de forma responsável, os recursos arrecadados e prestar contas de tudo depois, em balancetes. Quem não concordar, tem o direito e a obrigação de, respeitando o que estabelece o Regimento ou Regulamento, pedir esclarecimentos ao síndico.

Na ocasião de conflitos entre moradores, o síndico deve se portar como um juiz, ouvindo todos os envolvidos e depois decidindo conforme lhe dá poderes o Regulamento ou Regimento Interno aprovado pelos moradores e comum a todos eles, como se fosse uma Lei de boa convivência entre todos, mesmo os que se abstiveram em votar e se omitiram em seu processo de elaboração inicial. A democracia da maioria deve sempre prevalecer dentro de Condomínios! Como administrador de uma mini cidade, o síndico precisa investir contra os desperdícios de luz, instalando censores de presença em hall de entrada, em garagens e ter atenção ao desperdício no consumo de água, além de contratar bem os prestadores de serviços, mas, sobretudo, manter em um patamar aceitável a arrecadação de sua única fonte de receitas: as taxas condominiais. Mas o condomínio não se resume unicamente na pessoa do Síndico, porque também existe conselho para ajudá-lo, funcionando como instância superior de recurso de multas, notificações ou quaisquer outras coisas que estejam contrárias ao regimento. Mas tudo precisa ser feito dentro do que dispõe Regimento ou o Regulamento Interno, sempre por escrito.

Também como o prefeito de uma mini cidade, o síndico deve ficar atento a tudo o que está sendo anotado no livro de ocorrência dos moradores e tomar providência, informando o resultado a todos aos  moradores interessados ou, no mínimo, colocando resposta no próprio livro de ocorrência dos moradores, informando a decisão que foi tomada, etc. Dentro de um condomínio, a comunicação perfeita, prestação de contas, arrecadação eficiente e despesas responsáveis devem ser mantidas dentro do processo administrativo de um condomínio, que é sempre feito pelo conjunto dos moradores e não só pelo síndico.

Vicente D’Alessio Neto, de 62 anos, que morava no andar de baixo, seguiu até o décimo terceiro andar e disparando tiros contra seus vizinhos Fábio de Rezende Rubim, de 40 anos, subsíndico do prédio de luxo e Miriam Baida, de 37 anos, reclamando contra o barulho! Mas seria essa a única e principal causa dessa fúria animalesca. Entendo que não! Poderia ser um somatório de vários outros fatores que explodiu devido a um barulho! Mas o fator principal e único, foi à arma que Vicente mantinha em casa, com qual também se matou.

Todo condomínio se constitui de uma Convenção, registrada em Cartório, seguido de Regimento ou Regulamento Interno aprovado e Assembléia Geral por todos ou pela maioria democrática dos presentes, pelo voto, mas poucos cumprem ou o fazem cumprir, sobretudo com relação a barulhos, cachorros, luzes acesas sem necessidade e funcionamento da portaria, que deve anotar tudo o que ocorre, para ser lido pelo síndico seja profissional e não resida no próprio condomínio no dia seguinte, depois de ler tudo diariamente, poder tomar para providências, possa decidir e aplicar  punições previstas no próprio regimento ou convenção aprovada por todos, enfim. Dessas decisões tomadas isoladamente pelo Síndico, sempre caberá recurso para o Conselho, que funcionará como a Justiça de Recurso do Condomínio e tem que ser isenta e livre das amarras do Síndico, igual como deveria ocorrer em uma cidade, um Estado ou em um país, mas nem sempre se dá assim de forma livre. Um síndico agrada a todos, mas todos são diretamente responsáveis pela eficiência ou ineficiência do mandato do síndico porque, como um juiz, ele só pode agir se for provocado!


Não sei exatamente o que ocorreu na fúria assassina no caso do cidadão Vicente D’Alessi Neto, de 62 anos, mas três pessoas ainda poderiam estar vivas se ele não mantivesse uma arma dentro de casa!  Disso eu tenho certeza! O seu revólver foi a primeira e principal causa da tragédia ocorrida dentro de um condomínio de luxo em SP!

quinta-feira, 23 de maio de 2013

O GOVERNO DO ESTADO DO AMAZONAS ESTÁ DE PARABÉNS!

(CENTRO DE TRATAMENTO PARA DEPENDENTES QUÍMICOS)



O Governo do Amazonas está de parabéns pela decisão de construir um Centro de Tratamentos para Dependentes Químicos, com previsão para ser concluído ainda neste ano de 2013.


Mas não tenho motivos ou sentimentos pessoais para com a pessoa do governador Omar Aziz, nascido de uma família árabe e italiana, nem no sentido de elogiá-lo, muito menos de criticá-lo porque passei a conhecê-lo já como presidente da Câmara Municipal de Manaus, no início de sua carreira política, depois deputado estadual e vice-prefeito de Alfredo Nascimento, indicado para ser Secretário Municipal de Obras; em seguida vice-governador de Eduardo Braga, quando assumiu a Secretaria de Estado da Segurança Pública e depois se elegeu governador do Amazonas, com o legado deixado pelo ex-governador Eduardo Braga, que se elegeu para o senado.


