sexta-feira, 30 de setembro de 2011

UM EDIFÍCIO EDUCACIONAL SE COMEÇA PELO ALICERCE

Para se fazer um edifício educacional com uma base edudacional estabilizada, firme, nada se constrói, iniciando-se  do teto para o chão! Começa-se pelo alicerce, ou seja, dá-se ao aluno um maciço conhecimento sobre o qual se assentará a construção. Com uma base de apoio consciente e responsável, certamente teremos êxito na continuação da obra, nas etapas dos trabalhos futuros. Mas tudo começa na base de apoio, ou seja, nas primeiras séries de estudo!

Na educação é preciso se fazer como se faz na construção de edifícios, começando pelas fundações, erguendo as colunas, vigas de sustentação para depois se fazer a completa edificação da educação que se deseja no e para o Brasil.

Mas parece que o país não sabe disso ou ainda não aprendeu isso!

Começo minha crônica desse modo, mas estou me referindo à humilhação e ao espancamento de  professores na cidade de Fortaleza! Na “casa do povo” apanharam só por exigirem se fazer  presentes na galeria “do povo” por ocasião da votação de um projeto de Lei, definindo um piso salarial que lhes interessava diretamente.

Educação, um dever do Estado e da sociedade , simplesmente foi deixada de lado por um “bem maior”, o Estado que arrecada muito, gasta mal e não tem dinheiro para pagar um piso salarial decente a uma categoria profissional tão importante à construção do alicerce nacional do Brasil! Educação não é brincadeira, não!

A base da educação, o bom ensinamento nas primeiras séries escolares, é o que conduz o aluno a futuros brilhantes ou mediocres, definido no dicionário “aquele que está entre o grande e o pequeno, o bom e o mau”. O mercado de trabalho exclui inpiedosamente o “pequeno e o mau” e escolhe sempre “o grande”; exclui a mão-de-obra despreparada, desqualificada, sem cultura. Onde vamos parar? 

E os professores do Brasil, dos níveis universitários até o mais elementar fazendo greves, parando aulas, interrompendo carreiras que poderiam ser brilhantes, repondo aulas inclusive aos domingos e massacrando os alunos, as crianças, o futuro desse Brasil.

A “construção”, iniciando-se do teto ao chão, parece que contaminou  o país, de Norte a Sul. Recordem de outros exemplos: as implantações da Lei Maria da Penha,  do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, o novo Código Penal que impôs ao Estado uma séria de exigências e várias outras “reformas” que começam sempre de cima para baixo. Onde vamos parar? O que mais ainda resta “reformar”? 

Como professor aposentado por invalidez do curso de Serviço Social no Amazonas, defenderei sempre a construção de fundações, de base, de alicerce, de colunas, de vigas para se depois concluir a construção. Esquecendo-se sempre dessas coisas elementares de qualquer obra, a Educação é mais um instrumento na mão dos políticos que só querem saber dos votos e de espancar professores!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

"TENENTE, O SENHOR ME DÁ UMA CARONA ATÉ MINHA CASA?"


Eu e o poeta do azul Ernesto Penafort, engenheiro de profissão e bancário de carreira, nos encontramos para um momento telúrico-poético-saudosista no Bar do Armando, o reduto dos boêmios em Manaus.

Em meio aos nossos delírios poéticos, ele saudosista de uma cabra que tinha até nome, eternamente apaixonado, chegou uma viatura policial:
- Documentos por favor. Era um soldado pedindo a identificação de todos os que ocupavam uma mesa na calçada do Bar do Armando.

Tratei de tirar o meu e o mostrei. Ele bateu em continência e foi falar com o “poeta do azul”,  como  era mais conhecido o Penafort, que foi logo dizendo:

- Não vou me identificar, não! Sou engenheiro de profissão e funcionário concursado do Banco do Brasil. Sou o Ernesto Penafort, disse com uma voz rouca e embargada pelas cervejas que já tomara.

O soldado, com toda delicadeza, disse apenas:

- Senhor, como não lhe conheço, vou falar para meu superior que o cidadão não quer se identificar!

Foi até o carro parado um pouco mais à frente, comunicou ao oficial que comandava o serviço, que um “cidadão”, não queria mostrar a identidade. Desce um tenente e se dirige ao “poeta do azul”:

- Cidadão, o soldado disse que o senhor não quer se identificar. Nós estamos em uma operação e não dificulte nosso trabalho!
- É isso mesmo: não quis e não vou me identificar também para o senhor! – respondeu o poeta.

