quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A EDUCAÇÃO CONTINUA COMO UM GRANDE PACTO DE MEDIOCRIDADE!




A baixa qualidade na educação para todos os níveis, empobrece o Brasil e envergonha o mundo, muito embora alguns avanços pontuais por força de cotas educacionais tenham sido  significativos. Na maioria do que se vê  é a continuação do "pacto de mediocridade" entre alunos que fingem que estudam e “professores” que dão pontos aos alunos que “fingem que passam de ano”. Na verdade, o  que se percebe são escolas sucateadas, falta de professores, material didático sendo jogado no lixo, mestres desqualificados, além de outros problemas menores! Ou seja, o pacto de mediocridade continua sendo praticado, resultando em universitários analfabetizados, pessoas que concluem o curso superior, mas não conseguem ler e nem escrever direito. Isso, infelizmente, continua sendo a máxima presente, com a mediocridade superando à capacidade coletiva.

Os 895 estudantes brasileiros aceitos na Universidade de Harvad, nos Estados Unidos, uma das mais importantes do mundo, neste período chamado de “early action,  não significa necessariamente que a Educação, como um todo, melhorou no Brasil e, nem mesmo  a admissão dos estudantes Gabriel Guimarães, morador de Vitória (ES) e  Ivan Tadeu Ferreira Antunes Filho, 17 anos, ganhador de 45 medalhas em olimpíadas de conhecimento pelo Colégio Objetivo Integrado, de SP, para fazer graduação  a  partir de agosto, não significa nada em termos de inclusão de todos em um processo educacional de qualidade, confiável e garantido, pois nada disso representa e nem significa garantir que a nossa educação está melhorando. Longe disso!

Com excesso de impostos e péssima distribuição destes nas áreas de educação, saúde, segurança e outros setores, é uma barbaridade o que está acontecendo nessas áreas sociais importantes para o desenvolvimento de um Brasil igualitário, sem contar com os péssimos salários ainda pagos aos professores, em todos os níveis. As escolas melhoraram sim, mas muitas continuam sucateadas, sem carteiras ou quebradas pelos próprios vândalos que se travestem de alunos, causando um sério desperdício de materiais escolar.

Em alguns Estados e Municípios, o ano letivo de 2012 ainda não foi concluído devido a greve de professores, escolas em reforma e outras iniciadas e não concluídas.

Também pouco significam os 16% de acréscimos de alunos admitidos em Havard. Isso só quer dizer que representa um esforço pessoal dos alunos e não um processo de educação coletiva desenvolvida para todos, do mais pobre ao mais rico. A Educação quando é boa, de qualidade, compromissada com o desenvolvimento de uma nação deve ser distribuída igualitariamente a todos, e não só a alguns que podem pagar para adquirir conhecimento.

Já estivemos mais longe de uma educação ampla, inclusiva e de qualidade; agora estamos mais perto! Felizmente! Mas ainda falta melhorar mais ainda em outros aspectos!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O CHARME E A BELEZA DOS BONDES ELÉTRICOS EM MANAUS!




As mais de 171 mil pessoas de Manaus, já circulavam preguiçosamente em bondes elétricos pelas ruas de paralelepípedos da capital, no governo de Fileto Pires Ferreira. Depois do Município de Campos, no RJ, Manaus foi a segunda cidade do Brasil a possuir esse meio de transporte impulsionado por energia elétrica. Era uma novidade e também gostoso e divertido se correr atrás dos bondes para se entrar neles em pleno movimento, como eu fiz muitas vezes nos ônibus da empresa Ana Cássia, quando deixava minha casa no bairro da Betânia, pela madrugada para vender jornais, andando à pé pelas ruas, calçando minhas sandálias havaianas desgastadas pelo tempo de uso! Ah, que saudades!

O Amazonas estava no auge de sua produção da borracha e as principais ruas da capital eram calçadas com paralelepípedos revelado em seus trilhos expostos o que tinha sido a riqueza da borracha, como veias de sangue que impulsionavam o corpo da cidade,  meio ao calçamento de pedras, bem diferente dos tubos de gás enterrados embaixo da terra, durante o Governo de Eduardo Braga, que até hoje não serviram para nada, muito menos para receber o gás provindo da reserva de Urucum, no município de Coari!

Homens de vestidos com paletós de linho branco e chapéu coco na cabeça, se dirigiam ao cais do porto da cidade para despachar suas borrachas ou receber algum parente vindo de navio “da Europa”. Depois, entravam e namoravam dentro dos bondes, que deslizavam preguiçosamente pelas ruas da cidade. Às vezes, se corria para pegar o bonde de tão lento que ele andava!

Os ingleses dominavam a economia do Estado e construíram uma “cidade” ao gosto deles para executar melhor a “escravização” dos nordestinos (in “A ILUSÃO DO FAUSTO”/”O CAMINHO NÃO PERCORRIDO”/ “EXPRESSÃO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MÉDIO JURUÁ – AMAZONAS”), ocupavam imensas bangalôs à margem dos Rios Negro , Solimões e no vale do Rio Juruá.

Dessa charmosa época, nada ficou preservado no Amazonas. Dessa mesma época existem alguns prédios tombados pelo IPHAM – Instituto de Patrimônio Histórico e Geográfico do Amazonas, mas já estão tombando literalmente pela total falta de manutenção preventiva e incentivo financeiro para que seus proprietários os recuperem; uma biblioteca pública estadual que está sendo “restaurada” há vários anos e só um bonde do acervo da Secretaria de Estado da Cultura, mas que serviu de decoração em um evento particular.

O bonde não funciona mais. Só existe o  esqueleto do que teria sido um bonde de verdade. As catraias também desapareceram com o aterramento dos igarapés e a construção de Pontes ligando bairro a bairro.

Historicamente falando, o bonde surgiu quando Eduardo Ribeiro  ainda ocupava o cargo de Governador do Amazonas e o engenheiro Frank Hirst Habberwhite venceu a licitação para construir 20 km de linhas, dando origem a Manaus Railway Compeny, que iniciou a instalação das linhas na cidade as quais ficaram  expostas até finais dos anos, desde o dia 14 de agosto de 1895  até o início da década de  70, quando foram impiedosamente arrancados os trilhos, junto com os paralelepípedos e as ruas antigas passaram a para receber o asfalto negro, da cor da noite, acabando com o bucolismo romântico da cidade! Poucas ruas do centro histórico de Manaus, atualmente abandonado pelo descaso, permanecem com seus originais paralelepípedos.

Recentemente, Manaus foi toda escavada e esburacada para receber os canos de o gás encanado de Urucum, mas nunca chegou a funcionar esse serviço. Até uma Companhia Amazonense de Gás chegou a ser criada, mas também não deu em nada. A culpa não afirmo de quem seja, porque pode haver um ou vários culpados juntos, um jogado a culpa para o outro, como sempre ocorre no Brasil!

Trilhos de bondes permaneceram cravados no coração das pedras como se fosse um aviso para ao futuro em todas as principais ruas da cidade por onde os bondes trafegavam e corriam de maneira preguiçosa e lenta em meio às palmeiras imperiais que enfeitavam a Praça da Matriz; por toda a extensão da Avenida 7 de Setembro, que corta Manaus de uma ponta a outra; Avenida Getúlio Vargas, também muito arborizada e ainda permanece assim, felizmente

A Rua 10 de Julho ganhou uma linha de bonde só para que as famílias pudessem se dirigir aos espetáculos promovidos no Teatro Amazonas. A Rua 10 de Julho entrecortava a Avenida Getúlio Vargas com seus trilhos de bondes e subia a Avenida Joaquim Nabuco. Tudo isso, o tempo levou, só restando em meu coração de sonhador a lembrança e uma grande saudade. Nessa época, todas as várias Ruas de Manaus cortavam a Avenida Getúlio Vargas, mas depois foram fechadas por um prefeito, gerando protestos exasperados nos jornais de Manaus.