Em todas as etapas da carreira política de Omar Aziz, o acompanhei de longe, inclusive nas diversas vezes em que mudou de partido, fez passeata como líder estudantil contra o governador Amazonino Mendes, carregando um caixão como se fosse um enterro simbólico do governador.  Tempos depois, se elegeu governador e decidiu investir no social, ladeado pela primeira dama do Estado, Nejimi Aziz.


Mas o mundo gira e se movimenta de forma estranha, ao ponto de no município de Simão Dias, em Sergipe, a Câmara Municipal ter se posicionado contraria a fiscalização “rigorosa” da Polícia Militar para fazer cumprir a Resolução do Contran que determina o uso obrigatório de capacetes por motociclistas na cidade. Em Simão Dias, há mais motociclistas andando sem capacetes na cabeça do que aviões voando no céu da cidade! Na Suécia, jovens imigrantes foram às ruas e protestar de forma violenta tocando fogo em carros, causando depredações e arruaças contra o desemprego de 16% entre os migrantes, devido a crise econômica na Europa, muito parecido com o que fazia o então vereador e hoje governador do Amazonas, Omar Aziz, quando protestava contra aumento de passagem de ônibus.


Mas o mundo mudou; o Amazonas, também. A história é outra, mas o anúncio do Governo do Estado de construir o Centro para Tratamento de Dependentes Químicos no Amazonas, investindo 10 milhões de reais para a obra no Km 53 da estrada que liga a capital Manaus ao município de Itacoatiara, a mais de 200 Km da capital,  coincidentemente ou não, ocorreu quando a Rede Globo, assumindo uma postura socialmente responsável, decidiu mostrar como o vício do crack atinge a todas as classes econômicas da sociedade, indo de índios à trabalhadores do campo, passando também pelos garimpos que buscam encontrar pedras preciosas para serem trocadas por pedras de crack! Mas, como disse no início, não tenho motivos, razões ou preferências para gostar do governador Omar Aziz, mas devo aplaudir a iniciativa do Secretário de Saúde Wilson Alecrim, na pessoa do governador, Omar Aziz. Separo muito bem a pessoa física do administrador que está até agora fazendo uma administração séria na condução do Estado em que resido.


Segundo informações, o Centro de Tratamento para Dependentes Químicos terá capacidade para a internação de 120 pessoas, mas pelo período médio de 90 dias, apenas, tempo que considero socialmente insuficiente para resolver o problema dos jovens adolescentes que se drogam pelas ruas e becos escuros do Brasil. Mas já é um começo! Depois se pode ir ajustando à sua real necessidade! Ou não? Será que receber 120 pessoas será suficiente para atender à grande quantidade de pessoas envolvidas com drogas no Amazonas? Acho pouco, mas já é um bom início!


Com relação à construção desse Centro, um grande avanço na política de saúde pública no Amazonas, pois assegurará oportunidade de reabilitação e reinserção social a pessoas que não tem condições financeiras de manter tratamento particular de seus familiares contra um vício terrível que destrói não só o dependente, mas também toda a família.


Mesmo com essa notícia importante para o Governo às famílias de todas as classes, cabe-me, como assistente social, fazer algumas perguntas que não foram respondidas:

1.   Haverá concurso e contratação de mais assistentes sociais para compor esse centro ou  apenas haverá deslocamento dos profissionais que exercem essa função no Estado, ganhando muito mal?

2.   Com a aprovação pelo Congresso Nacional da internação compulsória do paciente só com um parecer clínico de um médico, haverá no Centro de Recuperação de Dependentes Químicos estrutura suficiente para recebê-los, mesmo contrariado seu desejo de continuar usando crack?

Mesmo que isso não exista, admito que só a Construção do Centro de Internação já terá sido um grande avanço social e, aliás, devo reconhecer também que a Dama do Estado, Nejimi Aziz, vem realizando um excelente trabalho social, tanto na capital como no interior do Estado. Dou minha mão à palmatória: é um grande avanço social do Governo Omar Aziz!





quarta-feira, 22 de maio de 2013

LONDRINA DECIDIU MATAR O SIMBOLO DA PAZ! A CORRUPÇÃO VAI ACABAR?

Todas as guerras, conflitos, revoluções golpes de Estado, guerrilhas, corrupção, poderão ser exterminadas por um decreto porque a Prefeitura Municipal de Londrina decidiu decretar, punir e aplicar multa de até mil reais a quem for pega alimentando os pombos, só porque um taxista de 47 anos falecera! Antes dessa decisão radial, será tentado um repelente eletromagnético, depois educada a população da cidade pacata e bonita que tive o prazer de conhecê-la quando me dirigia a cidade Paranavaí para receber um prêmio de literatura nos idos de 82.


