sábado, 30 de junho de 2012

PARINTINS FANTÁSTICO I (REMINISCÊNCIAS/SAUDADES)

Enquanto o poeta-cantor de Parintins Chico da Silva com seu parceiro Venâncio compunha no Rio de Janeiro a música “Pandeiro é Meu Nome” com a qual fizeram brilhar, em 1977, a estrela da cantora Alcione, com uma vendagem de 400 mil cópias conhecida também pelo carinhoso apelido de “Marron”, o balneário distante do centro urbano da cidade de Parintins, no meio do mato, conhecido por  “Buraco da Rosa”, e o restaurante “Piroca da Gadelha”, faziam a alegria dos poucos turistas que se deslocavam de outros municípios próximos à cidade, o prefeito Raimundo Reis Ferreira, o Xibiu, três anos depois, percorria as redações dos jornais em Manaus, pedindo que algum jornalista fosse designado para divulgar o  ainda XII Festival Folclórico da cidade, mas recebendo de seus proprietários um “não” como resposta, justificando que “ seus funcionários só iam lá para beber”, o que não era de todo uma mentira!

O Balneário “Buraco da Rosa”, longe do centro urbano do município que tem Nossa Senhora do Carmo como padroeira e o restaurante-  bar “Piroca da Gadelha”,  um dos poucos que existiam na época com qualidade, funcionando em um flutuante ao lado de um ponta de terra onde se formava uma “pororoca”, como também chamavam – acho que devido a isso o local ficou conhecido como “Piroca” – de “rebojo” devido ao represamento e velocidade das águas do rio Amazonas, eram os dois pontos turísticos mais procurados depois que acabava a apresentação dos Bois Garantido e Caprichoso, quase amanhecendo o dia!

Tirei minhas férias do Jornal A NOTÍCIA, no período do festival no ano seguinte e, em um avião DC3, pilotado pelo proprietário da empresa Rico Taxi Aéreo, Munur Yurtseverl, que adorava e já conhecia o festival, pousamos em uma parte da pista do Aeroporto Júlio Belém. Em outra parte da pista já se encontrava montado o tablado de madeira que serviria para a apresentação dos bois Garantido e Caprichoso. Yurtservel, nascido na cidade de Scopje, na Macedônia, antiga Yugoslávia, executou várias missões na 2ª Grande Guerra. Mas naquela oportunidade se rebelara contra o regime comunista de seu país e fugiu para a Turquia, quando, anos depois, nem imaginava que estaria a caminho de se transformar em um dos mais lendários aviadores do Brasil, conhecido também pelo carinhoso apelido de “Mickey” devido à dificuldade da pronúncia de seu primeiro nome. Era um apaixonado pelo folclore do Amazonas e frequentava o de Parintins todos os anos.

Recebendo diversos “não”, nas redações de A CRÍTICA, A NOTÍCIA e o JORNAL DO COMÉRCIO, o então prefeito Raimundo Reis, pelo menos, conseguiu despertar o desejo de alguns profissionais em participar do festival no município, mesmo que fosse só para beber e nada escrever.  A cidade de Parintins era uma ilha de 5.952 Km2,  descoberta em 1749 pelo explorador José Gonçalves da Fonseca, representando 0,1545% da região norte brasileira e 0,0701% do território, mas nada representava no cenário do Amazonas, do Brasil e nem do mundo, a não ser pela imensa criação de gado. Era só mais uma ilha no meio do nada, mas o prefeito Raimundo Reis queria mudar isso! E mudou, com perseverança,  determinação e trabalho de convencimento!

No avião do comandante Mickey, apelido que incorporou com bom humor, quando passou a cruzar os céus da Amazônia no comando de pequenas aeronaves que serviam ao garimpo na região, inclusive seu DC3, transportou vários jornalistas de uma só vez à cidade de Parintins: eu, Orlando Farias, correspondente de um Jornal de São Paulo, à época, José Ribamar Garganta, do Jornal do Comércio, Sandra Monteiro, que trabalhava em uma TV, o fotógrafo João “Pinduca” Rodrigues e outros.

Marcos Santos, que era filho da terra, todos os anos “brincava no boi”, na comissão de frente, como chamavam. Os jornalistas de Manaus tinham que se apresentar também, um dia em um boi e outro dia em outro, na comissão de frente, “para não demonstrarem preferência por nenhum”. O radialista Marcos Santos providenciou uma roupa da comissão de frente e me apresentei um dia no Caprichoso e, por não terem conseguido roupa na comissão de frente do Garantido, não me apresentei. Mas isso não era comum.

Depois de beber e assistir ao Festival seguimos todos cambaleantes rumo ao prédio do empresário Zezinho Faria, onde nos hospedávamos. Em um fusca alugado, decidimos emendar a farra e fomos todos conhecer o famoso bar à margem do rio Solimões, conhecido na cidade como “Piroca da Gadelha”, mas ficaram  dormindo a jornalista Sandra Monteiro e o fotógrafo João “Pinduca” Rodrigues. Seguimos os outros para procurar o tal restaurante famoso.

O fusca pregou por falta de gasolina. Decidimos continuar o caminho a pé, sentindo o frescor da brisa que vinha do rio Amazonas e apreciando uma paisagem deslumbrante, em busca do “Piroca da Gadelha”. Fomos passando por baixo de mangueiras que emprestavam um ar bucólico à rua, mas o jornalista Ribamar Garganta decidiu urinar ao pé da uma daquelas frondosas árvores. Na hora, passava uma motocicleta, hoje muito usada como triciclo - comum no município - e atirou para cima a fim de espantar os “cachaceiros”.  Todos se assustaram! 

Passado o susto do tiro, o Ribamar Garganta, que nem respondia aos nossos chamados, havia subido no pé da mangueira e não sabia como descer – não sei descrever como ele subiu tão rápido. Próximo ao local, encontramos uma escada e ele desceu.

De volta a Manaus, escrevi e publiquei a crônica PARINTINS FANTÁSTICO, registrando alguns desses fatos.   Nunca havia visto Festival tão empolgante, organizado, disciplinado, com um povo tão obediente aos comandos. Na crônica que publiquei naquele ano em A NOTÍCIA, mereceram mais destaques o Balneário “Buraco da Rosa”, e o Bar e Restaurante “Piroca da Gadelha”.  

Nesse Festival que relembro com saudade, a cobra grande engoliu um pescador, um gigante imenso entrou no tablado de madeira no  Aeroporto Júlio Belém e uma tartaruga colocou um ovo. Fantásticas lembranças!

sexta-feira, 29 de junho de 2012

ESTATUTO DA BURRICE

CONSIDERANDO a implantação dos Estatutos ECA, da Igualdade 
Racial e cotas para Negros e demais cotas;
CONSIDERANDO o aumento do trafico, violência, problemas sociais com hospitais com equipamentos que não funcionam, greve de professores, médicos e péssimos serviços médicos;
CONSIDERANDO que alunos analfabetos já conseguem ingressar em faculdades públicas e particulares;
CONSIDERANDO que o certo agora virou o errado;
CONSIDERANDO que a honestidade virou sinônimo de burrice e a desonestidade de esperteza;
CONSIDERANDO que a corrupção é praticada nos Governos de Ernesto Geisel (1974/79), Figueiredo (1979/85), Sarney (1985/90), Collor (1990/92), Itamar Franco (1992/95), FHC (1995/2003), Lula (2003/2011) até os dias de hoje, agora transformada e aceita por todos como uma instituição nacional, praticada em escalões dos diversos poderes públicos e a participação da iniciativa privada;    
CONSIDERANDO que em todos os Governos continuam sendo registrados escândalos escabrosos;
CONSIDERANDO que a Justiça aprova e revoga seus próprios atos;
CONSIDERANDO que tudo o que antes era moral, virou imoral;
CONSIDERANDO que os eleitores até hoje não aprenderam a votar em candidatos comprometidos com o desenvolvimento do Brasil, com a ética, decência, moral:

                        DECRETO

Art. 1º - FICA instituído o Estatuto Nacional da Burrice:
a)   Todos terão total direito de exercer livremente a burrice, em qualquer lugar, repartição pública e em todas as esferas de poder público e na iniciativa privada, desde que não a pratiquem contra ou a favor de qualquer pessoa, prejudicando-a ou beneficiando-a;
b)  A burrice será tolerada em Escolas, Faculdades Públicas, privadas e em todo lugar, desde que não represente benefício à pessoa e nem contra quem quer que seja como, também, todas as provas feitas pelos alunos em linguagens cifradas, reduzidas, em códigos utilizadas e usadas em redes sociais e outras burrices correlatas;
c)   Nenhum aluno, de quaisquer das séries de ensino, poderá ser reprovado por professores, simplesmente por exercitarem suas burrices;
d)  O uso de palavras no gerúndio exagerado também será tolerado em todos os atendimentos de telemarketing e em qualquer outro tipo de conversa, bem como suas expressões se aplicadas em provas, testes gramaticais e em outros lugares;
e)   Que os órgãos da Justiça não usem suas inteligências para proporcionar ao povo um sentimento de palhaços.
f)    Todos os hospitais continuarão recebendo e deixando encaixotados equipamentos que poderiam salvar vidas, bem como fica autorizado aos médicos, professores e outros profissionais promoverem greves em nome da burrice;

Esse decreto entra em vigor quanto todas essas condições aqui expostas forem aceitas com naturalidade por todos, mas que não prejudiquem a ninguém. Revogam-se todas as disposições em contrário de inteligência, ética, moral, honestidade, cultura, cidadania e tudo o mais que contrariar esse decreto ou até que haja mudança concreta em todas as estruturas dos aparelhos de Estado.
                               Brasil/2012

DE PACOTE EM PACOTE, O BRASIL ESTÁ SENDO EMBRULHADO!

De tanto pacote em pacote, crise em crise, o Brasil já está embrulhado para presente, a ser oferecido a alguns poucos setores econômicos em detrimento do que deseja a maioria da sociedade! Foram oito crises econômicas e oito pacotes para setores específicos, com o propósito de alavancar a economia do país, mas com elevadíssimo custo social para todos os contribuintes.

Enquanto empresários dos setores beneficiados aplaudem as medidas, a sociedade exige uma ampla reforma em todos os setores da economia, reduzindo taxas, impostos e tributos sobre produtos da cesta básica, os incidentes nas contas de água, luz, telefone, esgotos, habitação, disciplinando todo o processo de desenvolvimento econômico para o Brasil crescer e distribuir melhor os milionários impostos que arrecada dos contribuintes.

Esses pequenos e pontuais pacotes são necessários, mas não resolvem os problemas gerais da economia em momentos específicos de crises, porque alcançam apenas a alguns setores do mercado em crise.  Com relação à tarifa de esgoto cobrado na conta de água em todo o Brasil: em muitos Estados o valor cobrado pela taxa de esgoto é muito maior do que o próprio consumo da água e, pior, cobrado, muitas vezes, aonde não existe esgoto implantado.

A proposta do novo Código Penal foi entregue por uma comissão de juristas ao presidente do Senado José Sarney, mas a sociedade espera que a votação não se arraste indefinidamente por mais que venha a ser aprovada como está ou com emendas na próxima geração, produzindo seus efeitos ainda para essa geração.

É necessário e urgente adequar as Leis do país a um único código, acabando de uma vez por todas com a farra dos processos intermináveis na justiça, tornando-a mais célere, com menos recursos e definindo claramente os rumos que a sociedade deverá seguir.

Mais não é só a reforma do Código Penal que a sociedade espera: também uma profunda e séria reforma tributária, a melhor distribuição social dos impostos pagos em forma de serviços eficientes nas áreas da segurança, saúde, educação comprometida e de qualidade, professores mais bem pagos, preparados e motivados à enfrentar a violência em salas de aula, praticando a educação inclusiva e não exclusiva como ocorre hoje, com o aluno sentindo tédio ao entrar em uma Escola.

A sociedade quer um novo Brasil. E é para já!

quinta-feira, 28 de junho de 2012

ALUNOS EM FÚRIA: ASSASSINATO EM SALA DE AULA!

Sociólogos discutem e explicam as causas, psicólogos;  as razões, mas a única verdade absoluta e incontestável e que a fúria da sociedade, a sua desestruturação moral, aliada à falta de princípios elementares de civilidade, ética, respeito, misturado com o uso de droga, tráfico, uso de armas e a um ensino que deixa muito a desejar, estão chegando às salas de aula, com  alunos semi-analfabetos ingressando nas faculdades sendo reprovados em testes de português e matemática, além de cenas de violências explícitas cada vez mais crescentes com socos, chutes, puxões de cabelo e até arremesso de cadeiras e  e tráfico de cocaína e assassinato de aluno, como os registrados em  Escolas nos Estados do Paraná e Pará.

Meninos e meninas adolescentes estão entrando em uma fúria cada vez maior dentro de sala de aula, muitas vezes com o professor ao lado e por questões banais e que poderiam ser resolvidos no próprio ambiente escolar, intranquilizando os pais que desconhecem o que seus filhos fazem quando nas Escolas, um local que deveria servir para educá-los e não para violências por qualquer motivo como vem se registrando de Norte a Sul do Brasil.

O pior é que a divulgação ridícula das brigas nas redes sociais,  parece que enche de orgulho e causa sentimento prazer e de “honra” aos transgressores, mais pela falta absoluta de noção de moral e a certeza da impunidade quase que total em função do Estatuto da Criança e do Adolescente,  do que por qualquer outro motivo. Os pais sempre se surpreendem com o animalesco envolvimento de seus filhos nas brigas, quando tomam conhecimento do fato e são surpreendidos pelos acontecimentos.

A transversalidade, que veio para “substituir” as disciplinas de Educação Moral e Cívica (EMC) e Ordem Social e Política do Brasil (OSPB), banidas pelo Governo “democrático” por terem sido criadas, implantadas e desenvolvidas com relativo sucesso pelo Governo Militar, parece que não serviu para muita coisa. Se serviu, deve ter sido de forma pontual e não geral, por esforço individual de um Estado, Município ou governo.

Professores não treinados ou capacitados a percepção social do que acontece no entorno das escolas,  deixaram de captar essa triste e preocupante realidade social do tráfego de drogas, prostituição infantil, paternidade e maternidade irresponsáveis e  levá-los para discutir em salas de aula,  devolvendo-os à comunidade em forma de uma educação através de um conhecimento prático, sistemático e consciente do problema. Alguma coisa está errada no processo ensino-aprendizagem!

A solução não está na interdição dos vândalos, mas na perfeita e correta educação dos alunos, mais envolvimento dos problemas sociais sendo discutidos dentro das Escolas, professores mais conscientes de suas responsabilidades e mais envolvidos ao mundo exterior, com uma perfeita e correta distinção entre o que é certo e o que é errado, sendo repassados.