A Rua 10 de julho, que passa ao lado do Teatro Amazonas, em homenagem ao dia da abolição dos escravos no Estado pelo Governador Teodureto Souto três anos antes da assinatura da Lei Áurea, pela  princesa Izabel, era toda recoberta de látex para não produzir ruídos pelas rodas das carruagens e depois dos bondes elétricos, que também circulavam por aquele rua.

Manaus era assim: preguiçosa, bucólica, linda em contraste com os quase dois milhões de pessoas que invadiram e criaram novos bairros, passaram a jogar lixo nas ruas e hoje reclamam quando chove transborda as águas, entope bueiros, alaga ruas, porque embora a nossa capital não possua morro, existem muitos igarapés que a cortam a cidade, o que causa alagações. Mas as águas não conseguem escorrer devido as obstruções que encontram pelo caminho!


terça-feira, 29 de janeiro de 2013

SANTA MARIA (RS) ROGAI PELAS ALMAS DOS JOVENS!




Santa Maria, município no Rio Grande do Sul, palco de uma das maiores tragédias anunciadas da nossa história, rogai pelas almas de todos os mais de duzentos mortos em um incêndio na boate KISS – na maioria jovens estudantes, cheios de sonhos e projetos.  Estes seguirão para seus túmulos com as suas consciências limpas, tranquilas, serenas porque cumpriram seu dever nesse plano de Deus,  mas seus caixões também estarão cobertos de ganância, ignorância, estupidez, falta de bom senso e irresponsabilidade das autoridades públicas de segurança em todas suas esferas, que permitiram uma casa de show funcionasse com alvará vencido, extintores que não funcionaram quando exigidos para ocasião e a ganância financeira de seus quatro sócios, dois deles já detidos e com os bens confiscados pela Justiça, para garantir futuros pedidos de indenizações cíveis! 

Muitas desculpas esfarrapadas serão buscadas e dadas para esse absurdo, muitas autoridades se justificarão tentando justificar o injustificável, mas uma pergunta ficará sem resposta: por que, no Brasil, tudo é feito depois das grandes tragédias? Por que, nada é providenciado antes? Por que todos os tipos de fiscalizações, inclusive as das Lei Seca só ocorrem enquanto a mídia fala e depois para tudo, começando novo ciclo de desculpas? Esse é o Brasil da corrupção, dos desmandos e das tragédias! E assim, caminhamos...!

Casas de shows existem e funcionam em todo o Brasil, com Alvará Municipal muitas vezes, sem qualquer condição. A falta de porta de emergência de saída sinalizada é entre toda a pior delas. Essas casas de “espetáculos de horrores” funcionam, existem, recebem alvarás municipais, mas muitos desses Alvarás são concedidos por debaixo de sujeira financeira, muitas vezes, usando o conhecido e difundido “jeitinho brasileiro” de “molhar a mão” de autoridades publicas que, junto com os proprietários e os artistas que se apresentavam, também devem responder, mesmo que indiretamente, por essa tragédia. É inconcebível o que ocorrreu!

Em sendo verdade que os seguranças da casa de dança trancaram as portas da saída para que os freqüentadores não deixassem o local, sem antes pagar a consumação, fica caracterizado um crime. Se também for confirmado que um membro da banda usou um sinalizador dentro de uma casa de espetáculo, o que teria sido a origem do incêndio, a situação também é muito grave, como a confirmação já feita de que o local funcionava sem alvará licenciado pela Prefeitura de Santa Maria, fica configurada a total omissão do poder público em sua tarefa de fiscalizar e informatizar todo esse processo, sendo possível, em plena era da informática, saber quem está com a licença de funcionamento ou não. Mas parece que as autoridades públicas só passam a se preocupar com isso, depois que as tragédias anunciadas ocorrem! Uma pena que seja assim!

O coronel Moisés Fuchs, comandante do Corpo de Bombeiros na   cidade, felizmente deu uma resposta de logística rápida para atender às vítimas e parentes de forma eficiente e eficaz e produzindo resultados concretos. O comandante garantiu que a partir do momento do acionamento dos bombeiros, estes chegaram rapidamente ao local. Infelizmente, já havia constatado óbito por intoxicação, o que foi terrível para ele e para todos os brasileiros que assistem atônicos pelas redes de TV, as notícias da tragédia. Apesar disso, controlaram o sinistro rapidamente e conseguiram salvar muitas pessoas, graças a Deus! O comandante está de parabéns pela sua atitude e nada mais se poderia esperar de uma pessoa que é treinada para salvar vidas.

Certamente a maior parte das vítimas do incêndio morreu tentando se salvar e, isso, foi um crime grave! Agora, restam algumas questões intrigantes: quem autorizou a realização da festa? Houve vistoria no local para saber se a área era segura? O Alvará estava ou não vencido? Funcionavam ou não os extintores?

Muitas outras perguntas ainda serão feitas e outras muitas respostas ainda serão dadas, mas o certo mesmo é que em cada caixão que baixar à cova, um pouco de ganância financeira será sepultada junto. Que sirva de lição a todos os prefeitos e outras autoridades públicas da área de segurança de cidades grandes, pequenas ou médias: não deixem que se repita outra tragédia desse porte porque não haverá Santa Maria suficiente para ouvir nossas orações!




segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

FOTO CONSTRANGEDORA FEITA POR "PINDUCÃO"!


Era o mês de março. Comemorava-se o primeiro ano de aniversário do Governo José Lindoso. Lindoso governou o Amazonas, de 15 de março de 1979 a 15 de maio de 1982, sendo substituído pelo governador Gilberto Mestrinho, em disputa acirrada contra seu adversário político, o então deputado estadual Josué Filho, que disputou indicado pela antiga Arena – Aliança Renovadora Nacional.

Lindoso decidira mostrar as realizações de todas suas secretarias em um evento público na Praça Francisco Pereira da Silva, em homenagem do deputado federal e criador do projeto que gerou a Zona Franca de Manaus, dez anos antes de sua implantação pelo Governo Militar, em 1969.

Quase todo o seu secretariado presente, mas faltava chegar quem mais era esperado pelo governador José Lindoso: o seu Secretário de Justiça, deputado federal Mário Haddad, que lhe traria um convênio com o Ministério da Justiça para o início das obras da Penitenciária Anísio Jobim.

O excelente profissional João “Pinduca” Rodrigues, o “Pinducão” foi designado para fazer a cobertura fotográfica das atividades na “Bola da Suframa”, como ficou conhecida popularmente a Praça Francisco Pereira da Silva. Eu redigiria o texto. Nessa época, o jornal A NOTÍCIA mantinha uma briga política com o governador Lindoso, herdada, talvez,  do ex-governador João Walter de Andrade, ou porque fosse dirigida por um ex-deputado federal do MDB – Movimento Democrático Brasileiro. Lindoso, excelente era advogado, professor na Faculdade de Direito, além de fino, educado, gentil, mas tinha o hábito de andar na ponta dos pés como se fosse uma bailarina e isso não lhe pegava bem para A NOTÍCIA!

Nervoso com a demora de seu secretário de Justiça, o governador, que tinha a mania de sempre carregar uma pasta preta em baixo do braço e era de estatura mediana, começou a ler um por um os vários painéis em tamanhos imensos estrategicamente distribuídos na Praça, informando os resultados positivos alcançados em seu primeiro ano de Governo por cada uma de suas ainda poucas secretarias, o que o obrigava, em alguns momentos a ficar na ponta dos pés porque usava óculos de grau e parecia que tinha dificuldades para ler letras pequenas.