Confesso que fiquei preocupado: o pombo da paz tema de crônicas, inspiração de poetas, símbolo de paz mundial, será exterminada por decreto?  Não seria mais prudente e responsável tentar controlá-los na infestação e proliferação livre dessas aves de outra forma? Ou pesquisar e descobrir uma vacina capaz de esterilizá-los, inibindo as proliferações? Se falando em saúde pública, uma ótima medida correta; mas em se falando em seres usados como representantes de paz no mundo será um crime contra a natureza!


A pomba liberada por um membro da Cruz Vermelha Brasileira durante o velório de Don Eugênio Sales, que ficou voando dentro da Igreja, e se acomodou no alto, olhando as pessoas que se compadeciam com o falecimento do pontífice, foi motivo de crônica http://carloscostajornalismo.blogspot.com.br/2012/07/pomba-do-espirito-santo-e-o-velorio-de.html)  que escrevi e publiquei no dia 11/07/2012 por ocasião do velório! Será que o extermínio desse símbolo de paz acabará também com os males maiores da humanidade, como as guerras,  conflitos, corrupções no mundo?


Por que será que o pombo se transformou de uma hora para outra em sinônimo de morte, catástrofe, ao ponto de merecer de um tratamento tão radical, contrário a tudo que os ecologistas defendem? A morte pela falta de alimentação será a pior das mortes, mas cadê os ecologistas     que não protestaram? Cadê os que defendem os animais livres na natureza?  Quem “der milho aos pombos”, como diz a música gravada pelo cantor Zé Geraldo, será multado. Peço licença para transcrever um trecho da letra inteligentíssima da música desse cantor: “Enquanto esses comandantes loucos ficam por ai/Queimando pestanas organizando suas batalhas/Os guerrilheiros nas alcovas preparando na surdina suas Mortalhas”(...)”eu fico aqui na praça dando milho aos pombos”.


Uma das pombas soltadas pelo Papa Bento XVI, em uma cerimônia no Vaticano, capturada por uma gaivota (mas escapou), simbolizaria um presságio de uma ameaça à sua fé que Deus enviou para alertar aos fiéis dos ataques à Igreja Católica, ou apenas o aviso de que anos depois o papa renunciaria e que seria eleito um novo Papa, o  argentino da ordem dos franciscanos que adotou o nome de Francisco?


Criptococose, histoplasmose, salmonelose, omitose, dermatires, alergias, toxoplasmose, psitacose e tuberculose avícola são as principais doenças transmitidas pelos pombos e é importante evitar o contato com essas aves na rua porque algumas dessas doenças podem ocasionar cegueira, infecções no cérebro, nos pulmões e nos intestinos. Contudo, exterminar essas aves usadas como símbolo de paz (mas também perigosas à saúde humana) por falta de comida, é matar a paz duas vezes! É como se desejassem exterminar também as guerras que ainda existem no planeta terra! Será que pesquisadores, ecologistas, biólogos, médicos ou quem quer que seja não teria outro tipo de solução para o problema da infestação de pombos em praças em muitas cidades de municípios? Será que teria que ser feito um decreto e multar os humanos por alimentarem os pontos?


“Em ambiente natural, os pombos se alimentam de insetos, grãos, sementes e, dessa forma, realizam o controle populacional dos insetos, a dispersão de algumas sementes que foram ingeridas, mantidas quentes e úmidas e eliminadas pelas fezes das aves em condições propícias para a germinação”, informa um site de perguntas e respostas que utilizei para compor essa crônica.

Outro site que consultei diz: “é importante evitar o contato com os pombos de rua porque as doenças causadas por eles podem ser cegueira, infecções no cérebro, dos pulmões e dos intestinos”. E conclui: “A forma mais comum de infecções causadas pelos pombos, é feita pelas vias respiratórias, através da inalação das fezes secas depositadas nos mais variados lugares, como em carros, chãos, janelas e calçadas. Porém, outro modo de contaminação bastante comum é através do piolho dos pombos que podem cair sobre as  pessoas quando eles voam”.


Será que não seria o caso do prefeito de Londrina rever esse decreto ou procurar outra forma de controle biológico dos pombos?

terça-feira, 21 de maio de 2013

CASO MARISA SARTO x INSS (SENTENÇA JUDICIAL)

Eis a sentença judicial sobre o caso que escrevi sobre a briga entre dona Marisa Sato contra o INSS, que lhe teria negado o benefício:


ADO ESPECIAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO
TERMO Nr: 6309016737/2011 SENTENÇA TIPO: A
PROCESSO Nr: 0006484-48.2010.4.03.6309 AUTUADO EM 24/11/2010
ASSUNTO: 040105 - AUXÍLIO-DOENÇA (ART. 59/64) - BENEF. EM
ESPÉCIE/CONCESSÃO/CONVERSÃO/RESTABELECIMENTO/COMPLEMENTAÇÃO
CLASSE: 1 - PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL
AUTOR: MARISA FERREIRA DOS SANTOS SARTO
ADVOGADO(A)/DEFENSOR(A) PÚBLICO(A): SP999999 - SEM ADVOGADO
RÉU: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - I.N.S.S. (PREVID)
PROCURADOR(A)/REPRESENTANTE:
DISTRIBUIÇÃO POR SORTEIO EM 24/11/2010 10:17:46
JUIZ(A) FEDERAL: PAULO LEANDRO SILVA
SENTENÇA
DATA: 08/09/2011
LOCAL: Juizado Especial Federal Cível de Mogi das Cruzes, 33ª Subseção Judiciária do Estado de
São Paulo, à Avenida Fernando Costa, 820, Mogi das Cruzes/SP.
<# Trata-se de ação ajuizada sob o rito do Juizado Especial Federal, em face do
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em que a parte autora, qualificada na inicial, busca a
concessão/restabelecimento de benefício previdenciário de auxílio-doença/aposentadoria por
invalidez.
Tanto o auxílio-doença quanto a aposentadoria por invalidez pressupõe a
incapacidade laboral. A distinção entre tais benefícios reside na intensidade de risco social que
acometeu o segurado, bem assim a extensão do tempo pelo qual o benefício poderá ser mantido.
Portanto, o auxílio-doença será concedido quando o segurado ficar incapacitado
temporariamente para exercer suas atividades profissionais habituais, enquanto a aposentadoria
por invalidez é devida quando o segurado ficar incapacitado definitivamente de desenvolver
qualquer atividade laboral capaz de lhe prover a subsistência.
Há de se ter em mente que os benefícios de auxílio-doença e aposentadoria por
invalidez exigem para sua concessão o preenchimento de três requisitos, quais sejam: a
incapacidade, temporária ou permanente, o cumprimento da carência (exceto nos casos do artigo
26, inciso II) e a qualidade de segurado, conforme se depreende dos artigos 42 e 59 da Lei
8.213/91.
Diz o aludido art. 42:
“Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não
em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de
reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a
subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta
condição.(destaquei)
§ 1º A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da
verificação da condição de incapacidade mediante exame médico-pericial
a cargo da Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas,
fazer-se acompanhar de médico de sua confiança.
§ 2º A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao
Regime Geral de Previdência Social não lhe conferirá direito à
aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por
motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.”
Já o artigo 59 da Lei 8.213/91, que trata do benefício de auxílio-doença, dispõe que a
incapacidade há que ser temporária para as atividades habituais do segurado, conforme se
observa:
“Art.59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo
cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei,
ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade
habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.” (destaquei)
No presente caso, verifico que a autora foi submetida a duas perícias médicas, nas
especialidades de ortopedia e neurologia.
Nos termos do laudo médico do perito ortopedista, embora a autora sofra de lombalgia
crônica, está apta ao exercício de atividades laborais.
O perito clínico geral, por sua vez, concluiu que a autora, está incapacitada total e
temporariamente para o exercício de sua profissão devido ao quadro câncer de mama direita,
insuficiência mitral e tricúspide discreta, estenose mitral discreta e hipertensão arterial sistêmica.
Ainda conforme referido laudo médico, a incapacidade teve início em novembro de 2010, devendo
a postulante ser reavaliada após o período de 18 meses, a contar da perícia médica realizada em
30.11.2010.
Importante ressaltar que a prova técnica produzida nos autos é determinante nas
hipóteses em que a incapacidade somente pode ser aferida por intermédio de perícia médica, não
tendo o julgador conhecimento técnico e nem tampouco condições de formar sua convicção sem a
participação de profissional habilitado.
É oportuno observar que os peritos médicos divergiram quanto à existência de sua
incapacidade laboral, porém analisaram enfermidades distintas. Note-se que a segunda perícia
não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar livremente o valor de uma e outra, bem como formar sua convicção com base nos demais elementos provados nos autos (artigos 436 e 439,
parágrafo único do CPC). Ademais, a incapacidade foi anteriormente reconhecida pela perícia
médica da autarquia ré, que não concedeu o benefício postulado por falta de período de carência.
Assim, a perícia médica realizada em juízo concluiu restar preenchido, no caso
concreto, o primeiro requisito necessário para o restabelecimento do benefício de auxílio-doença.
Quanto ao segundo requisito necessário para a concessão do benefício ora postulado,
a qualidade de segurado, também está presente, nos termos do artigo 15 da Lei 8213/91,
conforme constante do parecer elaborado pela Contadoria Judicial, anexo aos autos.
Assim, tendo a parte autora comprovado que preenchia todos os requisitos legais para
a concessão do benefício de auxílio-doença, faz jus às diferenças postuladas. Todavia,
considerando que a parte autora está em gozo de benefício por incapacidade desde 22.08.2011
(auxílio-doença concedido posteriormente), a condenação ficará restrita ao pagamento das
diferenças referentes ao período entre a cessação do NB 31/543.798.664-1 e o início do benefício
NB 31/547.604.612-3.
Posto isso, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido formulado e condeno
o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS ao pagamento dos valores atrasados,
referentes ao restabelecimento do benefício de auxílio-doença NB 31/543.798.664-1 e o início
do benefício NB 31/547.604.612-3, no montante de R$ 2.754,81 (dois mil, setecentos e
cinquenta e quatro reais e oitenta e um centavos), atualizados até setembro de 2011,
conforme parecer elaborado pela contadoria judicial.
Os valores atrasados deverão ser pagos no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar
do trânsito em julgado desta decisão, sob pena de seqüestro.
Sem custas e honorários, nos termos do artigo 55 da Lei 9099/95 e do artigo 1° da Lei
10.259/01.
Defiro os benefícios da justiça gratuita.
Oficie-se ao INSS.
Intime-se. Sentença publicada e registrada eletronicamente.#>
Tópico síntese do julgado, de acordo com o Provimento Conjunto nº 69, de 08 de novembro
de 2006 (alterado pelo Provimento Conjunto nº 71, de 11 de dezembro de 2006), da
Corregedoria-Geral do Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
 Nome do segurado/beneficiário: MARISA FERREIRA DOS SANTOS SARTO
 Benefício (n.º / espécie): NB 31/543.798.664-1 - auxílio-doença
 Renda mensal inicial do benefício (RMI): R$ 727,54
 Data de início do benefício (DIB): 01.12.2010
 Data de cessação do benefício (DCB): 21.08.2011JUIZ(A) FEDERAL:
Assinado por 10215-Paulo L