Não foi um dos melhores alunos em minha turma, mas sempre respeitava professores e colegas em sala de aula porque sabia que haveria uma punição severa por parte da diretora Alda Filgueira Peres, no Grupo Escolar Adalberto Vale e por parte de diretoras ou diretores em outras Escolas nas quais também estudei, no Colégio Estadual e no Instituto de Educação do Amazonas, onde conclui o curso de Magistério de primeira a quarta séria.

Não há alunos certos ou errados nessas brigas, mas está ridícula a exposição de vídeos em redes sociais está incentivando cada vez mais a outros alunos a fazerem o mesmo. Está se observando uma total desagregação de valores familiares e degradação do ensino nas Escolas. Lamentável!

Como disse uma professora em entrevista, “a educação é um processo longo. A gente não pode desistir”. Ela tem razão, mas é uma pena que não exista um programa voltado a resolver esse problema, uma pena, mesmo!

terça-feira, 26 de junho de 2012

SAUDADES....SAUDADES...!!!!

...dos tempos em que duas sandálias havaianas ou duas pedras no meio de uma rua qualquer, em um bairro qualquer, serviam de traves para a garotada a jogar bola até ao anoitecer;

...depois seguir rumo às cacimbas no bairro da Betânia, para um banho tirando água com cuias, era um grande refrigério depois da acirrada disputa futebolística; alguns até tremiam tão frias eram as águas das cacimbas com madeira em volta e uma tampa com cadeado para não “toldarem”.

...do Igarapé do 40, com águas límpidas e transparentes, areia branca ao fundo, capim por todo lado, dentro do qual meninos nadavam entre os pés de mato que lhes emprestavam um ar de docilidade;

...de Pedro Alves da Silva, o “seu Padrinho”, um dos primeiros comerciantes do bairro da Betânia, estabelecido em uma casa de alvenaria de dois andares; da “Casinha Branca”, onde eram feitos os pagamentos mensais dos lotes adquiridos;

...dos pés de cajus que existiam na Betânia; do número 68 da Avenida Adalberto Vale, onde morei; das brincadeiras na rua sem preocupação com assaltos; mesmo sem luz elétrica, água ou asfalto, as crianças e adolescentes eram mais livres e felizes;

...das sandálias havaianas que usava mesmo quebradas; colocava um botão ou um prego embaixo delas para prender a correia nos pés e as usava até o calcanhar arrastar no chão por desgastar a sola de borracha;

...do terreno cheio de mato que existia do outro lado da Avenida Adalberto Valle, onde meu pai estacionava o caminhão verde e velho, mas que sustentou por algum tempo a família, com fretes ou carretos; embora houvesse dificuldade para fazer funcioná-lo todos os dias porque ainda era à manivela;

...da primeira “televizinha” na casa de dona Raimundinha; dos meninos que se aglomeram em sua casa ou olhavam pela janela; da Maria José, moça fogosa que desfilava pela Avenida com os garotos a paquerando e, ela, não dando bola para ninguém;

...da classificação das mulheres “virgens” e “não virgens” que os meninos faziam quando desciam do ônibus na Avenida Getúlio Vargas, para ver filmes de Tarzan no cinema Guarany: toda mulher que usasse calças compridas, se tivesse as pernas bem unidas, “com certeza, era ainda virgem”; caso tivesse qualquer coisa entrando entre as pernas, “não era mais virgem”.

...dos tempos em que os adolescentes começavam a namorar só depois de seus 16 ou 17 anos e eram inocentes até para beijar “de língua”...

...ah, como sinto saudades de adquirir os livros que contavam histórias da espiã da CIA, Brigitte Montford, a “Baby”, descrita com alta, com pele dourada e olhos azuis nas páginas de um livro de bolso da coleção ZZ7, da Editora Monterrey com seus vários espiões auxiliares Jonhy I, Jonhy II ou Jonhy III;  como aguçava a imaginação da meninada nos anos 70 quando não se falava sobre sexo;

Além das revistas coloridas de Tarzan, a meninada parava sempre em uma banca na Avenida Getúlio Vargas, próximo ao Colégio Estadual e antes de chegar à Avenida 7 de Setembro, para adquirir as revistas com a criação do escritor espanhol Antonio Vera Ramirez, que assinava com o pseudônimo de “Lou Carrigan”, com novas histórias da espiã da CIA;

Ah, quantas saudades sinto dos tempos que não voltarão nunca mais!

segunda-feira, 25 de junho de 2012

DEMOCRACIA AMEAÇADA NA AMÉRICA LATINA

A destituição quase sumária do bispo e presidente do Paraguai, acusado de ser mulherengo, Fernando Lugo, é um péssimo exemplo para a frágil e ainda não consolidada democracia da América Latina!

A história política do Paraguai, diz que ele descoberto por Aleixo Garcia e Sebastião Coboto, em 1524, sob as ordens da Espanha teve sua capital Asunción fundada por Juan de Salazar y Espinosa, natural de Espinosa de los Monteros, sendo mais tarde consolidada por Juan de Ayolas. Mas  sempre alternou momentos de ditadura com poucos momentos de uma frágil democracia. Colonizado desde seu início, o Paraguai só conseguiu a independência da Espanha em 1811.

Depois, passou por 35 anos sob a ditadura militar de Alfredo Stroessner, e após 1989 foi se sucedendo politicamente entre  democracia política e ditaduras militares, marcado por lutas políticas internas nos últimos anos.

Mas a destituição do presidente Fernando Lugo, em menos de 24 horas pelo Congresso Nacional Paraguaio, colocou em risco toda a frágil democracia na América Latina, definição  dada pela primeira vez em 1856, pelo filósofo chileno Francisco Bilbao e repetida no ano seguinte pelo escritor colombiano José Maria Torres Caicedo.

Contudo, com história bem recente de ditaduras militares na Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Colombia, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela, vivendo sob uma ditadura às avessas, além de outros onze territórios que não são considerados países, mas, ainda, assim, são independentes, a destituição do presidente Lugo parece ser um “golpe branco”, embora esse argumento tenha sido rejeitado pela Suprema Corte do Paraguai, que considerou legítima sua destituição, a substituição de seu vice, que até já convocou novas eleições.

Não que Fernando Lugo seja um santo em sua totalidade, pois foi denunciado por ter um filho com a ex-coordenadora da Resistencia Ciudadana (“Resistência Cidadã“), Damiana Morán (quando ele ainda estava oficialmente ligado à Igreja Católica) que conheceu em 2003, e começou um romance com o bispo Lugo em 2006 e também com mais duas outras mulheres, Viviana Carrillo e Benigna Leguizamón.

As duas também denunciaram Fernando Lugo por não ter cumprido o celibato, em face de terem denunciado ter filhos com o bispo-presidente, mas o povo o elegeu. 

Destituído pelos Senadores, quase sem direito de defesa e formando um governo paralelo, coloca em risco toda a frágil democracia na América Latina, porque expõe lembranças de períodos negros da história recente de alguns países.