- Não tem problema. Não o incomodaremos mais! E virou de costas, rumando para seu carro de onde saíra pouco antes.

- Tenente, não me identifiquei mas o senhor me levar para casa? Não tenho dinheiro nem para pegar um táxi! – disse o Penafort, que entrou na viatura e foi levado até sua residência.

Quanto a mim, ao sair do Bar do Armando, recebi do artista plástico José Palheta, de presente um caricatura minha. O ano era 1988, e até hoje a mantenho na parede de meu apartamento  o desenho caricato que recebi de presente do “Palheta”, quando eu ainda começara a despontar para a literatura. Mandei emoldurá-la e a guardo como uma relíquia dos bons tempos que militava no jornalismo!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

OS IGARAPÉS PEDEM SOCORRO!

Os igarapés estão secos, mostrando suas entranhas cheia de lixo, suas veias  e arteriais entupidas, a veia do coração obstruída pelo excesso de garrafas de refrigerantes plásticos jogadas pela população. O período das chuvas está para começar e todo o lixo jogado nas ruas seguirá direto para os igarapés novamente. Não adianta só a Prefeitura recolher tudo o que há de sujeira nos igarapés, nas praias, nos locradouros públicos se os moradores não colaborarem e não forem educados para não mais repetí-los em suas atitudes.

Televisões, sofás, cadeiras velhas  e outros objetos, são sempre descartados dentro de igarapés por ser mais cômodo! Se fossem retirar tudo o que jogam nos igarapés, daria para mobiliar perfeitamente uma casa, pois até guarda-roupa se descarta também nos igarapés. É colocar a televisão, o sofá e as cadeiras na sala e o guarda-roupa no quarto que a casa ficará totalmente equipada: está certo que estou ironizando! Mas que dá, ah, isso dá!

Não adianta o Município de Manaus gastar milhões e milhões de reais recolhendo o lixo jogado dentro dos igarapés porque em pouco tempo se voltará a ter tudo de novo. É um círculo vicioso: tira, põe, tira, põe.

Também é certo que faltam lixeiras na cidade, grandes, de ferro, para o recolhimento desses produtos, mas tenho dúvidas se mesmo com elas expostas, as pessoas passarão a utilizá-las.

O que não adianta, contudo, é começar a ser feita a retirada dos entulhos e quando os rios voltarem a subir voltarem a ser jogados novamente, porque será um trabalho quase inútil. O momento tem que ser feito é agora, depois fiscalizar para que as pessoas se eduquem e não voltem a cometer o mesmo descalabro de antes.

Nossos rios, igarapes, praias estão todos pedindo socorro, estão escancarando suas veias, suas entranhas, suas vísceras mas parece que não há uma coordenação de trabalho entre os órgãos de meio ambiente, porque nenhuma providência está sendo tomada. E essa providência tem que ser educativa  também e não punitiva somente.

Nossos igarapés estão arreganhados, se deixando ver em seus interiores, se expondo de uma forma imoral, se oferecendo às autoridades do meio ambiente mas parece que ninguém os está querendo vê-los. As fotos, as matérias, os apelos de nada adiantam porque as autoridades parecem que não vêem fotos, não lêem matérias e não escutam os apelos. Nossos igarapés, contudo, continuam pedindo socorro e ninguém os ouvem!

Essa realidade não ocorre só em Manaus, onde temos seis meses de sol e seis meses de chuva; mas é uma realidade de outros vários Estados brasileiros, inclusive São Paulo!

domingo, 25 de setembro de 2011

MERITOCRACIA, PARTIDOCRACIA OU ROUBALHEIRACRACIA?


 A meritocracia nas carreiras de Estado - ascensão funcional pelo mérito, anunciada pela presidente Dilma Rousseff, foi transformada em uma “eleitocracia” ou mais precisamente “partidocracia” ou “deputadofederalcracia”ou, ainda, “senadorcracia”, ou melhor ainda, em “roubalheiracracia” porque não sei de ninguém que tenha chegado à função de Ministro por méritos. Houve, sim, o loteamento nos Ministérios sem nenhum critério ou mérito! Só se for em cargos subalternos, mas se existe algum caso, isso nunca foi anunciado publicamente.