AS APOSENTADORIAS DO CONGRESSO E AS DA PREVIDÊNCIA!



Marisa Ferreira Sarto,  uma cardiopata, com cirurgia cardíaca desde 95, agravada em seu estado clínico de saúde por complicações na coluna - pico de papagaio e hérnia de disco -  além de ter realizado extração total dos seios porque também sofria de câncer, ela só precisa ser aposentada por invalidez  não conseguiu até hoje, onze anos depois.  Seria por orientação superior ou seria por pura convicção da mentira, exercida pelos Peritos da Previdência? Pode também não ser nem uma coisa; nem, outra, mas forças estranhas que operam a economia do Brasil. A doméstica até parece que nem é brasileira e contribuinte porque os peritos da Previdência Social, mal remunerados, trabalhando sem qualquer segurança, muitos sem conhecimento profundo às doenças que são obrigados a periciar por falta de médicos especializados, também não têm culpa de nada ou quando têm. Seria por pura orientação superior de dirigentes do INSS. Ou não seria? Não sei, apenas desconfio porque vivi esse problema da dona Marisa Sarto também.

Culpa sim, tenho total certeza, têm médicos peritos do Congresso Nacional e da Câmara Federal que aposentaram pessoas sadias que continuam trabalhando em outros locais, nas mesmas profissões para as quais foram considerados inaptos ao trabalho, por médicos peritos desses dois poderes independentes, mas dependentes dos impostos que o Governo Federal arrecada e lhes repassa. Contra esses médicos, nada será feito? Eles precisam, no mínimo, ser investigados pelo Conselho Federal de Medicina em suas condutas e, “se forem considerados culpados”, devem ser punidos severamente.

Estou chegando à conclusão que vivemos em dois países distintos com o mesmo nome: no Brasil dos aposentados por invalidez da Previdência Social e no Brasil dos aposentados por invalidez do Congresso Nacional e da Câmara Federal, com salários superiores a 20 mil reais, sem fator previdenciário e sem desconto de Imposto de Renda, que recai sobre os pobres aposentados pela Previdência Social.

Isso é estelionato o que os “aposentados por invalidez” do Congresso Nacional estão praticando contra o povo brasileiro e  esse escândalo denunciado pelo Fantástico exibido no dia 19, precisa ser apurado com muito rigor pelos órgãos competentes, principalmente pelo Ministério Público enquanto o Congresso não o engessa de uma vez pela PEC – Proposta de Emenda Constitucional, 39 em tramitação, que retirará dos órgãos que mantém a decência reinante no Brasil esse direito e prerrogativa de trabalho!

Mesmo o Ministro da Previdência Social tendo determinado nova perícia para examinar mais uma vez o caso de dona Marisa Sarto, o Ministério Público,  Câmara e o Senado terem anunciado que vão apurar os fatos (mas que certamente darão em pizzas mais uma vez), o programa Fantástico, revista semanal da Rede Globo, prestou um grande serviço ao Brasil, mostrando com clareza esse dois países que convivem harmonicamente dentro de um só: o injusto, sujeito a fatores previdenciários quando o aposentado por invalidez da Previdência Social, no momento que mais precisa adquirir remédios e o “justo”, com pessoas aposentadas por invalidez recebendo elevadíssimos benefícios do Senado e da Câmara e, o que é pior, trabalhando!

