quarta-feira, 21 de novembro de 2012

SOLIDÃO DE MIM...!



Abraçado com a tristeza da lua,
Coberto pelo manto negro da noite,
Dormi protegido pelas estrelas.
Acordei com o canto dos pássaros,
Na solidão de uma noite de sono intercalado
Para rever a vida multifacetada construída pelo tempo
(Impiedoso! que a tudo destrói e reconstrói em nossos sonhos infantis de menino que tinha esperança no amanhã que nunca chegou como eu desejava que fosse: lindo, perfeito e suave como a brisa das manhãs ou com cantos de pássaros!)
Com todas suas inquietudes e complexas relações
Humanas nem sempre tão humanas assim!
Era um sonho ou um pesadelo?
Não sei dizer, pois poderia ser meu sonho delirante
Ou meu pesadelo dilacerante ao acordar
Ao perceber que o mundo continua o mesmo!

domingo, 18 de novembro de 2012

CALLs CENTERs CONTINUAM ENGANANDO CONSUMIDORES!





Para fugir das pesadas multas impostas pela portaria que disciplinou o tempo máximo de atendimento aos consumidores, os Call Center criarem uma nova modalidade para continuar enganando os consumidores: o atendimento imediato e eletrônico das ligações ao primeiro chamado, informando que “Sua ligação é muito importante para nós. Por favor, aguarde. Estamos transferindo sua ligação para um de nossos  atendentes”, o que leva até 30 minutos de espera, principalmente no telefone  0800 de contato da empresa Amazonas Energia. E, ao final, geralmente, o cliente interessado não recebe uma resposta satisfatória, muito menos a solução de seu problema, mas fica sabendo tudo sobre a “Eletrobrás” e seus serviços.

Essa nova maneira de burlar a portaria do Ministério da Justiça, implantada pelas operadoras de Call Center, está irritando ainda mais os usuários dos serviços de energia elétrica, telefonia, TV por assinatura, planos de saúde, aviação civil, empresas de ônibus, bancos e cartões de crédito fiscalizados pelo Banco Central, mas evitam a multa porque provam que o atendimento está sendo feito até em menos tempo do que o determinado.  

Uma coisa é o atendimento no tempo exigido, outra coisa é a solução do problema em um tempo no mínimo razoável de 10, 15 ou 20 minutos, mas isso a portaria do Ministério da Justiça não previu e o abuso recomeçou. Depois da transferência eletrônica para o “atendente”, é feito o pedido, o nome e o assunto que deseja resolver e depois dizer que “lamenta”,porque geralmente, a informação pedida “não consta no meu sistema e nada posso fazer.”

Essa é uma forma velada de enganar os órgãos de fiscalização ligados ao Ministério da Justiça.  Com a falha na portaria, por não ter estabelecido um tempo entre o atendimento eletrônico e “um de nossos atendentes”, para uma resposta, mesmo que negativa, os Call Centers continuarão burlando a portaria, enganando os órgãos de fiscalização e não poderão ser multados.

A portaria do Ministério da Justiça precisa urgentemente ser revista, reformulada e estabelecido tempo entre o atendimento eletrônico imediato e o “atendente” conversar com o interessado. Se isso não for feito, os abusos continuarão sendo praticados pelos Call Centers, infelizmente.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A ESPERANÇA!



(em uma estação de trem abandonada em uma cidade de MG)

Depois daquele morro que se avista à frente, cercado de verde por todos os lados, e que ao fundo possui um lago tranquilo, existe uma cidadezinha, construída há muitos anos, mas que insiste em permanecer no mapa.

Dela, poucos se recordam com precisão e são raros os que dela sabem o nome – Esperança. Esse nome tem uma origem curiosa e ninguém afirma ao certo se o nome nasceu com a cidade se se passou existir desde que descobriram uma antiga moradora, talvez a última que insistia em permanecer no local.

Durante muitos anos aquela cidade viveu da esperança de um trem maria-fumaça que teimosamente passava por lá. Trazia notícias da cidade grande, gente curiosa e visitantes também. Levava de cá gente triste com a partida e deixava, na estação, além do barulho ensurdecedor da fricção das rodas do trem com os trilhos e do seu apito estridente, lágrimas teimosas dos que ficavam e dos que partiam. Também levava acenos de braços cansados e de mãos que abanavam chapéus e de braços longos que seguravam os lanços brancos.