Todos os Ministérios foram loteados por partidos políticos. Sei que sem apoio político e uma “chantagenzinha” de vez em quando  objetivando à liberação de verbas parlamentares ninguém governa, mas até brigas veladas ocorreram para saber qual partido da base de apoio indicaria mais ministros! Uma barbaridade!

A ascensão pelos méritos dos funcionários de Estado foi simplesmente descartada completamente. A meritocracia foi ignorada pela presidente!

E pensar que isso se espalhou como uma pragra por vários outros lugares, chegando até na Academia Brasileira de Letras. Todos vestidos com seus galardões, os acadêmicos “honraram” o jogador Ronaldo de Assis Moreira ou simplesmente “Ronaldinho Gaúcho”   outorgando-lhe a Medalha “Machado de Assis”, pelos relevantes serviços prestados por ele a não sei o quê. Machado de Assis deve ter se mexido no túmulo ao ver no que a ABL se transformou!

Nada contra o futebol de altos e baixos do jogador, mas o que ele fez cultura na para merecer essa medalha? Até onde eu sei, a ABL é a casa da cultura!

Causa vergonha uma situação dessas! Se for pelo que ele já fez pela Seleção Brasileira, até se entende. Mas por que não a foi entregue quando ele estava no auge, quando  foi eleito o melhor jogador do mundo? Mas, agora, não tem qualquer sentido!

Se for pelas diversas línguas que ele aprendeu a falar corretamente, também entendo! Até eu as falaria e as escreveria se tivesse morado tanto tempo no exterior. Mas por que não lhe foi outorgada quando estava no auge também? Por que somente agora?

Mas voltemos à minha crônica inicial, antes que também fique empreguinado pela falta de méritos.  Esse mal é uma doença que também pega, tanto que até os imortais da ABL se contaminaram por ela!

A presidente Dilma Rousseff está pagando um elevado preço pelo loteamento de cargos políticos no Governo e, principalmente, por não ter cumprido o discurso da meritocracia nas Carreiras de Estado!

Quais servidores públicos começaram como servidores subalternos e chegaram a assumir algum Ministério? Não conheço nenhum, nem nas carreiras em que as pessoas têm o dever moral de se manterem íntegros e fieis aos ditâmes do Estado!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

EMENDAS PARLAMENTARES NÃO SÃO EMENDAS PARA PARLEMTARES

EMENDAS PARLAMENTARES NÃO SÃO PARA PARLAMENTARES!

Políticos estão confundindo emendas parlamentares como emenda para os parlamentares e, isso é um verdadeiro assalto à mão desarmada com o uso de uma caneta e a influência política. E por tudo isso somos nós, os contribuintes, que arcamos com esse verdadeiro escárnio público!
Explico:
Emendas são direcionadas às Fundações ou ONGs mantidas por partidos políticos ou pelos próprios membros das casas legislativas (SENADO, CÂMARA FEDERAL, ASSEMBLÉIAS LEGISLATIVAS E CÂMARA MUNICIAPAIS), expediente muito usado quando não querem votar nada! “Se liberar minha emenda, eu votarei favorável. Se não liberar, votarei contra”. A presidente Dilma Rousseff, como quer a governabilidade do Brasil, manda liberar e tudo fica em paz!

Estas (entidades) só recebem repasses financeiros ou bem antes de uma eleição, conforme determina o prazo eleitoral e prazo orçamentário; depois os valores das emendas são destinados aos políticos autores das emendas, sejam de quais partidos forem, mas normalmente são de seus próprios partidos.

Lendo dados do Orçamento Brasil 2010 e analisando-os vê-se que das emendas parlamentares elaboradas pelos 513 deputados federais, naquele ano, várias foram destinadas a Estados onde eles não foram votados. Mas parte dessas verbas voltaram para os parlamentares, ou em dinheiro ou em forma de pagamento de material de campanha! 

Essa manobra serve para esconder os verdadeiros interesses dos parlamentares, já visando as eleições de 2014, das quais receberiam financiamentos eleitorais, tráfico de influência e reforço para ONGs sob suspeita. Só o deputado federal Felipe Pereira (PSC-RJ) destinou alguns milhões à Fundação Instituto “Pedro Aleixo”, em Belo Horizonte.