O bispo Fernando Lugo foi eleito com 40% dos votos da população paraguaia, há pouco mais de um ano e decidiu não renunciar, mas foi destituído pelo seu Congresso. Não discuto a destituição, porque o Congresso tem esse poder, mas a forma como se deu é que estou questionando. Está certo que o Paraguai é um país de maioria católica, mas o Congresso deveria ter respeitado a eleição de um bispo católico, esperando uma mudança para melhor. Mas os erros do presidente que é bispo católico, mais parecem um castigo imputado pelo Congresso, que não perdoou seus “pecados”.  O Congresso deveria ter, ao menos, respeitado aos votos que ele teve nas urnas.

Acuado pelas denúncias de mortes de campesinos e policiais,  atormentado pelo passado, o presidente continua negando qualquer envolvimento com as mulheres, mas pediu perdão dizendo-se “um ser humano, portanto, nada humano me é alheio. Assumirei todas as responsabilidades presentes e futuras”, disse o presidente. Mesmo assim, foi cassado pelos senadores de seu país.

domingo, 24 de junho de 2012

TECNOLOGIA PARA PRESERVAÇÃO JÁ EXISTE, MAS FALTA INTERESSE!

Mais uma vez a Rede Globo de Televisão provou que já existe tecnologia para monitorar o desmatamento na floresta amazônica, mas falta interesse do Ministério do Meio Ambiente e de órgãos ambientais e executá-la. Enquanto isso continua a ganância de madeireiros destruindo áreas férteis  e valiosas, com biomas ainda desconhecidos e pouco pesquisados, equivalente a quatro Estados e maio de Alagoas.

Todas as pessoas que assistiram ao Jornal Hoje, da Rede Globo, no dia 21 e 22 de junho, perceberam que  tecnologia e boas idéias podem ser aliadas à preservação da biodiversidade da floresta amazônica: a equipe do JH instalou chips rastreadores em troncos de madeira que foram derrubados ilegalmente na Floresta Amazônica.

No meio da noite, as toras saem de uma floresta particular situada na zona rural de União do Sul e são levadas na carroceria de um caminhão até as madeireiras da área urbana do município. O posto fiscal do Município disse que fiscalizava tudo o que passava, mas mostrou um fiscal dormindo.

Cientistas e ecologistas alertaram que o mundo vive uma nova era de extinções, com o Brasil tendo 82 espécies ameaçadas de extinção, segundo a União Internacional para Conservação da Natureza. O Brasil só perde para o México e para a Índia em tráfico de animais.

Para o Ibama, que tem 90% de suas milionárias multas não pagas nos últimos anos, 45 serrarias instaladas nos municípios de Claudia e União do Sul, recebem madeira roubada, uma delas foi flagrada e lacrada com o uso de inteligente de tecnologia, rastreando uma árvore centenária derrubada ilegalmente de um suposto local de “manejo” legalizado.

Além das frotas de caminhões e tratores, os madeireiros possuem estações clandestinas de rádio para escapar da fiscalização e continuarem administrando seus negócios milionários.

Tecnologia e inteligência, como a reportagem exigida no Jornal Hoje, provou que, se bem utilizada, também pode salvar as árvores da frágil menina estuprada chamada de “Floresta Amazônica”. Por que o Ministério do Meio Ambiente não segue o exemplo do que fez o Jornal Hoje e passa a monitorar e rastrear com mais inteligência as árvores derrubadas ilegalmente. Tecnologia existe, mas falta compromisso político sério do Ministério que deveria ter por função proteger a biodiversidade do bioma amazônico!



sábado, 23 de junho de 2012

ENTRE MOTOS E FERIDOS, TODOS SAÍRAM VIVOS DA RIO + 20.

Todos ganharam e perderam ao final da Conferência Rio + 20, pois ninguém pode se anunciar vencedor ou perdedor em sua totalidade!

Entre mortos, feridos, protestos de entidades ambientalistas, reunião de prefeitos, empresários e uma carta aberta de cientistas à presidente  Dilma Rousseff,  cobrando-a sobre  as promessas de um “desenvolvimento sustentado, pautado pelo direito dos povos ao progresso, com o devido fundamento científico”,  todos saíram vivos ou quase vivos da Conferência Rio + 20, mas sem muitos resultados práticos, concretos ou estabelecimento de metas a serem cumpridas pelos governos, a curto, médio e longo prazo.

O mais interessante e importante na Conferência talvez tenha sido a reunião dos Prefeitos, mas também sem muitas propostas práticas. Hoje, com as tecnologias desenvolvidas, já existe como se projetar e construir edifícios usando energia solar, captação de água das chuvas, implantação de sistema de separação e captação de lixo doméstico em uma espécie de “tecnologia verde” com prédios de apartamentos, usando-a em benefício dos condôminos, fazendo baixar a taxa de condomínio.

Paralelamente, os prefeitos deveriam baixar decretos isentando ou pelo menos amenizando o elevado preço dos IPTUs para empreendimentos desenvolvimentos com essa tecnologia possível, mas ainda um pouco cara, que, com o tempo e o uso continuado, poderão se tornar baratas e acessíveis a todos, inclusive em casas também.

De tudo, porém, o mais forte protesto surgiu de um grupo de cientistas de várias faculdades, em carta aberta à presidente Dilma, garantindo que “não há evidências físicas da influência humana no clima global” e denunciando, entre outras coisas, a “manipulação ideológica” em torno das discussões da Conferência Rio + 20.

Os cientistas foram taxativos ao afirmar que “a despeito de todo o sensacionalismo (...), não existe qualquer evidência física observada no mundo real que permita demonstrar que as mudanças climáticas globais, ocorridas desde a Revolução Industrial no Século XVIII, sejam anômalas em relação às ocorridas anteriormente, no passado histórico e geológico – anomalias que, se ocorressem, caracterizaria (sim), influência humana”.

Pelo menos os cientistas, os empresários e os prefeitos podem seguir um caminho para provar suas teses, apoiarem projetos de edificações socialmente sustentáveis e os empresários desenvolverem produtos que venham a contribuir, ao menos, com uma menor poluição ao meio ambiente. Depois, saberemos quem teve razão porque da Conferência Rio + 20 muitos saíram frustrados!

quarta-feira, 20 de junho de 2012

"MAÇÃS GELADAS", UMA NOVIDADE EM MANAUS!

Enquanto na área do porto de atracação dos barcos regionais o locutor Kimura anunciava a chegada e partidas das embarcações pela “Voz Praiana”, carroças circulavam pelas ruas de paralelepípedos de uma Manaus encravada em um Amazonas de apenas duas estações, - inverno (chuvas) e verão (sol torrencial), as catraias coloridas ainda deslizavam suaves pelas águas límpidas e transparentes transportando pessoas e cargas, ligando bairros da cidade, ainda sem pontes.

Era cenário que, no final da década de 70 e início da de 80, vendedores anunciavam aos gritos: “olha a maçã gelada”, “quem vai querer maçã gelada”, logo depois da inauguração da empresa  C.O Produtos Importados, de propriedade do empresário Ambrósio Assayag, que tinha sua sede no antigo prédio histórico da empresa de navegação Booth Line, fundada em 1866 por Alfred Booth & Co e que prestou serviços nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, incluindo a Amazônia. Depois, por vários motivos e razões, mas, principalmente pelo fim do período áureo da borracha, a linha que passava por vários países e portos, fora desativada com a desculpa que o “Amazonas era muito longe”.

O prédio, imponente e em estrutura colonial da empresa Boot Line, no qual se localizou depois a empresa C.O. Produtos Importados, funcionava na Rua Monteiro de Souza, 44, esquina com a Praça dos Bondes, em frente a Igreja da Matriz e era conhecida pela sociedade amazonense, apenas como “Booth”.