O Jornal A NOTÍCIA, sobre o qual diziam que se que se “espremesse sairia sangue” tinha nos jornalistas o fantástico profissional Gabriel Andrade, editor geral, muito preocupado com sua esposa e no excelente e competente jornalista Bianor Garcia, suas linhas de frente.  Gabriel direcionaca o jornal e Bianor Garcia produzia as manchetes escandalosas, mas sem informações adicionais, remetendo-as as páginas internas da edição, só para ter uma maior vendagem. E sempre isso dava certo!


Mário Haddad finalmente chegara à Praça e, ao lado do governador, sempre falando baixinho em seu ouvido, passou a acompanhá-lo em algumas leituras. “Pinducão”, sempre atento, fotografava tudo. Em determinado momento, Haddad se posiciona por trás do governador Lindoso e lhe dá um abraço, passando sua mão pelo seu ombro. O governador, nesse exato instante, estava de ponta de pé, forçando a vista para ler um dos painéis e  o sempre atento João Rodrigues, o “Pinduca”, executa seu trabalho, tirando a foto que foi publicada na primeira página de A NOTÍCIA,  com a manchete “MÁRIO, CADÊ O CONVÊNIO?!”, em letras garrafais na primeira página.

A foto de João Rodrigues, o “Pinduca”, pelo inusitado do momento, mereceu muitas interpretações, mas chamou muito a atenção dos leitores, pois passava uma dupla e até tripla interpretação do que realmente se passara.

Os leitores de A NOTÍCIA passaram a achar, pela pergunta da manchete, que Mário Haddad estivesse fazendo algo errado com o governador Lindoso porque ele saiu foi fotografado de olhos arregalados com a boca aberta e a mão de Mário Haddad parecendo estar sendo dirigida a outro rumo, que vocês sabem qual deve ter sido! Foi muito divertido ver a reação dos leitores pela foto constrangedora para um governador de Estado!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A MORTE DO SENADOR E A FOTO DO "PINDUCÃO!"



O Jornalista Bianor Garcia,  mestre em manchetes escandalosas em A NOTÍCIA, jornal em que iniciei a carreira profissional aos 18 anos vindo da agência de publicidade, a Saga, ao ver a foto, disse ao autor da fotografia, ainda em preto e branco:  

- "Pinducão, vamos guardar e usar na hora certa, meu filho". A foto foi “revelada” e ampliada em tamanho 18X24 e mostrava um cachorro defecando no muro de uma Igreja, onde estava pichado “BOSCO, LADRÃO DA SHAM”!, Dias antes, em Brasília, o ex-funcionário de A NOTÍCIA havia sofrido um derrame cerebral.

Com reagentes químicos, o “revelador” Lucena, o “Bau Barú”,  como todos  o chamavam na redação, mostrou a foto na redação.  Era muito divertido o nosso trabalho, apesar de enfrentarmos muitas vezes a madrugada, esperando para dar o “furo” em A CRÍTICA.

A foto em questão era considerada uma preciosidade, tirada pelo João “Pinduca” Rodrigues durante a cobertura que estávamos fazendo após o derrame do senador e ex-funcionário de A NOTÍCIA e que tinha se transferido para o jornal A CRÍTICA, que se rivalizavam na época.

João “Pinduca” Rodrigues, pelo seu tamanho e porte físico, era chamado por todos, carinhosamente de “Pinducão”. É um competente profissional e capaz de conseguir fotos instantâneas impressionantes, registrando os ângulos e situações inusitadas.

O senador João Bosco Ramos de Lima, fora vereador, quatro vezes secretário municipal, radialista, cronista esportivo, vereador, treinador de futebol e vice-governador de Henock da Silva Reis, indicado pelos militares. Depois foi nomeado para a Sociedade de Habitação do Amazonas, sucessora da antiga  Cohab-Am,- Companhia de Habitação do Amazonas e fora acusado de irregularidades.


Todos os dias, o diretor do Jornal A NOTÍCIA, Andrade Netto, que também foi deputado federal, entrava na redação do Jornal e perguntava:

- Como está à saúde do senador João Bosco, hoje?

- Segundo as notícias que recebo pelo teletipo e copidesco seu Andrade, ele ainda está resistindo! – respondia o Editor de Política, o jornalista Isaias Oliveira, chamado pelos amigos de “O Carequinha”, devido sua falta de cabelos, desde muito novo.

O Andrade Netto, em seguida, abria a gaveta de sua mesa, olhava para a manchete produzida em letras garrafais “BOSCO MORREU!” e voltava a fechá-la.

Depois, chamava o Editor de Política do Jornal A NOTÍCIA e determinava:

- Levantem toda a vida do senador João Bosco que no dia em que ele morrer, quero rodar uma edição extra de A NOTÍCIA.

A foto do “Pinducão”, tinha uma relação direta com o fato, pois mostrava um cachorro defecando no muro da Igreja do bairro de São Lázaro, com os dizeres garrafais pichadas: “BOSCO LADRÃO DA SHAM!” E o mais incrível é que  das cinco fotos tiradas pelo “Pinducão”, só a  do cachorro fazendo coco no muro da Igreja  entrou para a Edição Extra do Jornal A NOTÍCIA quando foi confirmada a morte cerebral e total do senador João Bosco Ramos de Lima. Vendeu muito o jornal naquele  dia 11 de maio de 1979, porque foi o único  matutino que circulou no horário da tarde com todas as informações sobre a vida do antigo funcionário de A NOTÍCIA, que faleceu vítima de acidente vascular cerebral. Nessa época, os jornais A NOTÍCIA e A CRÍTICA viviam em pé de guerra!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

USO DO CRACK TAMBÉM É UMA FORMA DE MISÉRIA EXTREMA!



Os dependentes químicos do crack também podem e devem ser enquadrados pelo Governo Federal dentro da categoria de “miséria extrema” a também ser exterminada. Não com prisões de dependentes químicos maiores ou apreensões de menores! Todos precisam ser tratados indistintamente e o tráfico precisa ser combatido, simplesmente.

Ou o Governo Federal enfrenta de uma vez por todas o combate ao crack ou o crack vai acabar enfrentando e afrontando o Governo Federal porque estamos perdendo uma geração para o tráfico e o consumo de drogas. Como já afirmei o consumo de crack também é uma forma de miséria e de degradação humana e precisa ser combatida e enfrentada por ações de Governo porque os viciados perambulam pelas ruas, se prostituem, matam, se tornam violentos e roubam até de suas famílias para sustentar o vício e comprar mais drogas!


Os micro-traficantes continuam mudando apenas de lugar e 98% dos Municípios informaram que possuem problemas com a droga. Por que o Governo Federal não cria, implanta e desenvolve uma “Bolsa Crack” e oferece de graça para as famílias de todo o Brasil um tratamento digno que coloque toda uma “geração perdida” para o crack de volta à sociedade.



Em diversos comentários que tenho feito e escrito sobre o crack e a dependência química de qualquer natureza que seja, não é fácil se sair dela. Precisa de todo um aparato clínico para enfrentar o problema e não serão medidas pontuais no Rio e São Paulo que resolverão o problema do Brasil. Os dois Estados estão fazendo o que podem, oferecendo leitos, internando à força, mas isso só não basta porque hoje o Brasil está contaminado pela droga e 98% dos prefeitos entrevistados pela pesquisa declararam ter problemas.

Mas não é prendendo traficantes e apreendendo menores viciados que se vai equacionar o problema, que é totalmente social e estrutural também. O crack não escolhe classe, cor ou formação intelectual. Essa droga já virou uma epidemia nacional e precisa ser enfrentada pelo Governo Federal e não apenas com a liberação de recursos, pagamento de leitos em hospitais e, sim, mandando construir uma rede de hospitais, equipando-os com pessoal humano qualificado – médicos, psicólogos, assistentes sociais etc.