Conforme dados do Orçamento Brasil 2010, 74 parlamentares destinaram 165 emendas "forasteiras", no valor de R$ 136,3 milhões. Os cofres mais atacados são os do Ministério do Turismo, da Ciência e Tecnologia e de fundações ligadas ao Ministério do Trabalho.

Não é difícil compreender o “toma lá, dá cá”, quando se conhece os números da farra, escreveu o jornal Correio Braziliense.  “Em 2010, ano eleitoral, Filipe Pereira enviou uma emenda no valor de R$ 3 milhões para a Fundação Instituto Pedro Aleixo, com sede na Zona Leste da capital mineira, onde nasceu o partido. Como retribuição, Pereira contou com apoio irrestrito do PSC, que foi o principal patrocinador da campanha do parlamentar, com investimento de R$ 3,205 milhões, 95% de todas as doações recebidas por ele”.

Entendo que emendas parlamentares podem continuar existindo. Mas destinar verbas orçamentárias para Fundações ou ONGs pertencentes direta ou indiretamente ao interesse parlamentar, isso para mim, é um assalto à mão armada com uma caneta apenas. Isso já virou uma vergonha! Afinal, emendas parlamentares são para causas nobres – um hospital, uma aubulância, etc. Mas no Brasil se entende emenda parlamentar como emenda para o parlamentar. Um verdadeiro assalto aos cofres públicos, usando apenas só duas coisas: uma caneta e a influência política. Um absurdo!

"AMOR", "PAIXÃO" OU DESESPERO?


Foi  enterrado  na cidade de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, o corpo do menor David Mora Nogueira, de 10 anos. A polícia tenta entender o que levou o menino a atirar contra a professora Rosileide Queiroz de Oliveira, de 38 anos  e contra si mesmo. De acordo com depoimentos, ele era um bom aluno, sem problemas aparentes.

Amor, paixão, loucura ou desespero? Ou tudo isso, juntos?

O que levou um adolescente de apenas dez anos de idade a cometer suícidio?  Teria sido vítima de bulliyng? Teria ele sido envolvido por uma “paixão” arrrebatadora de adolescente por sua professora, coisa mais comum nessa idade do que se imagina sê-lo? O que teria acontecido? Quem vai poder fornecer essas respostas é a própria professora que, embora atingida com um tiro no abdômem, ainda não morreu e, se Deus quiser, não morrerá. O adolescente, infelizmente, faleceu e não pode mais dar qualquer explicação!

O professor da Universidade de Évora (UE), Vítor Franco, garantiu em um Congresso que discutia a violência nas escolas juntamente com bullying, que "nem tudo" o que é violência escolar pode ser encarado como "bullying", defendendo a necessidade de clarificar os dois conceitos, ele acrescenta em seu raciocínio:  "Muitas vezes, o termo "bullying" é mal usado porque nem tudo o que é violência escolar é "bullying". Este é um tipo de violência que envolve uma espécie de perseguição",  (Agência Lusa, durante o Congresso).


Ainda de acordo com o docente da UE, o "bullying" e a violência escolar é um fenômeno "estudado há muito tempo nos Estados Unidos da América (EUA)" e que "tem sido amplificado, agora, pela comunicação social".


O congresso, segundo Vítor Franco, presidente da comissão organizadora, dedicou parte das comunicações dos quatro dias às "relações interpessoais no contexto escolar", abordando casos recentes de violência escolar, à luz da psicologia.

"Violência escolar e bullying: novos riscos e novos desafios de intervenção" foi um dos temas abordados pela professora Rosario Ortega-Ruiz, da Universidade de Córdoba (Espanha).

A docente "vai falar de um tema bastante atual", salientou Vítor Franco, considerando que o congresso é uma oportunidade para diferenciar os conceitos de violência escolar e de "bullying".

Diante de tudo isso, restará, então, entender que o menor nutria um “amor de adolescente” pela professora e por isso decidiu matá-la e, pensando que estava já estava morta, deu um tiro em sua própria cabeça. Ainda foi transportado pela ambulância com vida, mas chegou no hospital morto.

Definitivamente, o amor é lindo! Mas não pode ser exercitado ou vivido ao extremo, ao ponto de um adolescente atirar em sua professora e depois cometer suicídio!