Será que a TV Globo terá que denunciar e mostrar tudo com câmeras escondidas para que as coisas mudem, andem e se resolvam no Brasil, como em um passe de mágica? Como também aposentado por invalidez, fiquei indignado ao assistir a reportagem exibida, deixando claro que é muita injustiça o que se comete contra os aposentados por invalidez da previdência, que só o procuram em último caso porque todos sabem que não receberão vultosas quantias como no caso da Câmara e Senado. Será que existem dois Brasis mesmo?

Meu problema junto à Previdência foi parecido com o que sofre hoje dona Marisa Sarto, mas nunca tive negado meu beneficio. Era sempre examinado na perícia por médicos que desconheciam os problemas neurológicos e o que era viver limitado depois de onze cirurgias no cérebro, acrescido de trombose na perna, derrame, reumatismo. Hoje, recordo mais de coisas do passado do que do presente. Só preservei o meu conhecimento adquirido antes das cirurgias; os livros que escrevi e as crônicas agora escritas por necessidade de exercício mental para não entrar em depressão!

Mas sou incapaz de associar nomes a pessoas, datas, ano e preciso estar sempre consultando para não esquecer. Hoje tenho  facilidades para esquecer do presente, recordando só do passado. Esses problemas de lógica temporal não me permitiram voltar à sala de aula.

Qual seria a diferença entre os aposentados do Senado e da Câmara Federal e a Dona Marisa, que tenta há 11 anos uma aposentadoria por invalidez? Eu ouso dizer a diferença: é que a senhora, dona Marisa, só é importante na hora do voto, para continuar perpetuando esse estado de coisas!

No resto a senhora é igual ou até melhor do que pensa porque jamais será um bicho rastejante pedindo socorro.  Os senhores Dante Ribeiro e Alfredo Quintas, servidores “aposentados por invalidez” pelo Senado da República e mais o ex-deputado/médico Francisco Gonçalves Filho, que continuam trabalhando normalmente,  também aposentados por invalidez são os prováveis bichos rastejantes que pedem socorro para não terem canceladas suas aposentadorias por “invalidez”.

domingo, 19 de maio de 2013

GANDAVOS - CONTANDO OUTRAS HISTÓRIAS!



Entre remédios que tomo para dormir diária e pontualmente às 8 da manhã e aos que volto a tomar mais tarde, às 10 hs, sem me cause sono, consegui concluir a leitura  do saboroso, agradável e diversificada obra que surgiu graças à determinação, ousadia e coragem do companheiro editor do blog GANDAVOS, Carlos A. Lopes, em uma fantástica e divertida composição multifacetados textos que vão do engraçado, divertido aos mais comportados.

O livro “GANDAVOS – CONTANDO OUTRAS HISTÓRIAS”, é recheado de “causos”, medos e crendices de cada Estado, brincadeiras, medos escritos por autores iniciantes e, outros nem tanto, de vários Estados e municípios do Brasil. O livro forma um conjunto harmônico e maravilhoso, mas é divertido e sério também porque faz o leitor pensar sobre os assuntos abordados e mostra a diversidade de medos, brincadeiras e culturas do Brasil.

Na obra, está presente a crônica A FOTO, descrevendo a passagem de um “retratista” no ano de 1963/64, na comunidade de “Varre-Vento”, onde vivi ate meus 9 anos de idade. Ele “bateu” um “retrato” em preto e branco, deixando as almas presas e perpetuadas em um papel em branco, em arrumados em forma de escadinha, do maior para o menor. A foto foi revelada com o uso de produtos químicos, mas só vim saber disso muito depois como  jornalista no Jornal A NOTÍCIA, em Manaus.

Lembrei-me da coleção de livros “Para Gostar de Ler”, lançada na década de 80, também com saborosas antologias de contos, crônicas e poesias, direcionadas ao público juvenil, com o propósito de despertar nos jovens o gosto e o prazer da leitura. Eloar Guazzelli Filho era o ilustrador da coleção, organizada por Carlos Felipe Moisés.

Agora, ilustrado por Edmar Sales e organizado por Carlos A. Lopes, o “Gandavos”, tem certa semelhança com a coleção famosa lançada nos anos 80. Em lugar de Vinicius de Moraes, Cecília Meirelles, Carlos Drumond de Andrade, Affonso Romano de Sant’Anna, Afonso Smidth e muitos outros intelectuais consagrados na época e ainda hoje lembrados, escritores ainda desconhecidos do grande público  emprestaram seus trabalhos para Carlos A. Lopes  organizá-los no livro GANDAVOS – contando outras Histórias que começou como um projeto despretensioso, uma quase uma experiência e já segue para um novo volume.

