quarta-feira, 23 de maio de 2012

LEI DO SILÊNCIO É CONSTITUCIONAL, SIM; MAS IMORAL, TAMBÉM!

Em perfeitos bobos por mais de duas horas. Foi nisso que o contraventor conhecido por Carlinhos Cachoeira, transformou todos os integrantes da CMPI do Congresso Nacional que tenta apurar seus crimes e a extensão de seus tentáculos.

O Direito ao silêncio está contido no texto Constitucional; portanto, foi legítimo o silêncio do contraventor que está muito bem orientado pelo seu advogado, o ex-ministro da Justiça, Márcio Tomás Bastos.

Mas ter se mantido em silêncio para não produzir ainda mais provas contra si próprio, além das que o Brasil inteiro já conhece, foi no mínimo imoral também. O contraventor, orientado por seu advogado, passou mais de 2 horas no plenário da Comissão, mas não respondeu a qualquer da mais de 40 perguntas que os parlamentares lhes dirigiram; assim, nada descobriram sobre os crimes do colarinho branco cometidos pelo acusado.

O depoimento do contraventor “Carlinhos” Cachoeira, que talvez inundasse o Brasil de Norte a Sul com seus tentáculos de polvo corruptor foi, no mínimo, um escárnio à comissão, mas garantido por Lei. Muitos dos parlamentares que compuseram à Constituinte de 1988, onde foi aprovado esse princípio legal, hoje utilizado pela maioria dos acusados, com orientação perfeita de seus advogados, precisa ser urgentemente revista, sob pena de nenhuma outra investigação obter  êxito. Muitos políticos que a aprovaram, presentes à Comissão, também sentiram o gosto amargo desse direito legítimo, mas imoral. Carlinhos Cachoeira entrou mudo, cheio de holofotes e saiu calado, zombando dos deputados e senadores que desejavam ao menos ouvir alguma coisa além de sua própria qualificação. Mas não conseguiram...

Com tantas provas contra si, os advogados pagos a preço de ouro com os desvios feitos de verbas públicas promovidos por Cachoeira,  em seus legítimos papéis de defender seu cliente, com o aval da Justiça, determinaram que ele permanecesse calado e nada declarasse aos deputados e senadores. O que ele teme o contraventor Carlinhos Cachoeira? Inundar ainda mais com suas águas podres pela corrupção, novos políticos desonestos? Talvez...

Será que Carlinhos Cachoeira temia algo contra si, sua vida caso falasse e revelasse algo além do que o Brasil inteiro já sabe?  Que mais incriminações e provas contra si Carlinhos Cachoeira temia,  além das que ele já está sendo acusado!

O silêncio teria sido a melhor estratégia para a defesa? Talvez!

Esquema de corrupção, que supera em muito o esquema do  chamado Mensalão, comandado por José Dirceu durante o Governo Lula, que causou queda de Ministros, Chefes de Gabinetes de Ministério e envolveu uma agência de publicidade que recebia recursos públicos e depois os repassava aos outros envolvidos. Agora, envolveria quem mais? Jamais vamos saber por que Carlinhos Cachoeira ficou em silêncio. Não abriu sua boca nem para que entrasse uma mosca!

Por essa e mais outras coisas mais, defendo financiamento público para campanhas eleitorais, mas de forma transparente, financiando os políticos de forma transparente, clara, para evitar esses vergonhosos e escorchantes meios não muito claros de se cobrar investimentos em campanhas políticas.

É uma pena que  Carlinhos Cachoeira ainda permanecerá por mais algum tempo sendo notícia principal nos jornais, até que apareçam  outros Marcu’s Valério, José’s Dirceu, Delubio’s Soares e outros, envolvidos  no maior escândalo de corrupção recente do Brasil, no Governo Lula, mas também permaneçam calados, beneficiados com a “Lei do Silêncio” garantida pela Justiça.  Infelizmente é legal; mas imoral também.  

Enquanto essa lei do silêncio permanecer na constituição do Brasil, ficará muito difícil descobrir as verdades no meio das podridões.

Mas é legal – embora imoral! Nada teremos a fazer!