Ah, isso não é amor! É desumanidade!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

AMAZONAS SEM REPRESENTATIVIDADE NO SENADO

O Amazonas não possui representantes legítimos nascidos no Amazonas, representando-nos no Senado da República. Depois de grandes nomes, grandes personalidades, ficamos órfãos de representação, por culpa exclusivamente dos eleitores!
 
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) nascida em Videira, Santa Catarina, no dia 29 de junho de 1961, Senadora pelo Amazonas. Em Manaus, foi professora da rede estadual de ensino de 1984 a 1988. Carlos Eduardo de Souza Braga (PMDB-Am) natural de Belém do Pará,  nascido  em 6 de dezembro de 1960, Senador pelo Amazonas. Alfredo Pereira do Nascimento, nascido em Natal, no Rio Grande do Norte (PP-Am), Senador pelo Amazonas. Além de Vanessa, que militou por anos nos movimentos estudantis, dos outros pouco se sabe, só que Eduardo Braga é formado em engenharia elétrica pela UFAM. De Alfredo Nascimento, só se tem conhecimento de que era o braço direito do atual prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, depois de deixar o posto de cabo “Pereira”, na Aeronáutica!
Sabem o que todos esses políticos têm em comum? A resposta é simples: todos nasceram fora do Amazonas, mas fizeram carreiras políticas no Estado e foram eleitos Senadores pelo Amazonas para falar e representar nosso Estado! Eduardo Braga tem como desculpa que a sua família veio morar no Amazonas quando ele ainda era pequeno! Mas os outros que chegaram aqui de paraquedas. O que dizer? Em outros Estados, excetuando Macapá, quase não se tem representação no Senado.

Ah, que saudades tenho de senadores nascidos e criados nas barrancas dos Rios Negro ou Solimões! Ah, que saudades tenho de um Carlos Esteves, que repesentava a “terra do Guaraná”, onde nasceu, viveu e despontou para a política; Álvaro Maia, que defendia Humaitá, Jefferson Péres, com seus dicursos sempre coerentes, Fábio Lucena, com seus pronunciamentos panfletários, João Bosco Ramos de Lima, sempre coerente e coeso, todos de saudosa memória, Arthur Virgílio Neto, nascido em Manaus em 15 de novembro de 1945, político e diplomata de carreira, um dos últimos políticos do Amazonas a ser “sacado” do Senado! Uma pena!

No ano de 1965, o então senador Arthur Virgilio, combatendo o Ato Institucional número dois, pronunciou-se: “Que nos fechem hoje, mas com o povo que nos assiste ao nosso lado; e não nos fechem amanhã, ingloriamente, com o  aplauso do povo brasileiro, como aconteceu em 1937."  O Ato Institucional número dois, ou simplesmente AI-2, como ficou conhecido, baixado pelo governo militar no dia 27 de outubro de 1965, como nos informa no site wikipédia, em uma resposta aos resultados das eleições que ocorreram no início daquele mês. Ainda de acordo com o wikipédia,  “seguindo a estratégia delineada pelos militares anterior a 31 de março de 64, foi necessária a edição de mais um AI, pois a Constituição de 1946 era incompatível com o regime de exceção que estava sendo adotado”. 
Para os militares da época “era destestável a eleição de Israel Pinheiro ao Governo de Minas Gerais, assim como a vitória de Negrão de Lima na eleição da Guanabara”, então um Estado.

Completa o site wikipédia: “com o AI-2, o Poder Judiciário sofre intervenção direta do Poder Executivo. Dessa forma, os julgamentos das ações dos “golpistas” deixaram de ser competência da justiça civil, a legislatura passa a ser uma causa própria, o Estado entra num regime de exceção ainda mais excludentes dos direitos individuais  do cidadão”. conclui.

O Artigo 33 do AI-2, diz textualmente: “O presente Ato institucional vigora desde a sua publicação até 15 de março de 1967, revogadas as "disposições constitucionais ou legais em contrário."


O certo mesmo é que “os 180 anos do Parlamento Brasileiro, em que governos avessos à representação popular fecharam o Congresso cinco vezes, e em que, nesses períodos, mandatos foram cassados e parlamentares enviados para o exílio, entre os cassados estava o Senador Arthur Virgílio Filho, que fez um emocionado e célebre discurso contra o governo militar”.

