segunda-feira, 28 de março de 2011

CANDIDATO, CANDIDATURA E OS FICHAS SUJAS!



Concluindo o julgamento da retroatividade da  “Lei da Ficha Limpa", o presidente do TSE deu uma verdadeira aula sobre a formação da palavra Candidatura. Para ele, “candidatura” é o resultado da junção de duas palavras lindas de nossa língua portuguesa: cândida, que significa uma pessoa boa, de boa índole, sem qualquer maldade; mais a palavra “candura”, que deriva de uma pessoa boa, meiga. Dessas duas palavras se formou a palavra CANDIDATURA =  Cândido + Candura.

Segundo a aula de gramática dada de graça pelo Ministro Carlos Ayres de Brito e transmitida para todo o Brasil, todo candidato deveria ter essas duas qualidades; mas poucos têm.

É uma palavra derivada do substantivo feminino singular; e não o que muitos políticos pensam, como se dar bem, ficar rico rápido, fugir do Leão com recursos escusos como jetons, auxílios paletó, moradia, até mesmo para os pagamentos de funcionários de gabinetes parlamentares ou uso de NF frias para justificar despesas que não tiveram ou fizeram em seus Estados, mas que a Câmara Federal e o Congresso os reembolsam sem o menor pudor! Aliás,  não são essas duas casas que os reembolsam: somos nós, pobres pagadores de Impostos de todos os tipos e ordens!

Mas não é isso o que se vê na prática: o que mais se observa são pessoas condenadas pela Justiça tentando uma “imunidade parlamentar” para que o processo seja suspenso enquanto perdurar o mandato do parlamentar.

Na época da Ditadura Militar, o político para receber “imunidade”  tinha que ser cândido e, se cometesse alguma injúria, perjúrio ou fizesse algum pronunciamento na tribuna, em função de seu mandato é que ele teria  a chamada imunidade.

Devido a pedido negado feito à Câmara Federal para processar  um deputado  em razão de um pronunciamento feito, o presidente Ernesto Geisel decretou o Ato Institucional número 5 fechou a Câmara e o Senado, estabelecendo um dos períodos mais duro da repressão aos chamados “subversivos”. Eu mesmo fui considerado um deles porque usava cabelos longos e barbas longas! Era típico dessa época! Qualquer pessoa diferente das outras era logo chamado de "subversivo", seja lá o que essa palavra queira dizer!

Está certo que a Ditadura Militar promoveu muitas coisas erradas, combateu, massacrou, torturou Wladimir Herzog, jornalista, e Manoel Fiel Filho, metalúrgico,  e hoje todos se dizem vítimas da Ditadura, mas nem todos o foram de verdade. Tem muitos ganhando dinheiro se declarando vítimas da ditadura!

Meu primeiro livro (Des)Construção, de poesias políticas, já publicado em meus sites, teve o dedo da Censura, com vários poemas que escrevi tendo que ser retirados e só republicado, após  22 anos, depois do fim da Ditadura! Mas eu nem me queixo e nunca pedi indenização pelos prejuízos que o Governo Militar me ocasionou!

Mas voltemos ao tema inicial que abriu minha crônica: a definição da palavra candidatura, muito bem definida pelo Ministro do TSE. Não há mais nada o que dizer, explicar ou esclarecer. Cabe aos partidos, portanto, escolherem melhor os candidatos, analisarem se ele tem “ficha suja”  ou “limpa”, porque o  TSE definiu que a mudança valerá a partir de 2012. 

Está nas mãos dos partidos aceitarem ou não esses candidatos com fichas “sujas”, e os candidatos que assumirão suas cadeiras nas Câmaras Federal, Senado, Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais só ficarão com mandato até 2012, salvo se o TSE aceitar seus recursos protelatórios para permanecerem com seus mandatos até 2014. Com a palavra o Supremo Tribunal na declaração ou não da inconstitucionalidade da “lei da ficha limpa”.

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