Mais acima, no sentido centro-bairro, passando pela superintendência do Banco do Brasil, seguindo rumo ao Tabuleiro da Baiana, existe ainda um prédio histórico tipo castelo, - acredito que tombado pelo Patrimônio Histórico, mas, agora, tombando literalmente pelo descaso falta – funcionou a sede da extinta Loteria Estadual, - cuja proposta para sua recriação, destinando fundos ao falido esporte do Estado, de autoria do ex-deputado estadual Manoel do Carmo Chaves, com a colaboração do ex-chefe da Casa Civil, José Alves Pacifico e de Jorge Pinho, está parada há anos na ALE, nas mãos do então relator, deputado Belarmino Lins, o que acredito já ter sido arquivado.

Depois, no mesmo local e por longo período, também funcionou no  prédio em forma de castelo, a Companhia de Eletricidade de Manaus – CEM - administrada por Jorge Baird, o qual, como jornalista de A NOTÍCIA, entrevistei-o em inúmeras vezes e por razões diferentes.

A empresa C.O. Produtos Importados, ou “Booth”como era chamada, fazia a festa de famílias abastadas daquela Manaus bucólica e tranquila de um passado que o progresso destruiu rápido, comercializando produtos importados como Leite em Pó da marca Sanden, caviar alemão, a famosa vitrola de pilha importada da marca Balair, champanhe francesa, bolachas inglesas e holandesas, além de frutas diversas – uva, maçã, pêra – e perfumes americanos e franceses, além dos famosos relógios japoneses da marca Seiko, que inundaram a cidade daquela época.

Maçãs geladas e outras frutas eram anunciadas no meio das ruas, nas esquinas, como “geladinhas”. A “Booth” também abastecia aos comerciantes da Feira das Frutas que funcionava na Rua da Instalação, a qual, alunos do Colégio Estadual que a frequentavam em busca das “mariposas da noite”, chamavam-na de “Feira das Putas”. Nessa área do chamado “baixo meretrício”, a vereadora Otalina Aleixo, com o apoio de candidato a presidência da República pelo voto direto, Paulo Maluf, desenvolveu uma de suas ações mais lembradas campanhas sociais até hoje: a distribuição de calcinhas e preservativos às frequentadoras do local.

Sem se importar muito com esse bucolismo da cidade dos anos 60 e 70, as catraias ligavam os bairros de Educandos  ao centro; do Morro da Liberdade ao da Cachoeirinha;  o de Aparecida ao de São Raimundo, além de outros, em uma Manaus de pouco mais de 300 mil habitantes e ainda sem pontes sobre os Igarapés de águas límpidas, que faziam a alegria de muitas famílias, com muitos balneários.

As catraias eram canoas grande, pintadas com cores berrantes – azul, amarela, vermelhas etc., maior do que as usadas por caboclos e índios no interior, com bancos em todas suas duas laterais e dois remos manipulados ao mesmo tempo, por catraieiros musculosos.  

Os vendedores de maçãs geladas, nas ruas apinhadas de pessoas em busca de novidades no comércio da Zona Franca, anunciavam seus produtos aos gritos. Eu, parado, observava tudo do ponto em que vendia jornal sem poder comprar uma delícia, que era uma maçã gelada. Eu, um mero jornaleiro, não possuía dinheiro para adquirir uma maçã gelada! Só ficava olhando o movimento de fregueses e desejando uma.

Mas era tudo novidade!

terça-feira, 19 de junho de 2012

BOLSAS...ATÉ QUANDO, SEM PROFISSIONALIZAÇÃO?

Bolsas de qualquer tipo como um meio de incentivar à sociedade a buscar um caminho próprio para a sobrevivência, aceito e não discuto. Mas precisam ser colocados outros critérios que não só os atualmente são exigidos, como curso profissionalizante para o membro adulto da família – esposa ou o marido – como uma das condições para recebê-lo. Essa seria uma medida eficiente para suprir o mercado de trabalho de mão-de-obra. Hoje, as bolsas estão sendo o único meio de sobrevivência para muitas famílias que não buscam alternativas de trabalho para viver com renda própria.

Como afirmou Fred Dangelo Valente, cursando o último ano de medicina, membro de uma tradicional família de políticos, neto do ex-prefeito de Eirunepé, Amaury Thomaz, pelo facebook,   “distribuição de bolsa família,  auxilio gás no ponto de vista social é muito bonito; mas no ponto de vista real, serve como uma ferramenta para manter o povo menos instruídos no cabresto”.

Sobre a afirmação de Fred Dangelo Valente, publiquei crônicas no blog carloscostajornalismo.blospot.com, abordando o tema, inclusive uma que titulei de “A miséria reprodução a miséria e elege os políticos”, detalhando mais o assunto, além de outras.

Fred acrescenta: “...discursos.... políticos dizendo que vão ampliar esses projetos sociais, para mim, incentiva  burrice e aumenta ainda mais a pobreza”.  Mudei um pouco as palavras do crítico porque, o que Fred Valente escreveu textualmente foi apenas “...pra mim, é incentivar a burrice e aumenta a pobreza”.

Definindo um pouco mais o comentário do futuro médico Valente literalmente, afirmo que além de incentivar e aumentar a pobreza, numerosas famílias viverem em função dessas bolsas e pessoas estão deixando de trabalhar,  buscando uma qualificação que lhes permitiria ingresso no mercado produtivo de trabalho através de curso profissionalizante;  apenas  ficam produzindo  filhos! Até aonde vamos com isso?

Como assistente social e jornalista, entendo que o oferecimento de bolsas famílias, gás ou qualquer outro tipo de bolsa social, deva ser apenas como um meio de suprir as necessidades  em busca de uma qualificação e, não, de um fim em si mesmo. É preciso incluir outros critérios, como educação profissionalizante às mães e pais, frequência escolar e permanência na Escola, além da obrigatoriedade de registro de nascimento.

Hoje, está faltando mão-de-obra no mercado, tudo porque existe quilométrica distância entre o que o Governo quer que seja feito em seus programas sociais e o que a sociedade está entendendo por esses benefícios governamentais.

Enquanto o Governo deseja retirar pessoas da extrema pobreza, famílias inteiras desejam permanecer nessa condição porque é melhor para elas e têm certeza que produzir filhos em série, sem estudar, entrar no mercado de trabalho através de cursos profissionalizantes, técnicos ou pós-técnicos simplesmente, será sempre mais vantajoso e garantido contra o possível desemprego.

domingo, 17 de junho de 2012

NESCAU DA MAMÃE - MEMÓRIAS DE UM PASSADO!

- Faz só morno, mãe! – dizia eu para mãe Josefa, que acordava sempre comigo!

Um copo de Nescau morno, um sanduiche de pão com ovo, ingerido sempre apressado, alguns minutos antes da caminhada até a parada e o deslocamento em um ônibus de madeira da empresa Ana Cássia, era tudo o que eu precisava para deixar minha casa e  vender jornais nas ruas de Manaus no final da década de 70 e início da de 80.

Do bairro da Betânia, eu tinha que sair cedo para “apanhar”  exemplares nas sedes das redações os jornais A CRÍTICA, na Rua Lobo D’Almada, JORNAL DO COMÉRCIO, na Avenida Eduardo Ribeiro e A NOTÍCIA, na Praça Tenreira Aranha, para vendê-los. Colocava-os embaixo do braço e seguia para a Rua Marechal Deodoro, onde os espalhava no chão, em frente à sede dos Correios e atendia aos fregueses.