Caso contrário, o crack dominará o Brasil e teremos no futuro uma geração de inúteis porque a droga debilita a saúde mental do ser humano. Não é fácil a recuperação do dependente químico, também não fazendo sua internação contra a vontade do paciente que se vai resolver o problema. Só defendo a internação forçada pela Justiça em último caso!

Sei o quanto é difícil e complicado o combate ao vício. Mas não serão as Igrejas Evangélicas ou Católicas, que resolverão o problema, porque quando possuem tratamento para a dependência química do crack custam muito caro e as famílias de baixa renda não podem custear todo o tratamento e os drogaditos fogem e voltam a consumir a droga novamente. O Governo Federal que distribui tantas bolsas para erradicar a miséria no Brasil, deveria criar, implantar e desenvolver tratamento para o crack porque estes também são miseráveis, consumidos pelo vício.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

'BATISMO" DE JORNALISTAS NOVOS!




Todos os jornalistas novos que ingressavam no Jornal A NOTÍCIA, na década de 80, tinham que passar por um “trote” ou um “batismo”. Passei pelo meu também. O meu devido, ao meu nome ser Carlos Costa, passei a ser chamado de “CC” entre muitos colegas e, me foi aplicado pelo jornalista Francisco Monteiro de Lima: tomar quatro banhos no próprio jornal para tirar o meu “CC”. Cumpria fielmente meu “batismo” e ainda tirava “sarro” dos colegas, pedindo que me cheirassem depois de sair de cada banho.

Levei na esportiva a brincadeira. Mas narrarei nessa crônica do “batismo” de uma colega que veio recomendada por um amigo do dono do jornal, Sr. Andrade Netto:

Um dia, uma jornalista nova foi treinar na redação e redigia um texto nas velhas e sambadas máquinas marca Olivetti. Estavam na redação, eu, o jornalista policial Luiz Octávio Monteiro, barbaramente assassinado pela própria polícia, o Editor Geral Gabriel Andrade e, ao fundo, como Editor Responsável pela primeira página, o jornalista Bianor Garcia, um homem de estatura baixa, relativamente obeso e que chegou a ser vereador na Câmara Municipal de Manaus, autor de fantásticas manchetes de primeira página na época. Todas as manchetes de primeira página tinham que passar por ele nessa época.

De tão baixo que era,  Bianor  quase conseguia se esconder em sua grande poltrona de trabalho. Era exigente o Bianor, mas eu o agüentava com suas rabugices porque eu também estava começando na profissão.  O Bianor sentava aos fundos da redação e o que o separava  dos outros jornalistas era apenas uma parede de vidro.

- Ei, vocês têm café aqui, perguntou a jornalista novata, em experiência.

- Temos, respondeu alguém - acho que o jornalista Gabriel Andrade - e acrescentou: “Só que você vai ter que pedir daquele jornalista baixinho e gordo que está lá dentro” e apontou para a sala do  Bianor Garcia, um excepcional jornalista por convicção mesmo.

Não satisfeito, o Gabriel ainda recomendou: “Mas entre devagar na sala dele e grite diretamente em seu ouvido, quando estiver perto dele: “Bianor, o senhor tem café?!!!!!”

A que poderia ter sido uma nova colega de profissão, foi pé ante pé, se postou atrás do jornalista Bianor e perguntou, aos gritos, como tinha sido orientada. O jornalista pulou de sua cadeira com o susto que tomara e respondeu bem alto:

- Tenho não, sua f.d.p. E também não precisa gritar que não sou surdo, não! Também não uso qualquer aparelho para surdez! – respondeu Bianor Garcia aos gritos também, mais alto até do que o grito da jornalista, que foi ouvido em toda a redação. Na redação, por trás dos vidros, ficamos rindo com o susto do Bianor, que quase caiu de sua poltrona!

A que poderia ter sido nossa nova futura colega baixou a cabeça, saiu chorando e nunca mais voltou a pisar em A NOTÍCIA. Uma pena!

Ficamos sem uma colega, mas eu tive que concluir o texto dela usando sua mesma máquina Olivetti, línea 98. E não é que ela escrevia até bem! 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

MEMÓRIAS E LEMBRANÇAS DE MINHA MANAUS ANTIGA!




Enquanto ouço o som aflito dos periquitos que perderam seus ninhos para onze torres de concreto, como escrevi em minha crônica “DA VARANDA DE MEU APARTAMENTO...”, me pego pensando como eram lindas as catraias coloridas que levavam e traziam pessoas de um lado para o outro em nossa Manaus entrecortada de Igarapés! Eu as olhava e não entendia que todas se moviam pela força do braço dos homens que remavam...

Em Manaus, havia muitos igarapés limpos, largos e sem lixos derramados. Um dos mais lindos que conheci e tive o prazer de freqüentar e nele tomar banho era o do Parque 10 de Novembro, poluído e desativado mais tarde e aonde se localizava a casa de madeira do ex-governador Álvaro Maia, depois transformada em Fundação e hoje demolida.
Manaus está ficando sem memória histórica recente porque nada se preserva para as novas gerações.

Depois disso, tudo ao redor, passou a ser chamado de Parque 10 de Novembro: o conjunto feito pela Cohab-Am, o Centro Comunitário que leva o nome do ex-prefeito Coronel Jorge Teixeira, mas ninguém o conhece por esse nome, enfim. Já disse: o progresso caminha junto com a degradação ambiental!  Alguns igarapés ligavam bairro a bairro e todos corriam livres, leves e soltos em seus destinos, desaguando no Rio Negro.

Alguns ligavam os bairros mais distantes, pela quase total inexistência de pontes.  Uma das primeiras pontes a que se tem notícia é a Benjamim Constant, construída no período de 1892/95 e inaugurada no Governo do Coronel Eduardo Ribeiro. A obra foi supervisionada pelo engenheiro inglês Frank Hirst-Hebblethwait.


Hoje, com o progresso e a falta de consciência cidadã de parte da população, os igarapés adoeceram, alguns foram aterrados, outros desapareceram. Os poucos que ainda restam, estão totalmente poluídos, doentes, mesmo os que receberam obras do Prosamim, mesmo ficando bonitos, continuam doentes, poluídos, cheios de lixo porque uma coisa é construir; outra é mantê-los limpos!

Eram lindas as catraias multicoloridas, empurradas por remadores fortes, geralmente sem camisa ou com camisas sem mangas e emprestavam aos igarapés um ar de bucolismo, alegria e festividade constante. Hoje, pontes ligam os bairros e nenhuma catraia foi preservada como relíquia de nossa história.

Ainda ouvindo o desesperado canto dos periquitos nas árvores, escrevendo de minha varanda, retorno ao tempo e lembro-me das carroças que eram nosso meio de transporte, dos carros WW,  fuscas com calotas arredondadas. Também não  me esqueço da “Voz Praiana”, do locutor Kimura que saudava a todos que chegavam em Manaus com sua voz imponente e bem postada, do badalar do sino da catedral e do relógio municipal, que tinha como guardião o relojoeiro que alugava sua parte inferior.

Agora, lembrei-me o que vivi na minha infância e adolescência: vendia picolés, cascalho em tambores, jornais nas ruas, velas em portas nos cemitério de Manaus. Lavava carros, vendia bolachas dentro de motores. Muitas vezes entrava em um motor no porto de Manaus já sabendo que ele faria uma nova parada no porto da Panair, em homenagem a empresa Panair do Brasil S/A, companhia aérea pioneira no Brasil, criada como uma subsidiária da norte americana da New York-Rio-Buenos Aires (NYBRA), incorporada em 1930 pela Nybro do Brasil, tendo seu nome modificado para Panair do Brasil, em referência à empresa controladora, a Pan American Airways.Todos os hidroaviões pousavam naquele local próximo a Manaus, entre o Aeroporto Ajuricaba e o Centro da cidade.

