quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

E DEPOIS, O QUE FICARÁ DA ZONA FRANCA?



Depois de passados 30 anos de vida, o Modelo Zona Franca de Manaus, renovado por mais 50 pela Presidência da República, ainda não descobriu a verdadeira razão de sua existência; não justificou socialmente a explosão demográfica de Manaus, e que o pólo de biotecnologia, ainda por ser desenvolvido, investindo no  aproveitamento em pesquisas sobre o grande potencial da natureza, será a única  riqueza verdadeira que lhe restará. 

A interiorização da Zona Franca foi tentada pela primeira vez no Governo José Lindoso, que destinou incentivos fiscais às indústrias que passassem a investir nos municípios. Daí, como resultado desse hercúleo esforço quase que isolado, poucas indústrias decidiram investir em Tefé e Barcelos, uma explorando dendê e outra investindo na produção de palmito, posteriormente fadadas ao insucesso. Mas foi só! E depois? Talvez agora, com a Região Metropolitana!

Mais uma vez repito, as autoridades públicas terão mais 50 anos de modelo de desenvolvimento, de incentivos fiscais dados pelos governos Federal e Estadual para descobrirem que o verdadeiro modelo que temos que implantar é a exploração racional das riquezas da exuberante floresta inexplorada, depois da Crise da Borracha.

Indústria se monta e se desmonta ao bel sabor das tempestades e da vontade dos empresários, sempre à busca de incentivos fiscais. Dinheiro não tem pátria. Incentivos fiscais também não terão fronteiras de Estado. A Guerra Fiscal pode até ser evitada, mas o Brasil terá que passar por uma profunda reforma econômica, moral e política, com impostos mais justos, folhas de pagamento menos onerosas e impostos socialmente mais bem distribuídos.

O que restará depois dos 80 anos de modelo Zona Franca? Sem investimentos em projetos para o futuro, serão escombros de fábricas, de sucatas, de abandono como o que o Amazonas já experimentou com o fim da exploração da borracha, as décadas de abandono até a implantação, pelo Governo Militar, do Modelo ZFM.

Depois, tudo parou no tempo, e nada mais se buscou para verdadeiramente oferecer uma sustentação ao modelo implantado pelo governo militar em 1969, como uma medida extrema para “desenvolver e integrar a Região Norte ao resto do Brasil”.

Muito dinheiro já circulou no Amazonas, poucos investimentos sociais foram realizados, a pobreza extrema continua circulando pelos casebres miseráveis, frutos de invasões de terras, muitas obras significativas e marcantes foram realizadas, mas tudo, a que preço?  No passado recente tudo isso aconteceu também. E o que restou depois do fim do ciclo da borracha? Miséria extrema, comércios fechando as porta, ingleses indo embora! Para a cidade de Manaus, sobraram as questões sociais que precisavam ser resolvidas, mas não existia dinheiro para fazê-las!

O Amazonas possui Região Metropolitana, as indústrias receberão incentivos fiscais nos próximos 50 anos para se implantarem nos municípios que a compõem. Mas será que isso acontecerá mesmo?

Sem querer ser pessimista, o futuro nos confirmará que tudo será  como “Dantes no quartel de Abrantes”.

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