Três gerações da família Arthur Virgílio, que veio do Nordeste e no Amazonas criou e educou seus filhos, se enveredou  pela política do Amazonas. O primeiro, foi o desembargador Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro, depois o Senadar Arthur Virgilio do Carmo Ribeiro Filho e, recentemente, não foi reeleito para o senado, Arthur Virgílio Neto. E todos eram nascidos e criados no Estado e conheciam muito bem dos problemas que precisam ser resolvidos. Agora, ninguem sabe o que vai acontecer!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A POBREZA E A COPA DO MUNDO DE 2014!

  Os pobres, historicamente, sempre foram considerados “um estorvo social, um atraso” em qualquer cidade do Norte ao Sul do Brasil. Mais agora, quando todas as cidades sedes da Copa do Mundo precisam remover vendedores ambulantes das ruas sem destinar-lhes um local dígno e decente para que possam se sustentar, tudo visando o espetáculo da Copa de 2014! Isso ocorrerá só para que os turistas possam ver as cidades sedes como são limpas, sem camelôs, sem pedintes etc.

Em livro memorável, “A Ilusão do Fausto”,  da professora Edneia Mascarenha Dias, em pesquisa de 1820 a 1890, início da decadência da produção do látex e a entrada, na cidade, de seringueiros desvalidos pela sorte, a autora escreveu que a Entendência Municipal, na época, mandou retirá-los  da área central de Manaus e os remanejou para os bairros periféricos que estavam surgindo naquele momento. Também determinou por decreto que no centro da cidade só poderiam permanecer casas caiadas e cobertas de telhas, o que o pobre, naquela época, nem sonhava em poder fazê-lo, era “só para inglês ver”! O inglês a que autora se refereria era quem explorava o látex no Amazonas.

Com o fim do período áureo da borracha, muitos pedintes   passaram a perambular pelas ruas em Manaus mas também foram retirados daquela área.  Na realidade, o que se queria com essa medida era tirar o pó do tapete e colocá-lo embaixo dele, só para as visitas não o vissem.

No Rio de Janeiro, com o projeto de embelezamento da cidade, quando decidiram abrir ruas retas e cheias de árvores, imitando o período áureo da França da época, os pobres também foram retirados de suas casas e “convidados” a ocupar os morros cariocas, o que “deu no que deu”. E ainda veio o governador Leonel Brizola para dar título definitivo para todos!

Em outras cidades, o mesmo  também se passará  “só para turista ver”, durante a realização dos jogos da Copa do Mundo.

Mas só que muitos esquecem é que quando os ingleses dominavam o comércio de borracha no Amazonas e todo o dinheiro produzido no Estado era enviado para o Governo Central, em forma de impostos,  esse tipo de economia ajudou muito para cuidar do embelezamento das ruas do Rio de Janeiro, construção do Aterro do Flamengo, embelezamento da Calçada de Copacabana, construção de estradas de ferro em Minas Gerais, manutenção da política “Café com Leite” da época de Getúlio Vargas e muitas outras coisas mais!

Um editor chamado Ilton Max, do Rio Grande do Sul, andou publicando alguns artigos defendendo a independência dos gaúchos e criação de um país próprio, sob a alegação de que o Amazonas era apenas uma apêndice para o Brasil, ou seja, era como se não servisse para nada! Só que ele esqueceu que durante muitos anos, foi o Amazonas que, com sua produção de borracha e pagamento de impostos, sustentou o Brasil e chegou a pagar quase a metade de uma dívida externa que não foi contraída pelo Estado.

Devido a tudo isso e e outras barbaridades mais publicadas contra o Amazonas, além do  total desconhecimento da história do Estado  decidi escrever e depois publicar o livro O CAMINHO NÃO PERCORRIDO – A trajetória dos Assistentes Sociais Masculinos em Manaus, hoje em muitas Escolas de Serviço Social no Estado), com a orientação da professora Iraíldes Caldas Torres, hoje doutora em Serviço Social pela Fundação Universidade do Amazonas, no qual fiz um apanhado de todo o percurso histórico da produção e declínio da borracha no Amazonas. mostrando todos esses fatos e contando a história do Serviço Social no Amazonas, o terceiro curso mais antigo do Brasil, em uma visão masculina.