Da coleção famosa dos anos 80, recordo-me bem de ter comentando em uma coluna literária que mantinha em A NOTÍCIA, a obra magnífica escrita por um médico da Bahia, narrando o reencontro de amigos de faculdade para a festa na casa de um deles. Dentre eles, havia uma atriz fracassada, um hippie e outros que não lembro mais, que se reuniam durante um jantar com hora marcada e discutiam sobre o início da AIDS porque entre os amigos havia um homossexual assumido, que buscava tratamento para a doença. Mas isso já é passado e só me restou na memória uma vaga lembrança dessa obra, cujo autor não me recordo mais e o título da obra também o tempo me fez esquecer.

A cada novo lançamento o livreiro José Maria, dono da livraria Nacional, em Manaus, mandava-me um para que eu lesse e escrevesse sobre a obra na coluna que possuía no Jornal. Fazia isso com muito prazer, quer pelo sabor dos textos como pela alegria de poder me aprofundar um pouco mais no gênero de crônica que pratico.

Mas a historia agora é outra: trata-se do maravilhoso livro GANDAVOS – CONTANDO OUTRAS HISTÓRIAS, que se tornará um sucesso também e lembrado por muitas gerações porque em apenas um livro, Carlos Lopes conseguiu reunir diferentes autores que só desejam mesmo contar suas histórias

sábado, 18 de maio de 2013

PARA ONDE ESTÁ CAMINHANDO A EDUCAÇÃO?



Para onde e como está caminhando a Educação no Brasil?

Atos de selvageria e barbárie nas Escolas, envolvendo brigas de   alunos contra alunos e também contra professores, com filmagem e postagem na Internet, é um fenômeno recente, mas é, também uma prova de que um novo modelo educacional precisa ser repensada e sugerido por pesquisadores da área da educação, mas que também envolva outros profissionais de áreas meio não diretamente relacionadas ao problema, como assistentes sociais, sociólogos, antropólogos, psicólogos, psiquiatras, e quem mais desejar em torno dessa ampla discussão que ultrapassou as questões meramente pedagógicas e passaram a envolver outros componentes como o consumo de drogas, a prostituição infanto-juvenil, o consumo de álcool – uma droga lícita, porém, prejudicial, o uso do cigarro, ou seja, problemas extra-muros do espaço acadêmico mas que diretamente também se apresentam em sala de aula, em forma de violência cada vez mais exagerada. Segundo pesquisa, pelo menos metade dos professores declarou ter sido vítima de algum tipo de agressão física ou psicológica, apenas no Estado de São Paulo. Imaginem se essa pesquisa fosse feita a nível nacional!

Fui professor das disciplinas de Português e Literatura Amazonense em escola pública na periferia de Manaus, em uma área considerada vermelha pelos educadores. Cheguei a ser ameaçado muitas vezes por ter dado nota baixa para algum aluno; mas não passava de ameaça verbal. Mas, hoje, jovens adolescentes se agridem fisicamente e espancam professores, filmam e os expõem em rede mundial de computadores.  Traficam drogas livremente dentro de salas de aula, nas portas das escolas ou em seu entorno. Esses  fenômenos, embora recentes, estão tendo uma agravante: são filmados e postados para todo mundo acessar, outros alunos jovens e irresponsáveis, os assistirem e reproduzirem os atos de violência.  Contudo, esse vasto material também poderá servir para futuros trabalhos de pesquisas que venham a ser desenvolvidos, apresentando propostas para um novo modelo de educação mais inclusiva, que envolva todas as disciplinas, com professores bem remunerados, motivados e felizes e não com medo de entrar em uma sala de aula por não saber como será recebido pela turma.

Alguma coisa está errada no processo educacional, que precisará ser estudado com olhar mais longo do que tinham os antigos pedagogos que não entendiam nada sobre esses fenômenos da sociedade moderna informatizada, porque não faziam parte daquela sociedade do passado, na época em que foram formados.

O processo de ensino/aprendizagem funciona como uma complexa engrenagem, com uma rede de componentes sociais que se interagem e têm importância em todo esse atual processo social. Devido à violência extrema em salas de aula, os atuais professores devem se formar também como “mestres” em se defender de agressões!

Alguma coisa está errada no atual modelo que não forma ninguém, não educa ninguém, não dá disciplina a ninguém, enfim, serve hoje para reproduzir atos de mais violência e, como um Aparelho Social importante do modelo de sociedade que desejamos, não é e nem deve ser esse o papel social de uma Escola, seja pública ou privada.

Tristemente uma professora de inglês de Santos descreveu seu martírio: Ele (o aluno) já não vinha fazendo as minhas lições desde o ano anterior. Quando aconteceu o episódio dele levantar, pegar o meu diário de classe, apagar as notas, chutar as minhas folhas, eu só levantei porque achei que ele fosse rasgar o diário”.  E acrescentou o que fez o aluno de 15 anos que foi expulso da Escola: “No momento em que ele passa a perna em mim, eu tento me segurar na blusa dele. Eu agarrei a perna dele com intuito de evitar que ele continuasse me socando”, afirmou a educadora.