Acordava sempre às 4 horas da manhã para pegar o primeiro ônibus. Caminhava pelas ruas de um bairro que estava surgindo fruto de um loteamento, em meio aos pés de cajus e areia, muita areia branca! Não tinha nada: água, luz, asfalto. O ônibus que pegava fazia sua estação em frente ao Batuque da “Mãe Zulmira”, no Bairro Morro da Liberdade. Era um pouco distante e fazia o percurso a pé.

De madrugada, ouvia minha mãe sempre dizendo: “Vá com Deus” e “Deus te abençoe, meu filho”. Eu respondia: “Fique com Deus a senhora também, mãe”, mas não sei se ouvia.  E ela me deixava à porta de casa até que eu seguisse caminhando pela Avenida  Adalberto Valle, onde morava no número 68, subisse a ladeira que se iniciava no chamado “Buraco da Vovó”, que terminava quase em frente ao Batuque da “Mãe Zulmira”, já no Bairro Morro da Liberdade.

Conduzido por um motorista sonolento e eu também, tirava cochilos vez ou outra, tombando de um lado para o outro em cada curva e tomando sustos a cada freada. Costumava sentar nas últimas cadeiras de madeira do ônibus, até que conheci uma moça que trabalhava no Supermercado Agromar e passei a sentar-me ao lado dela só para conversar e  “espantar meu sono”.  Ela sentava sempre um pouco mais à frente.

Tinha a sorte de sempre pegar o coletivo de um motorista que tinha o nome João não sei do quê. Ele sentava sempre meio de lado no banco do motorista, era forte e diziam que tinha sido policial, mas estava aposentado e, para sobreviver, dirigia coletivos. Mas nunca soube se isso era verdade.

O certo é que depois dos solavancos que levava no desconfortável ônibus de madeira, descia em uma parada na Rua Luiz Antony todo serelepe, de bermuda apenas, rumava até a Rua Lobo D’Almada para “pegar” o Jornal A CRÍTICA, por uma pequena janela que existia, aberta só para esse fim, das mãos de uma pessoa que atendia pelo sugestivo nome de “Buraco”, talvez porque ele entregasse os jornais por uma espécie de buraco mesmo, na parede de cimento e tijolo do jornal, aberto só para esse fim!

Também nunca tive coragem de perguntar como era o nome do “Buraco” porque todos os jornaleiros mais antigos do que eu, o chamavam assim e eu passei a chamá-lo também pelo mesmo apelido.  O “Buraco” ainda está vivo e é motorista na Prefeitura Municipal de Manaus!

Depois, caminhava à Avenida Eduardo Ribeiro e pegava poucos exemplares do JORNAL DO COMÉRCIO que, embora fosse muito bom na época, vendia pouco, mas vendia bem aos domingos, mas não sei explicar a razão ou por quais motivos isso ocorria.

Depois descia até a Praça Tenreiro Aranha e apanhava exemplares do Jornal A NOTÍCIA, sobre o qual, diziam que “se espremesse saía sangue”. Tudo se devia às manchetes alarmantes que o genial jornalista Bianor Garcia, conseguia escrever na sua primeira página.

Tanto os jornais A CRÍTICA e A NOTÍCIA, disputavam a preferência dos leitores daquela pacata Manaus do final dos anos 70 e início dos 80. Os jornais A CRÍTICA e A NOTÍCIA se rivalizaram por longos anos na preferência dos leitores de Manaus, mas, como jornaleiro  sempre vendia bem igualmente aos dois!

Era essa a vida do jornaleiro Carlos Costa, hoje jornalista, assistente social e professor universitário aposentado por invalidez aos 49 anos  de idade! 

sábado, 16 de junho de 2012

MOVIMENTOS SOCIAIS REIVINDICATÓRIOS OU DE BADERNEIROS?

Transformam-se em baderna simplesmente, todos os legítimos movimentos sociais que reivindicam terra, habitação, melhores escolas quando invadem terras produtivas, habitações do Estado, reitorias, escolas, hospitais e destroem tudo sem serem responsabilizados por isso.

Sendo patrimônio público ou privado todos estão sendo destruídos por pessoas que extrapolam o bom senso e decidem confundir o constitucional legítimo direito de reivindicar, protestar, espernear, gritar, berrar com a mais perfeita idiotice de destruir em nome de uma causa. Isso não aceito e jamais aceitarei porque perdem completamente a legitimidade!

Já escrevi que aceito e apoio de qualquer movimento social no  qual se   cumpra a ordem, diálogo, discussão, mas repudio a todos os que invadem e vandalizam tudo a sua volta porque deixam de ser  movimentos sociais reivindicatórios e  se transformam em uma turba de vândalos irresponsáveis em nome de uma causa, embora legítima. Está certo que, em certas ocasiões, durante o calor de uma discussão e a intransigência de negociadores públicos, excessos podem ocorrer, mas não a ponto de justificar ato de vandalismo como vem ocorrendo quase sempre, envolvendo embates entre estudantes e a polícia.

Espantado, vi pela TV que a Justiça mandou soltar 22 “estudantes”  da Universidade Federal de SP presos na Polícia Federal de Guarulhos e ordenou que respondessem ao processo em liberdade por danos ao patrimônio público depois que invadiram e depredaram a reitoria   sob o pretexto de exigir melhores condições de estudos – legítimo pleito, mas deixando para trás um grande rastro de destruições, depredações com vidros, computadores, móveis quebrados e tudo porque ”eram estudantes  exercendo um legítimo direito de reivindicar...É demais!

Não estou entrando no mérito de que se foi certa ou errada a decisão da Justiça, mas, sim saber se o processo terminará com a  condenação de alguém para o ressarcimento dos prejuízos que os “alunos vândalos” causaram ao patrimônio público! Tenho dúvidas quando à agilidade da Justiça para julgá-los. O processo prescreverá devido aos muitos entraves procrastinatórios que os “bons advogados” dos estudantes usarão para defendê-los.

Também não estou tecendo críticas aos advogados - sou casado com uma - que apenas exercem o direito e a obrigação de defesa de seus clientes que lhes contratam.

Será que não podem invadir e sair do local deixando tudo no mesmo lugar? Será que para serem ouvidos têm que destruir um patrimônio público? Será que o movimento que reivindica terra tem mesmo que invadir e depredar prédios públicos, usando dinheiro público para isso? Reivindicação é uma coisa bem diferente de baderna!

O que grande parte dos movimentos sociais no Brasil está fazendo é uma balbúrdia em nome de uma causa. Ah, isso não! Nunca apoiei e jamais apoiarei qualquer movimento que, em nome de um ideal, usa a baderna, vandalismo, destruição só para “dar um recado de que não passam de marginais travestidos!”.