Sempre ficava atento à partida do motor regional, mas quando não dava tempo de desembarcar, seguia tranquilamente e descia no outro porto. Lá, ou pegava motor rumar para o porto de origem ou ficava na Panair mesmo, mas vendia pouco. Sempre dava certo!

Relembro o bairro da Betânia, ainda sem ruas, água encanada, luz elétrica, cheia de pés de caju, tucumã e  que se chamava Nova Betânia. O bairro era um grande areal e foi loteado e vendido. Lembro-me das cacimbas de águas límpidas e muito mato em frente da casa de meus pais, onde corria e me escondia em nossas sempre animadas, despretensiosas e infantis brincadeiras de crianças.

Visitei mentalmente a Rua São Benedito, quando corria, no Morro da Liberdade, primeiro local em que passei a residir na casa de meus padrinhos, Natércia e Januário Calado. Ela, uma mulher forte, morena e cheia de muitos filhos: “Doca”, “Chaguinha”, Gonzaga, Dototéria, Manoel e muitos outros.

Eram muitos e esqueci-me de seus nomes, mas acho que eram doze ao todo! Como decorar todos os nomes?  Só sei que uma delas estudava na Faculdade em que fui professor e acho que todos estão formados em nível superior.

Ah, tempos bons em que corria despreocupadamente pela Rua, empurrando aros de bicicletas, pneus ou puxando carrinhos cheios de areia que imaginava ser rolo compactador que dirigia meu padrinho tratorista do extinto Departamento de Estradas e de Rodagens – DER-Am. Os “brinquedos” eram  produzidos por mim mesmo. Todos meus “compactadores” eram amarrados formando vários compactadores ao mesmo tempo e presos por arames recozidos. Meu amigo João Couto da Silva, que me acompanhava nessas aventuras, aonde você andará agora? O que meu padrinho Januário Calado dirigia só tinha um compactador, mas quem há de entender a mente criativa de uma criança? Impossível!

Tenho e sinto saudades de meu amigo de infância João da Silva Couto, que brincava na rua comigo. Cadê você, meu amigo? Como você deve estar hoje? Talvez como eu: velho, turrão e cheio de filhos! Nem sei se você continuou seus estudos, amigo, mas tenho saudades mesmo assim porque a vida continua até ao seu fim!



quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O PATINHO AMARELO!




Eu e minha esposa Yara, voltamos duas vezes à mesma loja e observamos um patinho amarelo em cima da mesa de uma só vendedora. Ela explicou:

- Fui muito bem em dezembro e estou muito mal em meu desempenho no mês de janeiro. Por isso, estou com esse pato amarelo sobre minha mesa de trabalho!

Essa foi à resposta que minha esposa Yara recebeu da vendedora, quando a interrogou sobre a causa de ter visto pela segunda um patinho amarelo sobre sua mesa, tipo àqueles que as crianças usam dentro de banheiras durante o banho.

O pato amarelo, posicionado estrategicamente no canto esquerdo da mesa da vendedora chamava a atenção de todos os que na loja entravam. O pato até era bonito; não o propósito dele como o era pois estava a lembrá-la sempre “venda mais, venda mais, venda mais...” em uma repetição constante avisando-a um aviso teria que melhorar seu desempenho em janeiro e nos outros também. Seria justo isso, para quem teve uma mera foto de melhor do mês colocada na sala da gerente para ninguém ver? Não sei responder, só que o patinho estava lá, lembrando-a que estava mal no início do ano!

- Estou doida para passar esse patinho amarelo para outra vendedora e tem que ser hoje, acrescentou a vendedora enquanto atendia a uma senhora, enquanto falava com outra cliente pelo seu aparelho celular para que ela fizesse um plano de telefonia. Será que fez? Também não sei dizer.

Interroguei o que ela havia recebido por ter sido a melhor vendedora da loja no mês de dezembro. “Apenas minha foto na parede da gerente da loja”. É...! Percebi, espantado que nada existia pelo lado de fora da loja, em local visível, informando que a vendedora um mês havia sido a melhor e, agora, sem orgulho, ostentava sob sua mesa de trabalho apenas um pato amarelo como prêmio no mês seguinte, dizendo insistentemente para ela:  “melhore, melhore, venda mais, venda mais...”, como um tormento e um lamento!

Minha cabeça ferveu ao ver a esforçada funcionária querendo superar sua meta e passar o patinho amarelo para outra pessoa!

- Quer dizer que quando vocês superam as vendas, fica registrado em uma foto, na sala da gerente? Quis saber!

-E isso mesmo!

- E quando vocês estão mal, recebem de presente um “patinho amarelo” em cima de suas mesas?

- Está certíssimo!

Coitada da vendedora! Um mês recebe de presente apenas uma foto escondida em um quadro na sala da gerente e, no mês seguinte, recebe de presente um pato amarelo em cima de sua mesa para todos o apreciarem como cobrando melhor desempenho dela! Fiquei com pena da vendedora, confesso. Mas o que fazer? Regras são regras! Mas se ao menos a foto ficasse estampada na parede da frente da loja, como é o costume! Mas nem isso...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A DESONERAÇÃO DO MATERIAL ESCOLAR



Parece que a Educação de qualidade deixou, desde as primeiras séries de estudo,  de ser uma prioridade nacional e o fechamento de cursos superiores pelo Governo não é culpa das faculdades, mas dos péssimos alunos que ingressam nelas, via “cotas” e outros processos que facilitam o ingresso do aluno. O Governo Federal quer quantidade, mas esquece da qualidade!

Com os pesados impostos que incidem em todos os produtos, sem que haja uma “formula” ou um “agrado” para que no mês de janeiro haja uma “desoneração educativa-financeira” pelo menos, a educação brasileira está indo de mal a pior, com analfabetos funcionais recebendo diplomas de nível superior sem saber escrever o mínimo da língua portuguesa, como também alunos que são “empurrados” rumo à aprovação escandalosa sem conseguir realizar um ditado ou uma cópia sem erros mínimos de gramática.

Bons tempos, quando se estudava nos livros didáticos “Caminho Suave”, e se tinha disciplinas de matemática e sabatinas uma vez por semana, com o uso de palmatória pesada,  desde o curso primário!

Que eu saiba todos os meus colegas de ensino primário nenhum ficou traumatizado e todos se deram bem na vida, mesmo “apanhando”, porque era uma forma de educá-los!

Uma vez, já como jornalista entrevistou um dos maiores juízes de menores do Brasil, Alírio Cavalieri, na década de 80 e, ao perguntar-lhe se ele era a favor ou contra a palmada das mães nos filhos,  como uma forma de educá-los, ele me respondeu:

- Se for uma palmada no bumbum, como forma de educar, eu sou a favor. Mas se for um espancamento, eu sou contra.

Essa entrevista foi realizada quando eu me acompanhava do advogado José de Paiva Filho, o “Paivinha”, ex-Presidente da OAB/AM, aliás um dos melhores presidentes da OAB que conheci, responsável  pela conclusão da atual sede da Ordem na Avenida Umberto Calderaro Filho, em meio a uma área de chavascal e muitos pés de buritis.  

Eu “bati um papo” no famoso Mandy’s Bar, que funcionava no térreo do também famoso e cartão postal na época, Hotel Amazonas, sem ter papel, sem ter caneta ou gravador para anotar ou gravar nada.  Guardei tudo de memória, que era prodigiosa. O juiz não dava entrevistas à jornalistas e desconhecia que eu o estava entrevistando.