O que transformou um aluno 15 anos para passar a ter um perfil tão agressivo, ao ponto de espancar uma educadora, dentro de sala de aula, só por ela lhe ter dado uma nota baixa?  Seria pura e simplesmente a falta de respeito para com a professora? E os limites? Os professores não podem mais ensinar, dar limites ou atribuir notas baixas aos seus alunos? No caso específico desse aluno, a professora informou que ele sempre lhe faltava com respeito, chegando até a arremessar carteiras escolares em cima dela.  Isso pode estar ocorrendo porque o aluno sabe que além da expulsão da Escola, o que já ocorreu, ele tem a certeza absoluta de sua impunidade.

Por essas e mais outras situações, todo o processo precisará ser discutido e reformulado para que o que ainda resta de professores, comprometidos com o processo de ensino/aprendizagem possam sobreviver e continuar com seu magistral ofício de passar o que sabem aos alunos.

Caso contrário, a Educação vai falir e o Brasil falirá junto com esse caminho difícil, tortuoso, mas maravilhoso de transmitir conhecimentos, afinal, o verdadeiro conhecimento não pode e não deve ser propriedade de uma só pessoa porque em sendo assim, não é conhecimento, é apenas gasto de dinheiro à toa pelas faculdades com seus alunos.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

SIM, TAMBÉM SOU UM ASSISTENTE SOCIAL!


Depois de ser chamado para compor a mesa pelo deputado Sinésio Campos, na homenagem antecipada ao Dia do Assistente Social, prestada no último dia 14, no Auditório da ALE, Amazonas, proposta em conjunto pelo também deputado Luiz Castro, ouvi atentamente todos os pronunciamentos, protestos, reivindicações, críticas e também assisti, vi, e ouvi um interessante vídeo afirmando:  “SIM, SOU ASSISTENTE SOCIAL”, e tecendo várias críticas. Não me vi no vídeo, mas parei para pensar...

Enquanto o vídeo era mostrado e narrado a todos, com a platéia cheia de profissionais homenageados, em minha cabeça fervilhava um monte de pensamentos, ideias, revoltas e cheguei a conclusão que eu também sou um Assistente Social, mas talvez seja um pouco diferente dos outros:

1.   Era um assistente social propositivo, como todos deveriam ser também; mas também crítico e analítico das principais questões sociais. Mas, hoje aposentado por invalidez pouco ou quase nada posso fazer a não ser escrever para que minhas ideias e pensamentos possam causar transformação em  outras pessoas;

2.   Sinto-me um assistente social impotente porque, mesmo eu escrevendo e os canais de televisão do Brasil falando e mostrando diariamente a geração de jovens viciados que só deseja a chance de receber tratamento em hospital público, ou compulsoriamente pela Justiça, o Estado parece que está apático e insensível ao problema e, por isso, não implanta hospitais e contrata equipes profissionais para enfrentar o problema e reverter esse quadro de miséria humana e degradação social que destrói famílias inteiras e não só o viciado.

3.   Também sou um assistente social impotente porque famílias continuam sendo massacradas em busca de fichas para atendimento pelo SUS, nas Escolas e em creches que quase não existem nos pequenos municípios etc...
Mas acho também que sou um assistente social comprometido com a profissão porque durante doze anos, exerci a direção do SEST/SENAT, com o apoio do presidente da Instituição, Adm. Francisco Saldanha Bezerra, apresentei projetos propositivos e, com apoio de órgãos públicos estadual e municipal e ajudei a realizar ação prática de mudanças em jovens que estavam vivendo em total vulnerabilidade social até 17 anos, envolvendo viciados, traficantes, homicidas e menores que se drogavam nas ruas, cheirando cola de sapateiro, fumando pedras de crack na faixa etária de menos de 13 anos. Desses, com educação, elevação de escolaridade, esportes, ensino profissionalizante e palestras, consegui recuperar uma grande maioria. (A CIDADANIA COMO FATOR DE RESGATE SOCIAL in carloscostajornalismo.blogspot.com).

Mas me sinto um pouco derrotado também porque percebo as lentas mudanças em todo o processo de mudança social de combate à miséria que persiste e resiste entre famílias que continuam catando restos no lixo para comer e matar a fome de seus familiares, embora o Governo Federal sempre divulgue ao contrário. E, também porque o capital historicamente é perverso demais e só deseja o lucro rápido e fácil, mesmo à custa da miséria de muitos, como ocorre hoje na Zona Franca de Manaus.

E o pior de tudo: sinto-me triste e feliz ao mesmo tempo porque todas as mudanças sociais que ocorreram no Brasil desde a Constituição de 1988, não foram só resultado de vontade política de  governantes, mas resultado da constante mobilização social tendo à frente sempre um profissional da área.

Triste por ter a certeza da baixa remuneração, falta de campo de trabalho e de concursos públicos para Assistentes Sociais para prosseguir as mudanças sociais e, ainda mais triste, por ter tido o conhecimento que psicólogos continuam atuando como se assistentes sociais fossem.

Apesar de tudo, me declaro: Sim, também sou um Assistente Social!