Tudo era motivo de tristeza: a chegada de alguém para aquele fim de mundo e a partida de outrem em busca de melhorias na capital. A chegada era triste para os que chegavam da cidade grande e se deparavam com uma cidade calma, pequena, onde o tempo não passava e onde as coisas pareciam se repetir sempre.

Com a desativação da linha de trem, a cidade foi perdendo a razão de existir e as pessoas  começaram a ir embora. A rua principal estava deserta, o cemitério estava abandonado e a igreja não abria mais. Era uma cidade quase fantasma, não fosse a existência de uma moradora que ainda restava em Esperança – se é que ele era o verdadeiro nome da cidade.

Na antiga estação de trem em ruínas, uma senhora de grande idade olhava  todos os dias para o relógio que ainda marcava a hora da chegada do trem e, talvez, a hora que marcou a sua última viagem.

- A senhora mora sozinha aqui? – perguntei, sem esperar uma resposta convincente.
- Não, eu não moro sozinha. Você mora aqui também, ou não mora.
- Não, eu não moro aqui – respondi.
- Você também veio esperar o trem?
- Que trem?
- O trem que todos os dias vem aqui me trazer notícias da cidade, ora!
- Não há mais trem aqui. Ele deixou de vir há muito tempo!
- Como não há mais trem? Todos os dias eu o vejo chegar, sempre na mesma hora que o relógio ali – e apontou para o relógio, está marcando. Ele traz e leva pessoas daqui.
- A senhora espera alguém em especial?
- Sim. Eu espero a esperança?
- Quem é a esperança?
- Esperança, você não conhece a esperança? De onde  veio que não conhece a esperança?
- Desculpe-me, senhora, mas  não sei quem é essa esperança!
- Aqui todos conhecem a esperança. Ela é quem nos mantém vivos.
- Ela é o médica do lugar?
- Ela é mais que a médica do lugar. Ela é a vida desse lugar. Se não fosse a esperança nós não poderíamos viver!
- Afinal senhora, quem é essa esperança?
- Ela é quem nos guia, nos dá rumos, nos orienta, nos faz acreditar no futuro, nos faz acreditar que Deus existe e é poderoso, nos faz pensar em dias melhores...
- Continuo não entendendo quem é essa esperança que a senhora tanto espera.
- Desculpe-me moço, mas agora tenho que ir...
- O que aconteceu? O trem já chegou ou a esperança não veio?
- Ora, moço, como você é estúpido! O trem passou mas não parou porque enquanto eu conversava, você me fez perder a esperança e é sempre assim.  Se a gente esquece a esperança, as coisas passam em nossa vida e nós nem as sentimos!
A senhora idosa virou-se de costas, caminhou rápido e desapareceu  rápido naquela cidade quase fantasma.
Eu fiquei parado sem conhecer a esperança, ou melhor, eu também perdi a esperança! Mas DEUS ainda de me mostrar a verdadeira esperança!

terça-feira, 13 de novembro de 2012

TRANSPOSIÇÃO DAS ÁGUAS E A SECA NO NORDESTE! (LAMENTO DE UM RETIRANTE)




Ah, irmão nordestino, por que será que sua sina é viver na eterna seca,  eleger políticos que prometem em campanha a solução para o problema, presenciar seu gado também morrer por falta de água e sede  e, ainda,  morrer na cheia, ao primeiro sinal de chuva forte?

Não sei responder, mas devido ao descaso do Governo Federal e a irresponsabilidade do Ministério da Integração Nacional em não fiscalizar e acompanhar de forma competente e séria as obras fantasmagóricas da transposição do Rio São Francisco, com a construção de 600 quilômetros de concreto, cortando os Estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, os nordestinos continuam vivendo na miséria extrema, isso vem ocorrendo.  Mas só a seca, porque a cheia controlada por canais e adutoras, que ficou de chegar ao sertão, até agora continua sendo só uma promessa, mas você ainda espera!

Antiga e polêmica obra, o projeto de levar água do Rio São Francisco aos nordestinos, alcançando os municípios mais pobres de quatro Estados que seriam beneficiados no chamado pomposamente pelo Governo Federal de “Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional”, está provocando desespero a todos os sertanejos que enfrentam o fenômeno da seca desde os tempos do Império quando Dom Pedro II determinou a construção de açudes durante a primeira grande seca até então registrada na região, que durou de 1877 a 1879.

