quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

EM FIM, A PAZ!

Meu filho, entrando na adolescência, decidiu que andaria no banco da frente do carro da mãe dele. No início, ponderei que ele era ainda muito novo, que não tinha idade mais ele sempre argumentava:
- Pai qual é a idade certa para sentar no banco da frente?
Sabia, mas decidi não lhe responder...
- Hem, pai,  o senhor que já foi da Jari e dirigiu por 12 anos um órgão que dava aulas e formava motoristas, qual é a idade para um adolescente sentar no banco da frente do carro!?
Meu silêncio foi a resposta. Eu sabia, mas não queria dizer que era a partir dos 12 anos, idade que ele já tinha.
- Ah, pai, como o senhor não quer responder, está decidido: eu vou na frente com  a minha mãe.
Sem argumentar nada, sabendo que ele já podia se sentar no banco da frente, colocando o cinto de segurança,  me sentei no banco de trás.
Todo cheio de bossa, ligou o rádio, escolheu a emissora e disse:
-Ta vendo pai, como é ruim eu ir no banco de trás. Aqui o senhor senta, liga o rádio, põe na emissora que quer e eu tenho que escutar o que o senhor quer; e não gosto das suas músicas chatas. Hoje, é minha vingança!
Eu tive que ouvir músicas; as  dele.
Na volta, meu filho abriu a porta do carro na parte de trás e eu estranhei:
- Aí, meu filho, não quer ir na frente de novo?
- Não, pai, agora é a sua vez de andar ao lado da mamãe, ele me respondeu. Nós fizemos um acordo, lembra?
Não me lembrava do acordo feito entre mim e meu filho, mas achei-o bem interessante e passei a “gostar” do acordo.
Entrei, sentei ao lado de minha esposa e meu filho voltou todo feliz para casa.
Os dias se seguiram com na mesma rotina, quando fui surpreendido uma nova regra criada pelo meu filho:
- Pai, sempre que sairmos do carro, eu, o senhor e a mamãe e passarmos mais de 10 minutos em um local, nós mudamos de banco, de acordo!?
Tive de concordar. Fazer o quê? Ele criou e impôs as regras...
Tinha enfim reinado a paz entre mim e meu filho.

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