Depois que leu a matéria, mandou-me um agradecimento, dizendo que tudo o que ele havia falado estava contido na matéria. Causou-me emoção receber um elogio dele, através do Dr. Paiva Filho, porque era muito difícil o processo de comunicação naquela época.

Pois bem, como eu ia dizendo, a Educação virou um grande comércio, a qualidade do ensino piorou muito, apesar das quotas, do aumento no número de diplomados, enfim, mas são, em uma grande maioria, diplomados em nível superior como meros analfabetos funcionais que não conseguem redigir quase nada sem cometer erros gramaticais mínimos e, pior, o setor educacional não recebe qualquer incentivo do Governo, sobretudo com a desoneração dos tributos sobre todos os materiais escolares, como sempre faz com os setores de automóveis e produtos da linha branca, entre outros, pois é no início de cada ano letivo que cresce muito a procura.

Com tudo isso e pela falta de desoneração no setor, concluo que a Educação deixou de ser uma prioridade nacional porque quanto mais analfabeto for o eleitor, mais fácil será o domínio  sobre todos, através  do oferecimento de bolsas, quotas e outros meios que lhes “empurrem” para dentro das uma faculdade, muitas com péssimas estruturas e qualidades duvidáveis, além de outros benefícios governamentais, que  têm como único propósito “comprar” e pagar bem a ignorância dos votantes, apenas! Lamentável que seja assim, mas é a mais pura realidade!

sábado, 12 de janeiro de 2013

UMA 'REVOLVADA" NA CABEÇA!



 No início de minha atividade profissional como repórter, quando me encontrava  casualmente com o jornalista Oscar Carneiro, no Comando Geral da Polícia Militar, eu apelidava faca de “carteira de identidade”; revólver 38 de “CPF”; Bereta de pente, de “identificação policial”. Depois disso,comecei ai escrever e publicar crônicas no jornal A NOTÍCIA, sempre aos domingos, em uma coluna chamada de “Crônicas de Carlos Costa”, com minha foto no canto da página. Lá, ocorreu um episódio engraçado, divertido, mas que me tirou de um “aperto” gramatical danado, já que escrevia bem e conhecia a gramática, pelo menos a elementar – porque ninguém pode afirmar que conhece a gramática à fundo!


E assim, nominava as crônicas que escrevia e publicava na década de 80, no Jornal A NOTÍCIA, em plena época da Censura Militar que, para fugir dela, que era implacável com meus textos, passei a criar alguns personagens em diálogos. Um desses foi o Eleutério, o mais constante e que  me salvou de muitos  “convites” à Polícia Federal.


- Foi meu personagem quem disse isso. Não eu!  


Era o que sempre respondia que era indagado sobre qualquer afirmação que fizera em minhas crônicas e muito lidas, por sinal! E assim fui sobrevivendo, mas não escapei da censura quando quis publicar meu segundo livro de poesias: SEM PÁTRIA/SEM BANDEIRA, em plena época do Governo de Ernesto Geisel. Mas isso é passado. Para que desenterrá-lo agora, em pleno século XXI, cheio de corrupção pública? Não vejo qualquer propósito!


Relembrei desses fatos ao visitar um delegado de polícia e ver todos os “instrumentos de trabalho” de bandidos sob a mesa Eurico Nogueira, dentro de sacos plásticos e devidamente identificados.


Quando segurava a “carteira de identidade” na mão, entrei em um túnel do tempo, relembrando um fato engraçado quando escrevia e publicava crônica  ao lado dos excepcionais cronistas Chico Anysio e Guido Fidellis, este funcionário da Petrobras e também cronista de ocasião.


De tanto dar apelido aos “instrumentos de trabalho” e devido à censura da Polícia Federal, “bravamente” representada por Paraguassu Oliveira, decidi dar nomes aos personagens que também passei a criar. Dei vida ao personagem “Eleutério”, um semi-analfabeto, casado com uma socióloga e pai de oito filhos, pretendente a se “dar bem na vida, como político”, um criador de confusões, entrando em festas de carnaval sem pagar por “possuir imunidade parlamentar” e uma “identidade” na cintura, enfim.


Era a maior farra o que eu fazia com as crônicas hilárias que escrevia usando como personagem, o “Eleutério”, para que a censura e o censor não percebessem. Como candidato a vereador, Eleutério já apresentava projetos de lei para pagar a galopante dívida externa  de Delfin Neto; o rombo da previdência na gestão de outro Ministro, enfim. Eleutério tinha solução para tudo, mesmo ainda como simples pré-candidato  a vereador! Fiz até ele ser atendido pelo SUS para criticar o Governo! Era demais o “Eleutério”! Levava-o para onde pretendia  e o envolvia nas mais loucas idéias e confusões mas, ao final, ele sempre se dava bem!


Um dia, descrevendo crônica em que narrava mais uma de suas inúmeras, famosas e desastradas confusões em que meu personagem se envolvia,  esqueci a palavra “coronhada” e datilografei a palavra “revolvada”, na máquina Olivetti, línea 98 que possuía na redação. Depois das confusões de Eleutério, sempre precisava de socorro médico e era atendido por amigos, no único hospital público que existia em Manaus naquela época, o Getúlio Vargas.


A crônica passou pelo feroz censor, pelo revisor da redação mais não conseguiu passar pelo voraz leitor dentro do próprio jornal A NOTÍCIA, Wilson, gráfico, que colocou a palavra “revolvada” entre aspas, isso na época da linotipo, quando tudo tinha que ser reescrito e as letras caiam de um balcão, uma a uma, até formarem as palavras. E era Wilson quem a digitava minhas crônicas.


E o pior é que quando desci à gráfica onde era impresso o jornal o Wilson queria a todo custo me conhecer e fui  aos linotipistas como eram chamados esses profissionais.Wilson, era meu primeiro leitor e nem eu sabia disso e viera me pedir desculpas por ter colocado aspas na palavra “revolvada”.


Obrigado companheiro Wilson, onde quer que você esteja trabalhando hoje.


Salvou meu domingo!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

SINAIS DE DEUS...!




Deus manda sinais, mas nós nem sempre os percebemos porque não queremos ou não sabemos interpretá-los da maneira que deveríamos:

Na semana que sofri a convulsão, muitas coisas aconteceram antes: um escapulário de aço que uso amanheceu quebrado em meu pescoço. Tive muitos problemas durante toda a semana e, no dia 30 de novembro último, sofri a convulsão dentro do carro de minha esposa Yara, em meio a uma chuva e um terrível engarrafamento de trânsito, no bairro Manôa, em Manaus, local que nem eu e nem ela éramos familiarizados.  

Não entendendo esses sinais de Deus, prossegui minha rotina normalmente. Se os tivesse entendido, teria diminuído o ritmo de trabalho de um aposentado por invalidez e sequelado  neurologicamente, por onze cirurgias no cérebro desde 2006, quando perdi completamente a audição, ministrando uma aula de ciência política na Faculdade, ou algo assim porque não lembro mais, em uma de minhas cinco turmas do curso de Serviço Social.

Fui imprudente, confesso, porque não consegui entender os sinais de Deus, na forma dos problemas que me foram apresentados. Isso não foi tudo: depois da convulsão, recebi os primeiros atendimentos de emergência em um local que não sabia qual era – em um SPA do bairro Nova Cidade, em Manaus; fui transferido, em seguida, estabilizado, para outro Hospital João Lúcio, porque no SPA não havia neurocirurgião. Minha esposa decidiu seguir a ambulância que me transferiu, mas o pneu de seu carro furou e ela teve que dirigir por mais de uma hora para encontrar uma borracharia e fazer o conserto.  