De 1877 para cá, de acordo com dados do Ministério da Integração Nacional, do Governo Federal, existem 70 mil represas construídas no nordeste, acumulando 37 bilhões de metros cúbicos de água. Com essa água toda, por que o nordestino reclama tanto da seca? Por que o gado morre de sede e fome por falta de pasto? Por que por dentro do canal bilionário da transposição jorra tanto escândalo? Por que a obra iniciada em 1977 encontra-se parada? São tantos os porquês que não sei a razão de estar perguntando novamente por que isso e por que aquilo! Se tantos açudes já foram construídos e tanta água pode ser acumulada em seus reservatórios, a região nordeste poderia ser hoje o maior detentor de volume de água represada do Brasil, e não ver sertanejos com lata de água na cabeça em cima de burros, rumando léguas e léguas para apanhar uma água ruim, cheia de lama, imprópria para o consumo humano!  Mas é isso o que ocorre, em vez de ser o contrário.  Se todas as verbas disponibilizadas para resolver a questão da seca cíclica e conhecida no nordeste tivessem sido aplicadas verdadeiramente em um objetivo fim, os bravos nordestinos teriam do que se orgulhar. Mas sentem vergonha! Ah, meu irmão nordestino, juro que eu também não entendo isso!

Dos bilhões de reais “investidos” ao longo dos anos na região, outros bilhões mais foram desviados para eleger políticos inescrupulosos e manter o “status quo” da dependência desnecessária aos que prometem  “resolver e lutar” da seca que se repete, mas nada fazem. E o sertanejo renova esperança todos os anos em santos, com rezas mansas ou brabas e só que só esperam cair uma gota de chuva para molhar a terra seca para iniciar o plantio de feijão, capim e manter sua subsistência. Hoje, os nordestinos poderiam ser exportadores de água para o resto do mundo e não ficar lamentando por continuar na miséria!

Dados do próprio Ministério da Integração Nacional confirmam que 525 municípios decretaram ao longo dos últimos anos, estado de emergência e sempre esperam por avaliação da Secretaria Nacional de Defesa Civil. Diante dessa verdade, a pergunta que se faz é: se existe tanta água acumulada em barragens, por que a seca atinge tão fortemente a população mais pobre?  O bravo homem nordestino é um herói que trabalha a terra ao primeiro sinal de chuva, que planta e colhe seu feijão, que cria cabeças de gado para sustentar sua família e que morre de fome pela miséria extrema, de sede mais um pouco e que olha desolado suas poucas cabeças de gado também morrendo de fome por falta de capim e de sede por falta de água,  

Diante da burocracia governamental, populações de áreas pobres continuam convivendo com a seca extrema, enquanto assistem gado morrendo  de fome por falta de pasto e  de sede, por falta de água, enquanto milhões e milhões de reais continuam jogados dentro do canal que deveria levar água para ser bombeada em nove estações que também seriam construídas ao longo dos 600 quilômetros de desperdícios de dinheiro público. Diante do fiasco e incompetência gerencial do Ministério da Integral Nacional no processo gerencial de fiscalização das obras com o dinheiro público, muitos trechos prontos e abandonados terão que ser refeitos porque não servem mais para nada.

Depois que findar o coronelismo e o jugo do “status quo” da dependência política aos que prometem água para o povo, talvez os pobres sertanejos possam sorrir felizes pela sua liberdade total, sem depender de chuvas e de falsas promessas que duram desde da época do império, no ano de 1877.

sábado, 10 de novembro de 2012

YARA, A ROSA DA MINHA VIDA!



                        (pelo seu aniversário em 10.11)

Hoje, é o aniversário de minha esposa Yara, a rosa da minha vida!

Como uma rosa, ela também precisa receber água em forma de amor para não secar;

Como uma rosa, me fere com seus espinhos, mas logo a ferida sara porque ferida de amor não dói;

Também como uma rosa, me protege ao seu centro como a um recém-nascido deve ser protegido;

Ela é meu centro de tudo, mesmo quando não deseja ser!

Depois de minha precoce aposentadoria, Yara passou a ser meu dia, minha noite, meus olhos e meu consolo.

Durante meu sono que está ficando cada vez mais curto devido ao tempo que corre rápido e não perdoa ninguém, em minhas noites com problemas de sono e nas manhãs sem canto de pássaros, o perfume de Yara está sempre presente e me consola!

Minha falta de dinheiro foi suprida por Yara com amor, carinho e me presenteou com nosso filho – que eu também queria;

Yara, em forma de rosa, também passou a ser minha lembrança, meus olhos, dedos, guia e minha vida toda!