MAIS PERGUNTAS QUE RESPOSTAS NO SEQUESTRO DE VALDÍVIA!MAIS PERGUNTAS QUE RESPOSTAS NA PRISÃO DO SEQUESTRADOR DE VALDÍVIA! Por que Rogério Santos, com ficha criminal que chega a cinco metros de comprimento, preso e condenado por roubo, furto e dois estupros, e vivia solto pelas ruas de São Paulo e só foi preso agora pelo sequestro do jogador chileno Valdívia, do Palmeiras? Aceiro o fato que o bandido era um fugitivo da Penitenciária de Iperó, no interior de São Paulo e, de volta às ruas, fez quatro sequestros relâmpagos em apenas três dias! Mas será que todas as suas vítimas anteriores não mereciam o mesmo tratamento, respeito, dedicação da polícia, que o jogador chileno mereceu, com sua prisão depois de ser reconhecido em filmagens de uma loja? O que existiu de diferente no caso do sequestro do jogador do Palmeiras, que os outros casos e as outras vítimas do mesmo criminoso não tiveram? Será que a fama e a repercussão internacional que teve o sequestro do excelente do jogador foi o motivo único? Acho que não! Por que somente depois do jogador chileno Valdívia ter sofrido um sequestro relâmpago, a polícia de São Paulo conseguiu prender Rogério dos Santos, tão rápido, se apenas dois dias antes a funcionária da loja onde Valdívia fora também filmado com o jogador, já tinha sido filmada com o sequestrador Rogério dos Santos, praticando outro crime de sequestro relâmpago? Há muita coisa estranha nessa “rápida” prisão de Rogério dos Santos! Será que a Polícia de São Paulo só decidiu agir porque o jogador sequestrado era um chileno? Será que a repercussão internacional do caso não fez com que a polícia tivesse mais interesse em sair bem nas fotos nos jornais chilenos? Imagens anteriores do mesmo sequestrador já existiam antes? Por que a polícia paulista não agiu com a mesma eficiência antes? Será que a polícia do Brasil só prende bandido com ficha criminal de cinco metros, acusado de dois estupros e um monte de outros crimes quando a mídia internacional se envolve? Muito estranho toda essa eficiência e rapidez policial em prender Rogério dos Santos! Mas por que só agora? As vítimas anteriores não mereciam a mesma atenção e respeito da Polícia? E o pior é que Rogério dos Santos não fora preso pelo sequestro do jogador do palmeiras e, sim, por outro crime! Depois que Valdívia o reconheceu como sendo o seu sequestrador! Muita coisa precisa ser esclarecida na “eficiência” e rapidez na prisão de Rogério dos Santos, pela polícia de São Paulo. Por que um Brasileiro anônimo não merece o mesmo respeito que mereceu o sequestro relâmpago do jogador chileno Valdívia e de sua esposa, que decidiu não voltar para o Brasil por falta de segurança! Por quê?... MAIS PERGUNTAS QUE RESPOSTAS NA PRISÃO DO SEQUESTRADOR DE VALDÍVIA! Por que Rogério Santos, com ficha criminal que chega a cinco metros de comprimento, preso e condenado por roubo, furto e dois estupros, e vivia solto pelas ruas de São Paulo e só foi preso agora pelo sequestro do jogador chileno Valdívia, do Palmeiras? Aceiro o fato que o bandido era um fugitivo da Penitenciária de Iperó, no interior de São Paulo e, de volta às ruas, fez quatro sequestros relâmpagos em apenas três dias! Mas será que todas as suas vítimas anteriores não mereciam o mesmo tratamento, respeito, dedicação da polícia, que o jogador chileno mereceu, com sua prisão depois de ser reconhecido em filmagens de uma loja? O que existiu de diferente no caso do sequestro do jogador do Palmeiras, que os outros casos e as outras vítimas do mesmo criminoso não tiveram? Será que a fama e a repercussão internacional que teve o sequestro do excelente do jogador foi o motivo único? Acho que não! Por que somente depois do jogador chileno Valdívia ter sofrido um sequestro relâmpago, a polícia de São Paulo conseguiu prender Rogério dos Santos, tão rápido, se apenas dois dias antes a funcionária da loja onde Valdívia fora também filmado com o jogador, já tinha sido filmada com o sequestrador Rogério dos Santos, praticando outro crime de sequestro relâmpago? Há muita coisa estranha nessa “rápida” prisão de Rogério dos Santos! Será que a Polícia de São Paulo só decidiu agir porque o jogador sequestrado era um chileno? Será que a repercussão internacional do caso não fez com que a polícia tivesse mais interesse em sair bem nas fotos nos jornais chilenos? Imagens anteriores do mesmo sequestrador já existiam antes? Por que a polícia paulista não agiu com a mesma eficiência antes? Será que a polícia do Brasil só prende bandido com ficha criminal de cinco metros, acusado de dois estupros e um monte de outros crimes quando a mídia internacional se envolve? Muito estranho toda essa eficiência e rapidez policial em prender Rogério dos Santos! Mas por que só agora? As vítimas anteriores não mereciam a mesma atenção e respeito da Polícia? E o pior é que Rogério dos Santos não fora preso pelo sequestro do jogador do palmeiras e, sim, por outro crime! Depois que Valdívia o reconheceu como sendo o seu sequestrador! Muita coisa precisa ser esclarecida na “eficiência” e rapidez na prisão de Rogério dos Santos, pela polícia de São Paulo. Por que um Brasileiro anônimo não merece o mesmo respeito que mereceu o sequestro relâmpago do jogador chileno Valdívia e de sua esposa, que decidiu não voltar para o Brasil por falta de segurança! Por quê?...

Por que Rogério Santos, com ficha criminal que chega a cinco metros de comprimento, preso e condenado por roubo, furto e dois estupros, e  vivia solto pelas ruas de São Paulo e só foi preso agora pelo sequestro do jogador chileno Valdívia, do Palmeiras? Aceiro o fato que o bandido era um fugitivo da Penitenciária de Iperó, no interior de São Paulo e, de volta às ruas, fez quatro sequestros relâmpagos em apenas três dias!

Mas será que todas as suas vítimas anteriores não mereciam o mesmo tratamento,  respeito, dedicação da polícia, que o jogador chileno mereceu, com sua prisão depois de ser reconhecido em filmagens de uma loja? O que existiu de diferente no caso do sequestro do jogador do Palmeiras, que os outros casos e as outras vítimas do mesmo criminoso não tiveram? Será que a fama e a repercussão internacional que teve o sequestro do excelente do jogador foi o motivo único? Acho que não!

Por que somente depois do jogador chileno Valdívia ter sofrido um sequestro relâmpago, a polícia de São Paulo conseguiu prender Rogério dos Santos,  tão rápido, se apenas dois dias antes a funcionária da loja onde Valdívia fora também filmado com o jogador, já tinha sido filmada com o sequestrador Rogério dos Santos,  praticando outro crime de sequestro relâmpago?  

Há muita coisa estranha nessa “rápida” prisão de Rogério dos Santos! Será que a Polícia de São Paulo só decidiu agir porque o jogador sequestrado era um chileno? Será que a repercussão internacional do caso não fez com que a polícia tivesse mais interesse em sair bem nas fotos nos jornais chilenos?

Imagens anteriores do mesmo sequestrador já existiam antes? Por que a polícia paulista não agiu com a mesma eficiência antes? Será que a polícia do Brasil só prende bandido com ficha criminal de cinco metros, acusado de dois estupros e um monte de outros crimes quando a mídia internacional se envolve?

Muito estranho toda essa eficiência e rapidez policial em prender Rogério dos Santos! Mas por que só agora? As vítimas anteriores não mereciam a mesma atenção e respeito da Polícia? E o pior é que Rogério dos Santos não fora preso pelo sequestro do jogador do palmeiras e, sim, por outro crime! Depois que Valdívia o reconheceu como sendo o seu sequestrador!