“Anjos” entraram no carro de minha esposa Yara e nos conduziram até o SPA do Nova Cidade, local de pouco conhecimento nosso. Entrei no Hospital João Lúcio e reconheci outro “anjo” em forma de uma antiga aluna do curso de Serviço Social, Jô, que  a mim prestou todos os atendimentos na ausência de minha esposa enquanto eu era informado que o pneu de seu carro havia furado.

No Hospital, deitaram-me em uma maca de aço frio pelo ar condicionado, mas sem colchonete. Depois, quando estava melhor, passei para outro e lá permaneci assistido pelo “anjo” Jô, que estava no hospital com outro paciente pela graça de Deus, até que minha esposa chegasse, contando-me o que tinha acontecido, porque não me lembrava de nada!

Estou vivo e bem, isso é o que importava para mim, porque mais uma vez Deus me manteve vivo, para Sua glória e misericórdia!

Mas nada fiz e continuei desafiando minha sorte e buscando inconscientemente minha morte, mas vivo amparado por Deus e isso é o que importa, porque Deus, mais uma vez, foi misericordioso para comigo e me deu mais uma chance de viver mais um pouco!

Ainda bem que “anjos” anônimos de Deus apareceram e a mim prestaram os primeiros socorros, conduzindo um minha esposa até o SPA mais próximo e outro fazendo massagem em meu coração. Depois os médicos, a assistente social Jô e a todos os outros que a mim prestaram socorro – desconheço seus nomes – essa crônica é minha homenagem a todos. 



quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

RECOMEÇOU O BBB 13 (BIG BAIXARIA BRASIL)!



Enquanto houver patrocinadores ávidos por lucros, pessoas ávidas por fama instantânea e por querer saber de fofocas e  sobre a vida dos outros, a televisão aberta do Brasil continuará exibindo o famigerado e cansado BBB, pela Rede Globo, provando o que já se sabia nos bastidores: o objetivo da TV aberta no Brasil é aborrecer, abestalhar e avacalhar cada vez  a cultura nacional,  já muito dilapidada por escândalos,  fechamento de cursos superiores e proibição para novos vestibulares! Uma vergonha!

Por que programas culturais como o “Sítio do Pica Pau Amarelo”, baseado na obra excelente de Monteiro Lobato, “Vila Sésamo”, adquirido de TVs de outros países e o programa  genuinamente brasileiro, “Balão Mágico”, além de muitos outros, deixaram de ser exibidos? Não sei responder, mas esse “Big Baixaria Brasil”, como eu o chamo quando o vejo e mudo para canais fechados, nos quais escolho a programação que desejo e quero assistir, já cansou para mim – que tenho um pouco de inteligência – e a muitos outros brasileiros também. Menos ao grande público que faz a grande massa da TV aberta do Brasil!

Pelo que sei a TV Globo adquiriu os direitos autorais dessa “idiotice cultural”, que chamo de fábrica de produzir “celebridades anônimas” que depois pousam para revistas, produzem desfiles e caem no esquecimento da mesma forma que atingiram a fama porque poucos se sustentam por falta de cultura e formação intelectual, com exceção de alguns, como a  atriz Grazi Massafera,  que está fora desse grupo, embora tenha vindo da mesma origem e do mesmo programa. Depois de deixar “a casa mais vigiada do Brasil” como costuma dizer o excelente apresentador Pedro Bial, que está ficando apagado e se transformando em um “herói” quase anônimo também, por capitanear durante 90 dias um programa  tão ridículo e de baixa qualidade, não acrescentando em nada à cultura nacional.

Citei só alguns programas que assistia na minha infância e adolescência. Felizmente hoje,  não aceito mais a baixaria em que se transformou grande parte da programação da Rede Globo que, em passado não muito distante, protagonizava e apresentava excelente grade de programação. Mas o que fazer?

Televisão vive de lucros e o lucro é originário da venda de espaços publicitários. Como afirmei no início de minha crônica, enquanto tivermos patrocinadores ávidos por lucros e público ávido por ver e “bisbilhotar” a vida dos outros, sempre haverá audiência: menos a minha, porque posso pagar canais fechados de filmes, noticiários e possuo NET em minha residência. Mas não nego que algumas pessoas de minha família, gostam de assistir também, talvez porque não tiveram a oportunidade de assistir, em um passado não muito distante, o que assistia em TV aberta do Brasil!

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

"LAMA NAS RUAS", EXEMPLO DIGNO DE ZECA PAGODINHO!




Uma das músicas que mais me agradam e talvez uma das mais lindas já gravadas por Zeca Pagodinho – “Lama nas Ruas” -, (pseudônimo do cantor e compositor carioca Jessé Gomes da Silva Filho), oriundo da comunidade de Xerém, onde possui um sítio, tornou-se uma infeliz realidade: Xerém foi inundada e amanheceu mesmo com muita “lama nas ruas”, por culpa dos administradores públicos que não investiram todas as verbas Federal e Estadual em projetos perenes para evitar novos deslizamentos, enchentes em igarapés e em programas de educação para que o povo não jogue  o lixo doméstico no leito dos riachos.

Conhecido por ser dono de uma grande propriedade, o sítio de Zeca Pagodinho serviu para acolher os desabrigados de Xerém do temporal, pois aquela comunidade ficou devastada por uma chuva que, por culpa e quase uma cultura irresponsável de parte de alguns  moradores que despejam lixos nas margens dos córregos que foram quase que totalmente devastados, levando junto casas, sonhos acumulados e vidas humanas, tudo porque os restos do Natal e do Ano Novo não foram retirados antes da chuva,o que fez entupir bueiros, inundou córregos e destruindo também as casas. Esse é só mais um cenário de um filme repetido todos os anos!

Nascido no dia 4 de fevereiro de 1959 – eu nasci no dia 13 de fevereiro de 1960 -, o cantor “Zeca Pagodinho”, ou Jessé Gomes da Silva Filho, não esqueceu sua origem humilde. Zeca, o artista, começou sua carreira de sambista nas rodas de samba dos bairros Irajá e Del Castilho, no subúrbio carioca, tornando-se popular nos shows em que o contrataram, pagando-lhe cachês generosos.  Mas nunca abandonou suas raízes e deixou seu sítio dirigindo  seu quatricíclo com sua filha juntou-se a muitos na ajuda à comunidade de Xerém. Zeca, segundo declarou durante a chuva, só perdeu “apenas algumas cabeças de bode e outras coisas sem valor diante de uma vida humana”.

“Deixa/ Desaguar tempestade,/Inundar a cidade,/Porque arde um sol dentro de nós”, diz uma estrofe da música “Lama nas Ruas”. Depois, acrescenta, em mais um verso da linda música:

“Queixas./ sabes que não temos/E seremos serenos./ Sentiremos prazer no tom de nossa voz”.

Concluo com mais um verso da música de Zeca, resumindo todo seu gesto de solidariedade humana: “Vim (de quadriciclo) para provar que o amor, quando é puro/Desperta a alerta o mortal./Ai é que o bem vence o mal./Deixa a chuva cair, que o bom tempo há de vir/ Quando o amor decidir mudar o visual/Trazendo a paz no sol./Que importa se o tempo lá vai mal”.

Ah, “importa” sim! “Se há tanta lama nas ruas/ seu Xerém virou um “céu deserto e sem brilho de luar” companheiro solidário Zeca, é porque as autoridades públicas não aplicaram as verbas públicas como deveriam em locais que necessitavam. E que outros Zeca’s assumam seu posto e resolvam os graves problemas das comunidades não só do Rio de Janeiro, ou de São Paulo, mas de todo o Brasil porque de promessas políticas e gestos de boa vontade o povo brasileiro já está cheio demais!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

ANIVERSÁRIO DE MEU FILHO!!!!!



