terça-feira, 27 de março de 2012

VAMOS CONSTRUIR UM NOVO BRASIL?

Diante das novas avalanches de corrupções explícitas, mais uma vez denunciadas no programa Fantástico, da Rede Globo, proponho: “vamos construir um novo Brasil?” Mas que não seja invadido por Portugal;  proclamada a Independência, não exista a Inconfidência Mineira, sem Tiradentes ou Proclamação da República e dizimação de índios. Desejaria que o novo Brasil não tivesse como Ministro da Fazenda, um degredado de Portugal, por roubo! Tudo deveria acontecer ao acaso, ao seu tempo!

Não deveria constar em sua histórica monárquica a presença de Abraão Zacuto, astrólogo judeu que fazia diariamente o horóscopo para Don Manuel, filho de Don João II, que vetara os planos de Cristovão Colombo de chegar à Índia. Depois, Pedro Álvares Cabral, fazendo o mesmo caminho, viria “descobrir” o Brasil! Depois veio a família real portuguesa, quando Napoleão Bonaparte invadiu, conquistou e se apossou das terras lusitanas!

Vamos construir um novo Brasil, mas sem a presença de Cabral aos 33 anos, conduzindo sua “Nau Capitânia”, “descoberindo” essas terras em 22 de abril de 1500 e sendo recebido por dois mil índios tupinambás no dia seguinte (BRASIL; TERRA à vista – aventura ilustrada do Descobrimento,  livro de EDUARDO BUENO); sem os sargaços e as gaivotas indicando que no Brasil havia civilização; também, sem a carta de Pero Vaz de Caminha, anunciando a “descoberta” e informando que aqui “em se plantando, tudo dá”.

Por que Cabral não seguiu direto para a Índia, como era seu propósito? Do encontro de Cabral com os tupinambás surgiu o Brasil de hoje que todos nós conhecemos pelos escândalos políticos, de corrupção, dos mais elevados impostos cobrados e dos maiores salários pagos aos deputados federais, senadores e vereadores; não diretamente, mas em forma de salários “paletó”; “cota de passagem aérea”; “aluguel de imóveis” e tantos outros que criam, pagam a si próprios e todos ficam calados com esses presentes à custa do povo.

Depois não se seguiram os massacres dos movimentos sociais por Luiz Alves de Lima e Silva, em nome de uma paz que nunca existiu, Tiradentes, a Derrame, movimento contra a cobrança de 1/5 de impostos sobre a produção, caça aos índios “preguiçosos” que se recusavam a trabalhar em troco de nada; a catequização forçada pela “Cruz e pela Espada”; escravidão de negros acorrentados na África e transportados ao Brasil em “navios negreiros”. E depois todos já conhecem os resultados dessa invasão.

Sem governadores gerais,  escândalos da Corte, amantes de Don Pedro I, degradação da família real em exílio pós-República que Marechal Deodoro, de pijama, dormindo, não queria ter proclamado. Depois, viriam os presidentes civis, não teria o golpe de Getúlio Vargas, nem a renúncia de Jânio Quadros, nem o Golpe Militar de 64, os militares no Poder até 1978 e sem a continuação dos problemas sociais,  escândalos e corrupções nas esferas do poder!

Não fosse a imprensa investigar e denunciar, nenhum órgão de fiscalização, CGU, Tribunais de Contas, Ministério Público, Polícia Federal, teria tomado qualquer providência, embora soubessem dessa roubalheira toda, com vários inquéritos abertos e procrastinados no Judiciário pelo excesso de prazos e recursos em nome “da perfeição” de um inquérito jurídico, sob pena de nulidade total. É demais!

A reconstrução de um novo Brasil, do zero, se faz necessária e urgente, com mais educação em primeiro lugar de forma séria e de qualidade para reconstruir e contar essa nova estória, com o pleno emprego do respeito, cidadania e vergonha na cara dos administradores públicos. Esse novo Brasil poderia ser igual ao que propôs a magistral crônica escrita há 30 anos pelo genial “Chico Anysio” e reapresentada domingo, em forma de homenagem ao talentoso humorista, expondo seu pensamento de como deveria ser a nova vida de todos, ao final do programa Fantástico!