sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

SAGA DE UM APOSENTADO

Na fila da Previdência Social:
        - O senhor quer falar com quem? Já pegou uma senha?
        - Ah, vai falar com a Assistente Social! Vai precisar de senha também porque ela só atende por senha!
        E lá vou eu para uma fila enorme pegar uma senha, uma bendita senha só para saber quais documentos seriam necessários  apresentar à Previdência para eu receber o salário família de meu filho.
        Chegou a minha vez!
        - Uma declaração da Escola e o Registro de Nascimento de seu filho...Mas tem que pegar uma senha para poder dar entrada nos documentos! Outra senha! De novo!
        No meio do atendimento, toca meu celular. A pessoa, do outro lado da linha, foi logo tascando:
        - Aqui é da CEF...sobre a retirada dos resíduos do seu FGTS em razão de sua aposentadoria por invalidez, terá que apresentar cópia de todos os contratos de trabalho antigos registrados em suas carteiras profissionais!
        Mais essa? Eu terei que provar agora que a empresa que me contratou e depositou o FGTS para mim, eu  era efetivamente  contratado por ela! Um absurdo! Mas são normas e se eu quiser receber os resíduos terei que cumprir essa obrigação. Infelizmente!
        - Se o senhor não trouxer isso, não serão liberados os seus resíduos! – foi logo me informando o funcionário da CEF que me ligara.
        Tem que pegar senha? -  perguntei.
        - Não, pode vir direto comigo que eu lhe atenderei.
        Ainda bem!
        Peguei a declaração de matrícula de meu filho na escola em que ele estuda, copiei a certidão de nascimento em casa – afinal, não se carrega Certidão de Nascimento de filho dentro de pasta – e voltei à Previdência mais uma vez. Retirei uma nova senha para o local certo e me sentei na cadeira. Fiquei esperando, esperando e nada de fazerem meu atendimento. Fui procurar à colega:
        - Eu já lhe disse que seu atendimento não é mais aqui!
        - Está demorando demais!
        - O senhor tem que esperar, é assim mesmo! Demora! E demorou, e demorou...
        Sentei de novo. Chegou finalmente a minha ficha F-0115. Era a minha vez! Não era.  Outra pessoa foi atendida em meu lugar. Voltei para o banco mais uma vez. Esperei, esperei, perguntei de um guarda qual era o critério de atendimento e ele não me soube responder. Só disse: - Espere, vai chegar a sua vez! Fiquei irritado de novo e fui procurar à colega assistente social:
        - Senhor, já lhe falei que aqui é assim mesmo...tem que esperar a sua vez!
        Como se na minha vez outra pessoa fora atendida?
        Eu só ia perguntar se existe algum critério para os atendimentos.
        A colega ficou muda.
        E tudo o que eu queria era dar entrada nos documentos que foram pedidos! Findei não fazendo nada e voltei para casa.
        É triste a saga de um aposentado por invalidez em busca de seus direitos legítimos!!

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