Neste natal, não desejarei o tradicional e só – muitas vezes – da boca para “um feliz natal”; também não desejarei “feliz ano novo” para nenhum de meus amigos. Neste natal, quero desejar em ambas as situações, apenas um “muitos anos de vida para todos”.
Não gosto do natal. Acho-o triste, com um espírito falso e comercial demais. Mas fazer o quê? Há quem goste e eu não os repreendo por gostarem. Ficam enfeitiçados pelas luzes, pelas decorações, pelos “papais noeis” em todas as portas de lojas, vitrines, desenhos, ruas.
Desejarei, sim, muitos anos de vida para todos os meus amigos. Quero desfrutar ao lado deles muitos e muitos natais e anos novos. Desejarei a meus amigos muitos anos de vida e que eles só partam deste mundo quando tiverem realizado todos os seus desejos, corrigidos todos os seus medos depositados dentro de meias, embaixo das camas; desejo que todos eles voltem a ser crianças de novo para que eu possa vê-los mais vezes, crescer de novo com eles, abraçá-los mais vezes.
Sinceramente amigos, é isso que desejo de coração! Mas continuarei não gostando do Natal.
Não quero lembrar que foi em um natal que recebi meu primeiro brinquedo – um cavalinho feito de couro; também não quero lembrar que meus pais não tinham dinheiro para dar-me presentes e, na noite de natal, me mandavam dormir cedo para não realizar meu sonho infantil de encontrar-me cara-a-cara com o papai Noel; e eu dormia.
Não quero lembrar que um dia meu pai se vestiu de papai Noel e distribuiu brinquedo para as crianças, netos dele; não quero lembrar que muitas noites dormia com fome porque não tinha a ceia na mesa.
Nada disso desejo para meus amigos; mesa farta, orações, fé em Deus e muitos anos de vida a todos são será meu desejo hoje, amanhã e sempre! Desejo muitos anos de vida a todos os meus amigos!!!
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