Como uma rosa, perfuma minha vida;

Como uma rosa precisa de água para não secar, às vezes você seca pela falta de água em forma de amor, que não lhe dou com a frequência que você merece! Mesmo assim, eu a amo muito, Yara, perfume de rosa em meu jardim de ilusão, mas sem a ilusão que me ama em forma de Yara, sei que não viveria mais!



domingo, 4 de novembro de 2012

A VINGANÇA DA NATUREZA E DESCASO EM MANAUS!




Mais de vinte árvores arrancadas pela raiz, retorcidas ou tombadas pela fúria dos fortes ventos, permanecem inertes no Passeio do Mindu, como um protesto não mudo, surdo ou cego contra o descaso do setor de limpeza pública da Prefeitura Municipal, que não recolheu e as sepultou até hoje em local adequado, sem choros, missa ou velas. Enquanto caminhava com minha esposa Yara pelo local, em meio aos passos e o silêncio sepulcral dos pássaros, que não cantam mais, dava para ouvir o soluço das árvores desprezadas, tombadas para o meio do igarapé, arrancadas pela raiz e uma, de forma teimosa, toda verde, se recusando a morrer!

Todas as árvores que agora continuam chorando também contra o homem que destrói a natureza, foram arrancadas pela raiz, tombadas ou retorcidas pelo vendaval que ocorreu em Manaus, no último dia 30, causando a interrupção do fornecimento de luz por até três dias em algumas áreas da cidade, devido a queda de árvores em cima dos fios de energia, além de outros prejuízos, como o destelhamento e tombamento de casas, perdas de alimentos, prejuízos financeiros, coisas impensáveis para a capital até poucos anos passados.

Com certeza, foi à vingança da natureza agindo na forma que consegue e pode para se defender das agressões dos homens, pela destruição da floresta amazônica. Sinais de vingança já tinham sido dados ao Amazonas, com as fortes cheias que alagaram parte das ruas de Manaus, seguida da forte seca nos Rios Negro e Solimões, com o surgimento de bancos de areias e “ilhas” em meio aos dois grandes rios, que parecem mar, principalmente o Solimões, que chega a ter mais de cinco quilômetros de distância de margem a margem, em alguns locais.

Também tombada, permanece a grade da quadra de esportes construída no Mindu pelas empresas que projetam edifícios em uma rua estreita, destinada aos pedestres, mas que foi invadida por construtoras, inclusive com a demarcação de vagas de garagens dos prédios em local público, em total desrespeito a Lei, por não ser área privada, possível de qualquer uso!


Felizmente, o pé de manga rosa plantado no local pela jornalista Terezinha Soares, prêmio Esse de Jornalismo em 1978, com seu fantástico protesto “Estão matando a floresta (os homens morrerão depois com o título, “Estão matando a floresta (os homens morrerão depois) publicada em A NOTÍCIA, no final da década de 70, permaneceu intacta, com várias mangas no pé, talvez protegida pelas mãos de Deus, contra a fúria da natureza!

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A CONSTITUIÇÃO DO BRASIL MORREU; OS DIREITOS SOCIAIS, TAMBÉM!




A Constituição do Brasil, no campo dos direitos sociais, morreu.  Mas precisa ser sepultada, com a presença solene da presidente da República, dos deputados federais, senadores, governadores,  prefeitos das capitais e dos municípios porque, para serem cumpridos, necessitarão de projetos de leis complementares a serem sancionados pela presidente Dilma Rousseff, regulamentando a Constituição!

A primeira certeza nesse caminho foi à aprovação pelo Senado da República, de um projeto de Lei que estabelece prazo de 60 dias para o início do tratamento de pacientes com câncer pelo Sistema Único de Saúde. Isso foi só o início da precarização dos direitos sociais. Dentro em breve, outros também poderão vir e será o fim de todos!

Com esse estranho decreto, o Governo Federal rasgou e jogou no lixo o texto constitucional que determina que “a saúde é um direito da sociedade e um dever do Estado”. O pior é que a senadora Ana Amélia (PPS-RS), relatora do Projeto, ainda o elogiou porque  encerraria o “Outubro Rosa”, movimento das mulheres pela prevenção e tratamento do câncer de mama, com “chave de ouro”. Na opinião da senadora, a Lei irá beneficiar as mulheres que sofrem da doença, mas a que custo? O da morte dos portadores de câncer? Talvez!