O livro está disponível na íntegra no blog http://carloscostajornalismo.blogspot.com/ para consultas, cópias e o que desejarem fazê-lo, mantendo o respeito à fonte. Entendo que a cultura não pode e nem deve ser pessoal, mas compartilhada com todas as pessoas que desejem se manter informadas sobre fatos recentes de nossa história.

E o pobre, como afirmei no início, continua sendo manipulado pelos políticos em época de eleições e agora, pela realização da Copa do Mundo,  com  “despejos” de caráter social para que os turistas vejam como as cidades estão lindas. A mesma coisa estão querendo fazer com os camelôs de todas as cidades sedes da Copa de 2014, mas esses pobres não terão dinheiro nem para assistir aos jogos da Copa do Mundo!

sábado, 17 de setembro de 2011

AFRÂNIO DE CASTRO, UM ARTISTA IRREVERENTE E GENIAL!


Afrânio de Castro, artista de muito talento, multimídia, mas irreverente e genial, que depois de sua morte por afogamento, teve seu  nome dado à uma  galeria de arte criada pela extinta Fundação Cultural do Amazonas na parte inferior da Academia Amazonense de Letras. Ele era meio marginalizado entre outros artistas por ser dado ao vício incontrolável da bebida e pelas suas irreverências nem sempre apropriadas para os locais em que se encontrava.

Pintava divinamente bem; e escrevia poemas também. Em face de seu incotrolável  humor, uma vez foi “expulso do Caldeira”. Mas todos os dias por lá passava; chagava em frente e olhava para dentro, pela janela, quando via com tristeza, seus antigos companheiros bebendo e se divertindo. Os quadros que pintava sempre lhes estavam acompanhando!

Em razão disso, bolou um plano que lhe pareceu infalível: olhou pela janela do bar, como sempre fazia todos os dias, e gritou: “quem não for corno aqui, olhe pra mim e dê uma sorriso”. A voz forte do artista ressou dentro do bar e todos olharam-no e sorriram.

Afrânio de Castro pulou pela mesma janela, abriu os braços, começou a abraçar um a um os seus antigos companheiros e gritava como um louco: “viva! viva! Estou readmitido! Estou readmitido!,” e não cabia em contentamento!

Sentou em uma mesa, mesmo sem ser convidado, pediu cerveja e copo, e começou a servir à pessoa que estava a seu lado, que nem sabia com quem estava lidando.

Uma noite, lá pelos anos 80, a União Brasileira de Escritores do Amazonas promoveu no Teatro Amazonas, “A Noite dos Poetas ao Vivo”. Cada poeta declamaria um poema. mas Afrânio de Castro não foi convidado.

- Carlos Costa, você me cede sua vez para que eu vá ao palco? – perguntou-me. Já sabendo o que Afrânio de Castro, chamado também pelo apelido de “O Troglodita”, em função de sua forte voz iria fazer, não aceitei a proposta. Declamei meu poema político, em plena época da Ditadura Militar!

O artista ficou chateado e saiu para beber, terminando na Praia da Ponta Negra, um bonito mas poluído balneário de Manaus.  Bebeu todas e mais outras e foi encontrado no dia seguinte morto,  afogado, na Praia da Ponta Negra. Teria tentado nadar e não conseguiu, essa fora a explicação oficial dada para sua prematura morte, com pouco menos de 40 anos.

Não fiquei com qualquer remorso pois Afânio de Castro tinha um discurso pronto para “esculhambar” o presidente da UBE, Jayme Pereira, de quem eu era muito amigo, inclusive de frequentar sua casa. Afrânio também se intitulava “um poeta genial”.

Depois da morte do artista que, em vida, “vendia” seus quadros para o advogado Aristhofanes de Castro, que nutria uma admiração pelo seu trabalho e chegavam a ter algum grau de parentesco também. Hoje a família do advogado possui a maior coleção de quadros de Afrânio, conforme dizem os amigos.

Isso quando vendia porque na maioria das vezes passava no escritório do advogado, pedia “dinheiro emprestado” e deixava um quadro, dizendo com sua voz forte: “quando vier pagar o “empréstimo” levarei meu quadro”. Nunca voltava! O advogado estava até acostumado com seus “pedidos de empréstimo”.

Era o jeito irreverente e irrascível de um grande talento, que se negava à mesmice!