quarta-feira, 6 de abril de 2011

DEFICIENTE FÍSICO, UM ESTORVO SOCIAL?



                  
Não uso cadeiras de rodas, mas entendo que o Conselho Nacional de Trânsito, que legisla sobre a matéria, já deveria ter criado uma norma obrigando que  10% de todas as obras construídas com dinheiro público – feiras, escolas, faculdades etc. – tivessem vagas para portadores de necessidades especiais.
E nos locais onde têm essa reserva, os motoristas ainda  não as respeitam, o que é pior!
O governo José Lindoso, no Estado do Amazonas, foi marcado pela decisão de fazer cumprir o Ano Internacional do Deficiente Físico, em 1982.  Mandou mudar o sistema semafórico, rebaixou e melhorou as calçadas, criou rampas para cadeiras de rodas, mas depois de seu governo, o que se viu? Nada! Absolutamente nada nessa área de mobilidade urbana. Muito se fala e pouco se faz!
No Amazonas, na Feira da Banana e no Mercado do Peixe, não têm sequer uma vaga para portadores de necessidades especiais, deficientes físicos, enfim; o que tem de sobra são vagas exclusivas para “táxi-carga” e “táxis”. Isso tem até demais. De ponta a ponta, tudo é reservado para “táxi-carga”. Também não tem uma só vaga para mulheres grávidas, o que sobra nos estacionamentos dos Shoppings Centers.
Mas isso ocorre também no resto do Brasil. Onde existem estacionamentos, não se respeita; onde não tem, deveria ser implantado!
Nossos administradores públicos, pelo visto, só visam o taxista e o resto que se dane. Nada contra as mulheres grávidas, taxistas ou táxi carga, mas reservar só para estes e não para os outros que também necessitam, jê é um acinte!
  Os estacionamentos devem ser equitativos, entre todas as pessoas e não só priorizar um segmento. Está certo que a mulher grávida não pode andar muito; o múmero de idosos está aumentando a cada dia e pessoas a outras pessoas mas quem já foi submetido a oito cirurgias no cérebro também não pode!
Não sou cadeirante, nem tenho alguma restrição física em face da mental, pois meus movimentos são limitados. Sempre estaciono com minha esposa em fila dupla quando freqüentamos a Feira do Peixe, ao lado da Fera da Banana, pois sempre procuro, mas não encontro nenhuma vaga para portador de necessidades especiais.
Uma vez, porque pedi que minha esposa estacionasse em uma vaga de cadeirante, na volta recebi uma notificação do shopping Center e não gostei. Criei a maior confusão, procurei a administração, pedi explicações, já meio alterado porque hoje em dia não tenho mais muita paciência. Mas não perdi minha compostura, ainda bem. Não ficaria bem para um ex-professor de pesquisa de uma faculdade, assistente social e jornalista, se tornar deselegante nessa hora!
Sou estou reivindicando um direito legitimo, sobretudo  para os que têm  e usam cadeiras de rodas, idosos, outros deficientes com anomalias diferentes. O Ano Internacional do Deficiente Físico, em 1982, durante o Governo José Lindoso, não se fez mais nada sobre  mobilidade urbana. Se escuta falar muito mais parece que essa mobilidade ainda não saiu do papel.
Li sobre “mobilidade urbana” em alguns projetos e iniciativas idealizadas pelo Departamento Estadual de Trânsito, pelo Dr. Manoel Paiva, engenheiro, à época  Diretor Técnico do Detran, mas ficaram só na boa vontade e nas promessas nunca cumpridas. Ou só na cabeça do engenheiro Manoel Paiva.
No Governo José Lindoso, era Secretária de  Trabalho e Ação Social, a assistente social Terezinha Nunes. Decidiu  fazer rebaixamento de calçadas para cadeirantes, sinalizar a cidade, enfim, decidiu produzir uma verdadeira revolução na cidade, mas pouca coisa mudou. O que se vê hoje é uma cidade com poucas calçadas, poucas  rampas, poucos ônibus para transporte de cadeirantes, enfim, quase nada mudou desde 1982.
Só estou reivindicando que gestores públicos façam cumprir as Resoluções 303 e 304 do Conselho Nacional de Trânsito, as duas do ano de 2008! Será que é tão difícil  colocá-las em prática? Acho que não. É só uma questão de boa vontade política.

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