Discutível em todos os aspectos a declaração da relatora da Lei porque o que seria maior, em termos de força jurídica legal, a Lei ou a Constituição que determina que a saúde “é um direito de todos e um dever do Estado”? Seria mesmo necessária uma Lei para dizer isso? Enfim, rasgaram o texto constitucional e o substituíram por uma Lei! Inacreditável!

Será que a Lei paralisará a evolução do câncer por 60 dias, também? Seria mesmo necessária uma Lei para fazer cumprir a Constituição em um direito inalienável da população, que é a saúde? Ou não li e nem ouvi direito sobre esse assunto? Não seria melhor definir a morte da Constituição do Brasil também através de um projeto de Lei porque os direitos sociais à saúde, educação, moradia, segurança e todos os outros, sempre precisarão de Leis complementares para ser cumpridos, porque nunca o foram na prática, até hoje?

O Portal da Saúde do Ministério da Saúde divulgou um levantamento e avaliação da situação do câncer no Brasil informando que “pela primeira vez, (...) mostra o panorama geral do câncer no Brasil e aponta os principais desafios para controlar, combater e tratar a doença. Lançada no dia 27 de novembro pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), a publicação Situação do Câncer no Brasil analisa as causas, a incidência e os tipos predominantes de câncer no país. Segundo o Inca, cerca de 140 mil pessoas morrem todos os anos no Brasil vítimas da doença.”

Esclarecendo que o trabalho teve o objetivo de analisar o problema do câncer no Brasil, de acordo com a política de Câncer do Ministério da Saúde, para servir como apoio para as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde do Brasil, planejar medidas de controle à doença para “que cada Estado saiba mais sobre suas prioridades e quanto poderá investir para atender as demandas da população e a realidade local” como afirmou o diretor geral do Incor, Luiz Antônio Santini.

Em seu trabalho, o INCOR dividiu a situação do Câncer no Brasil em três partes: Casualidade, Ocorrência e Controle.  Na categoria de “casualidade”, a pesquisa revelou que de 1979 a 2004 houve um aumento de 95,48% de aumento de mortes entre os homens por câncer de próstata e de 54,24% de aumento de mortes por câncer de cólon e reto. Nas mulheres, os dados revelaram que houve um aumento de 96,95% de mortes por câncer de pulmão e de 38,65% de mortes por câncer de mama.

Leia e conheça mais sobre a realidade do câncer no Brasil no Portal da Saúde (www.saúde.gov.br). Como agora, o Congresso aprova um projeto definindo prazo para o atendimento dos portadores de câncer? O projeto, elogiado pela relatora, prevê prazos para tratamento pelo SUS para os casos de necessidade de quimioterapia, radioterapia ou cirurgia. O projeto é a própria admissibilidade ao direito à saúde, que há muito tempo a Constituição do Brasil é só o conjunto de letras mortas e que há muito tempo já deveria  ter sido sepultada!

A culpa do aumento de mortes por câncer não é dos oncologistas! Ah, isso não! A culpa é da má distribuição de mamógrafos pelas várias Regiões do Brasil, outros equipamentos necessários sucateados e sem funcionamento para diagnosticar o câncer com antecedência. A doença tem cura se tratada logo em seu início. Mas não é o que pensam ou querem os senadores. Foi imposto um prazo mínimo para o início do tratamento, como se a doença soubesse disso e esperasse para consumir todo o organismo da pessoa.

Depois que recebi de um laboratório especializado de São Paulo, diagnóstico de doença câncer em metástase, segui para aquele Estado e, durante meu tratamento no Hospital São Joaquim, enquanto aguardava a revisão do material coletado durante a cirurgia, permaneci 17 dias internado no setor de oncologia, para ser constatado que minha doença não era câncer, mas, sim,   empiema cerebral subdural crônico. Depois dos resultados negativos, fui transferido de ala.

Só que durante esses dias de internação, constatei a angústia e apreensão de pacientes e familiares desesperados com a morte eminente dos internados na Ala.

E ainda assim, querem impor prazo por lei para o início de tratamento de uma doença tão traiçoeira e fatal?

Ah, talvez o Congresso tenha que criar um Projeto de Lei também para a missa de sétimo dia do falecimento da Constituição e os direitos sociais duramente conquistados pela sociedade.

É demais para um portador de câncer aguentar! Ou não? Talvez sim, talvez não!