Estamos ficando velhos eu e minha esposa Yara.

Guardamos do Carlos Costa Filho todas as fotos, filmagens de seu nascimento e de época de criança, brincando e rindo dentro de seu berço, além das fotos fantasiado de carnavalesco, produzidas pela sua babá, a chamada “mãe 2”,  Miraceli Ferreira, ótima profissional, que tomou conta de nosso filho desde o seu nascimento. Aliás, 15 dias de seu nascimento, a Mira já tinha sido contratada. Era só perguntar para a “Mira”, qualquer informação sobre o Carlos Filho que ela responderia no ato, sem pensar! Mas onze anos depois, tivemos que dispensá-la, mas continuamos a tratando como a “mãe 2” de nosso filho.

Hoje, ele está completando 15 anos e imagino meus amigos virtuais que já têm filhos com mais idade – Paulo Rego e o Paulo Rego Filho, ambos do Recanto das Letras; Edna Lopes e seus filhos; Dra. Adelayde Reis e suas filhas, em Maceió e tantos outros - . Deve ter sido terrível  aguentar as peraltices dos filhos na idade do meu e, agora, na velhice, tendo experiência a sapiência dos mais velhos para continuar a ensiná-los.! Será que todos tiveram as preocupações futuras que ainda terei que enfrentar? Acho que sim!!!! Ou talvez não. Tenho uma saúde frágil e delicada com as drogas, gravidez na juventude, amizades, paixões arrebatadoras de adolescentes. Apesar de tentar prolongá-lo ao máximo possível, acho que não viverei muitos anos, embora não pareçam muitos!

Meu filho é peralta, inteligente, fala bem o inglês, foi ótimo na Escola e vai ganhar de presente uma passagem em excursão para a Disney. Mas ainda o vejo como uma criança. Apenas cresceu, ganhou poucos pelos no rosto e em outras partes de seu corpo e eu não vi como isso aconteceu. Hoje, pediu-me para dormir até as 17 horas. Acho que ele nem levantará para o almoço. Como é um bom filho, deixarei!

Imagino-me um pouco além, comemorando os 18 anos dele – se ainda estiver vivo até lá! Serão novas preocupações, diferentes das que tinha quando ele nasceu, todo risonho, porque tive que comprar berço para enfeitá-lo com brinquedos, mamadeira, dúzias de fraldas descartáveis, remédios e contratar uma babá para cuida dele, enquanto minha mulher trabalhava. É lindo nosso filho!

Depois de seus 18 anos, as preocupações serão outras: os novos amigos de faculdade, possíveis bebedeiras, amizades novas, e o provável uso de drogas entre pessoas de seu conhecimento...ele saindo de carro com os amigos, as namoradas...Só espero que ele não se case tão rápido como eu casei...

Antes mesmo de seus 18 anos, terei que orientar meu filho para o não consumo de drogas ilícitas, álcool, dirigir bêbado...mas não sei se conseguirei, aliás, nem sei se estarei vivo nos próximos três anos dele. Se não estiver, a Yara cuidará disso para mim.

Estamos ficando velhos eu e a Yara. Ontem, durante a comemoração antecipada de seu aniversário, minha esposa foi buscar amigos dele, parentes dele...Meu filho brincou até o início da noite: de basquete, futebol de salão, piscina...Quando voltou para casa, estava meio fanhoso, mas feliz. “Pai, mãe, esse foi um dos meus melhores aniversários!”, confessou-me ele, radiante.

Estamos ficando velhos eu e a Yara. Vendo nosso filho brincar com os seus convidados que ele mesmo escolheu, percebemos que envelhecemos 15 anos também. O pior é que nem eu e nem minha esposa, percebemos o peso de nossas idades. Estávamos muito felizes com a felicidade de nosso filho para perceber esse pequeno detalhe de que envelhecemos 15 anos também...!!!!!

Mas não reclamamos a idade avançada, pois ela é uma dádiva de Deus!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

DE NOVO...OUTRA VEZ!




De novo, somos obrigados a ver destruição, desabamentos de casas, desmoronamentos de encostas, morte de pessoas, redução de impostos pontuais, secas no Nordeste desde a época do Império e o consumo continuado de crak, e entorpecentes por adolescentes e  ter que aceitar desculpas esfarrapadas de um Governo que está metido até o pescoço em corrupção e escândalos – felizmente, punidos pelo STF.

Tudo isso é positivo, mas faltam cursos profissionalizantes aos dependentes químicos e aos pais para que eles se insiram no mercado de trabalho e não retornem ao vício. Também falta ajuda para que suas famílias melhorem de vida porque o meio social também produz o drogadito.

De novo, se volta a falar em internação compulsória de dependentes químicos de crack, em SP e no RJ, passando a idéia de que o Brasil se resume só a esses dois Estados. Também pode parecer uma solução definitiva para todos os meles sociais, mas não o será. Isso tudo é herança deixada pelo Governo Lula, o que nada sabia e nada falava sobre temas que a imprensa denunciava. O governo Dilma só recebeu uma herança maldita!

De novo, garanto: se o Governo não criar, estruturar e fizer funcionar clínicas de reabilitação de dependentes químicos em todo o Brasil, de graça para a população mais carente,  essa tarefa de internação compulsória será quase inútil porque a epidemia do crack se transformou  em um problema de saúde pública nacional, alcançando uma situação alarmante que exige uma intervenção governamental constante e séria, por que estamos na porta de uma Copa do Mundo!

Será que de novo vamos reviver o que o Amazonas já viveu antes, no período da exploração da borracha? Ou será que além do Amazonas, o Brasil inteiro vai querer se transformar em uma República apenas “para inglês ver”, maquiada em seu meio e poluída nas pontas? Esse para “inglês ver” ocorreu na época áurea da “escravidão” da borracha no Estado, com imposto por um decreto da então Intendência Municipal, hoje prefeitura de Manaus, quando todos os pobres foram retirados do centro da cidade e levados para “bairros em expansão” por não conseguirem construir casas cobertas com telhas, caiar as frentes de suas moradias (in A ILUSÃO DO FAUSTO)

Mais uma vez, os números de internações compulsórias não refletem a realidade porque sabemos  que existem muitas recaídas e que só as instituições privadas como igrejas católicas ou não, de todas as matizes, sobretudo, estão assumindo esse papel do Estado brasileiro! Uma vergonha nacional porque os números não mostram o total de pessoas que recaíram e voltaram para as ruas!

Como em quase todas as áreas públicas, os Governos Federal, Estaduais e Municipais estão empurrando para debaixo do tapete da sala dos administradores públicos um problema que deveria merecer a atenção de todos. É exatamente como as chuvas que destruíram cidades do Rio de Janeiro, em janeiro de dois anos passados e que as famílias atingidas continuam esperando um local para residir. Omissão total do poder público municipal porque verbas foram liberadas e serviram apenas para campanhas políticas de candidatos a prefeitos. Agora, anunciam que as casas devem ficar prontas em 2014, ou seja, quatro anos depois do desastre natural.

E que obras de infra-estrutura sérias foram realizadas para evitar novos desastres? Nenhuma, respondo. Tudo está como “dantes no quartel de Abrantes”, como se diz na gíria popular recorrente para esses e outros casos.

De novo, as chuvas voltaram a se registrar no RJ, as famílias continuam sendo vítimas do crack, a administração pública permanece inventando desculpas e a sociedade, que mantém  todos os poderes, continua recebendo apenas migalhas de pesados impostos -  para não defini-los como extorsivos ou um assalto quase à mão armada.

E vai chegar o dia que o povo vai se revoltar com tantos absurdos, desculpas e falta de vergonha na cara dos administradores! Já será tarde demais para arrependimento!