quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

AH, QUE SAUDADES! AH, QUE SAUDADES!


                   Fui de uma época em que jovens tomavam bênção de pai, mãe, pessoas mais velhas, mesmo que não fossem parentes ou da família. Hoje vivo em uma época em que nada disso acontece: a pessoa mais velha chega, o jovem está com fones nos ouvidos e sequer olha para a pessoa que se encontra à sua frente.
                   Fui de uma época em que jovens ofereciam seus lugares em bancos de ônibus para pessoas mais velhas. Não havia nenhuma lei, mas eles faziam isso voluntariamente. Hoje, existem muitas leis mais tento a sensação que vivo em uma época em que a pessoa idosa, mais velha, passou a ser chamado de “coroa”, “velho” e outros adjetivos mais que nada significam. Sabemos quem nós somos!
                   Fui de uma época em que havia respeito. Vivo em uma época que o péssimo tratamento às pessoas com mais idade passou a ser regra; não exceção. Vivo uma época em que primeiro há a "transa" "o beijo na boca, de língua" e depois se pergunta o nome da pessoa. Ah, que saudades do meu tempo que nunca mais voltará!
                   Fui de uma época em que as pessoas davam bom dia, mesmo para os que passavam na rua, mesmo para os desconhecidos, só como cumprimento. Vivo em uma época em que as pessoas tiram o revólver da cintura, apontam para a pessoa e vão dizendo: “perdeu,”  “perdeu”  e a polícia pede que não se reaja pois é um assalto!
                   Onde vamos parar?
                   Todos têm que  lembrar que um dia também envelheceremos, de forma boa ou ruim, mas todos envelheceremos; alguns poucos talvez nem sintam o prazer de viver suas velhices, pois não as alcançarão. Cairão pelo caminho bem antes disso, tombados pelos excessos de bebidas, de cigarros, de cocaínas, de crack, enfim,  de misturas que todos esses vícios os privarão desse grande prazer que é a terceira idade!
                    Fui de um tempo que nunca mais voltará. Estou em um tempo novo que não sei para onde irá!
                   No meu tempo, sabia: chegaríamos a algum lugar!
                   Hoje não sei mais: acho que não chegaremos a lugar nenhum!
                   Ah, que saudades do meu tempo de inocência! Ah, que saudades daquele andar de mãos dadas com a primeira namorada! Ah, que saudades dos  primeiros beijos dentro do escurinho do cinema! Ah, que saudades! Ah, que saudades...Hoje, vivo em outra época, outra era e terei que me habituar com a ignorância dos jovens, com o embrutecimento dos jovens, com a realidade da pedofilia! Terei que me acostumar com essa nova realidade ou, então, morrer mais cedo para não ter que assistir a coisas piores. Fui eu que mudei demais; ou o mundo e os costumes mudaram depressa demais e eu nem os notei?




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