Muita coisa precisa ser esclarecida na “eficiência” e rapidez na prisão de Rogério dos Santos, pela polícia de São Paulo. Por que um Brasileiro anônimo não merece o mesmo respeito que mereceu o sequestro relâmpago do jogador chileno Valdívia e de sua esposa, que decidiu não voltar para o Brasil por falta de segurança!

Por quê?...

sexta-feira, 15 de junho de 2012

MOVIMENTOS SOCIAIS SUFOCADOS!

MOVIMENTOS SOCIAIS SUFOCADOS!

Luís Alves de Lima e Silva, o duque de Caxias, também alcunhado de O Pacificador e Marechal de Ferro, foi um dos mais importantes militares e estadistas da história do Império do Brasil e, também, responsável em termos militares pelo massacre de importantes e legítimos movimentos sociais da história que poderiam ter mudado para pior ou melhor a história dos movimentos sociais  e o destino dos movimentos sociais no Brasil, porque todas as “revoltas” “esmagadas” pelo “Marechal de Ferro” entraram para a história como sendo políticas e não sociais.

Com argumentos lógicos, coerentes e em uma visão militar, estritamente necessários em sua época, dominou movimentos populares revoltosos dos liberais nos Estados de Minas Gerais e São Paulo (1842), liderados por partidos liberais contrários às decisões tomadas pelo Governo Central do Império.

Em 1845, quando decorria a Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha, guerra regional  contra o Governo Imperial que durou 10 anos, na província de São Pedro no Rio Grande do Sul, resultando na declaração de independência da província dando origem à República Rio-Grandense, recebeu o título de Marechal de Campo e passou a ocupar o cargo de Presidente (governador) do Rio Grande do Sul.  A sua ação militar e diplomática levou à assinatura da Paz de Ponche Verde em 1845, pondo fim ao conflito gaúcho

A sua atuação aliou ação militar com habilidade política, respeitando os vencidos, contribuindo para a consolidação da unidade nacional brasileira e para o fortalecimento do poder central.

Foi feito Conde de Caxias.

No plano externo, participou de todas as campanhas platinas do Brasil independente, como a campanha da Cisplatina (1825-1828), contra as Províncias Unidas do Rio da Prata, foi Comandante-chefe do Exército do Sul (1851), dirigindo as campanhas vitoriosas contra Oribe, no Uruguai e Juan Manuel de Rosas, na Argentina (1851 - 1852). Depois, na condição de Comandante-geral das forças brasileiras (1866) e, pouco depois, comandante-geral dos exércitos da Tríplice Aliança (1867), na Guerra do Paraguai (1864-1870), Caxias, que já havia atuado como conselheiro no começo da guerra assumiu o treinamento e a reorganização das tropas. Instituiu o avanço de flancos gerais, o contorno de trincheiras e o uso de balões cativos para espionagem.

Finalmente, depois da célebre batalha de Itororó seguiu-se a campanha final, a Dezembrada, uma fase de vitórias, como as batalhas do Avaí e Lomas Valentinas, em dezembro de 1868, conduzindo à ocupação da cidade de Assunção, no Paraguai.

Após a ocupação da capital paraguaia, ainda antes do término do conflito, por motivos de saúde retornou a Corte, o comando das tropas foi mais tarde passado ao Conde D'Eu.

Seu retorno a Corte, foi polêmico, seus opositores, partidários do Conde D'Eu, o acusavam de ter abandonado uma guerra ainda em curso, por outro lado, seus partidários defendiam que a tomada de Assunção encerrava a guerra, com o Paraguai sem recursos e Solano Lopez isolado e liderando um bando de maltrapilhos.

Não desejo aqui historiar a vida nem enaltecer as “glórias” de Luiz Alves de Lima e Silva e nem defender invasões e destruição de fazendas produtivas pelo MST, ocupação e depredação de prédios públicos, invasão de estudantes à reitorias, corrupção, desmandos na saúde, falta de segurança, habitação, planejamento, saneamento. Só estou querendo dizer que o Brasil poderia ser outro bem diferente hoje, se alguns desses legítimos movimentos sociais não tivessem sido transformados em meras questões militares. Não desejo e não vou discutir a história passada, mas entendo que todo movimento social legítimo extrapola quando o Governo Federal também radicaliza, mas isso não dá ao direito às seguidas marchas, invasões e destruições de patrimônio público.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

BRASIL DIGITAL, SERÁ MESMO?

O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas, encaminhou anteprojeto de lei à Assembléia Legislativa, propondo alteração em sua atual Lei Orgânica, determinando em seu artigo 20,  § 2°, que após a primeira notificação válida”...todas as outras comunicações processuais serão feitas através do Diário Oficial Eletrônico do Tribunal (http:www.tce.am.gov.br/doe/), podendo as partes e os terceiros interessados ser notificados através de procuradores devidamente habilitados no processo.”

Ou os Conselheiros do Tribunal de Contas desconhecem a realidade do Brasil com relação ao precário e caro serviço de internet na maioria de seus municípios, principalmente no Estado do Amazonas.  Ou então, os Conselheiros não querem mais trabalhar,   porque não conseguirão intimar quase ninguém pela internet.

Que me desculpe o presidente do TCE, Conselheiro Dr. Érico Desterro!

Da mesma forma, o Governo Federal colocou a carroça antes dos cavalos!

Está certo que a Lei  12.527, é excelente, mas ao mesmo tempo é inviável para o Brasil e para o Amazonas também, parecendo mais uma peça de ficção fruto de um imaginário coletivo de que o Brasil já possui uma completa rede digital, do que algo real.

A Lei 12.527 de 18 de novembro de 2011 foi assinada pela presidente Dilma Rousseff e pelos ministros coadjuvantes, José Eduardo Cardoso, Celso Luiz Nunes Amorim, Antônio de Aguiar Patriota, Miriam Belchior, Paulo Bernardo Silva, Cleisi Hoffman, José Elízio Carvalho Siqueira, Helena Chagas, Luiz Inácio Lucena Adams, Jorge Hage Sobrinho e Maria do Rosário Nunes, mas pode ter sido apenas um tiro no pé para experimentar uma dor que não seria necessária senti-la, se já funcionasse no Brasil, principalmente nos municípios menores, uma Internet de qualidade, onde todos pudessem acessá-la por quaisquer meios disponíveis de comunicação e acesso à rede mundial de computadores. 

A Lei regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição Federal e altera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Também revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005 e alguns dispositivos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências.

Mais para efeito positivo de transparência na mídia internacional e menos para atender à realidade do Brasil, o Governo Federal parece que desconhece à sua própria pobreza em termos de funcionamento de internet ainda com valores muito elevados e de péssima qualidade. Nem a promessa do ex-ministro das Comunicações, Hélio Costa, de que seria implantada até o final de 2010, internet banda larga com fibra ótima a um custo de R$ 29,90 em todo o Brasil chegou a ser cumprida. Mas muitos desvios de verbas em nome da inclusão digital foram realizados em vários Estados.

Como as empresas que operam esse serviço não têm interesse em investir em municípios pequenos porque é inviável economicamente, caberá às Prefeituras disponibilizar esse serviço digital à sociedade. A menos que os prefeitos não queiram que os munícipes tomem conhecimento de seus desvios e passem a denunciá-los pela mídia. É uma pena, mas essa Lei, como se diz aqui no Amazonas, foi sancionada apenas para “inglês ver” porque sem internet confiável não funcionará.